Aminoácidos, Péptidos e Proteínas Aminoácidos, Péptidos e Proteínas • As proteínas são as macromoléculas biológicas mais abundantes; • São constituintes fundamentais de todas as células, sendo o veículo que transporta a informação do DNA para as várias actividades celulares; • Constituídas por aminoácidos ligados entre si; • A função de uma proteína é determinada pela sua estrutura, logo depende da sequência de aminoácidos que a constitui. Aminoácidos • Molécula orgânica constituída por, pelo menos, um grupo amina e um grupo carboxilo; • Existem cerca de 20 aminoácidos presentes nas proteínas, sendo todos eles αaminoácidos; • α-aminoácidos: o grupo amina e o grupo carboxilo estão ligados ao mesmo carbono (carbono- α); O α-aminoácido mais simples. •Um aminoácido é definido pelo seu grupo lateral (R). Estrutura geral de um aminoácido. Aminoácidos Essenciais • Aminoácidos essenciais são aqueles que não são sintetizados pelo organismo humano; • É fundamental uma dieta equilibrada em aminoácidos essenciais; • Os nove aminoácidos essenciais para o Homem são: fenilalanina, valina, treonina, triptofano, leucina, isoleucina, metionina, histidina e lisina; • Para além destes, a arginina, cisteína, glicina, glutamina e tirosina são condicionalmente essenciais, dependendo das características da população; • Por exemplo, doentes de PKU (fenilcetonúria) necessitam de ingerir regularmente tirosina. Off-topic: PKU é uma doença genética autossómica recessiva caracterizada por uma deficiência na enzima fenilalanina hidroxilase, que catalisa a reacção de síntese da tirosina a partir da fenilalaniana. Estereoisomeria • Devido à geometria tetraédrica em torno do carbono-α, os vários grupos podem ocupar dois arranjos espaciais diferentes (L- e Daminoácidos); • O carbono-α é, portanto, um centro quiral (o que implica que é opticamente activo); • Como as duas formas não podem ser sobrepostas, designam-se enantiómeros; • Os L-aminoácidos predominam na D-gliceraldeído Natureza. L-gliceraldeído Estereoisómeros da alanina. Classes de Aminoácidos • A classificação depende das características do grupo R; • Classificação quanto à: – Polaridade (polar ou apolar) – determina a tendência para interagir com a água; – Carga (positivo ou negativo) – propriedades ácidobase; – Aromáticos; Aminoácidos polares. Aminoácidos apolares. Aminoácidos positivos. Aminoácidos negativos. Aminoácidos aromáticos. É de notar que, devido à presença de ligações π deslocalizadas, estes aminoácidos têm uma absorvância muito característica na região dos ultravioletas. Propriedades Ácido-Base • Quando em solução aquosa, um aminoácido existe sob a forma de um ião dipolar (zwiterião, do alemão “ião híbrido”); • Um zwiterião pode actuar como ácido ou como base (os aminoácidos são anfotéricos); Curvas de Titulação pKa do grupo carboxilo ~2 pKa do grupo amina ~9 Curva de titulação da glicina. Curva de titulação do glutamato. •Os aminoácidos têm várias regiões tampão. Ligação Peptídica • É a ligação de 2 aminoácidos (com libertação de água) para formar um dipéptido. Esquema geral da reacção. Exemplo de um pentapéptido: Ser–Gly–Tyr–Ala–Leu. •Oligopéptido – “vários” aminoácidos; •Polipéptido – “muitos” aminoácidos; •Proteínas – milhares de aminoácidos. Maior proteína conhecida: titina – tem cerca de 27000 aminoácidos. Cadeias de aminoácidos Péptidos (Nº a.a. < 30) Ribossomáticos Não Ribossomáticos Polipéptidos Polímeros de aminoácidos Massa molecular (Da ou MW) Independente da conformação estrutural Estruturas Estrutura Primária Estrutura Secundária Local Estabilizada por pontes de Hidrogénio Hélices α Turns Folhas β Hélices α Folhas β Anti-Paralelas Paralelas Estrutura Terciária Tridimensional Forças intervenientes na estrutura • Ligações Hidrofóbicas Dependentes do meio • Pontes de enxofre Motivos e Domínios Estrutura Quaternária Fibrosas Globulares Máquinas Moleculares Técnicas de separação • As características das proteínas e de outras biomoléculas usadas nos vários processos de separação são: – solubilidade, – carga iónica, – tamanho molecular e – especificidade da ligação com outras moléculas biológicas. Solubilidade Proteica • Cada proteína precipita a concentrações de sal diferentes, esta