Fobia

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Licenciatura Plena em Matemática/Psicologia
Profª. Ligia
Fobia
São Paulo
02 jun 2009
2
GRUPO:
Alex Sandro
Gleyciane Maria Domingos
Lilia Garcia
José Carlos
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Índice
Introdução ......................................................................................................... 4
1.
Fobias: Múltiplos Aspectos ........................................................................ 5
1.1.
Fobia,
Paranóia,
Histeria,
Relação
de
objetos,
Pedagogia,
Sexualidade. 5
2.
Caso clínico ............................................................................................... 6
3.
Etiologia das Fobias nas Crianças ............................................................ 8
3.1.
Teoria de Rachman ............................................................................ 8
3.2.
Teoria de Rachman na Aquisição de Fobias ...................................... 9
3.3.
Critérios de Diagnóstico para Fobia Especifica .................................. 9
4.
Medos e Fobias na Infância .................................................................... 10
5.
Fobias, Medos e Neuroses - Tratamento ................................................ 13
6.
Transtornos Fóbicos na Criança.............................................................. 13
7.
Entrevista com uma pessoa fóbica .......................................................... 14
Conclusão ....................................................................................................... 17
Bibliografia ...................................................................................................... 18
4
Introdução
Este estudo tem como objetivo apresentar e explicar claramente sobre fobia,
dando ênfase em seu conceito, seus tipos existentes e qual tratamento pode ser
indicado entre outros. Este conteúdo apresentará a forma como a fobia aparece, na
criança, por isso grande parte dele será destinada ao modo de como a fobia reage
nas crianças, que ainda são seres que não tem tanta confiança em si e precisam de
mais atenção e dedicação para ultrapassar este obstáculo e como a família é
importante para o seu tratamento.
O conceito de representação utilizado nele irá indicar todos os seus pontos
fortes e vai retratar sobre claustrofobia, mostrando uma entrevista feita a uma
pessoa com esse medo de lugares fechados.
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1.
FOBIAS: MÚLTIPLOS ASPECTOS
1.1. Fobia, Paranóia, Histeria, Relação de objetos, Pedagogia,
Sexualidade.
A fobia é conhecida por vários transtornos que geram ansiedade, medo,
insegurança, o que não é perigoso para a sociedade, mas ameaçadores para o
individuo. Os medos conhecidos como fobia aparecem com muita freqüência na
prática das clínicas em diversas formas, incluindo histeria e paranóia, contento
neurose a fobia social e outras situações. Muitas vezes o individuo não procura e
foge da terapia.
O individuo é caracterizado como tímido e inseguro ou até mesmo como bicho
do mato, se isola e sofre em silêncio. Quando há afastamento das terapias, é por
causa do medo de aproximidade do terapeuta ou analista.
O individuo pode ate reconhecer que seu medo não tenha razão de existir,
mas não o consegue evitar.
As fobias são caracterizadas por medo de objetos ou situações acompanhado
de sintomas. Sigmund Fred colocou a hipótese de que a função primaria da
ansiedade é avisar para o ego de que o impulso inconsciente proibido esta exigindo
uma expressão consciente, alertando-o para fortalecer e posicionar as suas defesas
contra a força ameaçadora. Freud achava mais, que o transtorno fóbico era
conseqüência de conflitos centrados num complexo de um problema mal resolvido.
O individuo fóbico utiliza como devesa o deslocamento de lugares, ou seja, o
conflito é deslocado para uma pessoa ou objeto, ou situações que passam a
despertar a ansiedade e situações de alerta no individuo, que a todo tempo evita a
situação.
