N448-Vaerá 5776

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BS “D
‫ע ֹזֽב ׃‬
ֲ ַ ‫ֽל־‬
‫כ ֑ם ֽ ֝ ָרתִ֗ י‬
ֶ ‫ל‬
ָ ‫ל ֣קַ ח ֭ט ב נ ָתַ ֣ ִ י‬
ֶ ‫ִ ֤י‬
“Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah
(Ensino).” – Mishlei (Provérbios) 4:2
Shabat Mebarechim Shalom! Parashá Vaerá – 28 de Tebet de 5776 (09/01/2016) Ano-8 N-448
‫צ֜יא אֶ ת־ ְ נֵ֧י י ִ ְ ָראֵ ֛ל‬
ִ ‫מ ֤ר ה֙ ' לָהֶ֔ ם ה‬
ַ
‫מ ֶ ֑ה אֲ ֨ ֶ ר‬
ֹ ‫רן‬
ֹ ֖ ֲ‫ה ֥ א ֽה‬
“Eles são Aharon e Moshê, a quem o Eter-no disse: ‘Tirai os
‫ֹתם׃‬
ָ ֽ ‫בא‬
ְ ‫צ‬
ִ ‫מצ ְַ֖רי ִם עַל־‬
ִ ‫מֵאֶ ֶ֥רץ‬
B'nei Israel da terra do Egito com seus exércitos’.” (Shemot 6:26)
Nesta Parashá, a Torah traça a linhagem de Moshê e Aharon, listando os filhos e descendentes de Levi até eles,
e conclui esta seção dizendo: “Eles são Aharon e Moshê, a quem o Eter-no disse: ‘Tirai os B'nei Israel da terra do Egito
com seus exércitos’. Eles são os únicos que falaram ao Faraó, rei do Egito, para tirar os B'nei Israel do Egito. Eles são
Moshê e Aharon” (Shemot 6:26-27). A pergunta óbvia que surge é: por que a Torah tem que enfatizar duas vezes que
“eles são Aharon e Moshê” [vide outra explicação na edição 342]? Moshê e Aharon já foram apresentados, e já lemos
várias vezes sobre eles nas histórias contadas até então no livro de Shemot... Rab Mordechai Gifter (1915-2001) explicou
que a Torah, aqui, refere-se à consistência na motivação e na mentalidade de Moshê e Aharon ao longo de todo o
processo do Êxodo. Demasiadas vezes, as pessoas que se envolvem em causas nobres e importantes perdem gradualmente
seu idealismo ao longo do tempo e quando questões complexas surgem. Por exemplo, quando comitês são formados e as
pessoas devem sentar-se e trabalhar juntas para alcançar os resultados desejados, os egos, muitas vezes, se afloram e,
eventualmente, os membros do comitê agem para promover a si próprios, e não tendo em mente a causa idealista pela
qual, inicialmente, se juntaram ao projeto. O ímpeto inicial do idealismo desaparece e dá lugar a agendas pessoais e
objetivos egoístas. E, no final, o que tinha começado como um nobre esforço altruísta degenera em uma batalha de egos e
choque de interesses pessoais... Por conseguinte, a Torah enfatiza que “eles são Aharon e Moshê”, que foram pela
primeira vez ao Faraó, e “eles são Moshê e Aharon” até o final do processo. Todos seus motivos e intenções
permaneceram consistentes do início ao fim. Seu desejo era levar os B'nei Israel à redenção, e não foram contaminados
pela busca de grandeza e auto-promoção. A sua participação neste empreendimento começou idealista, manteve-se
idealista, e terminou idealista! A Torah, assim, ensina-nos a mantermos uma perspectiva adequada ao longo dos projetos
nobres em que nos envolvemos, para não perdermos de vista o mais elevado propósito para o qual nos comprometemos
em primeiro lugar. O espírito de idealismo, “le'Shem Shamáyim” (“em nome dos Céus”), que nos leva a assumir projetos
importantes deve continuar vívido ao longo do, muitas vezes difícil, processo. Deve-se apoiar sempre sobre os nossos
ideais mais elevados, e nunca apenas sobre nós mesmos.(Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.)
Por Maurício Cagy
Resumo da Parashá – Vaerá (Livro de Shemot – Êxodo 6:2-9:35)
D-us reafirma que cumprirá o pacto com os Abot e redimirá o povo do Egito. Moshê transmite a mensagem
ao povo, mas eles não acreditam devido ao “espírito curto” e ao trabalho duro (para o povo, não haviam passado os
400 anos que permaneceriam no Egito, tal como D-us dissera a Abraham; só haviam passado 210). D-us manda
Moshê e seu irmão voltarem ao Faraó. Moshê retruca: “não consegui convencer meu povo, como convenceria o
Faraó?”. D-us manda-o mostrar um sinal ao Faraó (a vara de Aharon). A vara se transforma em serpente. Os
feiticeiros do Faraó imitam. A vara de Aharon engole as outras, mas o Faraó não se convence. D-us revela a Moshê
que endureceu o coração do Faraó. Iniciam-se as pragas. Aharon golpeia o rio e este vira sangue. Os feiticeiros
egípcios imitam, e o Faraó desconsidera o caso. Moshê avisa que, se o Faraó não enviar o povo, o Egito seria
golpeado com rãs. Novamente, os feiticeiros imitam, mas, mesmo assim, o Faraó suplica que Moshê desfaça a praga
(mostrando que a praga foi pesada). Ao ver o fim da praga, o Faraó endurece seu coração e não envia o povo.