característica é aproveitada como um meio de purificação proteica Cromatografia por exclusão molecular •A fase estacionária (matriz) consiste num gel com poros de diferentes tamanhos proteinas com maior massa •Recolha das proteínas de menor massa que entretanto percorreram o ‘caminho’ dos poros Cromatografia por troca iónica •Moléculas carregadas ligam-se a grupos de carga oposta que se situam na matriz •Remoção das proteínas que se ligaram à matriz é feita alterando as características do meio proteínas com carga negativa Cromatografia por afinidade •Um ligando que tem uma afinidade específica a uma certa proteína é ligado a uma matriz inerte por ligação covalente (braço de intercalagem) proteínas que não têm afinidade com o ligando •Remoção das proteínas que reconheceram o ligando é feita alterando as características do meio Electroforese Gel SDS-PAGE •As proteínas tratadas com SDS ficam com a razão forma e carga por massa, similares Electroforese Gel Bidimensional Eixo Horizontal carga Eixo Vertical massa Centrifugação Sequenciação • Real da cadeia polipeptídica » Sequência de 8 passos • Do DNA do gene correspondente Espectroscopia •O peso molecular é calculado usando o tempo de voo de um modelo Para moléculas com a mesma carga, o tempo do detector é inversamente proporcional à massa. Passos chave: 1. Produção de iões a partir da amostra 2. Separação dos iões com massas diferentes 3. Detecção dos iões produzidos no primeiro passo 4. Recolha de informação para construir o espectro de massa Propriedades espectroscópicas dos aminoácidos • Absorção da luz UV (p.e.: Fen, Trp, Tyr) • Restantes aminoácidos absorvem IV » Ao incidir luz na amostra, a diferença entre a intensidade incidente e a transmitida permite determinar a absorvência » Como cada a.a. tem uma absorvância específica, é possível determinar a estrutura 3D da proteína Resumo Característica Processo de separação Carga Cromatografia por troca iónica; Electroforese; Tamanho Cromatografia de gel; SDS-PAGE; Centrifugação; Cromatografia por afinidade; Especificidade da ligação Critério de Pureza • Assume-se que a proteína se encontra num elevado grau de pureza, após se revelarem homogéneos todos os testes disponíveis para a caracterização de uma proteína » Métodos cromatográficos são pouco sofisticados na avaliação da pureza » Métodos electroforéticos são exactos para avaliar identidade molecular Exemplos de Proteinas Biológicas Titina 1. Movimento (actina, miosina, músculo) Proteína carreadora (através membrana) 2. Transporte Hemoglobina, Mioglobina mantém integridade estrutural do sarcómero passagem de substâncias através da membrana plasmática transporte de gases através da circulação sanguínea (por todo o corpo) 3. Transporte/ Auxílio célula Chaperones auxiliam a correcta “dobragem” da proteína encaminham proteína à destruição (proteínas proteolíticas) Exemplos de Proteinas Biológicas 4. Transdução de sinal 5. Transmissão de sinais por todo o corpo (hormonas) 6. Reconhecimento celular Neurotransmissores (dopamina, serotonina, noradrenalida, acetilcolina) transdução de sinal durante a sinapse Citocinina responsável pela ocorrência, ou nao, de divisões celulares Oxitocina provoca contracções do útero e ejecção do leite das glândulas mamárias Anticorpos localizados na membrana celular dos linfófitos B permitem fazer reconhecimento de substâncias ou organismos estranhos Exemplos de Proteinas Biológicas 7. Suporte Histonas conferem suporte ao material genético (formação de cromatina) Proteínas estruturais intrinsecas proteínas transmembranares ligadas ao citoesqueleto da célula Queratina confere protecção e estrutura a partes do corpo (p.e. cabelo, unhas) Actina inserção de numerosos filamentos de actina 8. Estrutura 9. Junção intercelular Exemplos de Proteinas Biológicas Enzimas 10. Metabolismo 11. Coagulação 12. Resposta inflamatória (agrupamento em sistemas enzimáticos nas membranas) Trombina (protrombina) Sistema de complemento (proteínas de complemento) metabolismo energético (fosforilação oxidativa e fotossíntese) colabora no processo de coagulação sanguínea transforma fibrinogénio em fibrina desencadeia uma reacção em cascata dando uma resposta inflamatória