Asma e Rinite - Unidade da Criança

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Asma e Rinite
Interfaces de uma mesma doença
Regina Ginde
Pneumologia Pediátrica
Novembro 2009
Definição - Asma

Doença inflamatória crônica, caracterizada por
hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e
por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível ou
não, espontaneamente ou com tratamento,
manifestando-se clinicamente por episódios
recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e
tosse, particularmente à noite e pela manhã ao
despertar.
Definição - Rinite

Inflamação crônica da mucosa nasal,
induzida pela exposição a alérgenos que,
após sensibilização, desencadeiam uma
resposta inflamatória mediada por
imunoglobulina E (IgE), que pode resultar
em sintomas crônicos ou recorrentes.
Epidemiologia - Asma






30% dos atendimentos em pronto-socorro;
360.000 internamentos por ano no Brasil;
3a. causa de hospitalização pelo SUS;
3a. causa hospitalização entre crianças e adultos
jovens;
R$ 100 milhões – internamentos pelo SUS;
ISAAC – 56 países
– prevalência: 1,636,8%;
Brasil: 8o. lugar = 20%.
Epidemiologia - Rinite

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
Afeta 10 a 15% população mundial.
Elevados custos diretos e indiretos.
ISAAC : prevalência até 7,9 a 31,7%
Baixa gravidade X Alto impacto na
qualidade de vida.
Asma / Rinite



Palombini (década 80 ) – diversos trabalhos
chamando a atenção para inter-relação entre
rinossinusite e asma.
Neves (1984) – associação entre a gravidade da
asma e grau de inflamação naso-sinusal, usando
citologia nasal quantitativa.
Coren (1992) – provocação nasal com alérgeno é
capaz de acentuar hiper-responsividade brônquica a
metacolina em portadores de asma e rinite sazonal
assintomáticos
Asma/Rinite


Corren (1992) – CTC tópico nasal em doses
habituais para o tratamento da rinite evita
exacerbação de hiper-responsividade brônquica em
pacientes com rinite alérgica e asma.
Aubier (1992) – Tratamento da rinite com CTC
tópico nasal por 4 semanas reduz a hiperresponsividade brônquica e os sintomas de asma
em portadores de asma leve.
Asma / Rinite

Guerra, et al ( 2002 ) – extenso estudo longitudinal
demonstrou que a rinite é fator de risco
independente para asma aumentando a chance de
desenvolver a doença em até 3 vezes, tanto em
atópicos quanto em não atópicos.

Solé, et al (2005) - associação de asma com rinite e
eczema está relaciona a maior gravidade da asma
(dificuldade para falar na crise, presença de 4
ou+crises/ano, maior frequencia de distúrbio do
sono por causa de chiado e crise associada ao
exercício ).
Possíveis mecanismos da
relação causal Asma-Rinite
1.
2.
3.
4.
Perda de função nasal
Reflexo naso-brônquico
Propagação da inflamação das vias aéreas
superiores para as vias aéreas inferiores,
pela via aérea
Propagação da inflamação das vias aéreas
superiores para as vias aéreas inferiores,
por via hematogênica
Perda da função nasal

Edema e secreções nasais causam
obstrução nasal levando a uma mudança no
padrão respiratório, da respiração nasal para
respiração oral.
Reflexo naso-brônquico


Mecanismo controverso.
Estimulação neurosensorial tecidual na
rinossinusite resultaria em broncoespasmo
reflexo
Propagação da inflamação
pelas vias aéreas


Aspiração de secreção das VAS para os
brônquios.
Huxley (1978) – colocaram material
radioativo na orofaringe de voluntários
sadios a noite e observaram na manhã
seguinte a presença de radioisótopos nos
pulmões.
Propagação da inflamação
por via hematogênica

-
-
Existem muitos indícios de que a inflamação
alérgica da mucosa nasal pode resultar em
eventos inflamatórios sistêmicos
absorção de mediadores inflamatorios da
mucosa nasal para circulação sistêmica.
Liberação de citocinas com ativação de
moléculas de adesão vasculares e em
leucócitos.
Asma e Rinite
 Manifestações
distintas de um
mesmo processo inflamatório das
vias aéreas
Asma / Rinite




80% dos pacientes asmáticos têm rinite
Grau de inflamação da asma (VAI) se
correlaciona com o grau de inflamação nasal
Exposição ao alérgeno no nariz leva a hiperresponsividade brônquica
Exposição alergênica pulmonar leva a
inflamação nasal
ARIA- Iniciativa sobre a Rinite
Alérgica seu impacto sobre a Asma

Atualizar conhecimentos
sobre rinite.

