FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA SAÚDE IBES - Instituto Brasileiro de Educação e Saúde Curso de licenciatura em Educação Física e Bacharelado em Nutrição BIOQUÍMICA Laila Cristina de Souza Santos Graduada em Biomedicina pela Faculdade Anhanguera de Anápolis E-mail: [email protected] Jussara-GO 2013 Bioquímica é a ciência que estuda os processos químicos que ocorrem nos organismos vivos. De maneira geral, ela consiste do estudo da estrutura e função metabólica de componentes celulares e virais, como proteínas (proteômica), enzimas (enzimologia), carboidratos, lipídios, áci dos nucléicos(biologia molecular) entre outros. PROTEINAS As Proteínas são compostos orgânicos bioquímicos, constituídos por um ou mais polipeptídeos tipicamente dobrada em uma forma globular ou fibrosa, facilitando uma função biológica. São compostos de alto peso molecular, sintetizadas pelos organismos vivos através da condensação de um grande número de moléculas de alfa-aminoácidos, através de ligações denominadas ligações peptídicas. São consideradas as macromoléculas mais importantes das células e, para muitos organismos, constituem quase 50% de suas massas. Uma proteína é um conjunto de no mínimo 20 aminoácidos, mas sabemos que uma proteína possui muito mais que essa quantidade, sendo os conjuntos menores denominados Polipeptídeos. As proteínas podem ter 4 tipos de estrutura dependendo do tipo de aminoácidos que possui, do tamanho da cadeia e da configuração espacial da cadeia polipeptídica. As estruturas são: Estrutura primária É dada pela sequência de aminoácidos ao longo da cadeia polipeptídica. É o nível estrutural mais simples e mais importante, pois dele deriva todo o arranjo espacial da molécula. São específicas para cada proteína, sendo, geralmente, determinadas geneticamente. A estrutura primária da proteína resulta em uma longa cadeia de aminoácidos, com uma extremidade "amino terminal" e uma extremidade "carboxi terminal". Sua estrutura é somente a sequência dos aminoácidos, sem se preocupar com a orientação espacial da molécula. Suas ligações são ligações peptídicas e ligações dissulfureto. Estrutura secundária É dada pelo arranjo espacial de aminoácidos próximos entre si na sequência primária da proteína. Ocorre graças à possibilidade de rotação das ligações entre os carbonos alfa dos aminoácidos e os seus grupos amina e carboxilo. O arranjo secundário de uma cadeia polipeptídica pode ocorrer de forma regular; isso acontece quando os ângulos das ligações entre carbonos alfa e seus ligantes são iguais e se repetem ao longo de um segmento da molécula. A cadeia polipeptídica pode interagir consigo mesma de dois modos principais: pela formação das alfa-hélices e das folhas-beta. Além destas existem estruturas que não são nem hélices nem folhas chamadas laços (loops). alfa-hélice: presente na estrutura secundária dos níveis de organização das proteínas. São estruturas cilindricas estabilizadas por pontes de hidrogénio entre aminoácidos. As cadeias laterais dos aminoácidos encontram-se viradas para fora. Existem várias formas de como as hélice alfa podem organizar-se. Na alfa-hélice a espinha dorsal polipeptídica é torcida em uma hélice virada à direita. folha-beta: padrão estrutural encontrado em várias proteínas, nas quais regiões vizinhas da cadeia polipeptídica associam-se por meio de ligações de hidrogénio, resultando em uma estrutura achatada e rígida. Esta é também uma estrutura estável na qual os grupos polares da cadeia polipeptídica associam-se por meio de ligações de hidrogénio um ao outro. laços: Laços são secções da sequência que se ligam aos outros dois tipos de estrutura secundária. Em contraste com hélices e folhas, que formam o núcleo da proteína, loops não são estruturas regulares e ficam fora da proteína dobrada. Estrutura terciária Resulta do enrolamento da hélice ou da folha pregueada, sendo estabilizada por pontes de hidrogênio e ligações dissulfureto. Esta estrutura confere a atividade biológica às proteicas. Ela descreve a conformação da proteína inteira. A estrutura terciária descreve o dobramento final de uma cadeia, por interações de regiões com estrutura regular ou de regiões sem estrutura definida, podendo haver interações de segmentos distantes de estrutura primaria, por ligações não covalentes. Enquanto a estrutura secundária é determinada pelo relacionamento estrutural de curta distância, a terciária é caracterizada pelas interações de longa