Tecnologia em Processos Gerenciais Renan Lavandoski Amato A MARCA E O BRAND EQUITY EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR DE BUFFET São Carlos 02/06/2015 RENAN LAVANDOSKI AMATO A MARCA E O BRAND EQUITY EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR DE BUFFET Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade de Projeto Experimental, apresentado ao Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais. Orientadora: Prof. Ms. Renata Oliveira de Carvalho São Carlos – SP 2015 RENAN LAVANDOSKI AMATO A MARCA E O BRAND EQUITY EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR DE BUFFET Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade de Projeto Experimental, apresentado ao Instituto Federal de São Paulo – campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais. Data de aprovação: 02/06/2015 _________________________________ Prof. Ms. Renata Oliveira de Carvalho IFSP - São Carlos __________________________________ Prof. Dra. Rita de Cássia Arruda Fajardo IFSP - São Carlos __________________________________ Prof. Ms. Miriam Costa Toyama IFSP - São Carlos RESUMO Festas e casamentos fazem parte da cultura brasileira e em momentos únicos, como casamentos e aniversários de 15 anos, grandes celebrações são realizadas, marcando o momento na vida dos participantes. Para realizar essas grandes celebrações, existem empresas especializadas, que competem entre si para oferecer um serviço que atenda às expectativas desse mercado, que se encontra aquecido, conforme dados do IBGE de 2013, que mostra o crescimento do número de casamentos na cidade de São Carlos-SP de 1589 em 2011 para 1700 em 2013. Como objetivo, esta pesquisa se propõe a oferecer uma proposta de melhoria no processo de criação e manutenção da marca de um buffet localizado na cidade de São Carlos-SP, para que esta possa criar uma marca forte e se posicionar adequadamente, desenvolvendo um diferencial competitivo. Para a pesquisa, foi realizada uma observação direta nas rotinas administrativas da empresa e na execução de uma festa e uma entrevista estruturada com a sócia da empresa para coleta de dados. A partir dos dados coletados e do referencial teórico elaborado, foi feita uma análise da empresa, que permitiu a identificação de dez aspectos negativos existente no processo de marca da empresa. A partir desta análise, dez propostas de melhoria foram elaboradas no intuito de erradicar os aspectos negativos e melhorar o processo de criação e manutenção da marca como um todo. Palavras-chave: Marketing. Marca. Brand equity. Buffet. Posicionamento. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Brand Equity ............................................................................................. 15 Figura 2 - Pirâmide da lealdade ................................................................................ 16 Figura 3 - Processo de desenvolvimento do consumidor .......................................... 18 Figura 4 – Associações de marca ............................................................................. 24 Figura 5 – O papel dos símbolos............................................................................... 29 SUMÁRIO 1 2 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 7 1.2 METODOLOGIA ............................................................................................ 7 MARKETING ...................................................................................................... 10 2.1 2.1.1 Desafio da marca .................................................................................. 12 2.1.2 Um valor intangível ................................................................................ 13 2.2 3 MARCA ........................................................................................................ 11 BRAND EQUITY .......................................................................................... 14 2.2.1 Lealdade a marca .................................................................................. 15 2.2.2 Conhecimento do nome......................................................................... 19 2.2.3 Qualidade percebida.............................................................................. 21 2.2.4 Associações a marca em acréscimo a qualidade percebida ................. 23 2.2.5 Branding interno .................................................................................... 25 2.2.6 Branding para pequenas empresas ....................................................... 26 2.3 IMAGEM DA EMPRESA .............................................................................. 27 2.4 SÍMBOLO E SLOGAN ................................................................................. 28 2.5 MISSÃO E VALORES .................................................................................. 29 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 31 3.1 COLETA E ANÁLISE DE DADOS ................................................................ 31 3.1.1 Observação Direta no escritório ............................................................ 32 3.1.2 Observação Direta da festa ................................................................... 33 3.1.3 Entrevista............................................................................................... 35 4 PROPOSTA DE MELHORIA.............................................................................. 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 45 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 47 APÊNDICE A – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DIRETA ......................................... 48 APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA .......................................................... 49 6 1 INTRODUÇÃO O setor varejista de serviços de Buffet está relacionado com a execução de festas e eventos. No Buffet a ser pesquisado, em sua maioria, as festas realizadas são aniversário de 15 anos e casamentos. Segundo dados retirados do site do IBGE, a estimativa de casamentos realizados na cidade de São Carlos em 2011 foi de 1589 e em 2013 de 1700, o que demonstra um crescimento que manteve o mercado aquecido. Constata-se também que existem aproximadamente 15 empresas de representatividade no município de São Carlos, que atuam no ramo de buffet para festas de casamento e aniversários de 15 anos, o que torna o setor bem competitivo. Um serviço não pode ser trocado como um produto, então no momento da contratação, o cliente espera que este seja prestado com qualidade, e a confiança na empresa se torna um papel importante. Segundo Aaker (1998), a qualidade percebida de uma marca não envolve somente a qualidade real do produto ou serviço, mas também os sentimentos do consumidor e a sua percepção de superioridade em relação às alternativas existentes. Dentro deste contexto, Kotler (2011), complementa explicando que compradores podem responder de forma diferente à imagem da empresa, mesmo quando as ofertas dos concorrentes são similares. Isto indica mais uma vez a importância do sentimento do consumidor em relação a marca e a sua percepção dela. Por marca, entende-se: “um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los de concorrentes” (KOTLER, 2011, p. 393). Portanto, a problemática que envolve esta pesquisa é a de compreender a questão: como uma marca bem posicionada pode gerar vantagem competitiva para uma empresa de Buffet? Na perseguição de uma resposta a essa problemática, foi necessário realizar um levantamento bibliográfico sobre o tema – branding: gestão de marcas – estabelecendo-se por objetivo geral desta pesquisa uma proposta de melhoria no processo de construção e de posicionamento da marca de um Buffet de festas de 15 anos e casamentos, localizado na cidade de São Carlos. Tornam-se objetivos específicos desta pesquisa: 7 a) Discorrer sobre Marketing e aprofundar o conhecimento ao que se refere a criação de uma marca forte; b) Compreender como uma marca forte pode gerar vantagem competitiva; c) Identificar a identidade desejada pela empresa e o que ela faz para se posicionar, algo que neste setor pode ser decisivo para a sobrevivência da mesma; d) Analisar o cenário de atuação da empresa de Buffet, os processos envolvendo a marca, verificar possíveis falhas e sugerir novos processos. 1.1 JUSTIFICATIVA Cobra (2011), afirma que a escolha da marca deve passar compreensão para os consumidores sem gerar dúvidas sobre ela, deve ser expressiva e de fácil reconhecimento, memorização e publicidade. Este trabalho se justifica na importância que a marca tem em uma empresa varejista para ganhar e permanecer no mercado. Pelo fato de a empresa analisada pertencer a amigos e familiares do pesquisador, existe também uma justificativa pessoal pelo tema, para gerar benefícios a empresa em questão. Com essa pesquisa, é possível aperfeiçoar os métodos de posicionamento da empresa e sua imagem interpretada pelo mercado, o que gera valor e diferenciação. Uma vez que os consumidores podem responder diferentemente às empresas concorrentes, mesmo quando a oferta é similar, a existência de uma marca forte, valorizada e diferenciada torna-se uma vantagem competitiva. 1.2 METODOLOGIA Esta é uma pesquisa aplicada, do tipo exploratória, pois visa identificar um problema para, posteriormente, propor uma melhoria, e explica Gil (2008, p. 27), que “o produto final deste processo passa a ser um problema mais esclarecido”. 8 Tem caráter qualitativo, o qual, segundo Silva e Menezes (2000, p. 20), “a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicos no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas”. E é delineada como estudo de caso, que conforme descreve Rampazzo (2013, p. 54), “é a pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade para examinar aspectos variados de sua vida”, que no caso desta pesquisa, envolve uma empresa de Buffet. Juntamente, para fundamentar e contribuir com este trabalho, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e documental sobre o tema de marketing: Gestão de Marcas e as técnicas para fortalecimento de marcas, que formou o referencial teórico. Para a elaboração do referencial teórico, adotou-se como base os autores David A. Aaker e Philip Kotler, pois, dentre as literaturas que tratam o tema esses dois autores são os mais renomados e também citados em pesquisa acadêmica. Mais especificadamente, Aaker publicou diversos livros com enfoque em criação e manutenção de marca, sendo um deles o “Marcas: Brand Equity - Gerenciando o valor da marca” que foi utilizado neste trabalho como alicerce teórico e apoiado por outros autores como Kotler. A escolha destes autores também foi influenciada pela possibilidade de acesso aos livros, através da compra pela internet e pelo uso da biblioteca do campus que continha pouca variedade de livros referentes ao assunto. A unidade de estudo desta pesquisa é um Buffet de festas, na sua maioria, aniversário de 15 anos e casamento, localizado na cidade de São Carlos, que está no mercado desde 2010. É gerenciado por duas sócias, e possui uma funcionária para auxiliar nas rotinas administrativas e no atendimento aos clientes da empresa. Para realizar as festas, são contratados funcionários diversos, pagando-se a diária, conforme a necessidade e especificidade do evento. A coleta de dados para a pesquisa de campo, ocorreu por meio de: observação direta (Apêndice A) no escritório e durante a realização das festas; e por uma entrevista estruturada (Apêndice B) realizada com uma das sócias administradoras da empresa. A aplicação desses instrumentos permitiu obter informações sobre o processo de marketing e marca existente. Concluída a coleta de dados, as informações obtidas foram organizadas e analisadas de forma qualitativa, considerando-se os objetivos de pesquisa. Com a 9 análise feita, uma sugestão de melhoria foi desenvolvida, baseada no estudo bibliográfico e documental realizado. 