UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MARKETING DE RELACIONAMENTONO ATENDIMENTO AO CLIENTE Sandra Regina dos Santos Autora Profº Marcos Laroza Orientador Rio de Janeiro Janeiro 2007 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MARKETING DE RELACIONAMENTOATENDIMENTO AO CLIENTE OBJETIVO: Trabalho monográfico apresentado como requisito par o grau de especialista em Marketing. 3 AGRADECIMENTO Agradeço a Deus por ter me dado forças para não desistir da caminhada. Aos meus pais pelo seu amor, incentivo e paciência ao longo desse trabalho. Às minhas irmãs Carmen e Tatiana, pelo amor e apoio que me dedicaram nesse momento da minha vida. Ao meu líder Pr. Carlos Roberto Martins, pela amizade, pelo interesse, dedicação e contribuição nesse trabalho. E os meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que, direta ou indiretamente contribuíram para que este trabalho fosse concluído. 4 DEDICATÓRIA Dedico este monografia a meu irmão, amigo, líder André Fortes pela ajuda na escolha do tema e do seu espírito inovador e empreendedor na tarefa de multiplicar seus conhecimentos, excelência. sempre em busca da 5 RESUMO O marketing como conhecemos está perdendo espaço no contexto de mudanças que o mundo vem presenciando nos últimos anos. As velhas regras de identificação e satisfação das necessidades dos clientes já não se aplicam mais. É o momento para utilização de novas técnicas e oportunidades que o marketing de relacionamento pode oferecer. O marketing tradicional lida com segmentos de mercado. O marketing de relacionamento concentra-se no cliente individual, naqueles que recebem e proporcionam o máximo de valor. O cliente interno possui as mesmas necessidades do cliente externo e até pouco tempo atrás não eram reconhecidos. Esse estudo apresenta a relação existente entre o Marketing de relacionamento e o Endomarketing identificando os benefícios que as organizações obtêm através de estratégias para alcançar a excelência no atendimento ao cliente e a influência que ambos exercem na satisfação dos clientes interno e externo. Promover o relacionamento com os clientes deve fazer parte da cultura e missão das empresas, pois acredita-se que a competitividade em marketing depende fundamentalmente da qualidade e da intensidade do relacionamento da empresa com os consumidores. 6 METODOLOGIA Foram utilizadas neste monografia pesquisas bibliográficas e informações retiradas de livros. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I- Endomarketing – Atendimento ao Cliente Interno 10 CAPÍTULO II- Conceito de Marketing 18 CAPÍTULO III- Marketing de Relacionamento: Conceito e Abordagem 24 CAPÍTULO IV- Marketing de Relacionamento : Estratégias Utilizadas Para a Fidelização de Clientes 35 CAPÍTULO V - Marketing de Relacionamento : No Apoio a Gestão Empresarial 46 CONCLUSÃO 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 56 8 INTRODUÇÃO Um dos conceitos básicos do Marketing é o relacionamento de confiança entre o prestador de serviço ou fornecedor e os clientes buscando obter uma maior parceira e consequentemente uma maior fidelidade. Atualmente, alta qualidade e bom serviço são os fatores-chave para o sucesso num ambiente competitivo. Isso é conseqüência do fato de muitas empresas não terem possuído esses atributos no passado. Hoje, no entanto, qualidade e serviço são quase commodities. Sem qualidade elevada e bom serviço a empresa está fadada ao fracasso. Hoje, os dois atributos são rotineiramente esperados. As Empresas precisam aprender novas formas de concorrer que incluam capacidade para desenvolver produtos e construir um relacionamento mutuamente vantajoso com o cliente a longo prazo. Desde que o Marketing foi descoberto, ele tornou-se a principal alavanca para o crescimento dos negócios sem larga escala e de suma importância na criação e comercialização de produtos e serviços. Os reflexos sobre a produção industrial foram diretos e imediatos. O setor cresceu e o resultado disso influenciou diretamente no lucro das empresas. O mesmo movimento parece acontecer em relação ao endomarketing, área diretamente ligada à comunicação interna, que alia técnicas de marketing e conceitos de Recursos Humanos e que, atualmente, é considerada de suma importância para o sucesso dos negócios. Neste sentido, questiona-se: como podemos alcançar a excelência no atendimento ao cliente através do Marketing de Relacionamento? O objetivo desta pesquisa é demonstrar que a fidelização deve ser um compromisso de toda empresa. Promover o relacionamento com os clientes deve fazer parte da cultura e missão das empresas, pois acredita-se que a competitividade em marketing depende fundamentalmente da qualidade e da intensidade do relacionamento da empresa com os consumidores. 9 O estudo se justifica, pois a tônica do mercado em um futuro próximo está voltada aos serviços oferecidos, isso porque produtos são lançados e aperfeiçoados constantemente, com inúmeras marcas e variações de preços, o que ressalta ainda mais a importância do atendimento, pois é por este que surgirão os diferenciais, os aspectos positivos que tornarão os consumidores fiéis a uma determinada empresa. Por isso, oferecer mais do que o esperado, surpreender, é extremamente importante para que as diferenciações sejam notadas e para que os clientes tornem-se cada vez mais propensos a adquirir os produtos de uma determinada empresa. Assim, acredita-se que este estudo será relevante para pessoas estabelecidas no mundo dos negócios, bem como para acadêmicos e docentes dos cursos de graduação e Pós-Graduação em Administração e Marketing. O Capítulo I aborda as principais características do Endomarketing, bem como recursos utilizados. O Capítulo II situa a ferramenta dentro do contexto de marketing. O Capítulo III relata o conceito e abordagem de Marketing de Relacionamento. O Capítulo IV apresenta as Estratégias utilizadas para a fidelização de clientes. Por sua vez o Capítulo 5 revela o Marketing de Relacionamento no Apoio e Gestão Empresarial. 10 CAPÍTULO I ENDOMARKETING ATENDIMENTO AO CLIENTE INTERNO Estabelecidas os alicerces da atuação do Marketing como instrumento estimulante de trocas, e observando o conceito de marketing de relacionamento como ferramenta na excelência no atendimento ao cliente, não poderíamos deixar de mencionar uma atividade do marketing especificamente voltada para o meio interno empresarial: Endomarketing. O Endomaketing surgiu em meados da década de 1970, a partir da necessidade de se desenvolver alternativas para encantar os clientes internos das empresas, isto é, os colaboradores. Essa idéia fundamentou-se na consolidação da imagem corporativa para esses clientes, motivando-os ao trabalho. Em administração de marketing, Philip Kotler faz referências ao Endormaketing, enfatizando que não sentido prometer serviço excelente antes de os colaboradores da empresa estarem prontos para fornecê-lo. E define:”Endormaketing é a tarefa motivação de colaboradores de contratações acertadas, treinamento e hábeis que desejam atender bem os clientes”(KOTLER, 1984, p. 16). Ele é uma ferramenta responsável pela comunicação e transformação da imagem corporativa para os funcionários com essa ferramenta, as empresas podem se vender efetivamente aos seus colaboradores, divulgando sua estrutura, objetivos, metas, mensurando as suas expectativas, a fim de prover as melhores condições de clima e interação. Isso confere aos colaboradores uma posição de importância e diferencial, refletindo no atendimento ao cliente externo. A satisfação do cliente interno é de extrema relevância para a obtenção de resultados satisfatórios junto aos clientes externos. Não é mais novidade, porém satisfazer pessoas não se constitui em tarefa fácil à medida que todos têm expectativas, vontades, necessidades e perspectivas distintas. Essa realidade 11 não faz parte somente do ambiente externo ás empresas, mas também do ambiente interno, o que também não é novidade. Dizer que um colaborador é importante no contexto empresarial pode ser interessante e até motivador por alguns dias, porém, é preciso fazer com que o colaborador compre a idéia, reflita sobre a sua participação nos processos, ou seja, é necessário convencê-lo efetivamente que ele é importante, mas não para obter um sorriso momentâneo ou uma falsa expectativa, e sim, para que ele se veja como parte integrante de uma estrutura que agrega valor à empresa. A satisfação e motivação dos empregados é uma conquista do Endormaketing, isto prioriza comunicação e o relacionamento da empresa com seus colaboradores. Neste novo cenário de economia globalizada, as empresas estão em busca da Qualidade Total, as organizações têm demonstrado grande preocupação com a imagem como condição para a sua sobrevivência e sucesso. Por muito tempo as instituições preocuparam-se em valorizar a fachada da empresa , com intuito de passar uma boa impressão para com quem mantinham relações comerciais. Com o tempo essa ênfase foi se deslocando para o interior da instituição, fazendo com que a preocupação com a imagem perante os empregados também fosse priorizada. Acredita-se que tal modificação devese ao impacto causado pelos estudos sobre a Qualidade de Vida no Trabalho. No entanto, muito pouca coisa ainda estava sendo feita para melhorar a imagem da empresa junto a aqueles que nela trabalham. É fato que os clientes externos absorvem a imagem negativa organizações, seja através de contatos com telefonistas recepcionistas mal educadas, vendedores sem das indiferentes, diplomacia, em suma, empregados que não perdem a oportunidade de falar mal da empresa onde trabalham. Nos dias atuais as organizações estão em uma corrida acelerada em busca de um certificado das séries ISO, que lhes ateste a competência e a qualidade em produtos e serviços, entretanto, é importante ressaltar que não se atingirá a Qualidade Total enquanto a ênfase das organizações recair exclusivamente, 12 sobre produtos e serviços, deixando de lado quem os produz e/ou executa e os comercializa. O Endormaketing insere-se nesse contexto para trazer diferencial à empresa que o adota, favorecendo o alcance um de uma posição competitiva, ao mesmo tempo em que proporciona aos seus colaboradores melhores condições de qualidade de vida no trabalho e fora dele. O endormaketing pode ser considerado como uma ação gerenciada de marketing dirigida ao público interno, cujo o objetivo é facilitar e realizar trocas, construindo lealdade nos relacionamentos, compartilhando os objetivos empresariais, cativando e cultivando para harmonizar e fortalecer estas relações, influenciando diretamente na imagem corporativa da organização, na opinião dos clientes e no comportamento do consumidor. Atualmente, um número cada vez maior de empresas tem reconhecido a necessidade dos processos internos de endormaketing. O primeiro foco é sobre como desenvolver nos colaboradores uma conseqüência do cliente, por isso, antes de ser colocado no mercado, o produto ou serviço é vendido ao colaborador.O endormaketing surge como elemento de ligação entre o cliente, o produto e colaborador. E “vender” o produto para o colaborador passa a ser tão importante quanto o cliente externo. Significa torná-lo aliado ao negócio, responsável pelo sucesso da corporação e igualmente preocupado com o seu desempenho. 