A fobia social é caracterizada como uma forma excessiva de timidez, que a
faz incapaz de se apresentar ou fazer algo em público, seja falar, comer, escrever,
beber, ou simplesmente estar no meio de outras pessoas. As fobias a situações,
onde inclui a fobia social, multidões, espaços abertos e medo de acidentes têm por
plano de fundo uma angústia de desamparo. Estudos sobre histeria (Freud, 1895)
onde recebeu críticas, por Loewenfeld que em 1895 confirmava que atrás da
ansiedade da fobia estaria também ao nível da sexualidade, pois Freud fez uma
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ligação entre a neurose de angústia e o coito interrompido. Do trabalho com
resposta críticas de Loewenfeld sob o trabalho da neurose de angústia, Freud
contrapôs com casos clínicos e encontrou provas de sexualidade insatisfeita,
portanto uma sexualidade pré-genital com origem numa fase edipiana, o histérico é
alguém que não ultrapassou o Édipo. Então, fobia e histeria estão relacionadas.
As relações da fobia apontam uma relação semiótica com a mãe, sendo
prejudicada a resolução das várias etapas, dito a fase de separação - individual, por
meio de cinco meses e aos dois anos em que uma criança começa a se movimentar
a mãe servi-lhe de base emocional, sendo a mãe a responsável de aceitar e
incentivar essa autonomia, estando disponível nesse vai e vem de exercícios de
desenvolvimento sem que a mãe induza na criança o medo e a impeça de explorar
livremente o meio e as relações com pessoas por ser um perigo. A patologia desta
fase tem uma dupla ansiedade: a de engolfamento (resultante do medo do individuo
de chegar perto demais e absorver ou ser absorvido pelo outro), sendo que o fóbico
cria um espaço próprio em que se movimenta. Outro aspecto é da identificação da
criança com fobia de ambos os pais ou de um deles, bastante freqüente com a mãe.
2.
CASO CLÍNICO
Segundo Lídia Craveiro psicóloga clínica e psicoterapeuta, recebeu um
homem em uma consulta que se queixava de inibição social extrema, com
sentimentos de inferioridade e um medo enorme das pessoas. A mãe ainda jovem
assegurou que era desde que ele nasceu, e que não ficava só. Ela fez dele um ser
triste desvalorizado e receoso das relações humanas, dizia-lhe que lá fora era tudo
perigoso e que as pessoas não eram de confiança e mais tarde no início da vida
adulta, disse que as raparigas só queriam aproveitar dele. Depois o pai veio a falecer
e os irmãos saíram de casa e ele ficou sozinho com a mãe. Cada vez mais triste e
cheio de medo, fechava - se no quarto durante horas e não saia na rua, não tem
contato social e trabalha a noite numa profissão solitária. Ela diz mais: ¹ “Da relação
com a mãe revela muita raiva virada contra o self durante toda a sua vida a mãe não
lhe pegava ao colo preferindo o irmão mais novo e ele ‘ali ficava a olhar’ recorda se de episódios deste tipo e ao longo das sessões foi trazendo esse material de uma
agressividade contida e impossível de elaborar. Foi crescendo com o sentimento de
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rejeição e rejeitando a realidade. Ao seis anos começa a rejeitar a comida, por não
poder rejeitar o objeto maltratante obrigam-no a comer a força de violência física
infligida pelo pai por insistência da mãe. Cresceu a ser maltratado pelo pai, pela mãe
e pelos irmãos. Entrou para a escola e repetiram-se os maltratos de casa como
incentivo dos pais, segundo ele. A professora agredia-o fisicamente muitas vezes.
