Otite Média Aguda

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Otite Média
Aguda
Universidade Católica de Brasília
Aluna: Ingrid Wallau
Internato de Pediatria-6ª Série
Orientadora: Profª Drª Carmen Lívia FS Martins
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 20 de outubro de 2016
Importância
 Mais comum das infecções infantis
 Principal causa de consultas médicas e razão mais
frequente para prescrição de antimicrobianos às
crianças
 Incidência maior até primeiros 24 meses - 80% das
crianças apresentarão ao menos um episódio de otite
média aguda (OMA) ao final do período.
Otite Média Aguda
 Presença de secreção na orelha média
 Instalação rápida de sinais e sintomas de infecção
aguda (otalgia, febre e irritabilidade)
 Otite média aguda recorrente (OMR): três episódios
de OMA em um período de seis meses ou a
ocorrência de quatro episódios de OMA em 12 meses
Epidemiologia
 Pico de prevalência máxima: entre 6 e 36 meses
 Aspectos intrínsecos ao lactente (falta de uma
imunidade protetora/presença de uma tuba auditiva
mais curta, horizontalizada e menos funcional)
Epidemiologia
 Pico de menor amplitude entre os 4 e 7 anos de
idade
 Convívio em comunidade, com outras crianças,
expondo-se a circunstâncias e ambientes - até então,
protegida
 Após os sete anos: decresce acentuadamente
Epidemiologia
 OMS: 51.000 mortes/ano crianças menores de cinco
anos - complicações de OMA, principalmente
infecções intracranianas.
 Otite média crônica (OMC) supurativa: principal
causa de surdez países em desenvolvimento.
 Risco de recorrência - relação idade aparecimento
do primeiro episódio: 60% primeiro episódio de OMA
antes dos seis meses - pelo menos dois novos
episódios de recorrência durante a infância.
Fatores de Risco
-
Idade: 3 meses a 3 anos
-
IVAS: maior fator de risco prevenível
-
Creches e berçários
-
Exposição a tabaco/poluição do ar
-
Atopia
-
Tempo de aleitamento materno
-
Sexo masculino
-
Predisposição familiar
-
Nível socioeconômico/aspectos culturais
-
Estação do ano
-
Chupetas
-
Doença do refluxo gastroesofágico
-
Fatores externos (IOT, SNE, VM)
Microbiologia
 Agentes mais comuns:
-
Streptococcus pneumoniae (25-49%)
-
Haemophilus influenzae (20-29%)
-
Moraxella catarrhalis (10-28%)
-
Infecção aguda da orelha média resultado da
coinfecção de vírus e bactérias na maioria dos
pacientes (66%): picornavírus o mais frequente (41%),
seguido pelo rinovírus (20%), vírus respiratório sincicial
(14%), enterovírus (10%)
Microbiologia
 Casey (2010): vacina modificou as cepas do S.
pneumoniae encontradas na nasofaringe e na
secreção da orelha média nas crianças
 Inicialmente: queda da frequência do S. pneumoniae
e aumento do H. influenzae, devido à diminuição das
cepas cobertas pela vacina
 Após seis a oito anos: cepas do S. pneumoniae não
cobertas por ela aumentando de frequência, quase
igualando os números anteriores à vacina.
 H. influenzae cedeu lugar a essas novas cepas;
ambos continuam sendo os principais patógenos da
OMA.
Fisiopatologia
 Obstrução da tuba  secreções nasofaríngeas refluem para
dentro da orelha média + acúmulo de secreções.
 meio ideal para crescimento de bactérias colonizadoras da
nasofaringe.
 Muco + bactérias  reação inflamatória piogênica com
formação de abscesso.
 Secreção na cavidade gera abaulamento da m. timpânica (MT)
 otalgia
 Se não tratada  perfuração da membrana (autodrenagem) 
otorréia
Quadro Clínico
 Diagnóstico da OMA: exame físico
 Crianças a partir da idade pré-escolar: otalgia
referida
 Neonatos e crianças pequenas: irritabilidade e recusa
alimentar
 Quadro clínico: criança com história de IVAS
antecedendo o início de febre e otalgia.