1.1 A IMPORTÂNCIA DO ENDOMARKETING Trata-se de uma necessidade imediata das empresas que desejam crescer, conquistar mercados, manter os índices que já possuem ou, simplesmente, garantir a sua sobrevivência nos próximos cinco anos. As empresas estão mais enxutas e globalizadas, terceirizando serviços e aplicando novos modelos de gestão. Há relações familiares novas, novos padrões de relacionamento, novos formatos de família; o próprio perfil do consumidor mudou, seu grau de exigência também. Muito do que acontece aproximação das diferentes culturas no mundo é decorrência da através de meios da 13 comunicação. O sistema de endomarketing deve ser implantado de forma planejada e organizada, a partir de uma política, diretriz, de recursos humanos e de uma visão de futuro condensada. Segundo Falconi. V. em Gerenciamento pela Diretrizes, 1994. Ele fala que “Não existe mais empresário desavisados da necessidade permanente de efetuar mudanças neste sentido, como forma de assegurar a sobrevivência de suas empresas”. Contudo, para que essa mudança em direção à competividade possa ser efetiva, alguns pontos devem ser observados: a) Entendimento de que o sistema de Endormaketing é centrado nas pessoas, sendo. Por conseguinte, importante: aprimorar o recrutamento e seleção, no sentido de se Ter na empresa um quadro mínimo, mas ótimo; investir de forma planejada, sistemática e contínua nos projetos de educação, treinamento e desenvovimento, objetivando transformar “melhores empregados os empregados no do mundo” naquilo que fazem; deter estes nos quadros da empresa, de tal forma que a empresa faça parte do projeto de vida de cada um; e investir em programas que criem condições para cada empregado ter orgulho de “sua empresa”, a ponto de lutar pelo seu futuro diante de qualquer dificuldade . b) Elaboração e implantação de programas de educação, treinamento e desenvolvimento, através do qual todos os empregados mudem a sua maneira de pensar. Vivemos um momento no qual o “homem” deve ser visto como elemento principal de todo e qualquer processo de mudança e de modernização empresarial, pois as mudanças, quando implementadas, esbarram em formas de trabalho tradicionais e conservadoras, capazes de desencadear um estresse organizacional que dificulta e impede o desenvolvimento pleno de qualquer atividade. O endomarketing é portanto, um processo que visa adequar a empresa ao atendimento do mercado, tornando-a mais competitiva a partir da integração de 14 seus funcionários à estrutura organizacional. Como sua característica preponderante está o objetivo de estabelecer, conforme Bekin (2004), um processo permanente de motivação do funcionário conferindo-lhe dignidade, responsabilidade e liberdade de iniciativa. Um programa de endomarketing bem feito é capaz de tornar o funcionário um ser comprometido com a nova postura da empresa e com a modernidade, cada um em sua área de atuação e por meio do seu trabalho. O endomarketing deve desenvolver nos funcionários uma consciência de que todas as suas ações devem voltar-se para a satisfação das necessidades dos clientes onde, segundo Bekin (2004), reside toda a sua importância “O departamento de marketing mantém-se com sua atividade especializada e seus especialistas, mas a mentalidade do marketing, seus valores e noções orientam a empresa em todos os níveis e atividades. Hoje, no Brasil, podemos ver empresários dispostos a vender ações a funcionários, dividir lucros, pagar prêmios e desenvolver os mais diversos programas de incentivos e de benefícios, na ânsia por uma maior produtividade. A grande verdade é que, hoje, existe um espaço bem menor entre os interesses dos empresários e das empregados. Até pouco tempo atrás, as duas partes encontravam-se separadamente e conversavam por meio de advogados nem sempre preparados para administrar o assunto e as discórdias dele decorrentes. A realidade nos mostra, hoje, um cenário em que empregados disputam entre si os postos de trabalho e as empresas protagonizam competições extremamente acirradas por uma fatia maior de um mesmo mercado. Quando nos depararmos com empresários tratando empregados como aliados, no combate aos seus concorrentes, podemos dizer que nunca, na história da humanidade, foram tão próximas as relações entre o empregado e o empregador. O empregador precisa desesperadamente de pessoas motivadas, transparentes e “de bem” com a empresa. O empregado precisa cada vez mais de empresários líderes, humanistas e idealistas, ambos necessitam de programas, técnicas e instrumentos de comunicação para manter e aprimorar 15 essa relação.As empresas brasileiras parecem já ter entendido que ambientes corporativos baseados no paternalismo, no favor, na desinformação e no desestímulo geram uma força de trabalho servil, triste e desunida. Hoje, apesar de toda a mediocridade de uma cultura em que o emprego era visto como um favor do capital ao trabalho, já tem no Brasil um grupo bastante grande de empresários e executivos que vêm construindo, a contribuição efetiva, o enfrentamento dos problemas, a busca de soluções, a pró-atividade e tantos outros fatores que determinam o sucesso de uma organização. Estamos, portanto, trocando o passado pelo futuro nas relações entre o empregador e o empregado. O que vemos, diante de nós, é um novo contrato onde os empresários prometem tratar seus funcionários como capital humano, oferecendo-lhes benefícios mais atraentes, sistemas de controle mais modernos, estímulos ao aumento da produtividade, ambiente flexível e saudável e, principalmente, acesso a todo e qualquer tipo de informação. A indústria, sem dúvida alguma, é o segmento da economia brasileira que está na frente dos demais em nível de comunicação interna, até porque foi o primeiro a sofrer com negociações sindicais e com a necessidade de uma mudança da mentalidade interna, uma vez que, no passado, o número de empregados era maior e o foco estava localizado no produto. Hoje, a indústria está quase que completamente automatizada e o foco está na satisfação do cliente (Brum, 1998). Nesse segmento, a transparência dos processos e da comunicação tem ocupado um lugar de destaque, utilizando-se dos mais diversos tipos de instrumentos e de uma linguagem capaz de atingir desde o mais simples funcionário até o executivo mais disputado do mercado. As empresas que estão conseguindo percorrer esse caminho, certamente, possuem bem mais do que boas intenções. É preciso saber estabelecer canais de comunicação com o público interno, educando-o para os objetivos propostos e atingindo o seu coração. A maioria das pessoas dedica ao trabalho apenas 25% da sua capacidade. Os outros 75% representam a falta de engajamento e a falta 16 de motivação. Existem muitas formas de se motivar funcionários, como, por exemplo, reconhecer publicamente um trabalho bem-feito, verificar se o funcionário possui as melhores ferramentas para realizar o trabalho que lhe foi atribuído, usar o desempenho como base para uma promoção, enfatizar o compromisso da empresa com a manutenção do emprego, proporcionar a participação nos lucros e, até mesmo, remunerar as pessoas de forma competitiva, ou seja, em função do talento de cada um. No entanto, muitas das decisões acima podem representar custos para a empresa ou estarem em desacordo com a sua política de gestão. Neste caso, a motivação torna-se decorrente de procedimentos bem mais simples, como dar aos funcionários as informações necessárias para a realização de um bom trabalho, cumprimenta-lo pessoalmente por uma tarefa bem feita, enviar-lhe uma mensagem escrita elogiando o seu desempenho, solicitar suas idéias, mostrando o quanto são importantes para empresa, envolve-lo nas questões e decisões relacionadas com o seu trabalho e com a sua área de atuação etc. Tudo o que é feito no sentido de uma maior aproximação empresa/funcionário, do programa mais sofisticado à ação mais simples, está inserido no contexto do endomarketing. Da mesma forma que atitudes contrárias, como não fazer elogios, não fornecer informações sobre o negócio, usar de ameaças e coações para que uma tarefa seja realizada, tratar os funcionários de forma burocrática e não como pessoas, são técnicas de afastamento empresa/funcionário e prejudicam qualquer programa de gestão. O mérito da empresa deve estar em descobrir com os próprios funcionários sobre aquilo que os motiva. A motivação requer um alimento sem o qual ela não acontece: a informação. Sem informação coerente, clara, verdadeira, lógica, centrada e bem trabalhada, não existem funcionários motivados, por maiores que sejam os benefícios e incentivos. A informação é o produto da comunicação interna e a maior estratégia de aproximação funcionário/empresa. Motivar funcionários tornou-se uma grande indústria de fitas, filmes, palestras, seminários, consultorias, assessorias e outros tipos de abordagens e 17 orientações.Portanto, o dinheiro pode ser um excelente fator de motivação, mas não é tudo. É da informação o papel principal nesse processo. Para alcançar o sucesso da empresa, é necessário manter um bom relacionamento com os clientes, antecipar suas necessidades, e etc. Como diz o Analista Eduardo Corcelli: “o dia que o cliente interno for encantado, com certeza o cliente externo também será”, “funcionário encantado produz feliz”. A partir daí reforçamos a idéia da necessidade de encantar o cliente. Reestruturar e qualificar a comunicação interna é caminho para satisfazer o cliente interno. Além disso, a organização pode reeducar os colaboradores, oferecendo-lhes conhecimento da visão, da missão e dos valores que ela defende. Some-se a isso, uma campanha de ações motivacionais e certamente, a empresa passará a contar com uma equipe disposta “a vestir a camisa” e pronta para alcançar as metas resultados do Endomarketing estabelecidas pela organização. Um dos é a motivação de funcionários que se tornam capazes e desejosos a atender bem os clientes de sus empresa. Conforme pesquisa do clima organizacional, deverão ser vistas as prioridades para não errar o alvo, com isso, “todas as atitudes que for de encontro com as necessidades do cliente interno, o deixará encantado...” (Analista Eduardo Corcelli). 18 CAPÍTULO II CONCEITO DE MARKETING A tecnologia está transformando as escolhas e as escolhas estão transformando o mercado. Como conseqüência, estamos testemunhando o surgimento de um novo paradigma do marketing - não um marketing do "Faça mais", que simplesmente aumenta o volume dos discursos de vendas do passado, mas um marketing baseado na experiência e no conhecimento que representa a morte definitiva do vendedor. Há várias décadas, havia empresas concentrando suas energias de vendas em modificar a mentalidade do cliente adaptando-a para seus produtos. Ofereciam lemas como "Você pode escolher qualquer cor, desde que seja preto". Com o desenvolvimento da tecnologia e o aumento da competição, algumas empresas se mostraram mais dispostas a atender as necessidades do clientes, passando a perguntar "De que cor você prefere?" Com tantas empresas oferecendo produtos, a fidelização do cliente seria uma tarefa muito dispendiosa utilizando os métodos convencionais de aumentar o pessoal de vendas ou aumentar o pessoal do marketing. A melhor opção torna-se estabelecer uma real interação empresa - cliente, onde o cliente fala de suas necessidades e assim ajuda a lançar os novos produtos. No passado, a noção de marketing poderia resumir-se em uma ligação do executivo-chefe para o HeadHunter onde dizia "Encontre um bom homem de marketing" ou seja, marketing era visto como uma função isolada na empresa, que estaria inclusive subordinada a outras funções. Este marketing era entendido como um conjunto de vários truques para iludir o cliente persuadindo-o a comprar os produtos daquela empresa. Hoje, o marketing não é uma função e sim uma forma de fazer negócios, e não está restrita a um departamento, todos dentro da empresa devem ter a consciência, desde a moça que serve o cafezinho até o mais alto executivo. 19 Às vezes deter o mercado significa amplia-lo, outras vezes, diminuí-lo. A Apple conseguiu fazer as duas coisas nos esforços de criar e deter o mercado. Se naquela época ela tivesse a mentalidade de fatia de mercado, teria lançado um computador dentro dos padrões do já gigante IBM, e ficaria sempre sujeito às vontades da IBM, mas ao invés disso, procurou um mercado que ainda não existia, encontrou o mercado de editoração eletrônica, criou micros específicos para isso. Uma vez dentro das empresas, qualquer outro passo seria mais fácil, então manteve contato e um bom relacionamento com seus clientes, avaliando quais eram suas maiores necessidades, e assim criou o primeiro sistema operacional baseado em gráficos e ícones, o principal diferencial de seu equipamento era a facilidade de manuseio. 2.1 Tecnologia Vende Tecnologia A tecnologia e marketing já foram considerados inimigos. A mesmice fria e impessoal da tecnologia e a peculiaridade humana do marketing pareciam estar em freqüentes brigas. Os computadores só tornariam o marketing menos pessoal; o marketing jamais aprenderia a apreciar a aparência e a essência dos computadores, banco de dados e o resto da parafernália de alta tecnologia. Na realidade o casamento entre tecnologia e o marketing alterou consideravelmente a relação entre a empresa e o cliente e o trabalho do vendedor. Os vendedores transformaram-se em consultores de marketing. Armados com seus notebooks possuem informações vitais para auxiliar as decisões dos clientes. 