10 2 MARKETING As definições do conceito de marketing, evoluíram a longo dos anos, até chegar no entendimento que se tem hoje. Cobra (2011), conta essa evolução da seguinte maneira: em 1960, o conceito atribuído pela AMA (American Marketing Association) definia marketing como as atividades responsáveis pelo fluxo dos bens ou serviços dos produtores ao consumidor. Em 1965, o mesmo autor (2011), conta que Ohio State University já inclui a estrutura da demanda da sociedade na definição de marketing, onde este se responsabilizaria em satisfazer essa demanda através de promoção, troca e distribuição dos bens e serviços. Já em 1969, segundo Cobra (2011), foi instituído ao conceito de marketing, as dimensões sociais, passando a abranger também as organizações não-lucrativas. Com isso, surge então a expressão de marketing social. Como um conceito genérico, Kotler (2011, p.27), define marketing como: “processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através de criação, oferta, e troca de produtos de valor com outros”. Nesse aspecto, Kotler (2011), explica que a atuação do marketing envolve identificar as necessidades existentes, que não são criadas pelo marketing, mas já existem na sociedade, e então influenciar os desejos das pessoas em como suprir essa necessidade. As necessidades são básicas e poucas, mas os desejos de como supri-las são muitos e estão em constante mudança. Kotler (2011), também explica que, para suprir determinadas necessidades, as pessoas podem ter preferências e desejar uma marca específica. Este desejo em consumir determinada marca ou produto, juntamente com a condição e disposição de comprá-lo, é determinado como demanda. Então, a necessidade de status, ou confiança na compra, ou ainda diversos outros motivos, pode criar o desejo em consumir determinada marca, que na percepção do cliente, atende à sua necessidade, e, se em condições e disposição de pagar por ela, torna-se uma demanda pela marca. 11 2.1 MARCA A competitividade entre empresas aumenta significativamente ano após ano, para cada segmento existem diversas marcas concorrendo entre si. A cada ano, por exemplo, aproximadamente três mil novas marcas são lançadas nos supermercados, o que significa que em algum momento as vendas não cobrirão toda a oferta. É nesse momento que o valor da marca faz a diferença no mercado. (AAKER, 1998). Aaker (1998), conta que desde a idade média, já se tem evidências da existência de marcas para diferenciar os produtos. Cita como exemplo o transporte de barris de uísque, onde vinha gravado o nome da destilaria produtora, para evitar a substituição do produto por outro mais barato e garantir segurança ao consumidor e proteção legal ao produtor. Já no marketing moderno, a marca teve seu enfoque em criar associações que se estabelecem através de atributos do produto, nomes, embalagens, estratégias de distribuição e propaganda, tornando-se diferenciada no mercado. O valor desta diferenciação tem a finalidade de reduzir a influência do preço sobre a decisão de compra, e aumentar o poder dos detalhes da diferenciação. Partindo deste contexto Aaker (1998, p.7), define marca como: Nome diferenciado e/ou símbolo (tal como um logotipo, marca registrada, ou desenho de embalagem) destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de vendedores e a diferenciar esses bens e serviços daqueles concorrentes. Nos próximos subcapítulos serão apresentados a importância que a marca tem em relação a empresa e suas relações com o uso de práticas de promoção e propaganda e como isso afeta a empresa no curto e longo prazo, e como a marca pode afetar a valorização do produto. 12 2.1.1 Desafio da marca Segundo Kotler (2011, p.394), “se uma empresa trata uma marca apenas como nome, comete a falha de não lhe dar destaque. O desafio da definição da marca é desenvolver um conjunto profundo de significados para ela”. Aaker (1998), também diz que a construção da marca deve se dar de forma que esta venha a se tornar um ativo da empresa, superior ao concorrente. No entanto, a marca é um ativo intangível não capitalizado, o que favorece a negligência por parte dos gestores. Assim como um ativo tangível de uma empresa, que sofre depreciação e, por consequência, necessita de manutenção, a marca também está sujeita a depreciação, então após a construção é preciso mantê-la. Sobre a importância da marca, Cobra (2011, p. 208), diz que “a verdade é que se a marca não faz a venda, ajuda, e muito, a vender”. Mas, Aaker (1998), explica que quando estamos construindo uma marca, ou ainda que, trabalhando para mantê-la, as pressões por resultados influenciam as decisões dos gestores, que acabam optando pela adoção de promoções e não propagandas. O autor explica ainda que as promoções trazem um resultado fácil de ser medido em curto prazo, mas são facilmente copiadas pelos concorrentes e inicia-se um ciclo de redução de preço que aumenta a influência deste e diminui a influência da marca na mente do consumidor, o que gera um resultado positivo no curto prazo, mas pode ser negativo a longo prazo, considerando o declínio do valor, os custos e as compras antecipadas. Diferentemente da promoção, a propaganda cria marcas fortes, que mesmo frente a promoções dos concorrentes, pode conseguir manter a sua participação no mercado. No entanto, a propaganda traz resultados de longo prazo que são difíceis de serem medidos o que leva muitas empresas a substituírem-na pelas promoções, fato que é identificado pelos números gastos pelas empresas em promoção e propaganda, que décadas atrás estavam na proporção de 40/60 e hoje encontram-se em 60/40 respectivamente, o que demonstra um notável crescimento do foco em promoção. (AAKER, 1998). 13 2.1.2 Um valor intangível Apresentando a ideia explanada por Aaker (1998), o valor que o consumidor dá a um produto não está, somente, relacionado com a qualidade deste produto, mas também, está fortemente relacionado com a percepção que se tem da marca que está por traz do produto. Basta imaginarmos o valor que seria atribuído a um produto X, fabricado por uma marca com força internacional e compararmos com o valor atribuído ao mesmo produto X, fornecido por uma empresa desconhecida. Claramente o produto alicerçado pela marca internacional teria uma maior valorização pelo consumidor. Isto nos mostra que não só a qualidade basta para valorizarmos o produto frente à concorrência, é preciso utilizar todas as ferramentas disponíveis para isso. Dentro deste contexto, Aaker (1998) explica que a marca, nome ou símbolo de um produto ou serviço interfere em seu valor, podendo aumentá-lo ou diminuí-lo, de acordo com o conjunto de ativos que estão ligados a esta marca, nome ou símbolo. Este conjunto de ativos relacionados à marca é nomeado como brand equity e interfere no valor tanto para o consumidor, quanto para a empresa. Kotler e Armstrong (2007), encontram-se nesta mesma linha de pensamento, explicando que a marca é mais que nomes e símbolos, mas contempla tudo que o serviço ou produto significa para o cliente. Já dizia Klein (2002): por mais que as corporações fabriquem produtos, os consumidores compram marcas. Se, no mundo de hoje, temos consumidores que compram marcas, então está na hora das corporações não fabricarem só produtos, mas fabricarem marcas fortes. É na fabricação da marca forte que falamos do brand equity. Quando vemos vendas de organizações por valores muito acima do seu patrimônio, podemos observar a ação do valor intangível da marca, que é viabilizado pelos anos de investimento em marketing e possibilitaram que a empresa em questão pudesse ter uma marca forte. 14 2.2 BRAND EQUITY Para entendermos melhor o brand equity, definido anteriormente, Kotler e Keller (2012, p. 260), explicam que: O brand equity é o valor agregado atribuído a bens e serviços. Esse valor pode se refletir no modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação à marca, bem como nos preços, na participação de mercado e na lucratividade gerada pela marca. Kotler e Keller (2012), continuam dizendo que pesquisadores de marketing, na perspectiva do brand equity baseado no cliente, admitem que o poder e valor da marca está baseado na percepção que os clientes possuem desta. Quando os clientes reagem favoráveis à determinada marca, tem-se o brand equity positivo, já quando reagem desfavoráveis, tem-se um brand equity negativo. No entanto, quando não há diferença nas respostas dos clientes à marca, entende-se que o produto ou serviço encontra-se num mercado de commodity. Aaker (1998), explica que o valor gerado pelos ativos do brand equity (as associações a marca), que interferem na resposta dos clientes para com a marca, afetam não só o consumidor, mas também a empresa. Para o consumidor há a contribuição em interpretar e acumular informações do produto e da marca, estabelecer confiança na decisão de compra e ainda aumentar a satisfação do cliente, tanto com a qualidade percebida, quanto com a experiência da marca, não sendo apenas o produto bom, mas o produto bom da melhor marca. Já para a empresa, Aaker (1998), explica que algumas formas de gerar valor acontecem, por exemplo, quando um novo produto for lançado, a segurança passada pela marca incentiva os clientes a prová-lo, algo que sem o alicerce da marca, proporcionaria gastos mais altos para atrair esse consumidor. Outra forma de valor para a empresa é o aumento da margem de lucro que o brand equity proporciona, uma vez que não serão necessárias tantas promoções para atrair seu cliente fiel e ainda é possível ter um preço premium, diferenciado, acima da concorrência e com lucros maiores, sem o foco total em ter o menor preço de venda. Também passa segurança aos estabelecimentos comerciais, o que impulsiona os canais de distribuição, tendo aceitação pelos comerciantes, destaques nos pontos de venda e ainda cooperação na implantação dos programas de marketing. 