Economia e Gestão do Setor Público Aula 4 Conceitos básicos: teoria das finanças públicas – Parte II GIAMBIAGI, F. e ALÉM, A. Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. 2ª ed., Rio de Janeiro. Editora Campus/Elsevier, 2001. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 1/32 Economia e Gestão do Setor Público A tributação pode ser direta ou indireta. Os impostos diretos incidem sobre o indivíduo e, por isso, estão associados à capacidade de pagamento de cada contribuinte. Os impostos indiretos, por sua vez, incidem sobre atividades ou objetos, ou seja, sobre consumo, vendas ou posse de propriedades, independentemente das características do indivíduo que executa a transação ou que é o proprietário. As bases de incidência dos impostos são a renda, o patrimônio e o consumo. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 2/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 3/32 Economia e Gestão do Setor Público Imposto Contribuição Tributo cobrado pelo governo, sem um fim específico definido como contrapartida. Por exemplo: o governo recebe o imposto de renda de nós, sem que para isso ele tenha de se comprometer em usar esses recursos para o uso A e/ou B Figura legal que concede às partes tributadas o direito a alguma contrapartida, nem que seja difusa. Por exemplo, a contribuição previdenciária, cobrada de empregados, empregadores e autônomos, com o fim exclusivo de financiar os gastos de seguridade social. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 4/32 Economia e Gestão do Setor Público É uma forma de tributação direta e classifica-se em • imposto de renda da pessoa física (IRPF) e • imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ) Alíquota nominal O imposto de renda Mede a participação do imposto devido sobre a renda total Alíquota efetiva Reflete o percentual do imposto devido sobre a renda tributável. A diferença entre as duas alíquotas é explicada pelos abatimentos permitidos pela legislação do imposto (dependentes, despesas médicas, instrução etc.) UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 5/32 Economia e Gestão do Setor Público O imposto de renda (continuação) UNIP O IRPF apresenta as vantagens de se basear em uma medida abrangente da capacidade de pagamento e de permitir uma adaptação às características pessoais do contribuinte. É o imposto pessoal por excelência e, sendo assim, é aquele que mais se adapta aos princípios da equidade e progressividade, à medida que permite, de fato, uma discriminação entre os contribuintes no que diz respeito à sua capacidade de pagamento. Prof. Fauzi Timaco Jorge 6/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 7/32 Economia e Gestão do Setor Público http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/estudotributarios/estatisticas/31IRPFnoBrasil.pdf, em 3.3.07 UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 8/32 Economia e Gestão do Setor Público BASE DE INCIDÊNCIA DOS IMPOSTOS Renda 60% Consumo 50% 40% 30% 20% 10% 0% BRASIL UNIP MÉXICO FRANÇA JAPÃO REINO UNIDO Prof. Fauzi Timaco Jorge EUA 9/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 10/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 11/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 12/32 Economia e Gestão do Setor Público http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/estudotributarios/estatisticas/31IRPFnoBrasil.pdf, em 3.3.07 UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 13/32 Economia e Gestão do Setor Público http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/estudotributarios/estatisticas/31IRPFnoBrasil.pdf, em 3.3.07 UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 14/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 15/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 16/32 Economia e Gestão do Setor Público Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) Incide sobre o lucro das empresas, a partir de três métodos: • Lucro real, pela diferença entre as receitas e os custos da empresa • Lucro presumido, baseado na receita da empresa • Lucro arbitrado, baseado no ativo total, no capital ou mesmo na receita bruta O principal problema inerente à cobrança do IRPJ é que ele pode contrariar os princípios da equidade e da progressividade. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 17/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 18/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 19/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 20/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 21/32 Economia e Gestão do Setor Público Imposto sobre o patrimônio UNIP Pode ser cobrado regularmente em função do simples ato de posse dos ativos durante um determinado período, como no caso do imposto predial e territorial urbano (IPTU) ou do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA). Alternativamente, a cobrança pode se dar no momento em que os ativos mudam de propriedade – como o impostos sobre a transmissão de propriedade de bens imóveis (ITBI) Prof. Fauzi Timaco Jorge 22/32 Economia e Gestão do Setor Público O imposto sobre as vendas Os impostos sobre as vendas de mercadorias e serviços são tributos indiretos, também conhecidos como impostos sobre consumo. Podem ser classificados quanto a) À amplitude de sua base de incidência; b) Ao estágio do processo de produção e comercialização sobre o qual incide e c) À forma de apuração da base para o cálculo do imposto Em termos de equidade e progressividade, o imposto sobre consumo não é o mais indicado, tendo em vista que, sendo uma forma de tributação indireta, não discrimina as contribuições de acordo com a capacidade de pagamento de cada indivíduo. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 23/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 24/32 Economia e Gestão do Setor Público A crítica aos impostos “em cascata” Os chamados impostos “em cascata” ou “cumulativos” são prejudiciais à eficiência econômica, já que distorcem os preços relativos e estimulam, às vezes desnecessariamente, a integração vertical da produção, aumentando os custos. A competitividade dos produtos nacionais frente aos estrangeiros se reduz, pelo aumento dos custos e pelo fato de que esses tributos implicam adoção do princípio de origem no comércio internacional, já que incidem sobre exportações e não sobre importações. Isto é problemático no contexto da chamada “globalização”, que recomenda a harmonização internacional dos sistemas tributários nacionais, tendo em vista que os nossos principais parceiros comerciais adotam o princípio de destino. Um imposto cumulativo prejudica principalmente os produtos que passam por um maior número de etapas de produção e distribuição, o que traz importantes distorções ao setor produtivo. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 25/32 Economia e Gestão do Setor Público O imposto sobre o valor adicionado e suas vantagens O imposto sobre valor adicionado (IVA) é considerado a forma mais eficiente de tributação sobre vendas, principalmente por tratar-se de um tributo neutro. O IVA é um imposto neutro em relação à estrutura organizacional das empresas, tendo em vista que o total do imposto incidente em um determinado produto não depende do número de transações por ele sofrido ao longo dos vários estágios da produção e da distribuição, ao contrário do que ocorre com os impostos em cascata/cumulativos. O IVA não afeta a competitividade de uma indústria, já que o imposto é uma proporção constante do valor adicionado em cada etapa da atividade econômica. Grande parte da receita pelo IVA é arrecadada nos estágios pré-varejistas, o que dificulta a evasão e torna a fiscalização mais simples e eficiente. E também é autofiscalizador. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 26/32 Economia e Gestão do Setor Público O GASTO PÚBLICO “O gasto do governo afeta uma gama diversa de atividades, algumas das quais, em algum momento, provavelmente teve, tem ou terá algo a ver com a vida de cada um de nós”, segundo Stiglitz. “Nunca se foge a um inconveniente sem incorrer em outro”, segundo Maquiavel. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 27/32 Economia e Gestão do Setor Público Tabela 1.3 Brasil: importância do governo na economia - 1998 Item Dado Consumo corrente 17,8% do PIB Formação Bruta de Capital Fixo 2,2% do PIB Emprego Administração Pública 10,0% do pessoal ocupado Servidores do Poder Executivo, dos quais: 1.809.000 Ativos 903.000 Inativos 525.000 Pensionistas 381.000 Servidores Estaduais 4.125.000 Beneficiados do INSS 18.565.000 UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 28/32 Economia e Gestão do Setor Público UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 29/32 Economia e Gestão do Setor Público Distribuição dos gastos públicos No Brasil, historicamente, o governo federal assumiu a responsabilidade pelo ensino superior – embora existam algumas universidades estaduais – e, obviamente, pelos problemas relacionados com a defesa e a segurança pública. Os governos estaduais, por sua vez, ficaram encarregados, tipicamente, do ensino médio e da segurança pública, enquanto os governos municipais zelam pelo ensino primário e pela limpeza urbana. O saneamento é uma atividade dividida entre estados e municípios; já os serviços de saúde se dividem entre as três esferas de governo e foram sendo gradualmente descentralizados nos últimos anos. O setor de transporte é outra área na qual há uma responsabilidade compartilhada, com a União tendo ficado com as maiores rodovias do país e algumas estradas interestaduais de importância regional; os estados com as rodovias estaduais e os municípios com o transporte urbano. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 30/32 Economia e Gestão do Setor Público Tendências da evolução do gasto público UNIP Uma das causas que tem levado ao crescimento dos gastos públicos é a que diz respeito aos fatores demográficos associados ao envelhecimento progressivo da população. À medida que uma proporção maior da população se torna idosa, crescem os gastos totais com saúde, assim como as despesas previdenciárias. Uma outra causa aponta para a urbanização. Entre 1950 e 1980, a população urbana passou de 36% para 68% da população total. Quando a população é predominantemente rural, a sobrevivência das pessoas está ligada em muitos casos à simples agricultura de subsistência e inexiste o conceito de “serviço público”. Prof. Fauzi Timaco Jorge 31/32 Economia e Gestão do Setor Público Aula 5 Conceitos básicos relevantes: o caso do Brasil GIAMBIAGI, F. e ALÉM, A. Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. 2ª ed., Rio de Janeiro. Editora Campus/Elsevier, 2001. UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 32/32