2.2 Novos Temas Para O Novo Marketing Atualmente as transformações são tantas e ocorrem tão rápido que os padrões e comportamentos estabelecidos no mercados já não são mais sustentáveis. A administração moderna defronta-se com tantas peculiaridades que às vezes a situação foge de seu controle. Algumas das coisas que acontecem nesta nova era competitiva: · A diversidade de produtos e serviços aumenta até em pequenos segmentos de mercado 20 · A competição mundial aumenta · Os mercados ficam tão segmentados que os nichos tornam-se soberanos · As distinções entre produtos ficam pouco nítidas · Os ciclos de vida dos produtos são acelerados · Os canais de distribuição estão em um fluxo constante. Embora ficar ao lado do cliente seja preeminente, os canais muitas vezes obscurecem o diálogo com o cliente · A mídia promocional tradicional amplifica o nível de barulho e não consegue comunicar mensagens claras. Reina a confusão · As organizações diminuem e se reestruturam, procurando novas formas de fazer negócios · Ambiente de negócios e o curso dos eventos competitivos são imprevisíveis · A previsão e as pesquisas não proporcionam um caminho de ação nítido. Marketing nada mais é do que o ato de conhecer o mercado de atuação de uma organização, para posteriormente oferecer, de forma inovadora e criativa, os produtos e serviços que esse mercado deseja, ou, como diz Raimar Richers, um famoso professor da área e reconhecido propagador do tema: “Marketing é entender e atender clientes”. Se marketing é algo tão simples, por que as pessoas utilizam o termo de forma equivocada, confundem e denigrem sua imagem? Por que os empresários não o utilizam para fazer suas organizações crescerem? Um primeiro ponto, é analisar as necessidades, desejos e demandas dos seres humanos. Em toda sua existência, o homem precisa de diferentes elementos para sobreviver, os quais são desde os mais vitais até os mais supérfluos, porém, que desenvolvem a necessidade humana em torno da satisfação básica. Os desejos são carências por satisfações específicas que 21 atendem às necessidades. Já as demandas, são desejos por produtos/serviços determinados, respaldados pela possibilidade de aquisição. Deste modo, os profissionais de marketing estão a todo momento analisando as vontades humanas, criando um desejo através de elementos fortes e influenciadores, para em conseqüência deste trabalho, gerar uma procura em torno daquilo que foi desenvolvido. O segundo ponto de análise está voltado ao produto. Este possui definição, como sendo algo desenvolvido para satisfazer uma necessidade ou desejo. Este produto pode ser subdividido em três níveis: bem físico (ex: restaurante: as refeições), serviço (ex.: restaurante: delivery) e uma idéia (ex.: restaurante: economia de tempo). Assim, estes três aspectos podem estar presentes em um único fator comercial, envolvendo o produto em uma fantástica gama de elementos que podem torná-lo essencial ao consumidor, ou apenas, um produto de compra sazonal. Por isso, as organizações devem estar atentas em não só vender o bem físico, mas sim os benefícios implícitos, que muitas vezes servirão de apoio no momento de decisão por parte do consumidor. As empresas que não praticam esta filosofia, podem ser classificadas como organizações que sofrem de miopia de marketing. Como a decisão dos consumidores é dada no momento em que estes deparam-se com os produtos e/ou serviços de sua necessidade, aqueles que possuírem o maior número de elementos que os beneficiem, é que levarão a sonhada vantagem competitiva. Deste modo, elementos como valor, custo e satisfação tornam-se essenciais para qualquer prática. O valor, é a estimativa de cada produto em satisfazer o seu conjunto de necessidades. O custo, por sua vez, está envolvido diretamente com a atmosfera financeira, já que servirá como influenciador diante da satisfação dos desejos e frente a uma relação direta de custos/benefício daquilo que está sendo ofertado. Assim sendo, os consumidores podem obter produtos de quatro maneiras diferenciadas: autoprodução. coerção, mendicância e troca, sendo nesta última que o marketing está baseado, pois este surge quando as pessoas decidem satisfazer suas necessidades através da troca. Este fator pode ser definido como: “o ato de obter um produto/serviço desejado de alguém, oferecendo algo em 22 contrapartida”, e para que ele possa existir, cinco condições básicas devem estar presentes e atuantes: mínimo de duas pessoas envolvidas, cada parte com algo a oferecer, capacidade de comunicação e entrega, livre arbitrariedade em aceitar ou rejeitar a oferta, e por fim, capacidade para se relacionar com outra pessoa. Com este último requisito, entramos no quinto elemento, o relacionamento. Este faz parte de uma idéia mais ampla do marketing, e merece destaque, pois engloba uma série de fatores. O Marketing de Relacionamento é a prática da construção de relações satisfatórias por um longo período entre partes-chave do processo – consumidores, fornecedores e distribuidores. Com a integração destas partes, é construída uma outra frente, denominada rede de marketing, que é formada por todos aqueles que possuem interesse em crescimento e desenvolvimento, os stakeholders. Este princípio operacional é simples: toda organização deve instituir uma boa rede de relacionamento junto aos seus stakeholders-chave e em conseqüência disso seus lucros serão bastante promissores. Com todos estes elementos, chegamos ao ponto de analisar o mercado. Este consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo. Com isso, podemos definir que o tamanho de um mercado para uma organização, pode ser medido através do número de prospects existentes, os quais formarão a demanda diante daquilo que está sendo oferecido. Devemos observar que este mercado é formado ciclicamente, pois os consumidores vendem sua força de trabalho em troca de dinheiro para pagar os bens e serviços que compram. Assim, nota-se que as economias de cada país consistem em complexos conjuntos de mercados inter-relacionados e unidos por inúmeros processos de troca, com o maior variação de clientes/consumidores. Por fim, este conjunto de clientes pode ser classificado em consumidores potenciais, ou seja, pessoas que o profissional de marketing identifica como sendo potencialmente dispostas/habilitadas a realizar a aquisição de seus bens/serviços através de um processo de troca. 23 Todas as organizações praticantes do marketing, estão a todo momento monitorando o mercado em busca de novas descobertas e nichos que possibilitem sua expansão e crescimento. Este acompanhamento tem forte incidência de elementos ambientais, que englobam análises demográficas, econômicas, político-legais e socioculturais, que fornecerão elementos de forte incidência no momento de decidir qual estratégia adotar. Assim, após entendermos todos os sete conceitos teóricos de marketing, nos tornamos capacitados para poder definir e entender exatamente o que vem a ser o marketing em sua essência: “Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros” – Philip Kotler. As atividades de marketing representam uma parte importante da despesa feita pelo consumidor ao adquirir o produto. A proporção depende de fatores diversos, como a margem de lucro de atacadistas ou varejistas, gastos promocionais, de armazenamento, transporte, etc. À medida que o marketing se difundiu, revelaram-se em sua evolução novas tendências, como por exemplo a compreensão dos canais de distribuição, ou seja, do número de intermediários entre produtor e consumidor. Por outro lado, a industrialização estimulou a diversificação nas atividades de marketing. O desenvolvimento dos meios de comunicação criou novos métodos de publicidade e promoção. Paralelamente à tendência para uniformização dos produtos, aumentaram os esforços dos produtores no sentido de atender as preferências individualizadas dos consumidores e confeccionar seus produtos com vistas a um segmento específico do mercado. 24 CAPÍTULO III MARKETING DE RELACIONAMENTO ABORDAGEM SOB A ÓTICA DO DESENVOLVIMENTO Clientes satisfeitos são clientes fiéis e garantem um fluxo de caixa contínuo no futuro. Segundo Reicheld e Sasser (1990), um aumento da fidelidade do cliente em 5% pode aumentar os lucros de um negócio em 100%, visto que clientes satisfeitos compram os produtos de uma empresa mais freqüentemente e em maior quantidade. De modo geral, clientes satisfeitos são menos sensíveis a preços e são propensos a gastar mais com produtos provados e testados. Os clientes avaliam a qualidade de um produto ou serviço segundo vários fatores e dimensões. Por exemplo, em um restaurante, sobremesa de graça pode trazer satisfação aos clientes. Já um presente surpresa, como flores para as senhoras no final do jantar, pode trazer uma satisfação mais que proporcional e ser um fator diferenciador em relação a outros restaurantes. Por outro lado, outros atributos não trazem satisfação mesmo se atingirmos um grau de perfeição. Este é o caso da limpeza em um restaurante. Se ela estiver abaixo de um determinado nível, os clientes ficarão insatisfeitos e não retornarão, porém excesso de limpeza não trará satisfação. Mas como podemos determinar quais atributos podem trazer satisfação superior? O Modelo Kano (KANO, 1984) faz distinção entre três tipos de atributos de produtos ou serviços que influenciam a satisfação do cliente: Atributos Obrigatórios. Atributos obrigatórios são os critérios básicos de um produto ou serviço. Se estes atributos não estiverem presentes ou não atingirem um nível de desempenho suficiente, os clientes ficarão extremamente insatisfeitos. Por outro lado, se estes atributos estiverem presentes ou são suficientes, eles não trazem satisfação. De fato, os clientes vêem estes atributos como pré-requisitos. Por exemplo, limpeza em um supermercado é vista como necessária pelos clientes. Se ela for insuficiente, trará insatisfação. Porém, se 25 presente, não trará satisfação. Os atributos obrigatórios geralmente não são exigidos explicitamente pelos clientes, pois eles os consideram como inerentes ao produto ou serviço. Atributos Unidimensionais. Quanto a estes atributos, a satisfação do cliente é proporcional ao nível de atendimento – quanto maior o nível de atendimento, maior será a satisfação do cliente e vice-versa. Por exemplo, a variedade de opções de produtos nas gôndolas dos supermercados pode ser considerado um atributo unidimensional. Quanto maior a variedade de produtos, maior a satisfação. Se a variedade for menor do que a ofertada pela concorrência, ocorre insatisfação nos clientes. Geralmente atributos unidimensionais são exigidos explicitamente pelos clientes. Atributos Atrativos. Estes atributos são chave para a satisfação do cliente. O atendimento destes atributos traz uma satisfação mais que proporcional, porém eles não trazem insatisfação se não forem atendidos. Por exemplo, a existência de prêmios e sorteios surpresa na hora do check-out pode trazer satisfação aos clientes. Já sua ausência não traz insatisfação. Atributos atrativos não são nem expressos explicitamente e nem esperados pelo cliente.Além destes três tipos diferentes de atributos, podemos identificar mais dois outros: Atributos neutros e reversos. Atributos neutros são aqueles cuja presença não traz satisfação e a sua ausência não traz insatisfação. São aqueles atributos que nunca ou apenas raramente são usados pelo cliente, ou que o cliente não sabe como poderia utilizá-los. Atributos reversos são aqueles cuja presença traz insatisfação. Por exemplo, para algumas pessoas, a presença de TVs em restaurantes não são bem-vindas. Para estes clientes a TV pode ser considerada um atributo reverso. Estudos aprofundados sobre a aplicação do Modelo Kano podem ser encontrados em Tontini (2000, 2003 a, b). Brown (1998, p.114), no estudo de caso da British Telecommunications (BT), relata que: [...] a empresa, por muitos anos, fez sucessivas alterações nos seus produtos para satisfazer os consumidores. Porém, com o aumento da competitividade, com as freqüentes inovações tecnológicas e as várias opções à 26 disposição dos consumidores, os clientes ficaram cada vez mais esclarecidos, passando a exigir muito mais pelo seu dinheiro. Desta forma, as expectativas tendem a aumentar e os consumidores tendem a se tornar mais exigentes e menos tolerantes. O fator humano e as relações humanas tornaram-se o principal diferencial de uma organização. Assim, no entender de Brown, o elemento “atendimento” – que é feito por pessoas, faz o diferencial e transforma consumidores meramente “satisfeitos” em “muito satisfeitos” ou “completamente satisfeitos”, gerando fidelidade. Pode-se dizer que é no elemento “atendimento” que a empresa tem mais oportunidade de oferecer atributos atrativos aos seus clientes. Hoje, empresas de sucesso rastreiam as expectativas dos seus clientes, investigam como o seu próprio desempenho é percebido, e monitoram a satisfação do cliente continuamente. Entretanto, Kotler (1998, p. 394) alerta que isto pode não ser suficiente se, por exemplo, uma empresa se sentir feliz por ter um índice de 90% de clientes satisfeitos, enquanto o concorrente pode ter um índice de 99% de clientes satisfeitos. Neste caso, mesmo com um alto índice de satisfação, a empresa pode estar perdendo clientes para a concorrência. Zülke (1991) considera a definição da estratégia de satisfação do cliente/consumidor como uma decisão da cúpula da empresa, mas considera também que é imprescindível que os funcionários da linha de frente, que interagem com o consumidor, tenham autoridade e respaldo para dar consistência à estratégia. O estudo de Brown (1998, p.115) sobre a satisfação dos clientes da British Telecommunications comprovou também que: [...] a fidelidade dos consumidores depende do nível de satisfação dos mesmos. Consumidores meramente “satisfeitos” não são clientes fiéis. Somente quando atingem o nível “muito satisfeito” o consumidor torna-se fiel. Isto só pode ser conseguido se as empresas agregarem a seus produtos e serviços atributos considerados atrativos pelos consumidores. 