15 Os ativos que se relacionam com a marca, compondo o brand equity, são divididos em 5 categorias por Aaker (1998), sendo elas: lealdade à marca; conhecimento do nome; qualidade percebida; associações à marca em acréscimo à qualidade percebida; e outros ativos da empresa. A Figura 1, ilustra o conceito de brand equity e seus ativos, que serão tratados nos próximos capítulos. Figura 1 – Brand Equity Fonte: Adaptação de Aaker (1998, p. 18) 2.2.1 Lealdade à marca “A medida que a lealdade à marca aumenta, a vulnerabilidade da base dos consumidores à ação da concorrência diminui” (AAKER, 1998, p.41). A lealdade à marca pode ser dividida em alguns níveis conforme demonstra a Figura 2. 16 Figura 2 - Pirâmide da lealdade Fonte: Adaptação de Aaker (1998, p. 41) O primeiro nível, mais inferior, o consumidor é indiferente à marca, e a decisão de compra se baseia mais na disponibilidade do produto e nos custos reduzidos, sendo a marca indiferente. Já o segundo nível, são compradores satisfeitos, que não estão em busca de mudar sua opção de compra, são compradores habituais, mas representam um mercado vulnerável a concorrentes que possam criar atributos diferenciados. O terceiro nível representa também compradores satisfeitos, porém mais leais a uma determinada marca por terem medo de uma possível mudança não ser tão vantajosa quanto parece. Neste nível, os concorrentes precisam oferecer um benefício realmente compensatório para atrair o comprador. (AAKER, 1998) Aaker (1998), afirma que nos dois níveis mais superiores, uma característica ganha importância: o afeto. Pode-se dizer que nesse ponto de lealdade, a escolha pela marca não responderá somente pelos atributos e benefícios 17 dos produtos, mas também a uma preferência geral ou afeto. Há um sentimento por trás da decisão de compra que envolve o “gostar da marca”, ter uma confiança, um respeito por ela. Neste momento, os consumidores estão dispostos a pagar um preço adicional pelo uso específico da marca, além de resultar em uma vantagem competitiva frente à concorrência, uma vez que é mais difícil competir com os sentimentos do consumidor do que com os atributos do produto. Kotler e Keller (2012), no que diz respeito a preferência à uma marca por afeto, explicam que muitos especialistas de marketing dividem o posicionamento da marca em componentes racionais e emocionais. Os autores definem como branding emocional, os esforços em desenvolver respostas emocionais de uma pessoa para a marca. Explicam também que um importante fator no branding emocional é a autenticidade da marca, que gera confiança, afeto e intensa fidelidade. No quarto nível, segundo Aaker (1998), tem-se então os consumidores que gostam da marca, muitas vezes sem identificar um motivo específico, podendo ser uma associação positiva com o símbolo ou marca, uma qualidade percebida alta, ou ainda pela experiência de uso. São amigos da marca, possuem uma ligação emocional. No último nível são os consumidores mais leais, são comprometidos com a marca, defensores e possuem orgulho de consumi-la. A marca faz parte do seu modo de viver, está presente em seu dia a dia, nas conversas com amigos, é útil e confiável e representa o modo de vida de seus consumidores (AAKER, 1998). O valor de um consumidor comprometido está além dos seus gastos individuais e frequentes, mas sim, no seu poder de captação de novos clientes, sendo um divulgador da marca que recomenda e diz o porquê devem comprar o produto. (AAKER, 1998) Aaker (1998) aponta que quando uma marca, com o lançamento de um novo produto superior pela concorrência, sofre ameaças, mas possui uma base de clientes leais, ela possui então uma vantagem de tempo em que seus consumidores aguardarão uma reação e desenvolvimento de melhorias no seu produto, que igualem a concorrência. Kotler e Keller (2012), também mencionam as vantagens que uma marca forte proporciona, aumentando a fidelidade do cliente e diminuindo a vulnerabilidade às campanhas de marketing da concorrência. 18 Um grande erro das marcas, atualmente, podem ser as onerosas campanhas de marketing para atrair novos clientes, os quais já estão satisfeitos com outra marca e não estão em busca de alternativas. No entanto, se o investimento em marketing fosse direcionado aos clientes atuais, a fim de identificar problemas e insatisfações desses que já experimentaram o produto e retê-los, o nível de relacionamento cliente-marca aumentaria e, consequentemente, a sua lealdade também, o que resultaria em menores custos e ainda traria novos consumidores influenciados pelos clientes leais. (AAKER, 1998) Segundo Kotler (2011), atrair novos clientes custa cinco vezes mais que manter os atuais satisfeitos, uma vez que, influenciar o comportamento de um consumidor satisfeito a mudar de marca é, segundo o autor, um grande esforço. Kotler (2011), afirma que a melhor maneira de reter o cliente é proporcionando satisfação, o que dificulta a ação da concorrência através de preço ou técnicas de persuasão. O autor, define satisfação como: “o sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo produto (ou resultado) em relação às expectativas da pessoa”. (KOTLER, 2011, p. 53). O processo de desenvolvimento do consumidor (Figura 3), segundo Kotler (2011), começa com os consumidores prováveis, que são todos os que podem comprar o produto ou serviço e que podem se tornar consumidores potenciais, quando houver o interesse na compra e a condição de pagar. Os consumidores potenciais podem ser qualificados, quando a empresa tem o interesse em comercializar com ele, ou não-qualificado, quando a empresa não tem interesse em comercializar com ele, por julgar não rentável. Figura 3 - Processo de desenvolvimento do consumidor Fonte: Adaptação de Kotler (2011, p. 58) 19 O interesse da empresa é transformar os consumidores potenciais qualificados em novos consumidores e em consumidores leais. No entanto, esses consumidores ainda continuam comprando da concorrência, sendo o próximo passo no desenvolvimento do consumidor transformá-los em clientes, os quais compram unicamente da empresa em questão, determinado produto ou serviço (KOTLER, 2011). Uma vez atingido o nível de cliente, Kotler (2011), aponta que o próximo passo é transformá-lo em advogado, um consumidor que defende e estimula outras pessoas a comprar determinada marca. Por fim, o autor mostra que o último passo no desenvolvimento do cliente é transformar os advogados em parceiros, que são os consumidores que trabalham em conjunto com a empresa. Para Kotler (2011), no entanto, é inevitável que alguns consumidores, por motivos diversos como mudança de cidade, falência, insatisfação etc. acabem deixando de consumir com a empresa, tornando-se consumidores inativos. Neste ponto, o desafio do marketing de relacionamento é recuperar os consumidores insatisfeitos, uma vez que já foi dito anteriormente sobre a importância em manter os clientes satisfeitos e o impacto financeiro disso em relação com a atração de novos consumidores. 2.2.2 Conhecimento do nome Segundo Aaker (1998, p. 64), “o conhecimento da marca é a capacidade que um comprador potencial tem de reconhecer ou de se recordar de uma marca como integrante de certa categoria de produtos”. Kotler e Keller (2012, p. 260), contribuem para o entendimento da importância do conhecimento do nome dizendo que “o poder de uma marca está naquilo que os clientes veem, leem, escutam, aprendem, pensam e sentem sobre ela ao longo do tempo”. Aaker (1998), ainda afirma que nem sempre que se divulga um nome de marca, necessariamente, aumenta-se o conhecimento desta, e usa como exemplo se uma marca é divulgada por um balão com seu nome, há um fortalecimento deste nome, mas o conhecimento da marca melhorará ainda mais se este balão estiver associado com o produto que a marca representa, por exemplo, um balão em formato de calça jeans com o nome Levi’s. 20 O nível de conhecimento da marca pode ser escalonado por Aaker (1998), desde o desconhecimento da marca até a top of mind, passando pelo reconhecimento da marca e pela lembrança da marca. Reconhecimento da marca é quando o consumidor, estimulado ao ver ou escutar o nome de uma marca de um determinado segmento, consegue reconhecêla, algo importante quando o cliente escolhe a marca no ponto de venda. A lembrança da marca é quando o cliente lembra da marca, dentro de uma determinada categoria de produtos sem precisar de estímulos. A top of mind é a primeira marca lembrada pelo consumidor dentro da categoria de produto, quando não há estimulo, o que coloca esta marca à frente das outras na lembrança da pessoa. (AAKER, 1998). A melhor posição de conhecimento de marca que se pode ter é quando a marca não só é a primeira a ser lembrada, mas quando é a única a ser lembrada dentro de uma categoria de produtos, sendo assim dominante, e possuindo uma vantagem competitiva (AAKER, 1998). Segundo este mesmo autor, marcas top of mind muito reconhecidas, que tiveram muitas exposições e proporcionaram muitas experiências de uso, podem permanecer durante muito tempo sendo reconhecidas pelo mercado mesmo sem o uso de propagandas, este seria o poder dos velhos nomes. Para atingir o conhecimento desejado da marca Aaker (1998), afirma que é preciso ganhar identidade e relacioná-la com a categoria do produto. Para isso é preciso que a marca seja ou se apresente de forma diferenciada para se tornar memorável e ser facilmente reconhecida pelo mercado. Envolver a marca junto a um slogan ou jingle também é vantajoso, uma vez que o slogan pode ser mais forte que o próprio nome da marca quando apresenta uma característica visível do produto, por exemplo. Para promover e manter uma marca, o uso de imagens e símbolos associados a esta ganha importância, uma vez que é mais fácil de apreender, reconhecer e recordar do que uma palavra ou frase. Outro modo interessante de aumentar o conhecimento da marca é através da imprensa. Quando seu produto traz uma característica nova, e é interessante, ele se torna alvo da mídia e então é divulgado. Deste modo, não só é apresentado o nome da marca mas também se criam associações pelo conteúdo da imprensa. Quando, porém, o produto não tem características naturalmente interessantes, é preciso criar eventos para colocá-lo em destaque na imprensa. O 21 uso de patrocínios de eventos pode ser útil para criar e manter a exposição da marca e favorecer o seu conhecimento. (AAKER, 1998). Aproveitar a extensão da marca para aumentar a lembrança do nome é uma alternativa possível, usado por exemplo pela Coca-Cola, que destaca seu nome em outros produtos da companhia, como na Fanta e Kuat. Aaker (1998), também explica que o uso de sinais pode favorecer a lembrança da marca pelo consumidor, por exemplo para relacionar as associações realizadas em uma propaganda comercial, diretamente na embalagem do produto através de um sinal que remeta a isso. Ainda segundo Aaker (1998, p.79), “Enquanto o reconhecimento, mesmo que baseado em apenas poucas exposições, persiste, a lembrança se desgasta com tempo. A lembrança é difícil, ou uma profunda experiência de aprendizado ou muitas repetições.” 