Destacar o impacto da rinite
sobre a asma .

Fornecer dados baseados em evidência.

Fornecer abordagem escalonada para o manejo
da doença.
Classificação da Rinite
Intermitente
Persistente
•Sintomas < 4d/semana
•Tempo < 4 semanas
•Sintomas > 4d/semana
•Tempo > 4 semanas
Leve
•Sono adequado
•Sem prejuízo das atividades
diárias de esporte e de lazer
•Sem prejuízos no trabalho ou
escola
•Sintomas não incomodam
Moderada-grave
•Um ou mais dos itens:
•Sono anormal
•Interfere nas atividade diárias
de esporte e lazer
•Prejuízos no trabalho ou escola
•Sintomas incômodos
Tratamento escalonado da Rinite
Leve
Intermitente
Moderada
Grave
Persistente
Leve
Persistente
Corticoide intranasal
Cromona intranasal
Anti-H1 não sedante / oral ou local
Descongestionante intranasal (< 10 dias) ou oral
Retirada de alérgenos e irritantes
Imunoterapia
Moderada
Grave
Persistente
Classificação de Asma




Classificação pela intensidade da crise
Classificação pela gravidade / paciente
sem tratamento de manutenção
Classificação de acordo com nível de
controle
Classificação pelo fenótipo
Classificação pela gravidade
Intermitente
Persistente
leve
Persistente
moderada
Persistente
grave
Sintomas < 1xsem
Sint > 1x sem
Sintomas diários
Sintomas diários
Exacerbação de
curta duração
Exacerbações
afetam atividade
e sono
Exacerbações
afetar atividade e
sono
Exacerbações
frequentes
Sint. noturnos <
2x/mês
Sint. noturnos >
2x/mês
Sint noturnos > 1
x/sem
Sint. noturnos
frequentes
-
-
Uso diário de BD
p/ alívio
Limitação da
atividade física
VEF1 ou PFE
>= 80% prev
VEF1 ou PFE
60 a 80 % prev
VEF1 ou PFE
40 a 60% prev
< 40%VEF1 ou
PFE
Classificação de acordo com
nível de controle
Características
Controlada
Parcialmente
controlada
Não controlada
Sintomas
diurnos
Ausentes
(Menos 2x sem)
Mais que duas
vezes /sem
-
Limitação da
atividades
Ausentes
Qualquer
-
Sintomas
noturnos
Ausentes
Qualquer
-
Necessidade de
med resgate
Ausente
(Menos 2x sem)
Mais que duas
veses/semana
-
PFP
VEF1 ou PFE
Normal
< 80% previsto ou MV em qq dia
Exacerbação
Ausentes
Uma ou mais/ano
1 em qualquer
semana
Tratamento Escalonado da Asma
 Reduzir
Etapa 1
Etapas do tratamento
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Aumentar 
Etapa 5
Educação em asma, controle ambiental
B2-agonista de ação rápida se necessário
Opções de
controle
Selecione 1
Selecione 1
Adicione 1 ou
mais
BX dose CI
Baixa dose CI +
LABA
Média ou alta
dose CI + LABA
Antileucotrienos Média ou alta
dose CI
Baixa dose CI +
antileucotrienos
Baixa dose CI +
teofilina lib lenta
Adicione 1
ou ambos
Antileucotrienos
Teofilina de
liberação lenta
CTC oral –
dose bx
Anti IgE
Metas do manejo da Asma
Controle de asma
Obter
Reduzir
Controle atual
Riscos futuros
Definido por
Definido por
Limitações atuais
Riscos futuros
Gina 2006; NIH/NAEPP Expert Report No.3 2007;
ATS/ERS Task Force on Asthma Control & exacerbations 2008
Controle da Asma

Limitações atuais:
– Prevenção dos sintomas incômodos e
crônicos
– Necessidade reduzida de broncodilatador
de resgate
– Manutenção da função pulmonar normal
– Manutenção de níveis de atividades
normais
Controle da Asma

Riscos Futuros
– Prevenção das exacerbações
– Minimização das idas às emergências ou
hospitalizações
– Prevenção da perda da função pulmonar
– Prevenção da redução do crescimento
pulmonar
– Otimização da farmacoterapia com
mínimos ou nenhum efeito adverso
Recomendações



Pacientes com rinite persistente devem ser
avaliados quanto à asma.
Paciente com asma devem ser avaliados
quanto à rinite.
É estratégico combinar o tratamento das vias
aéreas superiores e inferiores para melhor
eficácia e tolerabilidade
Asma
Rinite
Os dois sempre juntos !
Obrigada
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