Otite Média Aguda

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Otite Média Aguda
Interno: João Marcos Ibrahim de Oliveira
Orientação: Profª Drª Carmen Lívia.
Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Brasília
Internato-Pediatria-6ª Série
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 17 de agosto de 2016
Anatomia
• Orelha média
• cavidade timpânica
• ossículos da orelha
média
(martelo,
bigorna e estribo)
• ligamentos, pregas
e músculos.
• tuba auditiva
• células da mastoide
• desenvolvimento da
orelha média
Introdução
• Responsabiliza-se por 20% das consultas pediátricas e
pela maioria das prescrições de ATB a pacientes
externos.
• 50% dos pacientes pediátricos terão 1º episódio de OMA
antes dos 6 meses e 90% aos 2 anos.
• É mais prevalente nos dois primeiros anos de vida
• 1º pico de incidência: 6-12 meses
• 2º pico de incidência: 4-7 anos (escola)
Fatores de Risco
1.
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12.
Idade entre 6 meses e 1 ano;
Sexo masculino;
IVAS, atopia;
Creches e berçários;
Inverno;
Tabagismo passivo;
Falta de aleitamento até os 6 meses;
Baixo nível socioeconômico;
Uso de chupetas;
Deficiências imunológicas;
Alterações craniofacial, ciliar e/ou anatômica;
Fatores externos (IOT prolongada, VM, SNE).
Etiologia
• Agentes mais comuns:
• S. pneumoniae (30-50%)
• 50% resistente
• H. influenza (25-30%)
• 40% c/ atividade de B-lactamase
• M. catarrhalis (10-15%)
• 100% c/ atividade de B-lactamase
• Obs: com a vacinação p/ pneumococo esse perfil tem mudado
em alguns países:
• H. influenza sendo mais frequente
Fisiopatologia
• Orelha média comunica-se com a nasofaringe pela Tuba
Auditiva, que drena secreções da orelha média e a protege das
secreções nasofaríngeas.
• Criança: mais curta e mais horizontal (10º)
• Adulto: ângulo de 45º
Fisiopatologia
• Obstrução da tuba  secreções nasofaríngeas refluem para
dentro da orelha média + acúmulo de secreções.
• meio ideal para crescimento de bactérias colonizadoras da
nasofaringe.
• Muco + bactérias  reação inflamatória piogênica com
formação de abscesso.
• Secreção na cavidade gera abaulamento da m. timpânica
(MT)  otalgia
• Se não tratada  perfuração da membrana (autodrenagem)
 otorréia
Diagnóstico
• Academia Americana de Pediatria:
• sinais/sintomas com início agudo:
• efusão na orelha média ao exame + sinais/sintomas de
inflamação da orelha média.
• > 2 anos:
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Otalgia
Febre
Astenia
Anorexia
Hipoacusia flutuante
• < 2 anos
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•
Leva a mão ate o ouvido
Irritabilidade
Choro intenso
Dificuldade para dormir
Febre
Anorexia, náusea e vômito
Dado que ajuda: Rinofaringite
prévia
Diagnóstico Diferencial
• Otite Externa (“ouvido de nadador”)
• Infecção bacteriana inflama e necrosa a pele do canal auditivo
externo;
• Pico entre 7-12 anos;
• Agentes: P. Aeruginosa e S. aureus;
• Exame c/ dor ao empurrar o trago ou puxar a orelha, edema no
canal c/ secreções;
• Tratamento focal para controle da dor e ATB tópico
(fluorquinolonas são o tratamento de escolha).
Otoscopia
• Efusão na orelha média na otoscopia (B,C,D):
•
•
•
•
MT abaulada (maior valor preditivo);
Redução da mobilidade da MT;
Nível hidroaéreo na MT;
Otorreia.
Transparente
Brilhante
Móvel
Tratamento
• Analgésicos:
• Paracetamol 10-15mg/kg/dose de 6/6h.
• 1 gota/kg/dose (200mg/ml) ou 2 gotas/kg/dose (100mg/ml)
• Ibuprofeno 8-10mg/kg/dose de 6/6h ou 8/8h.
• Dipirona 10-15mg/kg/dose de 6/6h.
• 1 gota/kg/dose (Gotas) ou 0,5 ml/kg/dose (solução oral)
• Observar sem antibiótico:
• 6m-2a c/ dx incerto e não grave.
• >2a c/ dx incerto ou dx confirmado e não grave.
Antibioticoterapia
• Em todos os pacientes <6m;
• Pacientes 6m-2a c/ dx confirmado ou c/ dx incerto e
enfermidade grave;
• Ausência de melhora após 24-72h de observação sem ATB.
• Se OMA leve ( Temp < 39ºC e otalgia leve)
• Amoxicilina 80-90mg/kg/dia (3x/dia por 10dias)
• Dose dobrada (40-50)  ampliar cobertura para cepas de
pneumococco c/ resistência moderada.
• Se falência terapêutica após 48 horas:
• Amoxicilina + clavulonato
• Ceftriaxona por 3 dias
Antibioticoterapia
• Se OMA grave (Temp > 39ºC e otalgia grave)
• Amoxicilina + clavulonato
• Ceftriaxona por 3 dias (alérgico)
• Se falência terapêutica após 48-72 horas
• Ceftriaxona por 3 dias
• Clindamicina + Timpanocentese
Complicações
• Perfuração da MT é a complicação mais comum (5%);
• Quinolona tópica.
• Drenagem persistente ou perfuração prolongada  encaminhar
ao ORL.
• Otite média c/ efusão:
• Timpanostomia
bilateramente:
para
crianças
c/
derrame
persistente
• > 3 meses;
• > 4 episódios OMA em 6m;
• > 5 episódios OMA em 12 m;
• Mastoidite (rara) é a complicação grave mais comum na OMA.
• Outras: bacteremia, meningite, abscesso.
Referências
• Kliegman R, “Nelson Textbook of Pediatrics” 19th ed. W.B.
Saunders Company, 2011
• Oliveira RG. Blackbook – Pediatria. 3 ed. Black Book Editora.
640p. 2005.
• LIEBERTHAL, A. S. et al. CLINICAL PRACTICE GUIDELINE The
Diagnosis and Management of Acute Otitis Media. American
Academy of Pediatrics: March, 2013.
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