2.2.3 Qualidade percebida De acordo com Aaker (1998, p. 87), um gerente de propaganda aposentado disse que: “se uma companhia perder os seus recursos e o seu dinheiro, mas mantiver a reputação, poderá sempre ser reconstituída. Mas se perder a reputação, nenhuma soma de dinheiro e de recursos fará com que ela volte ao mercado”. Na mesma linha de pensamento, Kotler e Armstrong (2007), contam que Jonh Stewart, co-fundador da Quaker Oats, disse: “se este negócio fosse dividido, eu lhe daria os terrenos e prédios e manteria as marcas e as marcas registradas e ganharia muito mais do que você”. Qualidade percebida não é só satisfação, ela envolve altas expectativas que são supridas. A qualidade percebida difere também da qualidade real do produto, de suas características e especificações. Ela é o conhecimento dos consumidores. Envolve não somente as características do produto, mas também julgamentos e sentimentos importantes para o consumidor, de tal modo que dois produtos concorrentes entre si, com diferenças no nível de qualidade real, podem ter níveis de qualidade percebida semelhantes. Definimos então qualidade percebida como um conhecimento que o consumidor tem de um produto ou serviço, 22 comparado com as alternativas, sobre a sua qualidade geral ou superioridade. (AAKER, 1998) A qualidade percebida é o conhecimento do consumidor em relação ao produto ou serviço e que, embora a qualidade em si possa contribuir para o aumento da qualidade percebida, isso não necessariamente precisa estar relacionado com a qualidade ou superioridade real do produto. Mais importante que o produto ser bom, ou superior, é o consumidor acreditar que o produto é bom e superior. Tendo uma alta qualidade percebida associada à marca, uma vantagem competitiva é gerada, e o consumidor tem uma razão de compra para com a marca, fundamentada por este conhecimento de qualidade. Além disso, com a alta qualidade percebida, pode-se desenvolver um preço premium para o produto, que aumenta os lucros e/ou possibilita um aumento de reinvestimento no valor da marca, pode-se utilizar desta qualidade percebida para criar extensões da marca em novas categorias de produtos, além de obter a vantagem de possuir o interesse dos canais de distribuição em adquirir os seus produtos e expô-los de forma atrativa no ponto de venda. (AAKER, 1998). Para desenvolver a qualidade percebida é importante dar atenção à qualidade real do produto ou serviço. Já disse Aaker (1998), que, a menos que a experiência de uso esteja coerente com a percepção de qualidade do consumidor, seria desperdício tentar convencê-lo de que há qualidade onde não há. Então, embora tenhamos visto que a qualidade percebida ganha mais importância que a qualidade real do produto, isso não significa que a qualidade real não seja importante, pelo contrário, ela é um dos caminhos para desenvolver a qualidade percebida pelo cliente. Kotler e Armstrong (2007), dizem que uma das principais formas de diferenciação de empresas de serviços é pela qualidade superior que oferecem. No entanto, o conceito de qualidade é dado pelos clientes, sendo mais difícil a identificação do que é qualidade quando relacionada a serviços do que a produtos. Como forma de avaliar a qualidade de um serviço, Kotler e Armstrong (2007), sugerem que medir o nível de retenção de clientes talvez seja a melhor ferramenta. No que envolve a qualidade percebida dos serviços, Kotler e Armstrong (2007), também ressaltam que, ainda que a empresa preze pela perfeição, é inevitável que, em alguns momentos possam existir entraves na execução do 23 serviço, de forma que a qualidade seja sempre variável. Neste ponto, os autores destacam a importância de uma boa recuperação de serviço, para satisfazer aquele cliente zangado e manter a percepção de qualidade. Outro ponto importante a ser considerado é sobre o conceito que envolve a qualidade real. Assim como Kotler e Armstrong (2007), Aaker, (1998, p. 98), afirma: “são os consumidores que definem qualidade”. Para desenvolvermos um produto ou serviço de alta qualidade percebida é preciso então que atinjamos ou superemos o nível de qualidade definido pelos consumidores. A qualidade então se relacionará com as necessidades dos clientes, e o produto ou serviço de qualidade será aquele que supre essas necessidades e faz o cliente acreditar na sua superioridade. Neste momento, torna-se importante a comunicação e o desenvolvimento de um relacionamento próximo entre empresa-cliente. Somente assim as necessidades reais dos clientes podem ser identificadas. Kotler e Armstrong (2007), complementam dizendo que, para atingir uma boa qualidade, as empresas de serviços devem se preocupar tanto com a execução perfeita, quanto com a recuperação de possíveis erros. Para isso, é conveniente dar poderes e responsabilidades aos funcionários da linha de frente para que possam identificar as necessidades dos clientes e tomar providencias para supri-las. 2.2.4 Associações a marca em acréscimo a qualidade percebida Para uma marca suportar um bom posicionamento e manter uma boa competitividade no mercado ela precisa ser sustentada por uma rede de associações ligadas a ela. Esta rede de associações deve envolver uma atividade mental complexa, que é despertada na mente do consumidor através de inúmeras experiências e exposições do produto ou serviço ao consumidor, que tenham significado para ele. Tem-se então o valor da marca de acordo com seu conjunto de associações e quanto estas significam para os clientes. As associações contribuem com o processamento e busca de informações na mente do consumidor, interferem no posicionamento que a empresa toma e na diferenciação dela para a concorrência, influenciam na razão de compra do consumidor uma vez que geram significado a este, e criam sentimentos positivos em relação à marca no pensamento dos clientes. (AAKER, 1998). 24 Associar a marca, seu nome e símbolo, com valores intangíveis, com os benefícios oferecidos ao seu consumidor, com o preço relativo, com o seu uso e aplicação, com as características do usuário, com uma celebridade, com a personalidade e o estilo de vida, de acordo com a classe do produto, com a região geográfica, pelas características do produto ou serviço, e até mesmo com a concorrência, demonstrando superioridade ou equidade, são os caminhos para criar a rede mental complexa de associações à marca (Figura 4), que contribuirão com a qualidade percebida do produto ou serviço, aumentando o seu valor. (AAKER, 1998) Figura 4 – Associações de marca Fonte: Adaptação de Aaker (1998, p. 120) No entanto, Kotler e Armstrong (2007), complementam que um importante fator na manutenção das marcas é a experiência de uso. Esta, consequentemente, influencia na qualidade percebida. Vemos então que as associações à marca interferem diretamente no valor desta e na percepção do cliente sobre qualidade. Para isso, é preciso desenvolver campanhas publicitárias para estimular essas associações na mente do consumidor 25 e criar uma rede mental complexa. Mas para manter a marca ativa, é necessário também a experiência de uso, seja ela através do próprio cliente, que já experimentou o produto e tem a experiência como uma associação a marca, ou seja pela propaganda boca-a-boca, de quem já experimentou. 2.2.5 Branding interno Uma forte associação empregada à marca pode resultar do modo como agem os funcionários de determinada organização. Muito se fala das associações que se passam na mente do consumidor, gerando uma percepção diferenciada da empresa. Então, Kotler e Keller (2012) apresentam a importância de cumprir essas “promessas” geradas pela empresa. Neste momento é que Kotler e Keller (2012) explicam o branding interno. Trata-se da necessidade de que funcionários e parceiros de negócio compreendam as associações criadas, os conceitos de branding e como isto contribui ou prejudica a força da marca. Kotler e Keller (2012) expõem que, mesmo que existam as melhores atividades de branding, um atendimento insatisfatório dos revendedores pode gerar associações negativas que arruínem todos os esforços executados. É neste ponto que o branding interno consiste em inspirar e informar os funcionários em relação à marca. De acordo com Kotler e Keller (2012), para se cumprir a promessa da marca e desenvolver o nível máximo de lealdade pelo cliente, é preciso que todos os integrantes da empresa vivenciem a marca. Desenvolver o branding interno também fideliza os funcionários e os mantém motivados, preocupando-se com a marca e acreditando nela. É preciso seguir alguns princípios de branding interno conforme colocam Kotler e Keller (2012): a escolha do momento certo e oportuno para ganhar a atenção e imaginação dos funcionários; a coerência entre o marketing externo com o interno, a fim de trazer internamente a percepção pública estimada; e a vitalidade da marca, de forma enérgica, animando os funcionários e repassando orgulho e paixão a eles. 26 2.2.6 Branding para pequenas empresas Quando se fala de brand equity logo vem à mente grandes nomes de marca, mundialmente conhecidas, que investem constantemente grande quantidade de recursos na manutenção da marca. No entanto, a importância de um brand equity positivo nos mercados locais também é grande e pode ser um fator chave na decisão de compra do consumidor. Por isso, faz-se necessário que pequenas empresas também trabalhem o seu brand equity. Entretanto, conforme explica Kotler e Keller (2012), o uso dos recursos de marketing, para o desenvolvimento de associações positivas à marca, deve ser cauteloso nas pequenas empresas, uma vez que estas não dispõem de muito capital para isso. Kotler e Keller (2012), ainda caracterizam a construção da marca, para uma pequena empresa, como um desafio. Mas, um desafio que possui exemplos de sucesso, que ergueram marcas poderosas a partir do nada. Genericamente, Kotler e Keller (2012), determinam como fundamental para uma pequena empresa, na implementação de uma marca forte, ter foco, consistência nas campanhas e criatividade. A criatividade ganha importância como uma ferramenta para desenvolver novos meios de comunicação com o cliente, uso de mídias alternativas e redução de custos. Então, para determinar o