Rejeitava a escola e as dificuldades de aprendizagem aparecem pela incapacidade
emocional que o impede de se concentrar na aprendizagem. Foi-lhe negada pela
mãe qualquer atividade social, por ter quer fazer companhia a esta na ausência do
pai e dos irmãos. Sempre que existia uma atividade escolar fora da cidade era
impedido de ir, mas os irmãos iam sempre. Essa situação prolongou-se ate ao início
da psicoterapia. Ficou refém da mãe num discurso de doubleblind em que por outro
lado lhe era incutido que era diferente dos outros, inadaptado e por que ele é que
criava os seus fantasmas estando assim por vontade própria. Na primeira consulta
diz “acho que nasci para ser infeliz, minha mãe não quer que eu seja feliz, até
parece que ela me quer para ela...”. Vive aterrorizado com o medo que a mãe o
queira para ela e de uma forma inconsciente fecha-se no quarto quando estão os
dois em casa para se proteger. Quando o pai morreu a mãe obrigava-o a deitar-se
no lugar do pai para lhe fazer companhia, instigando uma excitação edipiana num
homem com mais de vinte anos. Confessa momentos de terror quando imaginava
que o pai podia chegar a qualquer momento. O medo persistia mesmo depois de o
pai morrer. O tomar o lugar do pai, foi sentido como uma transgressão insuportável
de tolerar, logo sem lugar para elaboração. No Édipo não resolvido adivinha-se a
fantasia de incesto, insuportável ao ego consciente. Navega na internet em chats
para arranjar companhia virtual, pois o medo de engolfamento faz com que não
deixe ninguém aproximar-se. Um dia numa sessão de psicoterapia revelou sentir se muito mal na minha presença e querer desistir, mas tem noção que assim nunca
mais resolve o problema e que o caminho é este, um lado muito saudável que foi
possível agarrar como aliança de trabalho. Tem traços paranóides muito evidentes,
diz que quando alguém olha para ele na rua, acha que lhe querem fazer mal. Os
maultratos e a insegurança que viveu fazem com que projete a raiva e a receba de
volta com toda a carga ameaçadora. Todos na rua são potenciais agressores. Tem
consciência que isso não é real (verbaliza), mas não consegue deixar de se sentir
ameaçado. Acerca de um episódio numa festa de família em que o irmão mais velho,
replica do pai (rude e maltratante também lhe batia) bebeu em excesso, o que era
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hábito, começou a bater na família, na mãe e até nele, diz que “fico paralisado, a
ansiedade é tanta que não me consigo mexer...esta tudo a começar outra
vez...”, tudo o que viveu lá atrás, trauma, desamparo e maultratos.”
Não houve um objeto suficiente, mas o bom que permitiu um bom
desenvolvimento.
Os objetos da infância não foram considerados para serem bons e para
serem amados, e ele também não se sentiu amado pelos objetos. Houve uma
parada de evolução na fase epidiana, surgiu à neurose fóbica com contornos
histéricos e paranóides. A educação que foi dada com a relação de objetos de
insegurança e uma pedagogia que valorizava aos aspectos punitivos e maltratantes
condicionou o desenvolvimento e apareceu a raiva. Neste caso pode se afirmar que
os objetos são maus na realidade, e não que a leitura feita pelo individuo os sentiu
como tal e os internalizou dessa forma.
“Depois de alguns meses de psicoterapia começou a manifestar vontade de
sair e viver o que não pode na sua juventude, arranjou amigos entre os colegas de
trabalho, enfrenta a mãe quando ela diz para abandonar a psicoterapia e deixou as
relações virtuais porque as reais deixaram de ser tão ameaçadoras.”
O desenvolvimento foi retomado, a mudança de objetos e objetivos foi
surgindo.
“Ainda que tenha um longo caminho na terapia já fala de desejos e ambições,
partilha e não utiliza o espaço do stting apenas de forma evacuativa. Começa a
existir uma mudança de objeto e objetivos quando refere que encontrou um objeto
de desejo feminino e em quase todas as sessões fala em estudar de novo,
começando a ficar para trás a infância, agora mais integrada.”
3.
ETIOLOGIA DAS FOBIAS NAS CRIANÇAS
3.1.
Teoria de Rachman
As crianças ao se desenvolverem passam por muitas experiências de medo,
mas a maioria não são tão severas e longas, que provoque o começo de fobias.
Existem crianças com reações de medo que são mal adaptativas e formam stress.
Com estas características são considerada Fobia Especificas (fobias a animais, a
água, alturas, tempestades, escuro e a procedimentos médicos e cirúrgicos).
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Na teoria de Rachman o “Modelo Tripartido de Lang” surge como resposta
três sistemas: Sistema Cognitivo, Sistema Fisiológico e Sistema Comportamental,
que relaciona Fobia e Medos.
3.2. Teoria de Rachman na Aquisição de Fobias
Durante anos as fobias de criança eram explicadas em termos de experiência
traumática e segundo o Condicionamento Clássico.