distância entre aminoácidos, denominadas interações hidrofóbicas, pelas interações eletrostáticas, pontes de hidrogênio e de sulfeto. Todas têm seqüências de aminoácidos diferentes, refletindo estruturas e funções diferentes. Efetua interações locais entre os aminoácidos que ficam próximos uns dos outros. Estrutura quaternária Algumas proteínas podem ter duas ou mais cadeias polipeptídicas. Essa transformação das proteínas em estruturas tridimensionais é a estrutura quaternária, que são guiadas e estabilizadas pelas mesmas interações da terciária.A junção de cadeias polipeptídicas pode produzir diferentes funções para os compostos. Um dos principais exemplos de estrutura quaternária é a hemoglobina. Sua estrutura é formada por quatro cadeias polipeptídicas. ENZIMAS Enzimas são catalisadores biológicos capazes de aumentar a velocidade de reações não catalisadas da ordem de 106 a 1011. Exceto para uma classe de ácidos ribonucléicos catalíticos (RNAs) chamados riboenzimas, todas as enzimas são proteínas. Sua alta especificidade pelo substrato garante a catálise da reação desejada ao mesmo tempo em que reduz efeitos colaterais. As enzimas não são modificadas pelas reações que catalisam, apesar de poderem ficar temporariamente alteradas durante a reação. Atividade enzimática As enzimas convertem uma substância, chamada de substrato, noutra denominada produto, e são extremamente específicas para a reação que catalisam. Isso significa que, em geral, uma enzima catalisa um e só um tipo de reação química. Consequentemente, o tipo de enzimas encontradas numa célula determina o tipo de metabolismo que a célula efetua. A velocidade da reação catalisada por uma enzima é aumentada devido ao abaixamento da energia de ativação necessária para converter o substrato no produto. O aceleramento da reação pode ser da ordem dos milhões de vezes: por exemplo, a enzima orotidina-5'-fosfato descarboxilase diminui o tempo da reação por ela catalisada de 78 milhões de anos para 25 milissegundos. Como são catalisadores, as enzimas não são consumidas na reação e não alteram o equilíbrio químico dela. A atividade enzimática pode depender da presença de determinadas moléculas, genericamente chamadas cofatores. A natureza química dos cofatores é muito variável, mais ions metálicos (como podendo o ferro), ou ser, por exemplo, uma molécula um ou orgânica (como a vitamina B12). Estes cofatores podem participar ou não diretamente na reação enzimática. Determinadas substâncias, podem inibir a atividade de algumas enzimas, diminuindo-a ou eliminando-a totalmente; são os chamados inibidores enzimáticos. Pelo fato de serem proteínas com estrutura terciária ou quaternária, os enzimas são dotadas de dobramentos tridimensionais em suas cadeias polipeptídicas, o que lhes confere uma forma característica e exclusiva. Assim, diferentes enzimas têm diferentes formas e, portanto, diferentes papéis biológicos. Para que um enzima atue, é necessário que os substratos "se encaixem" na enzima. Esse "encaixe", porém, depende da forma, isto é, do "contorno" da enzima. Por isso, substratos que se "encaixam" em uma determinada enzima não se "encaixam" em outras diferentes, e a reação não ocorre; daí a especificidade das enzimas quanto aos substratos em que atuam. Uma vez ocorrido o "encaixe", forma-se o complexo enzima-substrato, que se assemelha ao sistema "chave-fechadura". O local da enzima onde o substrato se "encaixa" é denominado sítio ativo (ou centro ativo). No caso de substâncias que reagem entre si, sob a ação catalisadora das enzimas, a reação é facilitada, tornando-se mais rápida, pois a proximidade entre as moléculas "encaixadas" acelera o processo reativo; após a reação, a enzima desliga-se do substrato e permanece intacta. CARBOIDRATOS Carboidratos, também conhecidos como hidratos de carbono, glicídios, glucídeos, glúcidos, glúcides, sacarídeos ou açúcares, são as biomoléculas mais abundantes na natureza, constituídas principalmente por carbono, hidrogênio e oxigênio podendo apresentar nitrogênio, fósforo ou enxofre na sua composição. Dentre as diversas funções atribuídas aos carboidratos, a principal é a energética. Também atuam como elementos estruturais e de proteção na parede celular das bactérias, fungos e vegetais, bem como em tecidos conjuntivos e envoltório celular de animais. Agem como lubrificantes das articulações esqueléticas e fornecem coesão entre as células. Podem funcionar como sinalizadores celulares. Alguns