posicionamento e o branding nos pequenos negócios, Kotler e Keller (2012), passam as seguintes orientações: Pesquisa de marketing com criatividade e baixo custo, o que envolve o desenvolvimento de pesquisas de mercado a baixo custo. É sugerido pelo autor a parceria com faculdades locais para desenvolvimento de trabalhos de conclusão de cursos, o que possibilitaria uma melhor compreensão do cliente e da concorrência. Focar o desenvolvimento da marca em uma ou duas associações essenciais. Por não dispor de muitos recursos para um desenvolvimento complexo de associações à marca, é preciso concentrar esforços em uma ou duas associações e trabalhá-las 27 constantemente na mente do consumidor, para que ela seja fortemente identificada com a sua marca. Desenvolver uma comunidade fiel à marca. Ferramentas como relações públicas, redes sociais e promoções de baixo custo, tornam-se interessantes na manutenção de uma comunidade fiel de clientes de uma empresa em que o boca-a- boca é o principal meio de estabelecer o seu posicionamento. A reunião, através de criação de comunidades, por exemplo, de clientes atuais com clientes potenciais é uma maneira econômica de fidelizar os atuais e desenvolver os potenciais, com baixo custo. Uso de associações secundárias. Economicamente mais viável, são pessoas, lugares ou objetos potencialmente relevantes, que significam algo para o consumidor, e então sinalizarão credibilidade ou qualidade, quando associados à marca. Integrar elementos de marca. Os elementos de marca impulsionadores do brand equity são os recursos que podem ser registrados, que identificam e diferenciam a marca e que sejam de fácil memorização, significativos e cativantes. A partir dessas orientações, Kotler e Keller (2012), recomendam o bom planejamento e implantação das ações de marketing, a fim de minimizar erros no processo, uma vez que os recursos disponíveis não são os mesmos de grandes organizações. 2.3 IMAGEM DA EMPRESA Sabemos que a existência de uma marca bem definida e diferenciada é fundamental para que seja fácil a identificação e compreensão desta pelos clientes. Como já disse Kotler (2011), os compradores podem responder de forma diferente à imagem da empresa, mesmo quando as ofertas dos concorrentes são similares, o que mais uma vez indica a importância da marca no mercado. A identidade da empresa deve então ser trabalhada com atenção, mas é importante também analisar qual imagem está de fato sendo gerada ao público. 28 Para explicar bem a relação de identidade e imagem, Kotler (2011), diz que a identidade é a forma como a empresa age para identificar-se e posicionar-se no mercado, já a imagem é a percepção que o público tem sobre ela. O autor continua explicando que a empresa pode desenhar um plano para atingir determinado posicionamento, mas, fatores inesperados podem interferir na imagem percebida pelas pessoas e o resultado ser diferente do planejado. Então, para a imagem da empresa ser eficaz, Kotler (2011) diz que três coisas precisam ser são proporcionadas por ela: uma mensagem singular que estabelece a característica e valor; transmissão da mensagem de forma distinta, para não ser confundida com mensagens similares de concorrentes; e poder emocional para tocar o coração e a mente dos compradores. Como uma imagem não é implantada da noite para o dia na mente dos compradores, ela não pode ser apresentada apenas por um veículo de comunicação e deve ser continuamente trabalhada e disseminada. Para isso, uma imagem forte é feita com o uso de um ou mais símbolos que despertam o reconhecimento instantâneo da mesma e divulgam a personalidade da marca em diversas formas de divulgação. Paralelo às formas de divulgação externas a empresa, a atmosfera interna também ganha importância na geração da imagem, através das cores, móveis, recepção, layout e o designe interior de forma geral. (KOTLER, 2011) 2.4 SÍMBOLO E SLOGAN “Sabemos que é mais fácil aprender as imagens visuais (símbolos) que as palavras (nomes)” (AAKER, 1998, p. 208) Este mesmo autor (1998), continua explicando que o símbolo pode ser um fator fundamental da marca, em um mercado em que, tanto os produtos ou serviços, quanto as empresas existentes, são muito similares e a diferenciação se torna difícil. Para garantir o reconhecimento da marca pelo consumidor e até a sua lembrança, o uso do símbolo pode se tornar uma característica chave da marca e um ativo da empresa. O símbolo consegue reunir o conhecimento da marca, as suas associações e ainda a qualidade percebida mais a lealdade, que Aaker (1998), chama de simpatia, conforme demonstra a Figura 5. 29 Figura 5 – O papel dos símbolos Fonte: Aaker (1998, p. 208) Para aumentar ainda mais o poder de associações do símbolo, o uso de um slogan pode ser uma estratégia de posicionamento da marca. Possui capacidade de criar um valor a ser explorado, podendo desenvolver ações promocionais de grande impacto e/ou ainda reforçar o nome, o símbolo e/ou as associações da marca. Devem ser objetivos, interessantes e memoráveis. (AAKER, 1998). Para Cobra (2011), a logomarca, que é as siglas, símbolos, cores e logotipos que envolvem uma marca, interfere na atenção que é dada a ela pelos observadores. Esta logomarca precisa, então, ser de fácil memorização e compreensão, para se fixar na memória do consumidor. Cobra (2011, p. 208) diz que “a questão é, pois, usar a criatividade no nome da marca e nas suas formas de representação gráfica para que ela estimule o consumidor a comprar”. 2.5 MISSÃO E VALORES A missão da empresa é basicamente o motivo pelo qual ela existe. Ela precisa corresponder aos objetivos internos e ser buscada por todos seus cooperados, a fim obter o melhor resultado possível. A missão deve ser claramente definida, tanto para o exercício das atividades dos funcionários, quanto para o entendimento de quem está por fora da organização. Deve ainda estar coerente com 30 os valores que a empresa assume como corretos e que devem ser praticados, com foco nos funcionários, clientes, fornecedores e na sociedade como um todo. (CHIAVENATO, 2008). Chiavenato (2008), diz que é importante ressaltar que os valores defendidos pela empresa precisam estar coerentes com os valores de seus dirigentes. É comum, por exemplo, uma empresa anunciar que as pessoas são os bens mais valiosos da organização, mas seus dirigentes agirem com horários rígidos e pouca flexibilidade, o que é incoerente com o valor anunciado. O que a empresa diz ser importante precisa ser importante para aqueles que respondem em nome da empresa: os funcionários. Quando a empresa tem uma missão e valores bem estabelecidos, em harmonia com a sociedade, tem-se, então, novas associações que podem contribuir para o brand equity de uma marca, uma vez que os clientes potenciais podem se identificar com estes valores, seja pelas suas características ou pelo seu estilo de vida, e compreender a missão da empresa de uma forma mais encantadora, tornando-se um novo cliente. É neste momento que a empresa tem a oportunidade de mostrar motivos para trabalhar que não seja somente o lucro, e ganhar a valorização dos consumidores frente à concorrência. 31 3 ESTUDO DE CASO A empresa foco desse estudo de caso é uma prestadora de serviços de buffet, majoritariamente de festas de casamento e aniversários de quinze anos, que se localiza na cidade de São Carlos, interior de São Paulo e está no mercado há mais de cinco anos. O Buffet pertence a duas sócias, uma contadora de formação e a outra técnica em designer de interiores. Ambas são responsáveis pela organização das festas, preparação das receitas servidas e administração do negócio. Possui também uma funcionária, que realiza atividades auxiliares, comerciais e administrativas. Para a realização das festas, são contratados funcionários diaristas, de acordo com a necessidade específica do evento. Por se tratar de uma pequena empresa, todas as atividades empresariais e decisões a serem tomadas, são realizadas pelas próprias sócias. A empresa possui um salão de festas alugado, o que permite a realização das festas no próprio salão, mas também vende os serviços de forma independente, a serem executados em propriedade de terceiros, como exemplo, chácara ou salão. 3.1 COLETA E ANÁLISE DE DADOS Conforme descrito anteriormente na metodologia, foram aplicados dois instrumentos de coleta de dados para a realização desta pesquisa: observação direta baseada em um roteiro (Apêndice A) e entrevista estruturada (Apêndice B). Na observação direta, o foco da analise contemplava sete tópicos que envolviam os ativos do brand equity, conforme explicado por Aaker (1998). Os tópicos são: (1) organização e boa aparência, (2) conforto, (3) atendimento ao cliente, (4) personalização dos materiais, (5) visualização e exposição da marca, (6) canais de comunicação, e (7) feedback dos clientes. Estes tópicos permitem uma compreensão dos ativos do brand equity da empresa em questão, focados, principalmente, na lealdade à marca, conhecimento do nome, qualidade percebida e associações da marca em acréscimo à qualidade percebida. 32 A observação foi realizada tanto na rotina diária comercial e administrativa, quanto durante a execução de festa, o que contribuiu para um entendimento operacional sistêmico da organização, observando os aspectos relevantes à força da marca, no contexto geral e prático. Concluídas as observações, realizou-se uma entrevista estruturada com uma das sócias administradoras para compreender quais processos efetivamente são adotados pela empresa no que diz respeito à marca e como são executados. As perguntas fizeram referência a seis grupos de informação, que foram definidos a partir da observação, a qual possibilitou um análise prévia da empresa e elucidou alguns pontos a serem questionados para um aprofundamento da análise, e com base no que foi desenvolvido no referencial teórico, contemplando as associações do brand equity proposto por Aaker (1998) e Kotler e Keller (2012), a imagem da empresa, discorrida por Kotler (2011), a existência de símbolos e slogans, conforme explicado por Aaker (1998) e Cobra (2011) e a compreensão da missão e dos valores da empresa, apresentados por Chiavenato (2008). Assim as perguntas se agruparam em: 1) marca; logotipo e slogan; 2) mercado; 3) qualidade e diferenciais; 4) campanhas publicitárias, promocionais e comunicação; 5) relacionamento com o cliente; e 6) imagem, missão e valores da empresa. 