Rachman vez a seguinte experiência:
→ Resposta Incondicionada
Estimulo Incondicionado
Estimulo Incondicionado + Estimulo Neutro →Resposta Condicionada (devido
ao emparelhamento sucessivo como um EI).
Rachman considera que existem Três Caminhos Diferentes para o
aparecimento
da
fobia.
Diretamente,
as
principais
componentes
deste
comportamento fóbico são do tipo psicofisiologico e comportamental.
•Condicionamento direto (criança atacada por cão)
Indiretamente: o que predomina são os aspectos subjetivos.
•Condicionamento vicariante (criança que observa o comportamento de medo
em pessoas mais velhas.)
•Instrução/informação (criança que houve história e piadas de dentista, uma
informação negativa).
Esta teoria foi usada como guia para seleção de estratégia de intervenção.
Como:
Condicionamento Direto
→ Dessensibilização ou Imersão
Fobias adquiridas de forma indireta → Reestruturação Cognitiva e
Modelagem
3.3. Critérios de Diagnóstico para Fobia Especifica
•Medo persistente, excessivo ou irracional, desencadeado pela presença ou
antecipação de um objeto ou situações especifica.
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•A amostra de estimulo fóbico provoca quase sempre uma resposta ansiosa
imediata, que pode provocar um ataque de pânico ou situação provável. Em criança
a ansiedade pode ser demonstrada por choros, imobilidade ou procura esta perto de
alguém confiável.
•A pessoa reconhece que o medo é excessivo ou irracional. Em criança esta
característica pode estar ausente.
•As situações fóbicas são evitadas ou enfrentadas com ansiedade e mal estar.
•O evitamento nas situações temidas interfere nas rotinas normais das
pessoas, relacionamentos, atividades social ou mal – estar acentuado por ter a fobia.
•Em individuo menores de dezoito anos, dura mais ou menos seis meses.
A ansiedade, os ataques de pânico e evitamento fóbico associado com a
situação ou objeto específico não são explicados por outras perturbações mentais,
por exemplo: Perturbações Obsessivas – Compulsivas (medo de se contaminar),
Perturbações Pos – Stress Traumático (evitamento de estimulo associados com um
stressor intenso), Perturbações por Ansiedade de Separação (evitamento da escola),
Fobia Social (evitamento de situações sociais por medo de multidões), Perturbações
de Pânico com Agorafobia sem História de Perturbações de Pânico.
Estas questões têm sido pesquisadas desde o fim do século XIX, por
terapeutas e investigadores.
As
fobias
infantis
são
resultados
de
fatores
complexos genéticos,
constitucionais e ambientais. Pelo comportamento elas serão conseqüentes de
condicionamento direto, mas também podem surgir por caminhos indiretos já ficando
claro.
O ideal para entender a etiologia das fobias infantis seria a realização de um
estudo com um grande numero de crianças, com o objetivo de identificar os
processos e influências responsáveis pela aquisição da mesma.
4.
MEDOS E FOBIAS NA INFÂNCIA
A criança "com fobias" sente um medo irracional e despropositado em relação
a um objeto ou situação real que lhe apresenta; ela o percebe como uma "autentica"
ameaça, daí a angústia e o pânico que lhe ocorre.
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Não subestime os sentimentos e medos de uma criança, aprenda a aceitá-los
de uma forma natural, encarando como uma fase natural de crescimento,
conseguindo assim assegurar um crescimento sadio a esta criança.
Existe uma diferença significativa entre medo e fobia. O medo é um
sentimento natural, e até meio de sobrevivência; A fobia pode designar como um
sentimento patológico e um temor sem sentido, intenso e desencadeado por uma
situação que normalmente não apresentaria qualquer perigo. Há inúmeras fobias,
como medo de aranhas, alturas, água, lugares fechados, etc. A vida de um fóbico é
complicada, pois por muitas vezes a fobia que ele tem passa a se tornar um sério
empecilho para que ele possa ter uma vida normal.
