Tratamento para asma e rinite é ampliado Pacientes receberão medicamentos para essas doenças e protocolo vai orientar profissionais para o atendimento A asma é um problema de saúde que afeta entre 10% e 20% da população brasileira. Em 2004, 367 mil pessoas foram internadas por conta da doença, o que gerou gastos de R$ 123,2 milhões no Sistema Único de Saúde (SUS). Todos os anos, duas mil pessoas morrem vítimas de asma no Brasil. A rinite alérgica atinge entre 10% e 25% dos brasileiros e, freqüentemente, coexiste com a asma. Para ampliar o atendimento aos pacientes portadores desses dois problemas de saúde, desde 2004 o Ministério da Saúde tem aumentado os investimentos e, no segundo semestre de 2005, o governo porá em prática a Política Nacional de Atenção Integral a Pessoas com Doenças Respiratórias. Com a política, os portadores de asma leve e moderada e de rinite poderão ser atendidos nas unidades básicas de saúde e também terão acesso a medicamentos gratuitos. “Antes, todo o atendimento era feito nos hospitais e centro de referências. A partir da política, as pessoas poderão ser atendidas em unidades básicas antes da asma chegar a estágios mais graves”, explica a diretora do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Afra Suassuna. Essa iniciativa será acompanhada da capacitação de profissionais que trabalham nos municípios. O trabalho deles terá subsídios a partir de um protocolo clínico elaborado em parceria do Ministério da Saúde com universidades e com sociedades científicas brasileiras de Pneumologia e Tisiologia, de Pediatria, de Alergia, de Imunopatologia e de Asmáticos. O protocolo recebeu o título de “Asma e Rinite – Linhas de Conduta em Atenção Básica”. A expectativa é de que o documento esteja nas unidades de saúde até meados do segundo semestre de 2005. A publicação é parte da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Respiratórias. O protocolo traz informações importantes, como a definição das doenças, informações sobre os diagnósticos, classificação da gravidade, tratamento, atribuições dos profissionais das equipes de saúde e ainda referências bibliográficas para um estudo mais aprofundado do tema. Além disso, o investimento na nova política prevê a compra de remédios e aumenta a responsabilidade do governo federal na distribuição dos medicamentos. O Ministério da Saúde vai distribuir salbutamol e beclometasona inalatório para portadores de asma leve e moderada e beclometasona spray nasal para portadores de rinite. Os estados continuarão responsáveis pela aquisição e distribuição de medicamentos para portadores de asma grave. Em 2004, quando novas ações começaram a ser implantadas, foram gastos R$ 32,6 milhões em remédios, para atender a 4.606 municípios. Em 2005, o investimento será de R$ 37,1 milhões e todos os municípios brasileiros serão beneficiados. O que é Rinite? – Rinite alérgica é um termo médico que se refere à inflamação da membrana do nariz, causada por reações alérgicas. Normalmente surge na infância ou na juventude. Somente cerca de 30% dos pacientes desenvolvem os primeiros sintomas após os 30 anos. O fator de risco mais significante para desenvolver a rinite alérgica é a história familiar de alergia. Nenhum medicamento cura a rinite, eles controlam a doença. O paciente vive bem, mas ao parar a prevenção ou a medicação, os sintomas voltam. A prevenção é o que melhor existe para as rinites, especialmente a alérgica. Não entrar em contato com as substâncias que causam alergia é a melhor maneira de ficar sem os sintomas. Uma boa dica é fazer lavagens nasais com soro fisiológico ou soluções salinas vendidas em farmácias. Os principais sintomas da rinite alérgica são nariz entupido e escorrrendo, espirros em sucessão e coceira no nariz, nos olhos e no céu da boca. Os riscos da asma – Asma é uma doença crônica dos pulmões que se caracteriza por tosse, aperto e chiado no peito e falta de ar. Cerca de 70% das pessoas que sofrem da doença são portadoras de rinite. Também conhecida como "bronquite asmática" ou como "bronquite alérgica", a asma ataca os pulmões e causa inflamação crônica dos brônquios. As complicações da doença podem levar o paciente à morte. Durante uma crise de asma, o peito do doente começa a chiar e fica cada vez mais difícil conseguir respirar. O fôlego fica curto e o seu peito pode se contrair quando o ar não chega aos pulmões na quantidade necessária pelo corpo. O tratamento da doença está baseado no uso de medicamentos antiinflamatórios e broncodilatadores inalatórios. Entre as principais causas de morte por asma estão a baixa percepção da gravidade da doença, o que resulta em um tratamento retardado ou inadequado. O histórico familiar deve ser observado para se realizar a prevenção. “Precisamos evitar que uma asma leve ou moderada chegue ao estágio de gravidade”, afirma Afra Suassuna. Sintomas da crise grave de asma 1. Chiado que começa como um pequeno sibilo e aumenta até se tornar um barulho estridente a cada respiração. 2. Tosse que piora em minutos ou horas. 3. A pele do peito fica afundada – fenômeno chamado de retração. O peito pode parecer côncavo e as costelas aparecem a cada respiração. 4. A expiração é mais demorada que a inspiração. 5. A respiração fica mais rápida à medida que a pessoa tenta conseguir ar suficiente. 6. As unhas e os lábios ficam azulados (especialmente em crianças). 7. Ansiedade e inquietação repentinas (especialmente em crianças). 8. Fôlego curto.