 Manifestações variáveis: virulência da bactéria,
resistência do hospedeiro, extensão da infecção e
tratamento instituído.
Otoscopia
 Membrana timpânica normal:
1. Integridade
2. Transparência
3. Coloração
4. Posição
5. Mobilidade
Otoscopia
 OMA: característica mais marcante é abaulamento
da MT. Hiperemia com aumento da vascularização e
diminuição da sua transparência.
 Otoscopia pode ser desconfortável para paciente.
Evidenciará uma diminuição da mobilidade.
Otoscopia
A: integra, transparente, brilhante, móvel
B/C/D: MT abaulada
Redução da mobilidade da MT;
Nível hidroaéreo na MT;
Otorreia.
Diagnóstico Diferencial
 Otite Externa (“ouvido de nadador”)
 Infecção bacteriana inflama e necrosa a pele do canal
auditivo externo;
 Pico entre 7-12 anos;
 Agentes: P. Aeruginosa e S. aureus;
 Exame  dor ao empurrar o trago ou puxar a orelha,
edema no canal com secreções;
 Tratamento focal para controle da dor e ATB tópico
(fluorquinolonas são o tratamento de escolha).
Conduta
Conduta
 Analgésicos:
 Paracetamol 10-15mg/kg/dose de 6/6h.
 1 gota/kg/dose (200mg/ml) ou 2 gotas/kg/dose (100mg/ml)
 Ibuprofeno 8-10mg/kg/dose de 6/6h ou 8/8h.
 Dipirona 10-15mg/kg/dose de 6/6h.
 1 gota/kg/dose (Gotas) ou 0,5 ml/kg/dose (solução oral)
Conduta
Conduta
Sinais e sintomas de inflamação
aguda na orelha média
 > 2 anos:
 < 2 anos
 Otalgia
 Leva a mão ate o ouvido
 Febre
 Irritabilidade
 Astenia
 Choro intenso
 Anorexia
 Dificuldade para dormir
 Hipoacusia flutuante
 Febre
 Anorexia, náusea e vômito
 IVAS prévia
Tratamento
Antibioticoterapia
 Se OMA leve ( Temp < 39ºC e otalgia leve)
 Amoxicilina 80-90mg/kg/dia (3x/dia por 10dias)
 Se falência terapêutica após 48 horas:
 Amoxicilina + clavulanato
 Ceftriaxona por 3 dias
Antibioticoterapia
 Se OMA grave (Temp > 39ºC e otalgia grave)
 Amoxicilina + clavulanato
 Ceftriaxona por 3 dias (alérgico)
 Se falência terapêutica após 48-72 horas
 Ceftriaxona por 3 dias
 Clindamicina + Timpanocentese
Complicações
 Perfuração da MT é a complicação mais comum (5%);
 Quinolona tópica.
 Drenagem persistente
encaminhar ao ORL.
ou
perfuração
prolongada

 Otite média c/ efusão:
 Timpanostomia
bilateramente:
para
crianças
c/
derrame
persistente
 > 3 meses;
 > 4 episódios OMA em 6m;
 > 5 episódios OMA em 12 m;
 Mastoidite é a complicação grave mais comum na
OMA.
 Outras: bacteremia, meningite, abscesso.
Bibliografia
 HARRISON Medicina Interna, 17ª edição, 2010.
 Medicina de Emergência – Abordagem Prática, 11ª
Edição, Editora Manole, 2016.
 Jornal de Pediatria: otite media aguda e secretora –
artigo de revisão, Rio J. 1998; 74 (Supl.1): S21-S30.
 Sakano E, Weckx LLM, Bernardo WM, Saffer M. Otite
Média Aguda na infância: Tratamento. Projeto
Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho
Federal de Medicina 2005.
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