É importante que os pais dêem atenção necessária aos filhos, e, sobretudo
não subestimem os temores das crianças, cerca de 50% das crianças sentem algum
tipo de temor, sendo que em especial as meninas são as que mais se ressentem,
comparado aos meninos. Isso não significa que os meninos não sejam afetados
também. Os meninos também sentem, embora sejam mais reservados quanto a
expressá-los claramente aos pais. O medo é uma emoção saudável, visto que
aparece quando nos sentimos em perigo, isso aumenta nosso potencial de
sobrevivência, sem o medo seria difícil perpetuar a espécie humana, sendo que sem
ele nos atiraríamos com freqüência em situações caóticas.
A conversa calma e frontal é a melhor saída para identificar o que se passa
com o seu filho. Não alimente medos infundados, não ameace seu filho com frases
do gênero: ‘Se não se comportar, a bruxa virá te buscar', este tipo de atitude poderá
gerar medos intensos, que poderá se tornar em fobias no futuro. Como resultado, a
criança tenta evitar sistematicamente essa situação. É nesse momento, que a
situação de medo passa a ser fóbica.
Algumas pessoas reconhecem que o medo que sente é excessivo, mas não
pode controlar sua reação. O grau de incapacidade que esse medo provoca no
sujeito é o que determinará a gravidade do transtorno fóbico.
Há medos universais presentes no desenvolvimento normal de toda criança,
porém, como aparecem, também desaparecem espontaneamente, na medida em
que a criança vai adquirindo experiência com relação a eles.
De forma geral, podemos dizer que:
Nos primeiros meses de vida: o bebê sente medo de ruídos fortes e
inesperada perda da figura de referência (Mãe);
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Por volta dos seis meses: sente medo de movimentos repentinos
Próximo há oito meses: medo de pessoas e situações estranhas.
Nestes primeiros meses, só a presença da mãe acalmará a angústia
desencadeada.
1º Ano de Vida: Estar longe dos pais junto a pessoas estranhas;
2º Ano de Vida: Barulho, animais, escuro;
3º e 4º Ano de Vida: Escuro, animais, de estar só, a seres imaginários;
5º Ano de Vida: a elementos da natureza (trovões, chuvas, ventos..), dor
física;
6º Ano de Vida: Bruxas e monstros dormir no escuro;
7º e 8º Ano de Vida: Seres sobrenaturais, escuro, ficar sozinho, filmes de
terror;
9º ao 12º Ano de Vida: Exames escolares, professores, reprovações, ser
gordo, ser diferente dos colegas, morte separação dos pais;
12º ao 18º Ano de Vida: Perda da auto-estima, aparência física, ser feio,
magro, gordo, medo de errar, medo de ser rejeitado.
Ao longo de nossa infância, e na medida em que vamos crescendo e
amadurecendo a nível cognitivo e neurológico, estes medos tendem a desaparecer.
O problema é quando alguns destes medos se tornam em fobias, o que poderá
abalar o crescimento saudável da criança, abalando sua autoconfiança, auto-estima,
etc.
Na escola a criança se sentirá insegura, tornando-se mais frágeis, pela
constante angústia que sentem, quer seja pela ausência dos pais, ou alguma prova,
ou apresentação de trabalhos para os colegas.
De toda forma, mesmo que esse medo seja próprio da idade, não devemos
jamais ignorá-lo, nem ridicularizá-lo. Tão pouco superproteger a criança quando
aparecer o medo, pois isso a levaria a pensar que existe um perigo real em relação
ao que ela sente.
O mais indicado a fazer é:
Conversar com a criança;
Aceitar seu medo;
Ensiná-la a dar o valor real que este possa ter, como maneiras de diminuir
sua ansiedade quando está próxima da situação desencadeante.
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Nem todos os medos desaparecem totalmente com a idade. Todos, crianças
e adultos, têm nossos próprios medos. Muitos medos intensos que ocorrem em
adultos são provenientes de experiências vivenciadas na infância.
O tipo de fobia mais freqüente nas crianças é a fobia escolar. A criança com
essa fobia apresenta sintomas físicos tais como cefaléias, dores abdominais,
inclusive vômitos, para evitar a ida à escola. Suplicam aos pais que não lhe levem à
escola, que irão sem falta mais tarde ou no dia seguinte; mas sempre repetem o
mesmo comportamento.