27 Da essência deste texto verifica-se que com o dinamismo do mercado, as inovações tecnológicas e a rápida disseminação das informações, os produtos e preços se tornaram cada vez mais equivalentes, restando para as empresas trabalharem então a variável “atendimento” para ofertar atributos atrativos, buscando assim a fidelização dos seus consumidores. Para que seja possível a uma empresa oferecer serviços atrativos aos seus consumidores, é necessário que ela conheça esses consumidores e acompanhe a evolução de suas necessidades continuamente. Isto pode ser efetuado através do Marketing de Relacionamento. Nos últimos anos, várias mudanças têm ocorrido com relação ao comportamento e exigências dos consumidores que se refletiram na administração de marketing, impulsionadas pelo “poder e pela disseminação onipresente da tecnologia”, obrigando as organizações a mudarem sua forma de atuação, com base em estratégias voltadas para o cliente, para conseguir acompanhar essa evolução. Essa nova forma obriga as organizações a passarem por transformações fundamentais de crenças e de valores (MCKENNA, 1999, p.1). O conceito de Marketing de Relacionamento é relativamente recente, e passou a receber maior importância a partir da década de 1990. Como todos os demais conceitos da área da administração este também surgiu de uma necessidade, imposta pelo mercado: a reformulação da relação empresa/consumidor. A disponibilidade de informação e a grande concorrência do mercado estão fazendo com que os consumidores assumam uma posição privilegiada no relacionamento de compra/venda. São eles que passam a determinar o significado de “valor” e assim controlar a relacionamento com a empresa. Segundo Vavra (1992) quando o mercado se abre para a concorrência, as empresas devem cortejar rapidamente seus clientes para eles permanecerem fiéis. Essas empresas expressaram uma nova disposição em modificar seu produto de modo a atender as exigências dos clientes, procurando estabelecer 28 uma real interação empresa-cliente, onde o cliente interage com a empresa, expondo suas necessidades e assim ajudando a empresa a lançar novos produtos. Nickels e Wood (2001) tratam o marketing de relacionamento como um processo de estabelecer e manter relacionamento de longo prazo mutuamente benéficos entre organizações e clientes, empregados e outros grupos de interesse, ou seja, enfatiza a continuidade nas transações de troca entre as partes, formando um elo de fortalecimento e compromisso entre a empresa e seus stakeholders. Kotler (1998) diz que o marketing de relacionamento é a prática da construção de relações satisfatórias no longo prazo com alguns atores chave – consumidores, fornecedores e distribuidores – para reter sua preferência e manter suas relações comerciais, afirmando ainda que as empresas inteligentes devem tentar desenvolver confiança e relacionamentos do tipo “ganha-ganha” com consumidores, distribuidores, revendedores e fornecedores. O resultado esperado com a prática do marketing de relacionamento é a construção de um ativo exclusivo da empresa chamado “rede de marketing”. Uma rede de marketing, segundo Kotler (1998), é formada pela empresa e todos os interessados que a apóiam: consumidores, fornecedores, funcionários, distribuidores, varejistas, agências de propaganda, cientistas universitários e outros com quem se estruturam, relacionamentos comerciais mutuamente rentáveis. Outro ponto a ressaltar é a importância e o reconhecimento, que as empresas passaram a dedicar a sua equipe de vendas. A chave para o sucesso e a conquista do cliente depende cada vez mais do poder de persuasão de um bom vendedor, por isso a empresa deve estar atenta: recompensar as “estrelas do atendimento”, promover constantemente cursos de aperfeiçoamento e/ou reciclagem, desenvolver políticas salariais e de carreira, incentivar o trabalho em equipe e valorizar a iniciativa individual são medidas necessárias para agregação de valor ao relacionamento. O marketing de relacionamento é baseado na premissa de que os clientes importantes precisam receber atenção contínua. Os vendedores que trabalham com clientes-chave 29 devem fazer mais do que visitas para recolhimento de pedidos, devendo também visitá-los em outras ocasiões, receber e fazer sugestões, ou seja, deve estar inserido na vida da empresa e dos clientes. Esse processo de interação continuada de pós-venda é uma parte muito importante do pós-marketing e é tão necessária quanto a venda, se uma organização deseja contar com oportunidades continuadas de negócios com o mesmo cliente no futuro (VAVRA, 1992). A nova forma de atuação caracteriza-se por maior diversidade de produtos e serviços, mercados segmentados, distinção pouco nítida entre produtos, ciclo de vida dos produtos acelerados, distribuição em fluxo constante, mídia tradicional incapaz de comunicar mensagens claras, reestruturação e diminuição de organizações e ambiente de negócios imprevisíveis. Isso exige uma nova abordagem de relacionamento com o cliente. Para McKenna (1999, p.105)”O marketing de relações é essencial ao desenvolvimento de liderança, fidelidade do consumidor e rápida aceitação de novos produtos e serviços no mercado. A criação de relações sólidas e duradouras é uma tarefa árdua, de difícil manutenção. Mas, acredita-se que, em um mundo onde o cliente tem tantas opções, mesmo em segmentos limitados, uma relação pessoal é a única forma de manter a fidelidade do cliente.” Disso decorre a percepção, pelas empresas, da importância da retenção de seus clientes ativos, face à concorrência cada vez mais acirrada, o que transforma em desafio a responsabilidade de reter o cliente ativo. Na verdade, novos clientes estão cada vez mais raros e difíceis. Surge, então, o conceito de marketing de relacionamento como uma alternativa ao marketing de massa. O objetivo desse novo paradigma é possibilitar à empresa tratar seus clientes individualmente e desenvolver com eles um relacionamento duradouro. Com o marketing de relacionamento forma-se, assim: [...] uma rede de marketing composta pela empresa e os stakeholders (consumidores, funcionários, fornecedores, distribuidores, varejista, agências de propaganda, cientistas universitários e outros), cuja principal tarefa seria a de criar forte lealdade dos consumidores (KOTLER, 1998, p.59). 30 Vários nomes são atribuídos aos programas de retenção de clientes, tais como: pós-marketing, marketing direto, marketing de relacionamento, marketing um a um, database marketing, entre outros. Esses nomes possuem basicamente o mesmo contexto ou princípio que é a retenção de clientes, o aumento do seu ciclo de compra na mesma empresa. O marketing de relacionamento apresenta retorno altamente compensador junto a clientes de vida longa, que envolvem altos custos de transação; clientes que pertencem à categoria dos compradores que escolhem quem possa lhes oferecer boa assistência técnica a longo prazo e que detenha o “estado da arte” em termos de tecnologia (KOTLER, 1998, p.610). É necessário que características e funções que frustrem o consumidor sejam eliminadas, para que o estabelecimento claro dos objetivos da empresa, com relação aos clientes, seja um processo de avaliação contínua. A compreensão de como os produtos e serviços oferecidos aos clientes são utilizados pode ser feita a partir de uma visão abrangente do comportamento do consumidor. As empresas sintonizadas com seu público-alvo se preocupam com questões relacionadas com sua qualidade de vida e demais assuntos de seu interesse. Dessa forma, pesquisadores estratégicos são aqueles que entendem o comportamento do consumidor e têm responsabilidade no processo de criação e entrega de valor da empresa, pois iniciativas mal orientadas provocam no cliente reações que põem em perigo a reputação de marketing de relacionamento, colocando em dúvida a viabilidade da disciplina de marketing como um todo. A breve abordagem teórica sobre o marketing de relacionamento exposta nos parágrafos anteriores permite identificar que os pré-requisitos para a construção do marketing de relacionamento, referem-se à identificação dos grupos de clientes mais lucrativos e dos fatores e grau de lealdade dos grupos de clientes-chave, considerando atitudes e comportamentos. 31 Para competir em mercados instáveis, as empresas necessitam de um posicionamento dinâmico, que procure integrar a empresa e o cliente. Ao contrário do posicionamento tradicional, o posicionamento dinâmico é um processo que compreende três dimensões: produto, mercado e a empresa. A primeira dimensão – do produto – refere-se a como a empresa deseja colocar seu produto no mercado competitivo, sendo aconselhável dar atenção especial a fatores intangíveis do posicionamento, que constituem a chave para a construção de relações com os consumidores (MCKENNA,1999, p.49). Na segunda dimensão – a do mercado –, o produto tem de ganhar o reconhecimento do mercado e a credibilidade junto aos consumidores como um produto “vencedor”. Para isso, as empresas necessitam conhecer e identificar os principais participantes da infra-estrutura do setor e trabalhar intimamente com eles. Na terceira dimensão, o estágio final do processo, as empresas têm de procurar um posicionamento para si mesmas. Esse posicionamento depende de seu sucesso financeiro, pois empresas com problemas financeiros são obrigadas a reconstruir sua posição no mercado, já que os consumidores relutam em comprar produtos de empresas com problemas (MCKENNA,1999, p.50). McKenna (1999, p.51) entende que o posicionamento dinâmico “traça uma linha comum em todas as partes da empresa, conectando-as ao mercado”. Assim, uma empresa que tenha boa imagem junto ao mercado poderá ter maior facilidade na seleção de seu pessoal e, com profissionais mais qualificados, poderá estar mais apta a enfrentar a concorrência. Há ainda outra vantagem, no âmbito financeiro, a respeito da maior facilidade de se fazer negociações, pois as instituições financeiras visam empresas com bom posicionamento financeiro. Para Raphel (1999, p.72), a construção da fidelidade do cliente deveria ser classificada em uma “escala de lealdade” com cinco estágios, de modo a incentivar o cliente a passar para o estágio seguinte até que atinja o nível de “divulgador” do negócio. Os cinco estágios, com suas respectivas características, são: 32 Cliente potencial - É aquele que pode conhecer seu negócio, mas nunca comprou nada de você. É necessário saber como atrair esse cliente a efetivar uma compra. Não quer dizer que o cliente está sempre em busca de variedade de produtos e preço. Ele deve ser cativado de maneira inteligente. Cliente pesquisado - É aquele que vai testar seu estabelecimento. A primeira impressão será decisiva para sua elevação ao estágio de cliente eventual. É necessário convencê-lo de que o valor agregado de seus produtos é mais relevante que o