Aula 06 – Coordenadas e Trigonometria Os Sistemas de coordenadas mais utilizados pela física ou pela matemática são: • Cartesiano (x,y,z); • Cilíndrico (ρ,ϕ,z); • Esférico (r,θ,φ). O mais apropriado para a maior parte da Astronomia é o sistema esférico, porém com a simplificação de se ter o raio r constante (apenas os ângulos são importantes!). Coordenadas geográficas • Latitude: Ângulo em relação à linha do Equador, sendo positivo no hemisfério Norte e negativo no Hemisfério Sul. Varia de 0o à 90o. • Longitude: Ângulo em relação ao meridiano de Greenwich, variando entre 0o e 180o para leste ou oeste. A cada 15o temos a mudança de 1 hora definindo fuso horário e também ângulo Horário. Coordenadas na Esfera Celeste: São análogas as coordenas geográficas, da seguinte forma: • Declinação: análoga da latitude, tendo como referência o equador celeste. • Ascensão reta: análoga da longitude, porém tendo apenas uma direção (oeste) e tendo como referência o ponto vernal. O ponto vernal corresponde ao ponto de encontro entre o plano da eclíptica e o equador celeste, o qual ocorre no equinócio da primavera. (assim o equinócio de outono ocorre com ascensão reta de 180o). Outros sistemas de coordenadas utilizados são o sistema elíptico, próprio para se calcula a posição do objeto em sua órbita e o sistema galáctico, que dá a posição dos objetos distribuídos pela galáxia. TRIGONOMETRIA ESFÉRICA: As medidas de distância sobre a superfície não são dadas apenas pela diferença de coordenadas (latitude, longitude), mas sim pela multiplicação da diferença pela métrica, que neste caso é o raio. Isto é: d=rθ Igualmente, a trigonometria sofre algumas modificações, quando passamos do espaço plano usual para uma superfície esférica. Triângulo Esférico: • Soma dos ângulos de um triângulo esférico não é constante, variando, para cada triângulo, entre 180o e 270o. De fato, o excesso a 180o é diretamente proporcional à área do triângulo. • A soma dos lados de um triângulo esférico é maior do que 0o e menor que 180o. • Os lados maiores estão opostos aos ângulos maiores. • A soma de dois lados do triângulo é sempre maior do que o terceiro lado, e a diferença é sempre menor. • Cada um dos lados do triângulo é menor que 180o, e isto também se aplica aos ângulos. • Para especificar um triângulo esférico é sempre necessário um conjunto de três elementos, dentre ângulos e lados: (A,A,A); (L,L,L); (A,L,L)... (para o triângulo convencional, precisamos de apenas dois). Reescrevendo a lei dos cossenos e a lei dos senos para estes triângulos, teremos respectivamente (vide figura): cos a = cos b cos c + sen b sen c cos A sen a sen b sen c = = sen A sen B sen C Triângulo de posição É utilizado para se derivar as coordenadas do local de observação, sabendo-se a dos astros. Ou, por outro lado, obter as coordenadas dos astros, sabendo-se a do local. Na figura: Pn – Pólo Norte; z= ângulo entre o Zênite e o astro observado; Z = zênite. A = ângulo com vértice no Zênite; H= ângulo com vértice no Pólo Norte. Substituindo os elementos do triângulo de posição (vide figura) nas leis do cosseno e do seno, obtemos as relações: cos z = sen φ sen δ + cos φ cos δ cos H ⇒ cos H = cos z sec φ sec δ − tan φ tan δ sen δ = sen φ cos z + cos φ sen z cos A e ⇒ cos A = sen δ csc z sec φ − tan φ cot z Exemplo: Para o Sol, temos z=90o. Estando Porto Alegre em φ=-30o, podemos calcular a duração do dia usando a relação (onde δ é dado pela data, sendo δ=-23o no solstício de verão): cos H = − tan φ tan δ O que dá 14 horas e 10 minutos no dia 21 de Dezembro (lembrando que 150 equivale a 1 hora).