É essencial que os pais prestem atenção em seus filhos, e aprendam
principalmente a ouvi-los, a ter um diálogo freqüente.
Educadores também têm papel importante na identificação das fobias, já que
por vezes em casa elas podem não se manifestar, com tanta freqüência por estarem
na segurança do lar. Assim sendo em conjunto com os pais, os educadores poderão
encontrar soluções para o caso da criança afetadas pela fobia.
5.
FOBIAS, MEDOS E NEUROSES - TRATAMENTO
Para ter certeza de que a pessoa tem fobia deve ser feito um diagnóstico
diferencial como, por exemplo: na neurose, a pessoa teme morrer por conseqüência
de alguns sintomas, já na fobia o individuo centraliza sua ansiedade diante de algo e
melhora quando se afasta dele, na paranóia a pessoa cria ilusões de diferentes
argumentos que possam fazer um mal para si, perdendo até a noção lógica e real
dos fatos.
O tratamento da fobia depende do tempo da duração da doença, quanto mais
intenso a fobia for, mais tempo a pessoa fóbica terá que desenvolver hábitos
defensivos para sua sobrevivência. Deve ser levado ainda o grau de repressão, pois
o fóbico possa também apresentar algum trauma psicológico e o medo fóbico pode
fugir do seu medo original e ficar mais difícil sua compreensão.
6.
TRANSTORNOS FÓBICOS NA CRIANÇA
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A criança, por ser uma pessoa com baixo nível de segurança pode apresentar
uma fobia mais intensa, é nessa situação que o seu medo pode virar uma fobia ou
até mesmo uma neurose, reagindo assim a esse medo tentando evitá-lo o máximo
possível. Algumas pessoas já na fase adulta reconhecem que esse temor pode ser
um pouco excessivo, mas não pode controlá-lo. Há medos universais no
desenvolvimento
normal
de
toda
criança,
aparecendo
e
desaparecendo
espontaneamente, na medida em que a criança vai se relacionando com ele.
Os tratamentos de pessoas com fobia dão melhores resultados em crianças,
quando a fobia aparece e não se desenvolve muito e podem dar bons resultados no
seu tratamento, diferente de adultos, que já tem toda uma vivência e é difícil de
mudar a forma como pensam.
Para poder aplicar um tratamento eficaz deve-se analisar:
Os elementos presentes no momento em que a fobia se formou como o
ambiente, as pessoas a sua volta, como a pessoa se sentiu e qual foi sua reação
entre outros.
A situação que ocorreu para o aparecimento da fobia.
E o que fez para que essa fobia tenha se mantido nessa pessoa, as
conseqüências que trouxeram a ela outras vezes na sua vida.
Uma dica muito importante para o tratamento é:
Os pais e educadores não devem forçar a criança a confrontar-se com o
objeto ou situação que causa seu temor, pois isso pode aumentar sua angústia e
seu temor. Também deverão policiar suas próprias atitudes, pois estas podem
induzir a criança a esses temores. A reação da família frente a este comportamento
é decisiva, podendo agravar ou atenuar a angústia. Daí, a necessidade de, também,
assessorar e trabalhar com a família da criança "fóbica".
7.
ENTREVISTA COM UMA PESSOA FÓBICA
Qual seu nome e sua idade?
“Claudiceia Freitas Xavier tenho 22 anos.”
Qual é o nome da sua fobia?
“Claustrofobia, medo de lugares fechados.”
Quando começou sua fobia?
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“Começou quando eu tinha aproximadamente 11 a 12 anos, estudava na 6ª
serie. Quando fiquei trancada na sala de aula junto com a classe.”
Como foi que aconteceu?
“Alguém trancou a sala por fora e a sala possuía grades nas janelas e a porta
tinha uma fechadura grande. A sala toda ficou trancada.”
O que você sentiu?