3.1.1 Observação direta no escritório A observação no escritório foi o primeiro procedimento da pesquisa de campo. Nos parágrafos que seguem serão apresentados os dados relevantes obtidos, e reagrupados, uma vez que as respostas percebidas não necessariamente contemplavam todos os critérios propostos para observação, em três grupos: (1) organização; (2) atendimento ao cliente; e (3) representação gráfica e exposição da marca. No quesito (1) organização, observou-se que o escritório comercial era utilizado, eventualmente, como pequeno depósito de materiais, gerando uma imagem de desorganização na mente do cliente. Conforme Kotler (2011), o ambiente interno tem grande influência na geração da imagem da empresa, e esta, 33 pode ser associada à marca, como um ativo do brand equity, e se não trouxer valor, pode desvalorizar. Quanto ao atendimento ao cliente (2), Kotler (2011), aponta que clientes podem responder diferentemente a empresas, mesmo quando a oferta é similar. Isso demonstra um importante papel na diferenciação do produto ou serviço, ou ainda a importância de dar significados profundos a marca. Neste contexto, observou-se que quando um cliente busca um orçamento, a empresa não faz esforços de acompanhar o cliente, para conduzi-lo até o fechamento. Apenas passa as informações e aguarda o retorno do cliente. Lembramos que o interesse da empresa é transformar esses consumidores potenciais em novos consumidores e desenvolvê-los até o auge da lealdade à sua marca. Neste aspecto, um bom acompanhamento do cliente, do orçamento até o fechamento do negócio, pode ser um diferencial relevante na decisão de compra do cliente, e se bem conduzido, o atendimento personalizado pode se tornar um ativo da marca, fortalecendo-a. Já no quesito (3) representação gráfica e exposição da marca, Aaker (1998), coloca que é mais fácil aprender imagens que palavras e Cobra (2011), defende que as cores, símbolos e logotipos interferem na atenção que é dada a marca e que a representação gráfica da mesma deve ser criativa e com poder de estimular o consumidor a comprar. Neste ponto, compreende-se a importância da representação gráfica da empresa no reconhecimento e lembrança da marca, e que, uma boa representação gráfica pode, ainda, estimular o consumidor a comprar. Durante a observação, constatou-se que, ao enviar orçamentos por e-mail, ou imprimi-los para entregar ao cliente, foram utilizados papel comum, sem nenhum trabalho visual, ou ainda, representação gráfica da empresa, o que leva a uma dificuldade de compreensão da marca durante a análise do cliente e não influencia a sua decisão de compra. 3.1.2 Observação direta da festa Após a realização da observação no escritório, realizou-se a observação durante a execução das festas, dando origem a novas informações, que foram novamente reagrupadas, uma vez que os dados relevantes coletados, não 34 necessariamente, envolviam todos os critérios definidos para a observação, em 3 grupos: (1) exposição a marca, (2) personalização e qualidade percebida, e (3) feedback. Com relação à (1) exposição da marca, foi visto anteriormente a importância da representação gráfica na associação à marca pelo cliente. Sabe-se também, conforme Aaker (1998), que para manter uma boa competitividade no mercado a marca precisa ser sustentada por uma rede de associações que envolvam atividade mental complexa. Isso só é possível a partir da inúmera exposição do serviço e da marca na mente do consumidor, que tenha significado para ele e desenvolva sentimentos positivos que influenciam na decisão de compra. A empresa em questão, na realização da festa, pouco expôs sua marca. A única forma de divulgação da marca era, quando não esquecido pelos garçons, a distribuição, ao final da festa, de cartões de contato pelas mesas. Não havia menus nas mesas, não havia a identificação da empresa nos vestuários dos funcionários e nem nos materiais utilizados. Ou seja, ao final do evento, todos os convidados iam embora e grande parte não tinha nenhum, ou tinha pouco, contato com a marca da empresa responsável pelo serviço. Essa falta de exposição impede que sentimentos positivos despertados durante a festa, seja pela qualidade, ou por inúmeros fatores intangíveis, possam ser relacionados à marca. Se essa relação existisse, a marca teria mais chances de ser lembrada pelas pessoas em uma eventual necessidade de contratação de serviços de buffet. Já no que diz respeito à (2) personalização e qualidade percebida, durante a realização da festa, observou-se que os funcionários não tinham uniforme padronizado. Os garçons vestiam roupas próprias, sociais, camisa preta ou branca e calça preta. As cozinheiras e auxiliares, vestiam roupas pessoais, pretas ou brancas, mais um avental também não padronizado. Os materiais utilizados também não eram padronizados, existindo, em uma mesma mesa, pratos e talheres diferentes (semelhantes mas diferentes). É sabido que para desenvolver uma alta qualidade percebida pela marca é preciso, inicialmente, que o serviço tenha qualidade real. Aaker (1998), afirma que seria desperdício tentar convencer um consumidor de que há qualidade onde não há. 35 Aaker (1998), ainda explana que a definição da qualidade é dada pelo cliente. Para definir a qualidade, o cliente relaciona o serviço oferecido com suas necessidades e com a superioridade deste em relação à concorrência. Quando a qualidade é percebida como alta, tem-se um ativo associado a ela, que a valoriza. É quando se fala de qualidade percebida que detalhes como a padronização do uniforme e a boa escolha dos materiais podem ter influência na definição de qualidade do serviço oferecido, principalmente, quando em comparação com serviços de outras empresas já vivenciados pelo cliente. No aspecto (3) o feedback, foi observado que os mecanismos de identificação da satisfação do cliente eram focados só no contratante do serviço, após a realização deste, no fechamento final dos custos adicionais. Já para os convidados do contratante, nada era feito para medir a satisfação. Deste modo, a empresa não possui um controle para determinar se os convidados ficaram satisfeitos. É importante ressaltar que, mesmo os convidados não sendo o cliente contratante, são clientes potenciais, que podem, e devem, ser trabalhados para se tornarem novos clientes (Kotler, 2011). 3.1.3 Entrevista Terminadas as observações, foi realizada uma entrevista com uma das sócias administradoras da empresa. Após a análise dos dados referentes à entrevista, estes foram separados nas 6 categorias de perguntas, sendo: (1) marca, logotipo e slogan, (2) mercado, (3) qualidade e diferenciais, (4) campanhas publicitárias, promocionais e comunicação, (5) relacionamento com o cliente, e (6) imagem, missão e valores da empresa. Na categoria (1) marca, logotipo e slogan, ao analisar a marca, a entrevistada conta sobre o nome da empresa, que possui significado religioso, o que é pertinente quando se trata de serviços de casamento. Explica sobre a existência do logotipo, que também possui relação com o serviço prestado (uma taça), mas conta que nem sempre é utilizado nos canais de comunicação e identificação e não é dado devida atenção à relação dele com o nome. Entretanto, explica sobre a existência de um slogan, que sempre acompanha o nome da empresa. 36 Kotler e Keller (2012), ao falarem sobre o branding em pequenas empresas ressaltam a importância da utilização de associações secundárias à marca, com foco em poucos elementos, para desonerar o processo. Tendo a empresa, um logotipo em formato de taça, e a taça tendo forte relação com eventos, pode-se desenvolver uma associação secundária que não é explorada. No quesito (2), mercado, ao estimular a entrevistada a fazer uma análise do mercado, obteve-se informações sobre o que interfere na decisão de compra do cliente. Segundo a entrevistada, os clientes prezam por um bom preço e este influencia na decisão de compra. No entanto, ela reconhece que a força da marca pesa mais que o preço neste mercado. Quando a marca tem forte influência da decisão de compra, torna-se importante desenvolver um brand equity e obter, pela marca, um diferencial competitivo, pois, segundo Kotler e Keller (2012), podemos compreender que este mercado não reponde como commodities e a batalha por preço não é o fator fundamental. Alguns fatores foram citados como tendo grande influência na decisão de compra de serviços de buffet para casamentos e aniversários de 15 anos, e todos estavam relacionados ao valor da marca, sendo o tempo de mercado que a marca possuía, a credibilidade que a marca tinha e o status gerado por ela. Observou-se então estes fatores como sendo os diferenciais que uma marca possui, que interferem na resposta do consumidor de forma diferente a empresas, mesmo quando o serviço oferecido é similar, como já disse Kotler (2011). Quando questionada sobre o que é feito para ganhar a credibilidade e passar confiança para os clientes, foi citado que a empresa cumpre o contrato fielmente e passa indicações de clientes que já a contrataram. São apresentadas, também, fotos de eventos realizados a fim de demonstrar a responsabilidade da empresa e sua credibilidade. No entanto, com relação ao status, não é realizado nenhum trabalho. Com relação à (3) qualidade e diferenciais, a sócia define que, para ter qualidade nos serviços de buffet, é preciso ter higiene, apresentar bons materiais e de boa aparência, uniformização da equipe, pronto atendimento ao cliente, suprindo suas necessidades sem demora ou esquecimento e executar um serviço com número compatível de funcionários. 