preço. Por meio de pesquisa realizada, constatou-se que a maioria dos clientes buscam confiança, não preço. O importante é saber como conquistar essa confiança desde o primeiro momento e torná-lo um divulgador de seu negócio. Cliente eventual - É aquele que compra de você por algum motivo – bons sentimentos, boa sensação, solução de problemas. Porém, se um cliente compra simplesmente porque encontrou um bom preço, se a relação com esse cliente não foi valorizada, você poderá perdê-lo amanhã para um concorrente que apresente preço menor. É necessário saber o que o cliente precisa e, para isso, é preciso ouvi-lo. Satisfazendo suas necessidades, você não só efetua uma venda, mas também conquista um cliente, que poderá tornar-se assíduo. Cliente assíduo - O cliente torna-se assíduo quando ele se sente importante. Para tal, é necessário uma dedicação ao cliente e saber surpreendê-lo. Dessa forma, tais clientes devem ser recompensados e tratados de maneira especial, sendo recompensados de forma diferente. Cliente divulgador - É aquele cliente satisfeito que recomenda seu produto ou serviço a outras pessoas, sendo capaz de testemunhar sobre o tratamento recebido. Porém, ao atingir esse nível, o cliente divulgador não deve ser esquecido. Mais do que nunca, deve ser bem tratado e recompensado, criando-se talvez programas de fidelidade e relacionamento constantes para que todo o trabalho não seja perdido (RAPHEL, 1999, p.72). Na busca do envolvimento e da lealdade dos clientes, surgiram diversas ferramentas e metodologias, com diferentes graus de sucesso. O que se observa é que esses programas, após iniciados, não devem ser interrompidos, pois podem despertar a sensação de se pertencer a um grupo e gerar, para as empresas, vantagens como a identificação dos clientes, a criação de promoções dirigidas, a comercialização de produtos e de serviços a um menor custo, a presença de fonte interna rápida e fácil de pesquisa de mercado, o incentivo à utilização do produto ou do serviço adquirido. 3.1 Serviços e o relacionamento com o cliente Atualmente, a prestação de serviços constitui uma dos principais responsáveis pela satisfação obtida pelo cliente pela utilidade de tempo, lugar e posse.Para Semenik e Bamossy (1995, p.605): 33 Os serviços freqüentemente podem representar a base da diferenciação seja através de disponibilidade de crediário, entrega, instalação, layaway (somente após o pagamento das parcelas é que o cliente retira o produto), alterações e vendedores. Assim, com o crescimento dos serviços, como elemento de diferenciação competitiva, os varejistas têm que optar entre se equiparar ou superar a capacidade de serviços dos concorrentes ou perder sua participação de mercado. Menezes e Ângelo (apud ÂNGELO e GIANGRANDE, 1995, p.67) destacam exemplos de serviços utilizados no varejo. São características que podem ser usadas para mensurar a qualidade de um serviço: Aceitação de cartões de crédito, entregas em domicílio, alteração de mercadoria, demonstração das mercadorias, embalagem das mercadorias, horário de funcionamento estendido, facilidades para cuidar de crianças, vestuário, facilidades para compradores com necessidades especiais (deficientes físicos, tradutores, entre outros), sinalização especial para identificação das mercadorias, crédito, áreas de recreação para crianças, demonstrações sobre como usar a mercadoria, recursos para clientes com necessidades especiais de produtos, salas de descanso, serviços de reparo, garantias, privilégios para clientes fiéis (MENEZES E ÂNGELO apud ÂNGELO E GIANGRANDE ,1995, p.67). O grande desafio de todo programa de fidelidade é, sem sombra de dúvidas, o gerenciamento do relacionamento com os clientes de forma diferenciada. Esta condição só é possível quando a empresa valoriza a manutenção da base de dados dos clientes ativos. Com estas observações é possível afirmar que a autonomia do gerenciamento do programa de relacionamento está intimamente relacionada com a identidade do negócio. À medida que a empresa do varejo resolva investir em um programa de fidelidade, a visão empresarial muda. Nesse momento, o programa passa a assumir o papel de coração do empreendimento. Vale destacar que a imagem da marca leva em consideração a percepção dos clientes. Para elevar o nível de fidelidade com a marca é necessário que a empresa estabeleça novas formas de relacionamento com os seus clientes fieis. É interessante perceber que o valor da fidelidade é sempre destacado. Para que este valor ganhe força é imprescindível que os clientes sejam identificados com critérios estabelecidos pela característica de cada negócio. Só assim é possível desenvolver programas de reconhecimento, premiando os mais fieis com 34 benefícios diferenciados. Este trabalho, segundo Ângelo (1999, p.66) “é um dos conceitos do "marketing intelligence", que visa direcionar os esforços com foco bem definido”. 35 CAPÍTULO IV MARKETING DE RELACIONAMENTO ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PARA A FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES Uma estratégia nunca pode ser resumida a um grupo de decisões e sua aplicação pelas pessoas da organização. Para Nickels e Wood (2001), existem três níveis de estratégia. A primeira delas, chamada estratégia de nível corporativo que estabelece a direção geral para toda a organização. A estratégia de nível de negócio que direciona a forma como um negócio, ou divisão, específicos serão administrados, e por fim, as estratégias de nível funcional, que possuem o escopo mais restrito, guiando as atividades de marketing, finanças e outras funções. O foco das estratégias das empresas deve estar sempre nos clientes. Quando as empresas adotam outro ponto de vista que não este, estão correndo um grande risco de desenvolver o que Theodore Levitt (1960) chamou de “miopia de marketing”. A miopia de marketing é uma expressão utilizada para apontar os caminhos errôneos da estratégia de uma empresa, na qual a organização tende a olhar apenas para a produção dos bens e serviços, deixando de lado a satisfação dos clientes. Ainda em seu livro, Levitt (1960) propõe a sustentação do marketing de relacionamento não como um “flerte passageiro”, mas, em vez disso, como um “casamento” de um cliente com a organização, onde cada parte possui expectativas distintas e necessidades específicas. Ao planejar uma estratégia para o marketing de relacionamentos, é necessário olhar além as simples transações. Uma estratégia eficaz deveria ser concebida para (1) atrair novos clientes e (2) conseguir fazer mais negócios com os clientes atuais, maximizando o valor de vida útil deles. A estratégia fornece a estrutura e o propósito que agrega todos os oito processos de marketing, e deve começar a se constituir a partir das necessidades dos clientes, de modo a definir as metas e objetivos organizacionais. 36 A definição dos objetivos estratégicos deve partir de uma série de análises ambientais, como propõe Nickels e Wood (2001) já no seu primeiro processo, e para este processo se encontra disponível uma série de ferramentas, tais como: a) Matriz das cinco forças (PORTER, 1986); b) Análise de SWOT: que é uma análise geral que busca identificar os pontos fortes (strengths), pontos fracos (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats); c) Matriz de crescimento-participação (Boston Consulting ou BCG). O único problema desse procedimento é o risco da empresa se preocupar demasiadamente com o mercado e se esquecer de buscar a vantagem competitiva na satisfação de necessidades e desejos dos seus consumidores. Para evitar esse problema a empresa deve unir essa análise de mercado ao processo de segmentação, onde irá definir “quem a empresa quer como cliente”, identificando o público-alvo, os formadores de opinião e definindo qual o posicionamento mais adequado da empresa/produto. Como resultado final do processo de administração de marketing a empresa deve buscar a construção de relacionamento com seus clientes, para tanto Nickels e Wood (2001, p. 31) enumeram os cinco princípios básicos do planejamento desta construção: a) Os relacionamentos se baseiam em comunicação aberta. Envolve fazer perguntas investigativas e sondagens, além de ser um bom ouvinte e mostrar interesse no que o outro tem a dizer; b) Os relacionamentos são construídos com base na confiança. A confiança é adquirida com o tempo e deve-se cumprir com as promessas feitas, prazos e assumir as responsabilidades; c) Os relacionamentos são reforçados quando as partes mantêm contato com os clientes, com o objetivo de identificar necessidades e desejos, visando desenvolver novos produtos e serviços; d) Os relacionamentos dependem de confiança e honestidade e comportamento ético. Qualquer indício que a empresa não está sendo correta e ética, com qualquer de seus públicos, irá enfraquecer os relacionamentos; e 37 e) Parceiros em um relacionamento mostram que se preocupam. Deve ser feito um esforço para mostra esta preocupação, recompensando até aqueles que são leais. Para McKenna (1993) a base essencial e mais importante para o desenvolvimento do marketing de relacionamento é o posicionamento. Isso se deve em função de que o processo de relacionamento tem seu início justamente calcado na figura do consumidor e o esforço do posicionamento tem início á partir desse ponto. São eles que irão analisar e comparar produtos e empresas, que definiram suas cadeias de hierarquia de valores, desejos e necessidades baseadas em seus conhecimentos empíricos e nas informações que recebem do meio onde estão inseridos, por isso a importância do posicionamento da empresa, é através dele que a empresa expõe ao mercado e aos seus clientes seus valores, seus conceitos, suas políticas e será por meio dele que o cliente definirá tomará suas decisões. Os consumidores passam a analisar e comparar produtos e empresas com relação aos concorrentes. Os consumidores definem uma hierarquia de valores, desejos e necessidades com base em dados empíricos, opiniões, referências obtidas através de propaganda de boca e experiências anteriores com produtos e serviços. Além disso, os clientes usam essas informações na tomada de decisões. Muitas empresas já perceberam isso e adotam como estratégia à de marketing a conquista de posições singulares no mercado, bem como para seus produtos e serviços. No centro de toda boa estratégia de marketing está inserida uma boa estratégia de posicionamento visto que a diferenciação não está mais relacionada ao serviço ou ao setor, mas sim na percepção e desejo dos consumidores. Isto significa que o marketing moderno “é uma batalha pela fidelidade do cliente” (McKENNA, 1993, p.45), e deve compreender mais do que a simples consciência de uma hierarquia de marcas e nomes de empresas. Demanda uma relação especial com o cliente e a infra-estrutura do mercado. As estratégias de marketing tradicionais tornaram-se inadequadas devido às mudanças constantes dos hábitos dos consumidores e por não considerar a tecnologia como fator crítico de sucesso. 