carboidratos, como a ribose e a desoxirribose, fazem parte da estrutura de nucleotídeos e dos ácidos nucleicos. Conforme o tamanho, os carboidratos podem ser classificados em monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Monossacarídeos Os monossacarídeos são carboidratos com reduzido número de átomos de carbono em sua molécula. O "n" da fórmula geral (CnH2nOn) pode variar de 3 a 7 (trioses, tetroses, pentoses,hexoses e heptoses), sendo os mais importantes as pentoses (C5H10O5) e as hexoses (C6H12O6). São relativamente pequenos, solúveis em água e não sofrem hidrólise. Carboidrato Importância biológica Gliceraldeído Composto Trioses intermediário da glicólise (C3H6O3) Diidroxiacetona Participa da glicólise e do ciclo de Calvin. Ribose Matéria-prima para a síntese de ácido ribonucleico (RNA). Pentoses (C5H10O5) Desoxirribose Matéria-prima para a síntese (C5H10O4) de ácido desoxirribonucleico (DNA). Glicose Molécula mais utilizada pelas células para a obtenção de energia. Hexoses (C6H12O6) Frutose Função energética. Galactose Constitui a lactose do Função energética. leite. Oligossacarídeos Os Oligossacarídeos são carboidratos resultantes da união de duas a dez moléculas de monossacarídeos. A ligação entre os monossacarídeos ocorre por meio de ligação glicosídica, formada pela perda de uma molécula de água. O grupo mais importante dos oligossacarídeos são os dissacarídeos, formados pela união de apenas dois monossacarídeos.[4] Quando são constituídos por três moléculas de monossacarídeos, recebem o nome de trissacarídeos. Os oligossacarídeos são solúveis em água, mas como não são carboidratos simples como os monossacarídeos, necessitam ser quebrados na digestão para que sejam aproveitados pelos organismos como fonte de energia. Carboidrato Monossacarídeos Importância constituintes biológica Abundante na cana- Sacarose glicose + frutose de-açúcar e beterraba. Função energética. Lactose glicose + galactose Encontrada no leite. Função energética. Dissacarídeos Encontrada alguns Maltose glicose + glicose em vegetais, provém também da digestão do amido pelos animais. Função energética. Encontrada principalmente nas leguminosas, Trissacarídeos Rafinose glicose + frutose + não é digerida pelos galactose seres humanos. Função energética. Polissacarídeos Os polissacarídeos são carboidratos grandes, às vezes ramificados, formados pela união de mais de dez monossacarídeos ligados em cadeia, constituindo, assim, um polímero de monossacarídeos, geralmente de hexoses. São insolúveis em água e, portanto, não alteram o equilíbrio osmótico das células. Os polissacarídeos possuem duas funções biológicas principais, como forma armazenadora de combustível e como elementos estruturais. Carboidrato Monossacarídeos Importância constituintes biológica Armazenado no amiloplasto de raízes do tipo tuberosa (mandioca, batata doce, cará), Amido ≈1.400 glicoses caules do tipo tubérculo (batatinha), frutos e sementes. Principal reserva energética dos vegetais. Armazenado Polissacarídeos fígado e no nos músculos. Principal ≈30.000 glicoses Glicogênio reserva de energética animais e fungos. Função estrutural na célula vegetal, ≈1.000 glicoses Celulose como um componente da parede celular. Constitui exoesqueleto Quitina o dos artrópodes e está presente na parede celular dos fungos. Observação: existem outros tipos de polissacarídeos denominados hetropolissacarídeos que originam, por hidrólise, vários tipos diferentes de monossacarídeos. Como por exemplo, o ácido hialurônico, condroitinsulfato e a heparina. Função Energética: constituem a primeira e principal substância a ser convertida em energia calorífica nas células, sob a forma de ATP. Nas plantas, o carboidrato é armazenado como amido nosamiloplastos; nos animais, é armazenado no fígado e nos músculos como glicogênio. É o principal combustível utilizado pelas células no processo respiratório a partir do qual se obtém energia para ser gasta no trabalho celular.[5] Estrutural: determinados carboidratos proporcionam rigidez, consistência e elasticidade a algumas células. A pectina, a hemicelulose e a celulose compõem a parede celular dos vegetais.