Tratamento Percutâneo da Cardiomiopatia hipertrófica

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Tratamento Percutâneo da
Cardiomiopatia hipertrófica
Dr Vicente Paulo Resende Junior
Hospital das Clínicas Samuel
Libâneo
A cardiomiopatia hipertrófica se caracteriza
por uma hipetrofia anormal, sem proporções, na
ausência de causas que cursem com hipertrofia
do ventrículo esquerdo ( VE ), como a estenose
aórtica ou a hipertensão arterial sistêmica.
Trata-se de uma doença de herança
autossomica dominante onde histológicamente
se manifesta com hipertrofia desordenada, com
desarranjo dos miócitos e das miofibrilas.
Genéticamente parece estar associada a mutação
da cadeia pesada da miosina
Pode ser expressa como hipertrofia septal, na
maioria das vezes assimétrica, culminando com
obstrução da via de saída do VE, mas pode se
manifestar como hipertrofia simétrica ou apical.
O mecanismo responsável pelos sintomas é a
obstrução da via de saída do VE que pode ser
estática, pela barreira fixa ao fluxo sanguíneo, ou
dinâmica, pelo movimento sistólico anterior
(SAM) da valva mitral , caracterizando o efeito
Venturi.
Muitas vezes o paciente não refere sintomas de
baixo débito provocados pela obstrução da via de
saída do VE, se apresentando com a
manifestação clínica mais temível da CMH que é
a morte súbita. Principal causa de morte em
atletas, tem como causa mais plausível o
substrato arritmogênico causado pela hipertrofia
excessiva , gerando isquemia, necrose e fibrose.
Atualmente possuímos três abordagens
intervencionistas em vigência da refratariedade
ao tratamento clínico: implante de marcapasso,
miomectomia cirúrgica e a ablação septal
alcoólica (ASA).
O implante de marcapasso com eletrodo no ápice
do VD se baseia na teoria em que estimulando o
lado direito do septo interventricular , durante o
seu movimento paradoxal, o afasta da via de
saída do VE. Este movimento diminui o SAM,
retirando a barreira dinâmica da via de saída do
VE.
Porém, existem relatos de que o ´´pacing``
pode aumentar o gradiente e os sintomas, mas
são relatos não multicentricos e não
randomizados
A miomectomia Cirúrgica é o padrão ouro de
tratamento da CMH. Atualmente realizada com
ecocardiograma intraoperatório, aumentou a taxa de
sucesso pós procedimento, com ressecção total da
porção septal responsável pela obstrução fixa da via
de saída e com mensuração do gradiente pós
miomectomia , corroborando ou não com o sucesso
do procedimento.
A terceira intervenção Sugerida para
refratariedade clínica é a ablação septal
alcoólica(ASA). Sua utilização encontra-se na
dependência de critérios clínicos, morfológicos e
hemodinâmicos.
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