Aharon bate sua vara na terra, que vira piolhos (as 3 primeiras foram iniciadas por Aharon, pois as águas e a terra
haviam ajudado Moshê). Os feiticeiros não conseguem imitar e admitem ser o “dedo de D-us!”. Nova recusa do
Faraó. Uma mistura de animais selvagens ataca os egípcios, e D-us separa o Egito de Góshen (onde vivia o povo
Israel). O Faraó cogita que o povo sirva a D-us, mas no Egito. Moshê não aceita. Ao fim da praga, o Faraó volta
atrás e não envia o povo. A peste ataca os animais egípcios. O Faraó se mantém irredutível. Moshê toma fuligem e
joga no ar, e a sarna ataca o Egito. Nova recusa do Faraó. Moshê adverte sobre o granizo, mas os egípcios não
acreditam. O granizo cai. Perplexo, o Faraó chama Moshê e diz ter pecado a D-us. Pede que orem por eles e promete
enviar o povo. Com o término da praga, o Faraó volta atrás e não envia o povo. Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch)
Curiosidades da Semana:
Transformando Água Em Sangue
Uma das principais razões para o Êxodo do Egito ter um papel tão importante no Judaísmo (nós o
mencionamos diariamente em nossas preces) é que o Êxodo original simboliza o êxodo espiritual diário que deve
ocorrer na vida de um judeu. A palavra hebraica para Egito, Mitsráim, vem do radical Metsar, que significa
limitações/obstáculos. Cabe a cada indivíduo liberar-se de suas próprias limitações internas, liberando, assim, sua
alma Divina para expressar-se e buscar a plenitude espiritual. A Porção desta semana da Torah, Vaerá, nos fala do
Gratuito! Contém termos de Torah, trate com respeito! Não transporte em Shabat e Yom Tob! Visite o site lekahhtob.co.nr (co.nr mesmo...).
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início dos eventos que levaram os judeus do cativeiro à triunfante libertação. Ao estudar as circunstâncias do Êxodo,
vemos de que maneira podemos aplicar estas lições a nossa ‘jornada pessoal’. A primeira praga a afligir os egípcios
foi o sangue; cada gota de água do país foi afetada. Portanto, o primeiro passo rumo à libertação espiritual deve ser
algo conectado com a transformação de ‘água’ em ‘sangue’. A água simboliza a tranqüilidade, e falta de entusiasmo
emocional [fria]. O sangue, por outro lado, é um símbolo de calor, entusiasmo e fervor. A Torah pergunta: desejas
realmente sair do ‘Egito’, superar tuas limitações auto-impostas? A primeira coisa que deves fazer é transformar tua
‘água’ em ‘sangue’, tua apatia e inércia em entusiasmo e amor para com a Torah e as Mitsvot (mandamentos).
Infunda em tua vida o calor e o fervor dirigidos a D-us e à santidade. Alguém poderia alegar: ‘Não basta que eu
cumpra as Mitvsot, estude Torah e evite o que é proibido? Não sou um bom judeu, mesmo que não sinta entusiasmo
por aquilo que faço?’. A filosofia hhassídica explica que frieza e apatia são a fonte de todo o mal. Quando alguém é
frio em relação a algo, isso significa que é desinteressado naquilo. Vemos que, quando alguém que nos é caro ao
coração é mencionado, nosso pulso se acelera e nos ‘aquece’. A frieza mostra o desempenho mecânico dos
mandamentos e termina por levar à deterioração espiritual. A primeira ação a ser feita para a libertação espiritual é
substituir nossa fria/morna dedicação ao Judaísmo por uma com calor e entusiasmo. Devemos, pelo menos, ser tão
entusiasmados pelo Judaísmo quanto somos a respeito das outras facetas de nossa vida. Uma das maneiras práticas
de expressar isso é quando cumprimos uma Mitsvá de maneira particularmente especial. O desejo de aumentar nossa
observância nos leva a cumprir os preceitos do Judaísmo por amor. Este, então, é o primeiro passo rumo à nossa
saída do Egito e ao final de nosso exílio coletivo. (Extraído do site chabad.org.br.)
Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
Orando Pelos Enfermos
“E o Senhor desviará de ti toda enfermidade; não porá sobre ti qualquer das más doenças dos egípcios, que
bem conheces; no entanto, as porá sobre todos os que te odiarem” (Debarim 7:15). Aquele que ora pelos enfermos
cumpre duas Mitsvot: de ‘Ama teu irmão como a ti mesmo’ e fazer bondade/caridade. A Guemará (Berachot 12a)
nos diz que “qualquer um que é capaz de orar por seu amigo e não o faz é chamado de pecador”. Por isso, é muito
importante se familiarizar com as diferentes Halachot [Leis] que podem ser relevantes quando oramos pelos
enfermos. A Mitsvah de Bikur Hholim (visitar os doentes) é considerada uma das grandes Mitsvot da Torah. O Tur
(Yoreh Deah 335), citando a Guemará, explica que é uma das poucas maneiras nas quais uma pessoa pode “imitar”
D-us. Assim como D-us visitou Abraham quando ele estava doente, então cada judeu deve visitar seus irmãos
quando estão doentes. Orar pelos enfermos é uma parte extremamente importante da Mitsvah de Bikur Hholim. O
Ramban (citado pelo Beit Yossef e Ramah) escreve que quem visita o doente e não reza por ele não cumpriu a sua
obrigação. Rab Shlomo Zalman Auerbach zt"l declara que simplesmente desejar a completa recuperação do doente,
uma ‘refuah sh’lemah’ é o cumprimento desta obrigação (ver Halichot Shelomo Tefilah cap. 8, nota 63). Esta
oração, escreve o Guesher HaHhaim (vol. 1, p. 30), se feita em frente ao hholê (doente), deve ser feita rapidamente e
em silêncio. O Shulhhan Aruch (Yoreh Deah 335: 5) determina que, quando se está rezando em frente a um hholê,
pode-se fazê-lo em qualquer idioma. O Shach explica que a Shechiná (Presença de D-us) recai sobre aqueles que
estão doentes e, portanto, quando se está rezando em frente a um, está-se fazendo diante de Hashem, caso em que se
pode orar em qualquer idioma. No entanto, o Shulhhan Aruch diz que, quando se ora pelos enfermos fora da
presença dos mesmos, deve-se fazê-lo em Lashon Hakodesh [língua sagrada – Hebraico]. A razão dada é que,
quando se está orando (não na presença de Hashem), é preciso que os anjos celestiais levem as Tefilot [orações] na
frente de Hashem e, uma vez que os anjos não estão familiarizados com qualquer outra língua, fora o Hebraico, só se
deve orar nesse idioma. [o Taz diz que é um mahhloket rishonim (divergência de opiniões), e o parecer do Rosh é
que os anjos entendem todas as línguas exceto o aramaico.] O Maharil Diskin (Kuntres Ahharon 184) diz que,
mesmo na presença do hholê, só deve orar em Hebraico. No entanto, como explicado acima, esta não é a opinião do
Shulhhan Aruch, o Código de Leis Judaico, e de outros poskim [legisladores]. O Tsits Eliezer (vol. 5 Ramat Rahhel,
p. 17) também observa que o parecer do Maharil Diskin está na disputa de muitos poskim. É digno de nota a
resolução do Aruch HaShulhhan (Orahh Hhaim 119:1) [não confundir com o Shulhhan Aruch; é outro livro
mesmo!] que escreve que, quando rezamos na frente da pessoa doente, não é preciso mencionar o nome do enfermo;
em vez disso, deve-se rezar para que Hashem envie uma rápida recuperação a ‘esta pessoa doente’. Sua fonte é o
versículo que descreve Moshê orando por sua irmã Miriam Hanebiah [profetisa]. Diz o versículo: “Moshê clamou ao
Senhor, dizendo: ‘Rogo-te, D-us, por favor, cura-a’” (Bamidbar 12:13). Ele explica que Moshê não mencionou o
nome de Miriam porque ela estava presente no momento da oração. (Há vários detalhes envolvidos neste tema;
consulte seu rabino para a devida orientação prática a ser seguida, detalhando a situação). (do artigo ‘Orando pelos enfermos’ do
Rabino Avi Zakutinsky – www.ou.org)
Por Jaime Boukai
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaya Rahhel bat Hhana, Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Chana Rivka, Sh’muel ben Nehhama Dinah,
Guila bat Amar, Mordechai Grassiano ben Miriam, Denise Grassiano bat Noemia.
Em memória e elevação das almas de Leibsh ben Israel Icek, Mazal Zeitune bat Sarah, Yossef Zaiat ben Sarah, Sarina Barzelai Nigri bat Rivka, Jacob
Emmanoel Nigri ben Badiha, Judith Nigri Sterim Bat Suzana, Mussa Balassiano ben Miriam, Gabriel Politi ben Esther, Ibrahim Salem ben Esther, Ignacio Jaime
Cohen, Chehade Dallale ben Hassibe, Benjamim M. Nigri ben Yehudith, Blume Rosa Rechtman e Faride Guerchon.
Agradecemos ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!
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