[5]A quitina forma o exoesqueleto dos artrópodes. Os ácidos nucléicos apresentam carboidratos, como a ribose e a desoxirribose, em sua estrutura. Entram na constituição de determinadas estruturas celulares funcionando como reforço ou como elemento de revestimento. De forma geral, os carboidratos desempenham um papel extremamente importante em nosso organismo, pois é através deles que nossas células obtêm energia para realizar suas funções metabólicas (movimentos). LIPIDIOS Lipídios, lipídeos, lípides ou lípidos são biomoléculas compostas por carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), fisicamente caracterizadas por serem insolúveis em água, e solúveis em solventes orgânicos, como o álcool, benzina, éter, clorofórmio e acetona. Fonte energética Fornecem mais energia que os carboidratos, porém estes são preferencialmente utilizados pela célula. Toda vez que a célula eucarionte necessita de uma substância energética, ela vai optar pelo uso imediato de uma glicose, para depois consumir os lipídeos. Estrutural Os fosfolipídios são os principais componentes das membranas celulares. Isolante térmico Auxiliam na manutenção da temperatura do corpo, por meios de uma camada de tecido denominado hipoderme, a qual protege o indivíduo contra as variações de temperatura mantendo a homeostasia corpórea. Proteção mecânica A gordura age como suporte mecânico para certos órgãos internos e sob a pele de aves e mamíferos, protegendo-os contra choques e traumatismos. NUTRIÇÃO Nutrientes e Requerimentos Energéticos Os requerimentos dietéticos por proteínas, vitaminas, minerais e oligoelementos são especificados em termos da dieta diária recomendada (DDR). A DDR representa uma ingestão dietética ideal de nutrientes que manterão uma população saudável. A DDR varia com idade, sexo, peso corporal e estado fisiológico; ela aumenta durante a gestação e lactação, bem como durante a infância. Taxa Metabólica Basal A taxa metabólica basal (BMR) é a taxa despendida por uma pessoa em repouso para eliminar os efeitos variáveis da atividade física. A BMR responde por aproximadamente 60 % do consumo diário de energia. Assim, isto inclui a energia usada para homeostasia celular do corpo normal, função cardíaca, cerebral e outras funções nervosas, e assim por diante. Ela está relacionada com o peso corporal pelo seguinte cálculo: BMR(Cal/d) = 24 X PESO CORPORAL (Kg) Um aumento passivo no gasto de energia ocorre durante a digestão dos alimentos. Isto é referido como efeito térmico ou, na literatura antiga, ação dinâmica específica dos alimentos; tal dispêndio responde por cerca de 105 do gasto energético diário. O Total de dispêndio energético diário é calculado a partir do conhecimento da BMR e um fatos de atividade física. O fator de atividade física é uma função do tipo de atividade para um indivíduo (i.é., 1,3 para sedentário, 1,5 para a atividade moderada e 1,7 para atividade excessiva). Quando multiplicada pela BMR, obtém-se uma estimativa do dispêndio diário de energia. Exemplo: Uma pessoa com 220 Ib (220/2,2 = 100 kg) com dispêndio moderado de energia (i. é., um escriturário): BMR = 24 x 100 = 2.400 Kcal/dia Energia gasta = 2.400 x 1,5 = 3.600 kcal/dia Índice de Massa Corporal O índice de massa corporal (IMC) é usado como um índice de peso corporal saudável. Ele presume uma distribuição normal entre os tecidos adiposos e muscular e, desta forma, não seria apropriado para indivíduos musculosos, como os atletas. O IMC é calculado pela fórmula IMC (kg/m2) = peso em kg/ altura em m2 Valores de referência: Peso corporal saudável: IMC entre 20 e 25 Excesso de peso: IMC de 25 a 30 Obesidade: IMC de 30 a 40 Obesidade mórbida: IMC maiores que 40. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS Para eu os carboidratos da dieta sejam utilizados pelo corpo, eles devem ser convertidos, durante a digestão, até monossacarídeos. Além do amido, os outros principais carboidratos da dieta são os dissacarídeos lactose e sacarose, além do monossacarídeo frutose. Os monossacarídeos produzidos por digestão completa desses carboidratos dietéticos são a glicose, a galactose e a frutose. O processo digestivo começa com a amilase salivar, que cliva aleatoriamente, as ligações α-1,4 do amido. Embora a digestão pela amilase comece pela saliva, a alfa-amilase pancreática é mais importante para a digestão completa do amido (Figura 1). O amido é degradado, primeiramente, em maltose e isomaltose (contendo a ligação α-1,6 que não são digeridas pela amilase) As principais dissacaridases, localizadas na borda em escova do lúmen intestinal, são - Maltase – hidrolisa a maltose - Sacarose-isomaltase – hidrolisa a sacarose e isomaltose. - Lactase – hidrolisa a lactose Figura 1. Digestão da amilose e amilopectina pela α-amilase. Sempre que