38 Atualmente o mais importante é o desenvolvimento e a manutenção de boas relações com os clientes, pois as compras se repetem e as necessidades não se extinguem, impelindo o consumidor a repetir suas compras, levando-o a refletir suas experiências posicionamento dinâmico, anteriores ao no contrário seu do processo tradicional, de é decisão. um O processo multidimensional que compreende três etapas sobrepostas: posicionamento do produto, posicionamento no mercado e posicionamento da empresa, sempre havendo uma interação entre elas, influenciando-as. Na primeira etapa, a empresa tem que determinar como deseja colocar seu produto no mercado, como ele deverá ser percebido dentro do ambiente competitivo. Na segunda o produto tem que ganhar o reconhecimento do mercado e credibilidade junto ao consumidor. No posicionamento da empresa – o estágio final do processo – as empresas têm que posicionar não os seus produtos, mas a elas mesmas, e isso é feito principalmente através do sucesso financeiro. É importante lembrar que às vezes a posição da empresa pode ser estabelecida com base em apenas um ou dois produtos chave, chamados de ”bala de prata”, visto que são particularmente importantes nos negócios baseados em tecnologia. Segundo McKenna (1993, p.137) “se uma empresa escolher cuidadosamente suas balas de prata, e ganhar uma aceitação altamente visível por sua comercialização, poderá construir uma reputação sólida, mesmo se o resto de sua linha de produtos for medíocre”. O ideal, portanto, é que as empresas ofereçam um mix balanceado de produtos, desenvolvam as suas “balas de prata” a fim de construir uma imagem de liderança tecnológica, mas nunca se esqueçam de ampliarem sua linha de produtos, pois a estagnação pode levar a empresa a perder suas vantagens competitivas uma vez que as vantagens advindas do produto podem ser facilmente superadas pela concorrência. Autores como McKenna (1993) e Peppers e Rogers (1994) ressaltam a importância de selecionar os clientes, é claro que não se irá impedir alguém de ser cliente, mas os esforços no sentido de buscar a fidelização devem ser focalizados. No mercado business to business essa seleção de clientes pode ser feita pela probabilidade de crescimento e sucesso na próxima década, ou seja, empresas emergentes podem se tornar grandes clientes, principalmente por ainda 39 não terem suas estruturas tão consolidadas e restrita a novos produtos e fornecedores. No caso do business to costumer, esse processo é mais complexo e será guiado, na maioria das vezes, pelo volume de compras ou freqüência das mesmas e pelo poder que determinados clientes exercem em seus grupos de influência. Em ambos os casos existem alguns pressupostos para que o marketing de relacionamento possa se desenvolver, como por exemplo, o diálogo. É através do diálogo que as relações são construídas e os produtos concebidos, adaptados e aceitos. No novo marketing, comunicar-se com os clientes é fundamental e compreende tanto ouvir quanto falar. Ouvir opiniões, críticas e sugestões e saber expor os pontos de vista tanto do cliente quanto do empresário pode melhorar a relação, promovendo ganhos para ambos os lados. 4.1 Marketing one to one O mercado tem passado por diversas alterações nos últimos anos, a introdução da tecnologia da informação, a rápida melhora dos sistemas logísticos e a internacionalização de mercados e clientes tem gerado uma série de conflitos no processo de gestão empresarial. Essa nova conformação altamente dinâmica tem obrigado as organizações a reverem suas estratégias de manutenção das relações comercias e da competição, conduzindo a um novo padrão de medida de eficiência: enquanto a medida do sucesso dos programas de marketing tradicional é o aumento da participação no mercado medido por categoria de produto, uma de cada vez, os programas one to one têm seu sucesso medido em termos da participação do cliente medindo cliente a cliente. O marketing tradicional procura mais clientes para produtos específicos, enquanto o one to one, procura mais produtos e serviços para os seus clientes. A empresa que trabalha com o marketing tradicional gerencia produtos e seus executivos são remunerados pelas vendas trimestrais desses produtos, enquanto que a empresa one to one gerencia clientes e seus executivos são remunerados pelo desenvolvimento desses clientes ao longo do tempo até o seu valor esperado. 40 Para Peppers e Rogers (2001, p.10) “o processo de implementação de um programa de marketing one to one pode ser pensado como uma série de quatro passos básicos: identifique seus clientes; diferencie seus clientes; interaja com seus clientes; personalize”. Outro fator fundamental no marketing individualizado é a capacidade em identificar a ocorrência de eventos que determinam mudanças nas necessidades dos consumidores, participando, assim mais ativamente da vida de cada cliente. Até pouco tempo, a qualidade e a tecnologia eram fatores chaves que determinavam o sucesso de uma empresa, servindo de diferenciais entre os produtos. Atualmente essa concepção por si só não garante as possibilidades de sucesso, apesar de serem de extrema importância, não devem ser considerados primordiais. A essência do marketing one to one é tratar clientes diferentes de forma diferente pelo simples fato que os clientes são diferentes, e ignorar essas diferenças, não os torna todos iguais. (PEPPERS; ROGERS, 2001) Essa diferenciação deve ter como base o valor que o cliente tem para a organização e as diferentes necessidades que cada um apresenta nas distintas situações em que ele interage com a empresa. É importante tratar de forma especial os clientes especiais para desenvolver obstáculos que impeçam a mudanças e maximize a sua fidelidade, concentrando-se ao máximo nas suas vontades e necessidades, na busca de se o “dono” de suas preferências. Peppers e Rogers (2001, p.18) afirmam que “o ser humano é infiel por natureza, pelo menos como consumidor, sempre querendo experimentar novos serviços e produtos”, justamente por isso é importante tratar de forma especial os clientes especiais, de forma a desenvolver obstáculos que impeçam a mudança e maximize a fidelidade, o que irá impedir que um cliente troque de fornecedor é a inconveniência de mudar, ou seja, o custo de mudança. 4.2 Comportamento do consumidor A estratégia de relacionamento é o processo contínuo de identificação e criação de novos valores e o compartilhamento de seus benefícios com clientes 41 individuais durante um longo período de vida. Essas estratégias derivam os princípios de marketing que podem ser definidos como o processo de identificação e satisfação das necessidades do cliente de um modo competitivamente superior de forma a atingir os objetivos da organização. Segundo Berry (1992), tudo começou com a utilização da estratégia de valor, isto é, quanto um cliente é importante para a empresa e o quanto eles podem ganhar juntos. Dessa forma, a principal condição para que exista este tipo de marketing é a aproximação, por parte da organização, com os clientes escolhidos, sendo este requisito o grande diferencial na estratégia de valor. Na opinião de Gordon (2000, p.101) “o relacionamento, neste caso, constitui uma alavanca de valor empresa-cliente”. Outro aspecto importante do marketing de relacionamento é a fuga da concorrência por preço e a existência de competitividade pela criação de valor no foco do cliente. Neste caso, o produto da empresa ganha uma nova concepção, muito mais inteligente, em termos de arquitetura, da oferta de produtos e serviços básicos, com qualidade assegurada, bem como a inclusão de serviços inovadores que são prestados ao cliente. O marketing de relacionamento utiliza uma combinação de quatro fatores que são: a tecnologia da informação através dos meios de comunicação mais modernos; o conhecimento de seus clientes e fornecedores por meio de cadastramento automatizado de informações estratégicas e diferenciadas e a experiência que adquiriu ao longo deste relacionamento com eles. Ao se praticar marketing de relacionamento utilizando os fatores acima citados, a empresa descobre ainda ricas oportunidades que se tornam em vantagem competitiva sustentável. Por muito tempo as empresas produziam bens e serviços com o objetivo único de lucro, não importando serviços de pós-venda, atenção individualizada ao cliente, nem elaboração de levantamentos sobre a satisfação dos mesmos. Os produtos eram criados e a partir daí, seu compromisso era com as finalidades e recursos internos da empresa. O cliente, na lista de prioridades, com certeza não ocupava o primeiro lugar. 42 Para iniciar e manter posições duradouras no mercado, as empresas necessitam criar relações fortes com clientes, fornecedores, distribuidores, revendedores, pessoas influentes no setor e membros da comunidade financeira, objetivando tirar proveito da infra-estrutura, pessoas e empresa-chave que contribuem para o desenvolvimento do setor, ou seja, os stakeholders. O resultado obtido com esta nova postura de trabalho é a utilização dos recursos humanos e materiais de uma forma mais produtiva, a organização passa a praticar princípios de conduta aceitos e obtêm lucro razoável. Neste sentido, o marketing passa a ser visto como um conjunto de ações inteligentes que fazem clientes menos sensíveis a preço, pois atendimento, qualidade e presteza, passam a ser itens mais significativos que o preço em si. Um meio adequado para ampliar essa maximização da satisfação do consumidor é ampliar o grau de conhecimento de seu comportamento, configurando-se hoje, uma importante ferramenta do marketing estratégico.Kotler (1998, p.56) define a estratégia de marketing como [...] um conjunto de objetivos, políticas e normas que guiam o esforço de marketing da empresa no correr do tempo – seu nível, mix e alocação, em parte de forma independente, e em parte como resposta a mudanças nas condições competitivas e ambientais. Ainda na opinião de Kotler (1998, p.57), para que a estratégia empresarial possa produzir resultados duradouros, é importante que ela se inspire em uma visão estratégica do futuro da organização. A visão estratégica inclui: “ideologia básica que define uma identidade consistente que transcende os ciclos de vida do mercado, avanços tecnológicos, modas gerenciais e líderes individuais; ii) futuro visionário que envolve a escolha de um propósito audacioso para a organização, que possa inspirar todos os seus membros e que possa ser por eles visualizado.” Segundo Blackwell (2003, p.99), “o comportamento do cliente é definido como as atividades físicas e mentais realizadas por clientes de bens de consumo que resultam em decisões e ações, como comprar e utilizar produtos e serviços, bem como pagar por eles”. A definição proposta de comportamento do cliente 43 inclui várias atividades e muitos papéis que as pessoas podem assumir. Uma transação de mercado requer, pelo menos, três papéis desempenhados pelos clientes: comprar um produto; pagar por ele e usá-lo ou consumi-lo. O usuário é a pessoa que efetivamente consome ou utiliza o produto ou recebe os benefícios do serviço. O pagante é a pessoa que financia a compra e o comprador é aquele que participa da obtenção do produto no mercado. Para Bogmann (2000, p.76), “vivemos numa era supercompetitiva e as exigências dos consumidores aumentam incessantemente”. Antes, bastava oferecer-lhes bons produtos e preços razoáveis, atualmente, as expectativas são muito mais altas, uma vez que os consumidores também querem qualidade. O primeiro aspecto que os varejistas devem entender é que precisa colocar o foco no cliente. Em segundo lugar, mas não menos importante, é aprender a integrar-se a uma cadeia de fornecimento que não só satisfaça o cliente, mas que o surpreenda. E isso inclui, além dos preços dos produtos, a atenção dos funcionários e a personalidade da marca ou da loja. Blackwell (2003) considera que uma marca se constrói sobre três “Ps”: promessa, personalidade e proteção. Para desenvolver a promessa, o ponto de partida é entender o mercado objetivo e os atributos mais desenvolvidos por esse mercado. A personalidade de uma marca é, conceitualmente, semelhante à personalidade de um indivíduo. Algumas pessoas atraem as demais, geram um ambiente agradável a seu redor e todos querem ficar perto delas. A proteção está vinculada a uma espécie de segurança; uma garantia de que o cliente não desperdiçará seu tempo nem seu dinheiro. De acordo com Gordon (2000, p.116), [...] na primeira metade do século XX, a questão era aumentar a eficiência na fabricação, na segunda metade, a preocupação passou a ser a eficiência da cadeia de distribuição, e, nos tempos atuais, as empresas que liderarão as cadeias de fornecimento serão aquelas capazes de assimilar conhecimento sobre o consumidor e o mercado, comunicar esse conhecimento aos outros membros da cadeia, adotar e promover as iniciativas de marketing e organizar os objetivos em toda a cadeia. 