37 Analisando a própria definição de qualidade, a sócia relatou que a empresa atende aos quesitos no que diz respeito à higiene, ao pronto atendimento ao cliente e ao adequado número de funcionários, não dando atenção devida aos materiais e inexistindo uniformização dos funcionários. Neste ponto, lembra-se mais uma vez que é fundamental a existência da qualidade real, para que se possa desenvolver a qualidade percebida e tê-la como um ativo da marca, que proporciona valor a ela. No entanto, a sócia demonstrou que a empresa preza pelo uso de matérias-primas de primeira qualidade para a preparação das receitas, e ainda oferece um baixo preço frente aos concorrentes, sendo este um diferencial. Como benefício, ainda é dado gratuitamente a realização do cerimonial da festa (um serviço que normalmente é contratado independentemente dos serviços de buffet) quando esta é realizada no próprio salão da empresa. Este serviço adicional consiste no acompanhamento da noiva ou aniversariante durante todo o evento por uma funcionária do buffet, que orienta as ações que devem ser realizadas pela noiva ou aniversariante, em seu devido momento e resolve eventuais imprevistos. A partir desta análise, pode-se ver que existem alguns diferenciais na empresa, que podem influenciar a decisão de compra do consumidor. Porém, nenhum diferencial é detectado pela marca. Pode-se ver que os concorrentes diretos, nomeados pela sócia, não prezam muito pelo preço, mas possuem reconhecimento e são lembrados pela sociedade, focando-se mais no status e credibilidade, que são fatores determinantes neste mercado, que influenciam mais que o preço, conforme a entrevistada disse. Sobre (4) campanhas publicitárias, promocionais e comunicação, evidenciou-se que, enquanto a concorrência direta é lembrada quando se fala sobre empresas de buffet, a sócia informa que sua empresa é apenas reconhecida, quando citado seu nome, mas é, raramente, lembrada pela sociedade. Isso pode ser explicado pela ausência de campanhas publicitárias no início da empresa, quando isto era feito pela fundadora, através de visitas nas igrejas que frequentava, e pela ausência de investimento constante em publicidade ainda hoje, o que não mantém a empresa na mente dos consumidores. A única forma de propaganda da marca existente é através da divulgação impressa, em revista local, sobre o segmento de casamentos, onde se encontra uma 38 alta concentração de anúncios de diversas outras empresas concorrentes, e pela lista telefônica local. No mercado que hoje está cada vez mais conectado à internet, não existe na empresa meios online de divulgação. É utilizada a página pessoal do Facebook de uma das sócias para serviços do buffet, inexistindo página específica da empresa na internet ou cadastro em sites de propaganda e listas eletrônicas atualizadas. A capacidade de se recordar ou reconhecer uma marca, relacionada a uma categoria de produto, é chamada de conhecimento do nome por Aaker (1998), que também diz que o reconhecimento da marca pode persistir frente a poucas exposições, mas a lembrança só existe quando se tem uma experiência profunda ou uma exposição continua à marca. A lembrança na mente do consumidor torna-se um diferencial e coloca a empresa em destaque frente às outras. Entretanto, o que não é gasto em propaganda, a entrevistada conta que é oferecido em promoção. Ela explica que, no inverno, quando a procura pelo serviço é menor, é dado, além do cerimonial já citado, o bolo da festa e 300 docinhos, de forma promocional para incentivar as vendas. É explicado também que, mesmo não existindo uma campanha formal de promoção, durante a negociação, sempre é realizado desconto e são oferecidos brindes promocionais para o cliente. Quando solicitado à entrevistada para colocar em proporção os gastos com propaganda e promoção ela menciona que a relação é de 10/90, respectivamente. No contexto de promoções e propagandas, Aaker (1998), aponta que enquanto a propaganda traz resultados a longo prazo e fortifica a marca, a promoção traz resultados de curto prazo mas são facilmente copiadas e superadas pelas concorrentes. Isso foi evidenciado no Buffet. Ao analisar um mercado em que fatores relacionados à força da marca, como a credibilidade, confiança e status influenciam mais que o preço na decisão da compra, verifica-se que há um desequilíbrio nas forças de propaganda e promoção na empresa analisada, uma vez que gastos em propaganda fortalecem a marca e gastos em promoção são relacionados à vantagem no preço. Na quinta categoria, (5) relacionamento com o cliente, ao ser questionada sobre a perda de clientes para a concorrência, a entrevistada disse que a empresa sofre com este problema, e atribui isso ao baixo status que possui no mercado, característica de ter um público majoritariamente classe B e C. 39 No entanto, ela assegura que existem clientes que possuem orgulho de fechar contratos com a sua empresa. Este público são os frequentadores das igrejas em que a sócia tem contato, e a preferência pela empresa é gerada pelo afeto que existe entre a sócia e o cliente. Ainda sobre a relação com os clientes a sócia informa que não existem esforços para atrair novos clientes, somente através dos canais de comunicação em que a empresa aguarda a procura do consumidor. Ela conta que existiu uma iniciativa de conquistar o mercado empresarial, que até trouxe um pequeno retorno, mas não teve continuidade e a ação não foi efetiva. Como já dito por Kotler (2011), atrair novos clientes é cinco vezes mais caro que manter os atuais. A empresa em questão não realiza nenhuma atividade para estimular a recontratação de serviços por clientes que já conhecem a empresa e ficaram satisfeitos com os serviços prestados. Se existissem atividades focadas nos clientes atuais da empresa, existiria segundo Aaker (1998), um estimulo à fidelização destes, e tendo uma base fiel de clientes, contribuiria para o brand equity. Sabemos, a partir de Aaker (1998), que clientes fiéis são divulgadores da marca e estão menos suscetíveis a ação promocional da concorrência, tornando-se um diferencial competitivo e fortificando a marca. Para finalizar a entrevista, no quesito (6) imagem, missão e valores da empresa, questionou-se sobre qual a imagem desejada pela empresa, a missão e seus valores. A entrevistada contou que a imagem desejada para a empresa é a de perfeição no atendimento e de sempre estar associada a beleza, por esta ter grande relevância nos eventos realizados. No entanto, ao questionar sobre o que é feito para que esta imagem se concretize, a entrevistada informa que, no quesito beleza, não existem esforços, e que o serviço é focado na busca pela perfeição e realização de um serviço e atendimento exemplar. A entrevistada conta também que não existe uma missão oficial da empresa e que seus valores não são divulgados ao público. Mas, informa que a missão seria a realização de festas com qualidade em que o cliente e seus convidados se sintam felizes em participar, com boas recordações e que atenda os anseios do contratante. 40 Os valores fundamentais para a empresa são: as pessoas que ali trabalham, os clientes, a responsabilidade no serviço e a honestidade acima de tudo. No entanto, estes valores não são oficializados e divulgados pela empresa, mas a entrevistada conta que os funcionários são contratados de acordo com os valores e precisam compactuar com eles. Sabe-se que a missão e seus valores, segundo Chiavenato (2008), devem ser bem definidos e divulgados para um bom exercício dos funcionários e devido entendimento dos clientes, devendo ser coerente entre si. Uma empresa com uma missão séria e valores bem fundamentados pode desenvolver um ativo associado à sua marca e então valorizá-la. 41 4 PROPOSTA DE MELHORIA A partir dos dados coletados e da análise realizada, observou-se que a empresa não explora, ou explora insuficientemente, algumas práticas que, segundo o referencial teórico desenvolvido nesta pesquisa, são relevantes na construção e posicionamento de uma marca forte. Os aspectos negativos analisados da empresa são: (1) a falta de organização e de boa aparência do ambiente interno, (2) o atendimento ao cliente regular, sem muita diferenciação, (3) a falta de exposição da marca, (4) a não exploração do logotipo da empresa, (5) a ausência de personalização de materiais e uniformes, (6) o feedback focado somente nos contratantes, (7) a inexistência de uma linha de buffet que explore o status, (8) a baixa publicidade realizada, (9) a não exploração dos clientes atuais para recontratação de serviços, e (10) a ausência de missão e valores oficiais. A proposta de melhoria, a seguir, sugere a adoção e reformulação dessas dez práticas identificadas anteriormente como passíveis de melhoria, para a construção e posicionamento de uma marca forte. 1 Organizar o ambiente interno, com técnicas de decoração, a fim de torná-lo confortável e com uma imagem agradável e elegante, visto que isso pode se associar positivamente à empresa, conforme dito por Kotler (2011), e valorizar o seu brand equity. 2 Transformar o atendimento ao cliente em um diferencial da empresa, consequentemente uma vantagem competitiva, a partir de um atendimento com foco no cliente, dando devido acompanhamento, desde o primeiro contato até o fechamento do negócio, demonstrando interesse nas necessidades apresentadas e soluções personalizadas. O atendimento ao cliente pode interferir na resposta do consumidor, mesmo quando a oferta é similar, como já explicado por Kotler (2011), e é fundamental que supere as expectativas do cliente, para que se possa ter a imagem desejada de perfeição no atendimento. 42 3 Explorar e expor o nome da marca, o logotipo e o slogan, em todas as ocasiões possíveis, a fim de criar associações com a marca e torná-la lembrada pelo excesso de repetições e/ou associações com experiências profundas, conforme dito por Aaker (1998). Para isto, pode-se representar graficamente todos os materiais de escritório entregues ao cliente, como orçamentos, contratos, cartões, panfletos, etc., estimulando o consumidor a comprar e , também, representar graficamente a empresa durante a realização de festas, local onde a possibilidade de associações positivas e por experiência se torna maior, através da exposição da marca, logotipo e slogan pelas mesas, em menus, nos uniformes dos funcionários e nos pratos. 4 Utilizar o logotipo como associação secundária à sua marca, uma vez que este, é representado por uma taça, e a taça representa eventos elegantes. Sugere-se então, estimular a associação do logotipo ao nome da empresa, para que, quando as pessoas pensarem em eventos, a imagem gerada na cabeça seja de uma taça, e por sua vez, a taça gere a imagem do logotipo da empresa, tornando-a lembrada. 5 Padronizar os uniformes e utensílios utilizados durante as festas, a fim de que a equipe seja identificada e não confundida com outros convidados. Recomenda-se que não haja diferença entre os utensílios utilizados, demonstrando um serviço de qualidade e padronizado. Aaker (1998), já ressaltou sobre a importância da qualidade real para que os clientes tenham uma percepção alta de qualidade percebida e que, quando os clientes definem o que é qualidade, o critério utilizado é a relação entre o serviço prestado e suas necessidades e a superioridade comparada à concorrência. Os detalhes podem transmitir uma elevada percepção de qualidade. 6 Implementar ações de feedback junto aos convidados das festas e não somente junto ao contratante, para identificar se os clientes potenciais (convidados) estão satisfeitos e criar um elo entre estes e a empresa, para que sugestões sejam dadas e então melhorias constantes sejam efetuadas, a fim de que estes 43 consumidores potenciais, tornem-se novos consumidores, de acordo com o desenvolvimento do cliente, explicado por Kotler (2011). Como sugestão, poderia introduzir o menu nas mesas, e no menu, um espaço para sugestões, críticas e avaliação da festa, em que o convidado pudesse preencher e o garçom retirasse ao final do evento. Este menu, poderia incluir um campo para dados de contato, para que a empresa tivesse um meio de responder a sugestão/crítica e se aproximar do cliente. 