N444-Mikêts 5776

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BS “D
‫ע ֹזֽב ׃‬
ֲ ַ ‫ֽל־‬
‫כ ֑ם ֽ ֝ ָרתִ֗ י‬
ֶ ‫ל‬
ָ ‫ל ֣קַ ח ֭ט ב נ ָתַ ֣ ִ י‬
ֶ ‫ִ ֤י‬
“Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah
(Ensino).” – Mishlei (Provérbios) 4:2
Ano-8 N-444
Shabat Hhanukah Rosh Hhodesh Shalom! Parashá Mikêts – 30 de Kislev de 5776 (12/12/2015)
‫פ ֹ ֥ר אֹתֽ ׃‬
ְ ‫ל‬
ִ ‫לם‬
֖ ֲ‫מ ֥ע ח‬
ַ ְ ִ ‫ליךָ֙ לֵא ֹ֔מר‬
ֶ֨ ‫ע‬
ָ ‫ע ִי‬
ְ ֤‫מ‬
ַ ָ
‫[ ַוֽאֲ ֗נ ִי‬...]
“... e eu ouvi sobre ti, dizendo que ouves o sonho para decifrá-lo.” (Bereshit 41:15)
Temos de entender, já que nenhuma letra na Torah é supérflua, o que a palavra ‘ani – eu’ veio fazer aqui? Na
gramática normal, bastaria dizer ‘e ouvi sobre você’... Podemos entender melhor com base no que vimos em edições
passadas, que, naquele momento, o Faraó estava sob tanta angústia por não saber o significado do sonho que sua alma
estava prestes a deixar o corpo... Logo, ele queria ouvir de Yossef rapidamente a solução do sonho, pois queria ter um
alívio para descansar sua alma! E, como vimos, o copeiro só revelou ao seu rei sobre o ‘decifrador de sonhos’ quando viu
que o Faraó estava prestes a falecer de sofrimento (Bereshit Rabah 9:7). Ou seja, o copeiro viu que havia muita urgência
em ser solucionado este assunto. O Faraó sabia que, quando chegasse, Yossef agiria como qualquer pessoa que, quando
colocada frente ao rei, age de forma humilde, não confirmando a fama que o levou até lá. Que ele diria que quem falou ao
rei que ele decifrava sonhos havia se enganado e tal... Como ele poderia saber de algo que nem o rei nem qualquer de seus
sábios e feiticeiros sabiam (e, entre eles, estavam os melhores do Egito!). O Faraó sabia que teria que insistir com Yossef
até que ele decifrasse o sonho para ele. Só que não havia este tempo! Para o Faraó, o assunto passou a ser de ‘vida ou
morte’, não havia tempo para estas delongas! O Faraó tinha pressa e queria ouvir rapidamente o que Yossef teria a dizer.
Por isso, ele disse ‘ani – eu [o rei], ouvi sobre você’. Através desta simples palavra, a Torah está nos ensinando que o
Faraó quis insinuar a Yossef que fosse ‘direto ao ponto’, pulando as humildades iniciais. Como rei, ninguém falaria para
ele algo que não fosse checado 100% ou uma verdade/fato. Nada se fala ao rei baseado no ‘eu acho’! Se o rei tomasse
uma decisão desastrosa baseado em informação incorreta, iria, certamente, cobrar de quem passou a informação. Assim,
todos só dizem as coisas ao rei com certeza absoluta. O rei, então, estava dizendo que sabia, com certeza, que o jovem à
sua frente conhecia esta sabedoria e poderia ajudá-lo. Queria mostrar a urgência da situação e cortar o ‘papo furado’ que
iria, inicialmente, ocorrer. (Baseado no livro Aderet Eliyahu – Parashat Mikêts – do Rabino Yossef Hhaim de Bagdad, o Ben Ish Hhai.)
Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch)
Resumo da Parashá – Mikêts (Livro Bereshit – Gênesis – 41:1-44:17)
A Parashá se inicia com o sonho do Faraó. Perturbado, ele convoca, pela manhã, seus feiticeiros e sábios para
interpretarem o sonho, mas eles não conseguem. O copeiro se lembra de Yossef e o indica ao Faraó, colocando-se como
prova da “sabedoria” de Yossef. Yossef é trazido ao Faraó para solucionar seu sonho, e lhe conta que viriam sete anos de
fartura seguidos por sete de extrema fome. Yossef acentua ao Faraó que o fato de ele ter sonhado duas vezes a mesma
coisa simboliza que a mesma estaria prestes a ocorrer. Também sugere que fossem provisionados alimentos e que uma
pessoa sábia gerenciasse o processo. Impressionado, o Faraó escolhe Yossef e o torna vice-rei. Yossef casa-se e tem dois
filhos: Efraim e Menashê (primogênito). Iniciam-se os anos de fome, o Egito clama ao Faraó por comida e este lhes
ordena falar com Yossef. A fome atinge Israel, e Yaakob envia seus filhos, exceto Binyamin, ao Egito para adquirir
comida. Eles são reconhecidos por Yossef, mas não o reconhecem. Yossef os acusa de serem espiões e exige a vinda de
Binyamin para soltá-los. Eles discutem diante de Yossef, pois não sabiam que ele entenderia. Yossef chora e, na volta,
prende Shim’on. Yossef dá comida ao restante dos irmãos sem cobrar, dá-lhes provisões para a viagem e os envia de volta.
Com medo, os irmãos voltam e contam a Yaakob todo o ocorrido. Yaakob recusa enviar Binyamin. A comida acaba e
Yaakob os manda comprar mais. Yehudah o adverte que, para isso, deveriam levar Binyamin. Yehudah garante a volta de
Binyamin. Yaakob aceita e manda presentes a Yossef. Ao ver seu irmão menor, Yossef faz um banquete. Yossef esconde
seu cálice na bolsa de Binyamin. Yossef prende Binyamin. Yehudah “discute” com Yossef por seu irmão menor.
Por Jaime Boukai
Curiosidades da Semana:
A Origem da Força de Yossef
Depois de Yossef ser libertado da prisão e elevado ao posto de vice-rei no Egito, ele se casa e tem dois filhos. O
nome de um dos filhos é Efraim, por sua declaração “Hifrani E-lokim be'erets onyi – D-us me fez crescer na terra da
minha aflição”. Através desse nome, Yossef deu graças a Hashem por conceder-lhe bênção e prosperidade no Egito.
Depois de ter sido expulso de sua casa e, em seguida, preso no Egito, ele alcançou grande sucesso e prestígio, pelo qual
ele era grato! O nome do outro filho de Yossef, Menashe, é mais difícil de entender... A Torah diz que Yossef escolheu
este nome porque ele disse “Nashani E-lokim et kol 'amali veet kol bet abi – D-us me fez esquecer todas as minhas
angústias e toda a casa de meu pai”. Parece que Yossef expressou gratidão por ser capaz de esquecer suas penúrias do
passado – o que é certamente compreensível – mas também por esquecer a casa de seu pai. Por que Yossef se sentiu
reconfortado por esquecer sua casa? Será que ele não desejava manter suas memórias e o vínculo emocional com o seu
pai? Por que ele celebraria por esquecer o carinho da casa de Yaakob Abinu? A resposta a esta questão está relacionada
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BS “D
com outra questão, que já foi levantada pelo Ramban. Por que Yossef não fez qualquer contato com o pai depois de ser
libertado da prisão e subir ao poder? Estando em posição de autoridade, ele, provavelmente, tinha condições de, pelo
menos, enviar-lhe uma mensagem; afinal, ele sabia que Yaakob estava sofrendo por pensar que ele estava morto... Alguns
Sábios respondem que os sonhos que Yossef teve, com sua família curvando-se para ele, tinham o estatuto de uma
profecia, e ele estava, assim, proibido de interferir com o processo de sua realização. Yossef sabia que, se ele notificasse
imediatamente sua família de que ele era vice-rei no Egito, eles não viriam ao seu encontro nem se curvariam a ele. Ele
percebeu que teria que esperar até que seus irmãos viessem e, sem reconhecê-lo, se curvassem humildemente diante dele.
Esta era a única maneira para que a profecia fosse cumprida. Embora não consigamos entender por que D-us queria que
os eventos acontecessem desta maneira, sabemos que Yossef se sentiu obrigado a assegurar o cumprimento de sua
profecia. E, assim, embora lhe doesse saber que seu pai estava de luto, ele teve que esconder esta informação de sua
família. Esta pode ser a explicação do nome de Menashe. De onde Yossef adquiriu a força para manter essa informação
escondida? Afinal, ele amava seu pai profundamente, e sentia um desejo avassalador de retirá-lo de sua tristeza e notificálo de que ele estava vivo. A resposta é que ele recebeu essa força de D-us, Que sempre nos dá a força e a coragem de que
precisamos para superarmos os testes da vida. Portanto, ele agradeceu a D-us por permitir que ele “esquecesse” a casa de
seu pai. Isso não significa que ele perdeu todos os vínculos mentais e emocionais com seu pai. Pelo contrário, isso
significava que D-us lhe deu a força para exercer o controle sobre seu desejo natural de entrar em contato com seu pai.
Yossef reconheceu que esta força pessoal inimaginável não era sua, mas sim veio do Todo-Poderoso. E, portanto, ele
agradeceu e louvou a D-us por permitir a realização de seu dever, conseguido manter seu paradeiro escondido de seu pai
Por Maurício Cagy
para que a profecia pudesse ser cumprida. (Bas. no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.)
A União Faz a Força
Ao descrever os talos saudáveis no “sonho do trigo” do Faraó, diz a Torah: “E eis que havia sete sadias e boas
espigas de grão crescendo num único talo” (Bereshit 41:5). É interessante notar que, a respeito das espigas magras de
grão, a Torah não menciona que cresciam num único talo. Não parece provável que esta diferença fosse inconseqüente,
pois sabemos que cada detalhe mencionado na Torah é importante e não deve ser deixado de lado. Assim, permanece a
dúvida: por que a Torah descreve as boas espigas como crescendo em um só talo e omite este detalhe a respeito das
espigas doentes? O Otsar Hhaim propõe uma solução engenhosa para esta discrepância. Explica que podemos, de fato,
aprender uma importante lição desta diferença na descrição: que aquilo que é bom e significativo tende a se fundir e ficar
junto; por outro lado, aquilo que é mau e sem propósito não pode tolerar a harmonia e a concordância. Por esta razão, as
espigas boas e saudáveis cresciam em um único talo. Devido à boa e pura disposição das espigas, era natural que se
unissem para crescer em um só talo. Por outro lado, as espigas mirradas e doentes, naturalmente mostrando desarmonia,
“escolheram” crescer em talos diferentes, porque, na verdade, qualquer união do mal é apenas para o avanço das
necessidades e desejos individuais. É interessante notar que, quando alguém pesquisa o passado dentro de alguns milhares
de anos da história judaica, percebe que esta mensagem é especialmente verdadeira. O Povo Judeu jamais representou
mais que uma ínfima fração da população mundial; apesar disso, permaneceu, tem sobrevivido, e continua a ser ouvido
neste mundo. Como isto é possível? A lógica diria que o Povo Judeu, com todas as provações e sofrimentos destes anos,
deveria ter desaparecido há muito. Mais especificamente, encontramos, na história judaica, casos de pequenos grupos de
judeus enfrentando inimigos maiores e mais fortes. Mesmo assim, o povo sempre emerge vitorioso. Poucos judeus
derrotando um numeroso inimigo pode ser encontrado na história de Hhanukah. Um pequeno número de soldados judeus
levantou-se em rebelião contra o poderoso exército grego e conseguiu expulsa-lo da Judéia. Este feito milagroso,
provavelmente mais que qualquer outro evento, serve como um microcosmo da história judaica. Onde, então, está o
segredo de nosso sucesso? Poderia parecer que a resposta se encontra nos conceitos acima mencionados. Quando um
número de indivíduos se reúne para fazer o bem, naturalmente, formarão um grupo coeso. Na história de Hhanukah, a
missão de restaurar a ordem e a paz no Templo Sagrado e na terra da Judéia levou à formação de um grupo unido. E,
como diz um velho adágio, “cinco palitos unidos são mais fortes que dez palitos separados”. Os Macabeus, reunidos com
o propósito do bem, puderam derrotar o exército grego, que era composto simplesmente por indivíduos, cada um
procurando realizar seus próprios desejos. Ocorre o mesmo com a Nação Judaica como um todo. Quando empreendemos
uma missão sagrada, instintivamente, formamos uma força invencível, que nos possibilita sobrepujar nossos adversários.
Este é o segredo de nosso sucesso. Isto não diminui a natureza miraculosa da vitória dos Macabeus. Não há dúvida de que
a derrota dos gregos não teria acontecido sem a intervenção Divina. Isto apenas sugere o meio pelo qual ocorreu o
milagre. Por isso, entre as outras lições de Hhanukah, podemos também extrair este importante ensinamento: ao
acendermos a Menorah e avistarmos todas as velas acesas – e percebermos que, embora cada vela individual emite apenas
um pequeno brilho, todas as velas juntas formam uma espetacular exibição de fogo e luz – podemos, então, lembrar a
mensagem de Hhanukah – a sobrevivência do Povo Judeu. (Baseado em chabad.org.br) Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Chana Rivka, Sh’muel ben Nehhama Dinah, Guila bat Amar, Mordechai
Grassiano ben Miriam, Denise Grassiano bat Noemia.
Em memória e elevação das almas de Leibsh ben Israel Icek, Mazal Zeitune bat Sarah, Yossef Zaiat ben Sarah, Nazira Balassiano bat Rosa, Ibrahim Daud Ajooz
ben Rachel, Renée Zaide bat Nazira, Salim Rabenu Beniste ben Rachel, Sara Cohen, Sarina Nigri bat Badrie, Anita Zebulum bat Jamile, Isaac Dallale ben Zahie
e Isael José Balassiano.
Agradecemos ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!
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