44 Um outro aspecto a ser observado refere-se ao estilo de vida do consumidor. Estilo de vida é um conceito popular para compreender, dentre outros, o comportamento do consumidor referente à moda em geral, talvez porque seja mais contemporâneo do que personalidade e mais abrangente do que valores. O marketing de estilo de vida tenta relacionar um produto, geralmente através de publicidade, às experiências quotidianas do mercado-alvo. Na opinião de Bogmann (2000, p.78), “personalidade é definida como respostas consistentes aos estímulos ambientais”. As abordagens mais novas do uso da personalidade incluem personalidade da marca e tentativas mais recentes de relacionar personalidade aos elementos de tomada de decisão do consumidor e processamento de informação, tal como a necessidade de cognição. A solução prática para problemas de mix de marketing geralmente envolve olhar medidas múltiplas de características individuais. Analisando se o que custa mais caro é conquistar um novo cliente ou reter um cliente atual, verifica-se que a busca de novos clientes pode ser mais atraente e motivadora para a Força de Vendas nas agências, mas é mais cara do que manter um cliente atual. Esta é uma boa razão para a empresa desenvolver uma estratégia de fidelização de clientes. Além disso, atender as necessidades dos atuais clientes pode ser mais fácil, porque se pode saber melhor quem são,onde estão e quais as suas necessidades. Além da personalidade e estilo de vida, tais medidas incluem recursos econômicos como dinheiro e tempo, assim como medidas demográficas como idade ou natureza do domicílio. Todas estas variáveis podem interagir com a situação de uso para o produto e o conteúdo destas informações é estratégico para o desempenho organizacional. A empresa acredita que o real poder da organização está na sua linha de frente, nos empregados prestadores de serviços que lidam diretamente com os clientes e seus problemas. Todos os empregados são estimulados a criarem e desenvolverem fortes vínculos com os clientes; e são autorizados a utilizarem fundos de reserva para satisfazer as necessidades de um determinado cliente. Atualmente grande parte das idéias que auxiliam em processos de melhoria provém de funcionários de linha de frente, que se encontram mais próximos dos 45 processos produtivos e dos clientes da organização, bem como os produtos e serviços oferecidos por esta, afirma Santos (2000). Portanto ouvir a opinião dos funcionários e partilhar com eles as informações através de treinamento e comunicação é imprescindível para que eles sejam colaboradores ativos no processo de fidelização dos clientes. Fidelização nasce do marketing de relacionamento; vendas repetidas do esforço de vendas.Hoje as pessoas desejam fazer negócios com empresas de serviço que ofereçam serviços agregados a seus produtos antes, durante e após a venda. Procuram um relacionamento de longo prazo, onde as necessidades individuais possam ser atendidas não somente hoje, mas também no futuro. Fidelizar clientes é uma das conquistas mais importantes para se manter boa performance. É essencial manter-se atento a tudo o que acontece no mercado e principalmente ao que possa interessar aos clientes, porque é a partir da satisfação das necessidades deles que se chega ao sucesso empresarial. 46 CAPÍTULO V MARKETING DE RELACIONAMENTO NO APOIO A GESTÃO EMPRESARIAL Pode-se afirmar que o varejo brasileiro surgiu apenas na segunda metade do século XIX. Até então as vendas eram exercidas por mascates que percorriam os povoados e vilas negociando artigos diferenciados. Isso porque os núcleos populacionais de maior porte, como o rio de Janeiro ou Salvador não reuniam mais do que umas dezenas de milhares de habitantes, muitos dos quais eram escravos . No interior predominavam os complexos rurais, cuja economia autosustentada lembrava o sistema econômico feudal vigente na Europa medieval . Os primeiros estabelecimentos comerciais de maior porte instalaram-se nas cidades no final do século passado , comercializando artigos importados para a aristocracia . Foi o caso da famosa Casa Masson, estabelecida no Rio de Janeiro em 1871 e exemplo de luxo e bom gosto para as classes dirigentes da época. Já a virada do século , com a República e a modernidade trazida pela indústria , destacaram-se as Casas Pernambucanas, em 1906 (com outro nome de fundação ) e a Établissements Mestre et Blatgé (Mesbla), em 1912, no Rio de Janeiro , assim como o Mappin Stores, em 1913, em São Paulo (MORGADO e GONÇALVES, 2003, p.32). Esses estabelecimentos inovaram no comércio brasileiro, introduzindo métodos de vendas e exposição das mercadorias e uma organização reformulada quanto ao sistema de compras. Todavia, na prática, essas grandes lojas traziam para o Brasil o modelo de lojas de departamentos que já existia os Estados Unidos e na Europa havia várias décadas. Com a rápida urbanização do país e a entrada de milhares de imigrantes, o maior problema do varejo brasileiro do início do século era ainda o do abastecimento alimentar. A falta de mercados formadores de preços e da mínima infraestrutura para o escoamento da produção agrícola do interior levava à inquietação popular e à revolta contra os obsoletos varejistas de alimentos . A situação se agravou com a eclosão da Primeira Guerra Mundial e com a escassez de gêneros alimentícios importados. 47 Em 1917, ano da Revolução Bolchevique na Rússia, deflagrou-se uma greve geral em São Paulo. Nessa ocasião , 45 mil trabalhadores cruzaram os braços para exigir melhores condições de vida . Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estavam o controle dos preços e a punição de varejistas e atacadistas denominados “açambarcadores”. Dado o conteúdo explosivo das manifestações , atendeu-se a reivindicação de controle de preços e instituiu-se no Brasil o primeiro instrumento de intervenção do Estado no varejo . Em 1918 foi criado o Comissariado de Alimentação Pública, para “intervir e controlar” o abastecimento com o intuito de evitar o conflito social . O Comissariado preparava tabelas, fixava os preços dos gêneros alimentícios e definia isenções fiscais para alimentos de consumo popular , como arroz, feijão e charque. Em 1920, o Comissariado transformou-se em Superintendência de Abastecimento e ampliou seu raio de ação: comprava alimentos para distribuir à população carente e promovia a constituição de cooperativas agrícolas e a montagem de feiras livres nas principais capitais . Na década de 40, o Estado Novo adaptou a legislação utilizada para controlar o abastecimento no período da Segunda Guerra Mundial, estendendo-a ao combate da carestia , que já se afirmava como o grande problema das massas urbanas. Nos anos 50, o governo Dutra criou por lei a Comissão Federal de Abastecimento e Preços (COFAP), que tinha como objetivo controlar o abastecimento, fixar preços e punir os responsáveis por abusos . A COFAP seria substituída na década de 60 pela Superintendência Nacional de Abastecimento (SUNAB), pela Companhia Brasileira de Alimentos (COBAL) e pela Companhia Brasileira de Armazenagem (CIBRAZEM). Nos anos 70, o Estado entraria diretamente na comercialização de alimentos com as CEASAS's (entrepostos) e, o varejo, com a rede SOMAR . O Brasil conviveu com a intervenção pública no comércio de alimentos até a década de 90, quando foram eliminados definitivamente os tabelamentos de preços e as cotas de vendas. Durante mais de 70 anos, o Governo combateu os trusts, denominação empregada na República Velha , e os “tubarões” – termo utilizado pelo Estado Novo. Para isso chegou a empregar as famosas “leis delegadas”, que permitiam inclusive cerrar as portas das lojas e prender os 48 comerciantes que estivessem “atravessando” gêneros alimentícios, como ocorreu na década de 60. Esse quadro institucional deve ser levado em conta quando se analisa o relativo “atraso” brasileiro em termos de inovações do varejo. Tolhido por limitações de toda ordem – creditícias, jurídicas e trabalhistas – o varejo de alimentos, assim como os demais ramos varejistas, só apresentará inovações organizacionais e mercadológicas na virada da década de 50. A partir desse período, em decorrência do explosivo crescimento urbano e tendo como ponto de apoio técnicas, modelos e principalmente capitais provenientes do exterior, observa-se um despertar do moderno varejo nacional . 5.1 A Importância do Setor Supermercadista na Melhoria da Qualidade do Atendimento O varejo constitui um dos ramos do setor de comércio e serviço, sendo um de seus principais componentes o supermercado. A origem dessa forma de comercialização de produtos nasceu na década de 30, nos Estados Unidos. Entretanto, no Brasil, só passou a ser implantado nos anos 50. Segundo Silveira e Lepsch (1997, p. 6) “tradicionalmente, o setor supermercadista é definido como um varejo generalista que revende para o consumidor final ampla variedade de produtos, dispostos de forma departamentalizada, no sistema de auto-serviço”. Esse sistema é caracterizado pela substituição a venda assistida, sendo que o atendimento é realizado através da seleção dos produtos por conta própria, os quais se encontram em gôndolas. Dentre os principais benefícios para o supermercadista o sistema enseja economias de escala e baixos custos operacionais. 5.2 Elementos Precursores da Melhoria da Qualidade no Setor Supermercadista Brasileiro A degradação do mercado brasileiro nos anos 80 e no primeiro triênio dos anos 90 foi marcada por uma direção oposta às estratégias 49 adotadas nas sociedades desenvolvidas, uma vez que ao invés de seletividade e de exigências crescentes de qualidade por parte dos consumidores, o mercado interno, pauperizado, absorveu bens e serviços de “baixo” preço e reconhecidamente de baixa qualidade, sacrificando os demais atributos (FERRAZ e COUTINHO, 1994, p.103). Segundo Silveira e Lepsch (1997, p. 6) “a exemplo do que aconteceu com os países desenvolvidos, a partir da década de 1990, o setor de comércio e serviços cresceu rapidamente, passando a ocupar 50% do total do produto econômico do Brasil”. Segundo dados divulgados pelo IBGE, a movimentação econômica do varejo, em 1994, já representava cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB). A exposição do setor supermercadista à globalização, por meio da chegada de grandes redes varejistas, a partir de 94, promoveu um processo agudo de competição, o que desencadeou um choque de modernização e acelerou a tendência de concentração patrimonial das cadeias varejistas, mediante fusões e incorporações, chegando a mais de 40% no ano 2000 (TAKAOKA, 1999, p.36). Ainda segundo o mesmo autor, a modernização do setor supermercadista brasileiro, atualmente, supera os índices Europeus. Nessa perspectiva, a nova realidade do mercado levou o setor supermercadista a empregar o Marketing de Relacionamento, usando como ferramenta tecnologias integradas (do tipo CRM – Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente). Essa estratégia de gestão tem demonstrado uma forte sintonia com o Modelo Toyota. 5.3 O Marketing de Relacionamento no Varejo e as Mudanças de Perspectiva dos clientes A exposição da economia brasileira ao processo de globalização, onde as empresas foram submetidas às condições de alta competitividade do mercado internacional, gerou uma situação de hiperconcorrência, caracterizada por uma crescente abundância de ofertas de bens, produzidos de forma cada vez mais eficiente. Tal oferta, diante de um mercado consumidor que não cresceu na 50 mesma proporção, determinou uma verdadeira guerra pelo aumento ou manutenção da participação relativa. Para McKenna (1992), as práticas tradicionais das relações de troca no mercado já não produziam os mesmos resultados, uma vez que a diversidade de produtos estava acirrando a competitividade. Em síntese, as transformações estavam ocorrendo da seguinte forma: • A competição mundial e os avanços tecnológicos possibilitaram a oferta de uma maior diversidade de produtos e serviços, desse modo, as empresas passaram a enfrentar o fim da fidelidade do cliente, mesmo em pequenos segmentos de mercado; • Os mercados ficaram tão segmentados que os nichos tornaram-se soberanos; • Os ciclos de vida dos produtos foram acelerados e a distinção entre os produtos ficou pouco nítida; • Os canais de distribuição obscureceram o diálogo com o cliente; • A mídia promocional massificou de tal forma os meios de comunicação que passou a ocasionar confusão na cabeça dos consumidores; • As organizações se reestruturaram, procurando criar novas formas de fazer negócios; • A previsão e as pesquisas não proporcionavam um caminho de ação nítido; • O ambiente de negócios e o curso dos eventos competitivos ficaram imprevisíveis. De fato, os clientes tiveram o perfil alterado, mudando os hábitos de consumo, lazer, trabalho e comunicação, estando bem mais informados e conseguindo distinguir melhor seus objetivos. No varejo, passaram a procurar produtos personalizados, de alta qualidade, variedade, preço satisfatório e atenção pessoal. Ribeiro et al (1999, p. 33), sugere que no ocidente, para fazer face à dinâmica dessa nova realidade, surgiu o conceito de Marketing de Relacionamento, que visava a melhoria das relações de troca no mercado: Embora conceitos de parceria e contratos de longo prazo já sejam praticados há bastante tempo, principalmente no mercado industrial, a 51 terminologia Marketing de Relacionamento surgiu com Berry, na literatura de Marketing de Serviços, em 1983. O autor reconhece a fidelização de clientes como forma de alcançar maior competitividade das empresas e maior satisfação dos clientes. Berry definiu ainda Marketing de Relacionamento como a atração, a manutenção e – em organizações multiserviços – o realce (aumento) de relacionamentos com clientes. Ele enfatizou que a atração de novos clientes deveria ser vista apenas como um passo intermediário no processo de marketing. McKenna (1992), sugere que na década de 1990, as empresas bemsucedidas estavam se voltando para o mercado, adaptando seus produtos às estratégias dos clientes, contrariando as táticas dos anos 80, de conquistar fatias de mercado, ou aproveitar eventos únicos. O marketing estava sendo orientado à criação, baseado no conhecimento e na experiência existente na organização. Desta forma, fundamentava-se em: educação desenvolvimentalista, aperfeiçoamento incremental e processo contínuo. 