a lactose não é digerida, ela não é absorvida e passa pêra o intestino grosso. Aqui a lactose é atacada pela microbiota intestinal que promove sua fermentação, produzindo grande quantidade de CO2, hidrogênio, metano e ácidos orgânicos; este ultimo irrita os intestinos, aumentando sua motilidade. Todos esses produtos têm uma única via de saída. Assim, os sintomas que caracterizam a intolerância a lactose são aumento abdominal e flatulência e, em casos extremos, uma diarréia espumosa. A celulose e outros polissacarídeos de origem vegetariana com ligações β-1,4 não são digeridos por seres humanos devido a falta da enzima β-1,4 glicosidase. Eles constituem a parte fibrosa da dieta humana. Durante os estágios iniciais que se seguem a uma refeição, as concentrações de monossacarídeos nos fluidos intestinais podem exceder àquela do corpo; assim, o transporte de açúcar pode ser passivo e facilitado. Nos últimos estágios, e na maior parte do processo digestivo, o transporte de mossacarídeos do intestino para a corrente circulatória ocorre contra o gradiente de concentração; a absorção de carboidratos é, primariamente, um processo ativo. A glicose e galactose são transportadas por uma ATPase-Na+ do lúmen para as células epiteliais. Como as concentrações de glicose são estocadas nas células epiteliais, ela se move no sentido da corrente sanguínea por transporte passivo facilitado. A frutose, que normalmente não está presente em concentrações significativas no sangue, é transportada por difusão facilitada. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDIOS Os principais Lipídios da dieta são os triglicerídeos, colesterol e fosfolipídios. As fontes vegetais suprem as gorduras que são primariamente insaturadas, enquanto que as de origem animal são primariamente saturadas. - As gorduras saturadas são predominantes em óleos de coco, óleo de dendê, em laticínios e em gorduras animais. - As gorduras poliinsaturadas são predominantes em óleo de soja e de milho. - As gorduras monoinsaturadas estão enriquecidas no óleo de canola e no de oliva. A emulsificação dos lipídios pelos sais biliares aumenta a área de superfície das partículas lipídicas para a interação com as lípases intestinais e aumenta sua taxa de digestão. Há diversos tipos de lípases: - A α-lipase pancreática hidrolisa ligações ésteres nas posições 1 e 3 em triacilgliceróis. Os ácidos graxos livres (AGL) e 2-monoglicerídios, então, entram na célula da mucosa epitelial por difusão passiva. Um gradiente de concentração é mantiodo pela rápida ressíntese de triacilgliceróis na célula da mucosa (Figura 2). - A fosfolipase A2 hidrolisa o carbono-2 (β) do ácido graxo da lecitina, formando lisolecitina. - Os ésteres de colesterol são hidrolisados a colesterol mais ácidos graxos pela colesterol esterase. Figura 2. Digestão e absorção de lipídios da dieta e organização de quimiomícrons nascentes (novos). O colesterol e 2-monoglicerídeos são retificados e acondicionados em quilomícrons. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTEÍNAS Para que a proteína dietética possa ser utilizada pelo organizmo, ela deve ser hidrolisada até aminoácidos para sua absorção. Este processo começa no estômago e é ajudado pelo baixo pH. Embora a acidez do estomago não seja suficientemente concentrada para hidrolizar as proteínas, é ele quem promove sua desnaturação, permitindo maior facilidade de acesso pela enzima proteolítica pepsina. Esta possui uma ampla especificidade, mas age, preferencialmente, sobre ligações peptídicas de aminoácidos aromáticos, como leucina e metionina, para gerar pequenos peptídeos, mas relativamente poucos aminoácidos livres. No intesteino delgado, a acidez gástrica é neutralizada pelo suco pancreático, que é rico em bicarbonato, e a digetão péptica é, posteriormente, hidrolisada pelas proteases alcalinas pancreáticas – tripsina e quimotripsina – e peptidases para liberar aminoácidos livres. A tripisina promove clivagem no lado carboxil da arginina e lisina, enquanto a quimiotripsina cliva no lado carboxil dos aminoácidos aromáticos. A peptidase do tipo carboxipeptidase A é uma exopeptidase que remove aminoácidos, um de cada vez, do terminal carboxil de um peptídio. A absorção de aminoácidos do lúmen intestinal e sua liberação para a circulação porta dependem de gasto de energia. Bibliografia Pelley, John W., Bioquímica / John W. Pelley; [tradutores Antonio Cláudio Mendes Ribeiro e outros] – Rio de Janeiro : Elsevier, 2007.