“Na hora foi me dando desespero, no momento todas as crianças estavam se
divertindo, comecei a olhar as janelas e vi que não tinha como sair, então comecei a
chorar e me dava cala-frios, depois quando conseguiram abrir a porta a diretora me
ajudou me dando um copo de água com açúcar até eu me acalmar, depois fui
embora.”
Você já fez tratamento para superar esse medo?
“Nunca fiz tratamento, mas era para estar fazendo. Quando fico assim as
pessoas tentam me acalmar e me mostra a solução para o problema. E nisso
acabam me deixando mais desesperada.”
Como você se sente hoje?
“Hoje a fobia tem ficado mais forte, as crises têm acontecido com mais
freqüência.”
Como você acha que pode superar a claustrofobia?
“No momento acredito que precisarei de um tratamento medico psicológico.”
Você teria coragem de enfrentar seu medo para poder vencê-lo?
“É difícil de responder, pois quando estou numa situação tento me acalmar,
mas não consigo vencer o medo.”
Seus pais perceberam
rápido desse medo
ou
da sua ansiedade
“claustrofobia”, o que fizeram?
“Não, pois não acontecia com muita freqüência era caso raro, agora que tem
acontecido com mais freqüência.”
Já passou por momentos em que você chegou a se sentir muito mal por
causa do medo?
“Sim, em algumas situações as pessoas chegam a zombar, pensam que é
brincadeira. Por exemplo, estava no Play Center e passei mal e pedi para o guarda
me deixar sair, ele não queria abrir a porta, pois não estava acreditando realmente
que eu estava passando mal.”
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Nas escolas ou algum outro lugar já aconteceu algo de você ficar com o
coração apertado, chorar de medo ou dar outro tipo de crise por causa desse medo?
“Quando a situação é muito prolongada, o medo é muito grande, começo a
chorar e sinto falta de ar.”
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Conclusão
Foi apresentado um projeto de fobia, indicando o que é a fobia, seus sintomas
e seus tratamentos que podem ser muito vantajoso quando o indivíduo com fobia
ainda é uma criança. Pelo fato de existir mais de 100 tipos de fobia, variando muito
seus conceitos, focamos nosso trabalho em claustrofobia, explicando o que é e
mostrando uma entrevista feita a uma pessoa que tem esse tipo de fobia, além de
mostrarmos uma visão de psicólogos sobre a fobia em geral e como seu tratamento
é importante. Portanto, é fundamental para uma pessoa com fobia fazer o
tratamento, não importando sua idade e sim a vantagem que pode trazer para a
pessoa saber que conseguiu superar esse medo e como as pessoas podem
colaborar para ajudar as pessoas que sofrem com esses sintomas e como a família
é essencial nesses casos.
18
Bibliografia
FOBIA Escolar: banco de dados. Disponível em:
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigos.asp?entrID=467.
Acesso em: 23 mai. 2009.
FOBIA: Múltiplos Aspectos: banco de dados. Disponível em:
http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0465.pdf. Acesso em: 23
mai. 2009.
MEDOS e Fobias na Infância: banco de dados. Disponível em:
http://www.portalis.co.pt/medos-e-fobias-na-infancia/. Acesso em: 23
mai. 2009.
FOBIAS, Medos e Neuroses – Tratamento: banco de dados.
Disponível em: <http//www.psicologiananet.com.br/fobias-medos-eneuroses-tratamento/778/>. Acesso em: 23 mai. 2009.
O QUE é fobia e quais as fobias mais comuns?: banco de dados.
Disponível em: <http//www.psicologiananet.com.br/o-que-e-fobia-equais-as-mais-comuns/648/>. Acesso em: 23 mai. 2009.
ETIOLOGIA Das Fobias Nas Crianças_Teoria de Rachman: banco
de dados. Disponível em: <http//www. scribd.com/doc/8951132/EtiologiaDas-Fobias-Nas-CriancasTeoria-de-Rachman>. Acesso em: 24 mai.
2009.
19
TRANSTORNOS Fóbicos na Criança: banco de dados. Disponível
em: http://www.bhonline.com.br/marta/fobias.htm. Acesso em: 24 mai.
2009.
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