5.4 Estratégias para a Diferenciação Competitiva O modelo de gestão Toyota vem influenciando os mais diversos ambientes empresariais; no varejo, o emprego desse modelo influenciou o marketing do negócio, passando do foco nos “produtos” para o foco nos “clientes”. Desse modo, o “Marketing de Massa” (que reinou até os anos 70), definido como aquele que oferece um único preço para todos os consumidores, tornou-se obsoleto. Para McKenna (1992, p. 5), o marketing de relacionamento baseado no conhecimento exige que uma empresa domine uma escala de conhecimento: da tecnologia pertinente; da concorrência; de seus clientes; das novas fontes de tecnologia que podem alterar o ambiente competitivo; e de sua própria organização, recursos, planos e formas de fazer negócio. O autor sugere: O comerciante tem de ser um integrador, tanto internamente, sintetizando os recursos tecnológicos e as necessidades de mercado, quanto externamente, levando o cliente para dentro da empresa como participante do processo de desenvolvimento e adaptação de mercadorias e serviços. É uma mudança fundamental no papel e objetivo do marketing: da manipulação do cliente à verdadeira 52 participação do cliente; de dizer e vender a comunicar e partilhar conhecimentos; do último lugar ao campeão em credibilidade entre as empresas. De posse desses conhecimentos, as empresas podem colocar em prática o marketing baseado no conhecimento de três formas essenciais: Integrando o cliente no processo de desenvolvimento através dos comitês de clientes; Gerando uma mentalidade voltada para nichos de mercados; Desenvolvendo a infra-estrutura de fornecedores, revendedores, sócios e usuários cujas relações ajudarão a manter e dar apoio à reputação da empresa. McKenna (1992), alerta que o marketing de relacionamento deve considerar todos os relacionamentos que possam influenciar na satisfação dos clientes, tais como: relacionamento com fornecedores (fornecedores de bens e serviços), relacionamentos laterais (concorrência, organizações não lucrativas, governo), relacionamentos internos (unidades de negócios, áreas funcionais, empregados) e relacionamentos com compradores (intermediários, consumidores finais). Os encontros realizados pelos comitês de clientes, podem gerar informações sobre concorrentes, desenvolvendo tecnologias internas e externas que fornecerão às empresas a experiência inicial que necessitam para investir na melhoria de produtos e serviços, assumindo somente riscos inteligentes e calculados. Portanto, conforme McKenna (1992, p. 16), o objetivo do marketing baseado na experiência é a adaptação, que enfatiza: A sensibilidade – Provém da existência de diversos canais pelos quais as empresas podem fazer uma leitura do ambiente, dos grupos de usuários que oferecem feedback a pesquisadores de consumo sofisticados, fornecendo dados sobre as escolhas dos consumidores em tempo real; A flexibilidade – Provém da criação de uma estrutura organizacional e estilo operacional que permitem à empresa aproveitar as novas oportunidades oferecidas pelos feedbacks dos consumidores; A elasticidade – Provém de se aprender com os erros, o marketing que escuta e responde. 53 Com essa abordagem, as empresas dedicam-se aos seus clientes, monitoram constantemente seus concorrentes e desenvolvem um sistema de análise de feedback, transformando essas informações sobre o mercado e a concorrência em uma nova e importante abordagem para o produto. Ao mesmo tempo, essas empresas tanto avaliam a própria tecnologia quanto cooperam com outras empresas de modo a criar sistemas e soluções mutuamente vantajosos. Segundo Morgado (In: HIRATA, 2000), um conceito que tem circulado no ambiente empresarial é o de fidelização, cuja finalidade é cativar o cliente por meio de campanhas e promoções. Esse conceito surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos. No Brasil, o conceito somente passou a ser conhecido pelo varejo com os programas de milhagens propostos pelas companhias aéreas. Entretanto, o setor supermercadista só iniciou os programas de fidelização quando conseguiu, de fato, controlar os estoques por meio de código de barras (interligando o fabricante ao varejo). Berry (In RIBEIRO et al., 1999) relatou uma pesquisa, realizada por Reisheld e Sasser (1990), na qual os resultados mostram que a redução da perda de clientes em 10% dobrou a média de duração do relacionamento do cliente com a empresa de cinco a dez anos e dobrou o valor presente de lucros cumulativos de US$ 135,00 / cliente para US$ 300,00 / cliente. Se a taxa de perda de clientes declinasse para 15%, a duração do relacionamento dobraria novamente e os lucros aumentariam em 75%, de US$ 300,00 / cliente para US$ 525,00 / cliente. Para McKenna (In RIBEIRO et al, 1999), o Marketing de Relacionamento pressupõe a interatividade, a conectividade e a criatividade, uma vez que possibilita ao cliente fazer parte da estratégia da organização no planejamento de produtos e serviços de qualidade, através de um processo dinâmico e contínuo. Desse modo, para que seja possível a implementação de um Marketing de Relacionamento coerente é necessário que os supermercadistas adotem um conjunto de estratégias que somadas, levarão a empresa a criar seu diferencial competitivo: aumento do mix de serviços; descentralização Administrativa; a melhoria do gerenciamento de recursos humanos; e pesquisa de Mercado e Satisfação do Cliente. 54 CONCLUSÃO No passado, os clientes buscavam resultados frente às suas necessidades específicas, o que gerava um movimento passageiro entre empresa e clientes, mas, no cenário atual, verifica-se que estão os clientes cada vez mais exigentes quanto aos resultados esperados e à própria superação de suas expectativas. Além disso, o cliente tem um maior poder de barganha, devido a uma maior oferta gerada por uma concorrência global, observando-se ainda uma redução da fidelidade à marca e mudanças no seu estilo de vida, o que provoca uma demanda maior por conveniência, levando as empresas a buscar a otimização dos seus canais de contato com os clientes e a procurar personalizar suas ofertas e sua própria comunicação. Existem duas formas básicas de competição, por preços ou por diferenciação e especialização de produtos e serviços em torno de determinados públicos-alvo, assim, dentro de um mercado em que cada vez é mais fácil se fazer comparação por preços, ou a empresa tem a certeza que tem o melhor preço ou vai buscar essa estratégia de preço, tornando-se muito latente a necessidade da diferenciação, cuja presença está menor nos produtos, o que levou a ser buscada na prestação de serviços, que também se tornaram bastante semelhantes. O relacionamento buscado pela empresa junto aos clientes através de uma permanente conquista, declara que existem vários fatores que influenciam a boa performance financeira da empresa, entendendo que a fidelidade é o mais importante. É preciso reconhecer que o valor do cliente é maior do que o valor de sua compra, o que dá a certeza do seu retorno ao longo do tempo, e que, por outro lado, a aquisição do cliente é bem mais cara do que a sua manutenção, voltando, assim, a fidelidade a ser um requisito de grande relevância. A estratégia pode representar um importante instrumento para empresas de todos os portes e ramos de atividade para alcançar a competitividade, sobretudo se incluir o foco no consumidor como elemento preponderante. As mudanças no estilo de vida dos consumidores e as vendas por meio dos múltiplos canais estão mudando o negócio das vendas no varejo. Observa-se 55 uma tendência entre os consumidores de concentrar suas compras em grandes lojas de departamentos, nos quais esperam encontrar uma variedade de marcas que se ajustem a seu estilo de vida e, principalmente, à sua renda e forma de pagamento. Analisar o comportamento do consumidor a fim de contribuir para um melhor entendimento de como se dá o processo de compra de vestuário e de que forma isto influencia na política de vendas das empresas do setor é o que se propõe esse trabalho. É necessário entender que o cliente precisa ser envolvido, buscando a empresa esse relacionamento também pelo lado emocional, mas não é possível comprar esse relacionamento, tem de ser conquistado no dia-a-dia. A empresa busca agregar valores a todos os aspectos de sua experiência com o cliente, o preço deixa de ser a principal consideração, tornando-se mais um item de uma proposta de valor muito mais abrangente, o que faz com que a concorrência tenha mais dificuldade de atingir esse cliente, que se torna mais tolerante e que passa a manter um relacionamento contínuo com a empresa. Num mundo marcado pelo excesso de similaridade entre empresas e produtos, a grande vantagem do marketing de relacionamento é a capacidade de ser algo a mais onde todo o resto é igual. De trazer para o consumidor um motivo concreto para escolher a sua marca em detrimento das outras. Tudo isso com a vantagem de se poder monitorar o resultado financeiro de todo o esforço feito. Conclui-se que o foco da empresa deve ser a construção de relacionamentos, tendo como compromisso o incentivo ao trabalho em grupo e ao esforço do time. Em uma empresa, ninguém é uma ilha. Independentemente do tipo de serviço a ser prestado ao cliente, há sempre o envolvimento de mais de um setor da empresa. Para solucionar problemas de clientes freqüentemente estão envolvidos vários funcionários. O comprometimento deve ser de todos e o padrão de atendimento deve ser único. Se isso não ocorre, o cliente não percebe a empresa como digna de confiança. Sem confiança, está vulnerável às ações da concorrência. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELO, Cláudio Felisoli. GIANGRANDE, Vera. Marketing de relacionamento no varejo. São Paulo: Atlas. 1999. BERRY, L. Serviços de Marketing: competindo através da qualidade. São Paulo: Maltese, 1992. BLACKWELL, M. O comportamento do cliente e a liderança no futuro do mercado consumidor. São Paulo: Atlas, 2003. BOGMANN, M. Marketing de relacionamento: estratégias de fidelização e suas implicações financeiras. São Paulo: Nobel, 2000. BROWN, M. Customer service – the key to satisfaction and loyalty. British Telecommunications Engineering. 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Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. 59 ÍNDICE AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I - Endomarketing 10 1.1 - A importância do Endomarketing 12 CAPÍTULO II - Conceito de Marketing 18 2.1 – Tecnologia vende tecnologia 19 2.2 – Novos Temas para o Novo Marketing 19 CAPÍTULO III - Marketing de Relacionamento – Abordagem sob a ótica do desenvolvimento 24 3.1 – Serviços de relacionamento com o cliente 32 CAPÍTULO IV - Marketing de Relacionamento – Estratégias utilizadas para a fidelização de Clientes 35 4.1 – Maketing one to one 39 4.2 – Comportamento do consumidor 40 CAPÍTULO V - Marketing de Relacionamento – No Apoio a Gestão Empresarial 46 5.1 –Melhoria na Qualidade do Atendimento 48 5.2 –Elementos Precursores 48 5.3 –Mudanças de perspectiva dos clientes 49 CONCLUSÃO 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 56 ÍNDICE 59 ANEXO 60 60 ANEXO Comprovante de Atividades Culturais 61 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Cândido Mendes Título da Monografia: Marketing de Relacionamento - No Atendimento ao Cliente Autor: Sandra Regina dos Santos Data da entrega: 24/01/2007 Avaliado por: Conceito: