BS “D ע ֽ ֹזבוּ׃ ֲ ַכּי ֶלקַ ח ט ב נ ַָת ִתּי לָ ֶכם ֽתּ ָר ִתי ַ ֽאל־תּ !ִ “Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah (Ensino).” – Mishlei (Provérbios) 4:2 Shabat Shalom! Parashá Bô – 8 de Shbat de 5777 (04/02/2017) Ano-10 N-504 [...] ֹלה ְבּ ִמ ְצ ָריִ ם ָ ל־מ ְצ ַריִ ם ו ְַתּ ִהי ְצעָ ָקה גְ ד ִ ָליְ לָ ה ה! וּא וְ כָ ל־עֲבָ ָדיו וְ כ ַ " ה#ֹ ָיּקָ ם פַּ ְרע% ַו “E se levantou o Faraó à noite, ele e todos os seus servos e todo o Egito, e foi um grande clamor no Egito [...]” (Shemot 12:30) Rashi, famoso comentarista da Torah, sobre estas palavras diz: ‘MiMitatô: de sua cama’. Qual é a grande explicação que Rashi está nos dizendo aqui? À noite, é normal que todos estejam dormindo, logo isso parece meio óbvio! O Kotzker Rebe ZTK”L diz (Emet MiKotzk Titsmach 576) que os maskilim (“intelectuais”) de sua época não eram realmente apikor'sim [hereges]. Em um momento de necessidade, você pode encontrá-los escondidos em algum lugar com um Tehilim na sua mão ou gritando “Meu D-us”. Eles são grandes faladores, mas eles realmente acreditam Nele, apesar de não admitirem isso. Se você quiser ver um verdadeiro apikores, olhe para o Faraó. Hashem causou estragos e destruição no Egito por meio de nove Makôt [“golpes”, mal traduzido como pragas] incríveis. Moshê advertiu o Faraó de cada uma delas e cada palavra se tornou realidade. Agora, Moshê diz ao Faraó que os Bechorim [primogênitos] iriam morrer ‘por volta’ da meia-noite. Uma pessoa normal não iria dormir! Certamente, nem o rei, especialmente pelo fato de ele próprio ser um Bechor. Ela nervosamente esperaria até meianoite para ver o que aconteceria. Não o Faraó. Ele entrou em seu ‘pijama’ e foi dormir, como se fosse uma noite normal. Diz o Kotzker Rebe: ‘Ele era um autêntico apikores de sangue azul’! Custou-lhe muito e, mais de 3000 anos mais tarde, todas as crianças ainda cantam sobre Faraó de pijama no meio da noite! (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.) Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch) Resumo da Parashá Bô (Livro de Shemot [Êxodo] 10:1 – 13:16) As três últimas (das dez) pragas são aplicadas no Egito: os gafanhotos devoram as colheitas e a vegetação que restaram do granizo; uma escuridão espessa e palpável envolve toda a terra (esta é uma praga com muitas explicações, e muito diferente das outras); por fim, todos os primogênitos do Egito são mortos à meia-noite do dia 15 do mês de Nissan. D-us ordena que a primeira Mitsvá seja dada ao Povo de Israel: estabelecer um calendário baseado no renascimento mensal da lua. Os Judeus também são instruídos a trazerem uma “oferenda de Pessahh” para D-us: um cabrito ou um cordeiro deveria ser sacrificado, e seu sangue, espalhado nos umbrais das portas de todo lar judaico para que D-us “passasse” por cima destas casas quando viesse matar os primogênitos egípcios. A carne assada da oferenda deveria ser comida naquela noite junto com Matsá (pão não fermentado) e ervas amargas. A morte dos primogênitos, finalmente, quebra a “resistência” do Faraó e ele “expulsa” os filhos de Israel de sua terra. Eles partem tão apressadamente que não há tempo para que a massa do pão cresça (fermente), e os únicos alimentos que eles levam não contêm fermento. Antes de partirem, eles pedem aos vizinhos egípcios por ouro, prata e roupas, drenando o povo do Egito de sua riqueza (o tesouro recolhido na abertura do mar provinha dos cofres reais). Os Filhos de Israel são ordenados a consagrarem todo primogênito (e os redimirem) e a observarem o aniversário do Êxodo a cada ano removendo tudo que for fermentado de sua posse durante sete dias (oito fora de Israel), comerem Matsá e contar a história de sua redenção aos seus filhos (Sêder de Pessahh). Eles também são ordenados a usarem os Tefilin nos braços e cabeça como uma lembrança do Êxodo e seu resultante comprometimento a D-us. (Adaptado do “A Parashá em uma Casca de Noz” e do Torah-Mail) Por Jaime Boukai Curiosidades da Semana: A Lição da Lua Nesta Parashá, lemos a primeira Mitsvá dada aos B'nei Israel como uma Nação – a Mitsvá de ‘haHhodesh hazê lachem Rosh Hhodashim’ (Shemot 12:2). Esta Mitsvá exige que estabeleçamos o calendário judaico de acordo com o ciclo lunar, ou seja, a revolução da Lua em torno da Terra, que ocorre, aproximadamente, a cada 29,53 dias. O ano judaico é definido por doze ciclos lunares (ou treze, nos anos embolísmicos), diferentemente da maioria das outras nações, que baseiam seu calendário na revolução de cerca de 365 dias da Terra ao redor do Sol. Antes de B'nei Israel terem deixado o Egito, D-us ordenou que eles declarassem novos meses baseados no avistamento da lua nova, e esta é a base sobre a qual o calendário judaico é organizado. Este Mandamento é seguido por uma série de Leis referentes ao Corban Pêssahh, a oferta pascal que B'nei Israel fizeram na noite em que eles deixaram o Egito. Estas incluem os requisitos para se submeter ao B'rit Milá antes de realizar o sacrifício, abater um cordeiro, colocar o sangue no batente da porta e participar da refeição de carne dentro de casa sem sair durante a noite. Também incluiu uma proibição de compartilhar o sacrifício com não-judeus. Poderíamos nos perguntar: qual é a conexão entre essas Leis e a Mitsvá do calendário judaico? Rab Shemuel Salant (Jerusalém, 1816-1909), em seu Be'er Yossef, Gratuito! Contém termos de Torah, trate com respeito! Não transporte em Shabat e Yom Tob! Visite o site www.lekachtob.xpg.com.br . BS “D explica que o sistema de calendário lunar transmite uma lição vital para B'nei Israel. A lua torna-se visível apenas quando está a uma boa distância angular do Sol no plano de rotação da Terra. Quando a Lua está perto do Sol no céu, ela é dominada pela luz do Sol e não pode ser vista... É somente quando a Lua “se afasta” do Sol que ela retém sua identidade e pode ser identificada pelas pessoas aqui na terra. O mesmo acontece com o Povo Judeu. Assim como a Lua é minúscula em relação ao Sol, constituímos apenas uma pequena porcentagem da população mundial. E, assim como a Lua perde sua identidade quando se aproxima do Sol, nós nos tornamos absorvidos pelo resto da humanidade quando nos aproximamos muito do mundo não-judaico. Embora nos engajemos no mundo geral, devemos nos assegurar de permanecer separados para que possamos manter nossa identidade única e nossa lealdade à nossa missão especial. Se nos integrarmos demais na sociedade em geral, não poderemos ser “vistos” como judeus. As Leis do Corban Pêssahh pretendiam, pelo menos em parte, separar B'nei Israel da sociedade egípcia em que viviam. Como nossos Sábios ensinam, B'nei Israel se integraram na cultura egípcia e adoraram ídolos. Portanto, eles foram ordenados a abater publicamente os carneiros, a divindade egípcia, e colocar seu sangue em seus batentes de porta como um símbolo de seu firme repúdio a essa crença pagã. E foram ordenados a se submeterem ao B'rit Milá, para que fossem fisicamente diferentes do povo do Egito, e a permanecerem em casa durante a noite sem incluir qualquer egípcio em sua festa. Tudo isso destinava-se a estabelecer o status separado e distinto de nossa Nação, a afastar a “Lua” do “Sol”, por assim dizer, para que a Nação Judaica pudesse entrar em existência e entrar no palco da história. Esta é a conexão entre o calendário lunar e o Corban Pêssahh, já que ambos se relacionam com este tema de separação e mantêm nossa identidade nacional. Juntas, essas Leis nos lembram a importância de permanecermos separados: mesmo quando nos envolvemos na sociedade em geral, não devemos nos aproximar tanto a ponto de perdemos nossa singularidade. (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.) Por Maurício Cagy O Livre Arbítrio Do Faraó A porção da Torah desta semana, Bô, fala das últimas três pragas que caíram sobre o Egito, e do Êxodo do Povo Judeu. Começa com D-us ordenando a Moshê que este vá ao Faraó para adverti-lo da próxima praga de gafanhotos. D-us, no entanto, declara que o Faraó não daria atenção ao aviso: “Pois Eu endureci seu coração… para que digais nos ouvidos de vosso filho e dos filhos de vosso filho aquilo que Eu fiz no Egito”. Disso aprendemos que os gafanhotos não vieram como punição pela recusa do Faraó em considerar o aviso: D-us tinha endurecido seu coração para que ele fosse incapaz de concordar com a libertação dos judeus. Mas se é este o caso, não é injusto D-us punir o Faraó com uma praga, quando o Próprio D-us impediu que ele acedesse ao pedido de Moshê? Os comentaristas explicam que, durante as cinco primeiras pragas, o Faraó tinha livre arbítrio; ele poderia ter permitido que os judeus partissem. Foi somente depois que o Faraó se rebelou contra D-us – “Quem é D-us, para que eu deva ouvir Sua voz?” – que seu livre arbítrio lhe foi tirado. Esta punição claramente se apropria ao crime: o Faraó questionou a autoridade de D-us e vangloriou-se de seu próprio poder, portanto foi demonstrado a ele que ele não tinha o poder de tomar suas próprias decisões. O Faraó foi, então, totalmente subjugado à vontade de D-us. Além disso, o comportamento do Faraó durante a praga de gafanhotos sublinhou sua impotência. Quando até seus servos imploraram para que ele libertasse os judeus – “Deixa o povo ir… Não sabes ainda que o Egito está perdido?” – o Faraó concordou imediatamente e disse a Moshê e Aharon: “Ide adorar o vosso D-us”. Mas naquele mesmo instante, D-us endureceu seu coração, e o Faraó foi forçado a renegar sua promessa. Mesmo com estas explicações, ficamos ainda com um problema de ordem filosófica. Por que Moshê e Aharon tiveram de passar pelas etapas de emitir uma advertência formal se eles sabiam que não havia chance de que o Faraó concordasse com o pedido deles? Está explicado no Tanya, a obra primordial da filosofia Chabad, que mesmo uma pessoa tão mergulhada no mal que “não dispõe dos meios para se arrepender” – mesmo esta pessoa pode superar e encontrar seu caminho de volta à integridade. Até o mais corrupto e abominável pecador pode voltar a D-us. Se o Faraó, totalmente egoísta, perverso e privado de seu livre arbítrio, pudesse ter impedido as pragas finais de cair sobre seu país, fazendo um supremo esforço para superar o endurecimento de seu coração, muito mais ainda é possível para cada judeu dominar os traços negativos de seu caráter. Uma alma judaica Divina é chamada “uma verdadeira ‘parte’ de D-us”, e está sempre em Sua posse; a alma permanece fiel a D-us, mesmo se o corpo comete um pecado. Um judeu sempre tem o poder de fazer Teshubah, de retornar a D-us e viver em harmonia com sua verdadeira essência. D-us aguarda o retorno de cada e todo judeu, pois ele pode pecar apenas externamente, e sua natureza íntima é intocada e sagrada. (Das obras do Rebbe de Lubavitch, Chabad.org.br) Por Mair Hhaim Nigri (Hhazak Ubaruch) Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim ben Miriam, Ethel Mariam bat Tsiporah, Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Hhana Ribka, Sh’muel ben Nehhama Dinah, Guila bat Amar e Shelomoh ben Bida. Em memória e elevação das almas de Mordechai Balassiano ben Faride, Étel Léa Hanono, Gerson ben Rahhel, Mordechai ben Miriam Grassiano, Leibish ben Hhaika (Israel Icek) Gerszt, Rahhel bat Hhana, Mordechai ben Rahhel Salem, José Zebulum ben Sarah, Moisés David Cohen ben Sultana, Natan Fankiel ben Haron, Saad Haim Nigri ben Rivka, José Zetoune ben Suzana, Alegria Tayah Mansur bat Sara, Hossen Mansur bat Marhabá, Jamile Politi bat Bida, Rachel Beniste bat Miriam, Simon Salomon Mizrahi ben Warde, José Salomão Israel ben Rachel, Miriam Nigri bat Raquel, Rachel Zeitune Politi bat Cler, Henrique (Isaac) Salim Nigri ben Sarah, Jannete Orind bat Rachel, Léa Balassiano bat Jamile, Bida Balassiano Nigri bat Paulina e Vitória Resels Balassiano bat Hissen. Agradecemos ao Templo Sidon e a Gerson Z”L e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!