7 Criação de uma linha premium de buffet que ofereça cardápios e serviços de alto valor agregado, com utensílios finos e receitas elegantes, com preços premium também, a fim de suprir a necessidade de desenvolver o status pela empresa, que até então não é trabalhado. Esta linha pode se tornar interessante para penetrar no nicho de mercado classe A e, ainda, ganhar uma maior participação do mercado como um todo, uma vez que podemos compreender que este mercado não se comporta como um commodity, explicado por Kotler e Keller (2012), e o preço não é o fator fundamental. 8 Investimento em publicidade, uma vez que a lembrança da marca na mente do consumidor torna-se uma vantagem competitiva, e só é conquistada através de constante exposição da marca ou a partir de experiências profundas conforme explicado por Aaker (1998). Sugere-se aqui a implementação de meios de comunicação de baixo custo, como um site oficial, que repasse a imagem de perfeição desejada pela empresa; a criação de uma página oficial no facebook, com publicações constantes, referente à empresa, ao mercado, dicas e sugestões, para manter a empresa sempre nos feeds de notícia de seus seguidores; anúncios no próprio facebook, com critérios específicos para seu público-alvo; participação em eventos relacionados a área, que possam trazer publicidade à empresa, como feiras; busca de meios alternativos, com baixa concentração de publicidade concorrente, como parcerias com outros prestadores de serviço da área, instituições de ensino que oferecem cursos da área, etc. Sugere-se também, de acordo com a 44 disponibilidade de recursos, alguma exposição da marca de impacto maior, para torná-la amplamente conhecida, como outdoors, rádio e/ou revistas locais. Embora a publicidade não costuma trazer resultados a curto prazo, ela é fator importante na fortificação da marca, segundo Aaker (1998), o que traz resultados a longo prazo. 9 Inserir campanhas para estimular a recontratação de serviços por clientes atuais a fim de fidelizar estes clientes. Já foi explicado que o custo de reter um cliente atual é cinco vezes mais barato que o de atrair novos clientes, por Kotler (2011). Então, sugere-se que os clientes que já fecharam negócio com a empresa sejam estimulados a recontratar novos serviços. Para isso, a empresa poderia entrar em contato com estes clientes, oferecendo condições especiais e brindes, para a contratação de outros serviços de buffet, como festas de aniversário ou reuniões, e manter a relação cliente-empresa mais próxima e duradoura. Esta relação próxima entre o cliente e a empresa, fideliza o cliente, e conforme explicado por Aaker (1998), um cliente fiel é também um divulgador da marca e valoriza o seu brand equity. 10 Oficializar a missão e seus valores para que clientes e funcionários tenham acesso a estas informações. Quando os clientes conhecem a missão e os valores da empresa, eles adquirem um entendimento da mesma, conforme dito por Chiavenato (2008). Isto pode despertar neles um sentimento de identificação com a empresa, e desenvolver uma associação positiva, respondendo favoravelmente em relação a ela. Quando os funcionários compreendem os valores e a missão da empresa, eles podem desenvolver as atividades em conformidade com elas. Chiavenato (1998) também explica que o que a empresa diz ser importante precisa ser importante para aqueles que respondem por ela, ou seja, seus funcionários. Isso demonstra uma coerência entre os dizeres da empresa e seu modo de agir, que na vista dos clientes, pode sugerir credibilidade e confiança, fatores decisivos na hora da compra. 45 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Sabendo que o marketing envolve a identificação das necessidades dos clientes para possibilitar ações que influenciem na sua tomada de decisão, é preciso caracterizar o mercado, e verificar a sua resposta frente às ofertas existentes. Uma vez identificado que o mercado não responde diretamente ao fator preço, é possível o desenvolvimento de um valor agregado a um produto ou serviço que explore além dos atributos físicos e interfira na decisão de compra do cliente. A partir do desenvolvimento de uma marca forte, associada a clientes fiéis e a alta qualidade percebida, cria-se uma vantagem competitiva frente à concorrência, que interfere diretamente na decisão de compra do cliente, fazendo-o preferir a uma e não a outra marca, mesmo na oferta de produtos ou serviços similares. A unidade de análise desta pesquisa, se tratando de uma empresa de buffet, que oferece serviços de festas de casamentos e aniversários de 15 anos, se encontra em um mercado que valoriza a credibilidade, a qualidade e o status oferecido, muito mais que o preço cobrado. Neste contexto, o desenvolvimento da marca deste buffet traria uma vantagem competitiva para a empresa se manter e se diferenciar no mercado. Compreendendo a importância do marketing e da criação de uma marca forte para uma empresa de buffet, foi possível analisar com propriedade os processos existentes referentes à marca da empresa foco deste estudo. Esta análise revelou a existência de dez pontos, considerados como aspectos negativos, que necessitavam de melhorias para que a empresa desenvolvesse uma marca forte. São eles: a desorganização do ambiente interno, o atendimento regular aos clientes, a falta de exposição da marca, a não exploração do logotipo da empresa, a ausência de padronização e personalização dos materiais e uniformes utilizados, o processo de feedback focado apenas no contratante da festas, a inexistência de uma linha de buffet que envolvesse status, a baixa publicidade realizada, o não incentivo da recontratação de serviços pelos clientes atuais, e a não oficialização da missão e dos valores da empresa. Identificados os aspectos negativos, para cada um deles foi proposta uma melhoria, sendo elas: a organização do ambiente interno, tornar o atendimento ao cliente um diferencial da empresa, explorar e expor o nome da empresa, associar o 46 logotipo com o setor de festas e com a marca, padronizar e personalizar os materiais e uniformes, implementar ações de feedbacks para os convidados da festa, criar uma linha premium de buffet, investir em publicidade, inserir campanhas de recontratação e retenção de clientes, e oficializar a missão e valores da empresa. Os resultados desta pesquisa permitem que a empresa analisada reformule suas ações de posicionamento da marca, de modo que possa manter e fortaleces sua participação no mercado de forma satisfatória. Foi um fator limitante à pesquisa a dificuldade em encontrar referências bibliográficas sobre o tema principal - brand equity -, pelo fato de inexistir nas bibliotecas comunitárias locais exemplares que abordassem amplamente o assunto. Isso, atrasou o início do desenvolvimento da pesquisa, que só foi possível após o pesquisador adquirir um livro pela internet. No entanto, a reestruturação do cronograma permitiu que a pesquisa fosse terminada dentro do prazo estabelecido, sem prejuízo de conteúdo ou qualidade. Esta pesquisa contribui também com a disseminação do conhecimento, no que se refere a criação e manutenção de uma marca forte, e serve como base para empresas varejistas, que desejem desenvolver uma marca forte em um mercado que não se comporte como commodity, tomarem suas primeiras decisões de posicionamento. 47 REFERÊNCIAS AAKER, David A. Marcas: Brand Equity – Gerenciando o Valor da Marca. Rio de Janeiro: Negócio, 1998. CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento Estratégico de Gestão de Pessoas. In: ______. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. COBRA, Marcos. Marketing Básico. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2011 GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2008. IBGE, Estatística do Registro Civil de 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2014 KLEIN, Naomi. Sem Logo. Rio de Janeiro: Record, 2002. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2011. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice-All, 2007. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de Marketing. 14ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. RAMPAZZO, Lino. Metodologia Científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. 7.ed. São Paulo: Loyola, 2013. SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2000. 48 APÊNDICE A - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DIRETA Organização e boa aparência Conforto Atendimento ao cliente Personalização dos materiais Visualização e exposição da marca Canais de comunicação Feedback dos clientes 49 APÊNDICE B - ROTEIRO DE ENTREVISTA Entrevistado:________________________________ Cargo/Função: ______________________________ Formação Acadêmica:________________________ 1) Analisando a sua empresa, quais os diferenciais que ela possui em relação as concorrentes existentes? 2) Sua empresa possui uma marca? Qual e o que significa? 3) Sua empresa possui um logotipo? O que ele significa? 4) Sua empresa possui um Jingle? Qual e o que significa? 5) Sua empresa possui um slogan? Qual e o que significa? 6) Quais as campanhas utilizadas para divulgação da empresa quando ela foi criada? 7) Quais as campanhas atuais para divulgar e manter a empresa conhecida? 8) Qual a frequência de promoções no serviço prestado? 9) Qual a proporção entre propaganda da marca e promoções existentes? 10) Existe influência do nome da empresa que será contratada para serviço de buffet, ou os clientes buscam basicamente aquela que oferece o menor preço, independente da marca. Se existe influência, como ela acontece? 11) Se a sua empresa e uma concorrente oferecerem um serviço similar a um mesmo cliente, você acredita que existam outros fatores que determinarão a decisão de compra dele, ou por ser serviços similares ele optará pelo que oferecer a melhor condição de pagamento? 12) Do seu ponto de vista, a sua empresa perde clientes para a concorrência com que frequência? 13) A localização da empresa é favorável ao cliente e de fácil acesso? 14) Quais os benefícios oferecidos pela sua empresa, que não são oferecidos pela concorrência e que podem atrair novos clientes? 15) O que sua empresa faz para passar confiança aos clientes? 16) Existem consumidores que tem orgulho de contratar o serviço da sua empresa e não da concorrente? 17) O que é feito para atrair novos clientes? 50 18) Existe alguma ação para incentivar antigos clientes a contratar novos serviços? Qual? 19) Após a realização das festas, existe um trabalho de pós-venda para identificar onde a empresa pode melhorar e qual o nível de satisfação do cliente? 20) Quando se fala em empresas de Buffet na cidade, a sua marca é lembrada? 21) Existe um investimento continuo em propaganda? 22) O que você acredita ser um serviço de buffet de qualidade? 23) Qual imagem você deseja que os clientes tenham da sua empresa? 24) O que você faz para que eles tenham essa imagem? 25) Qual a missão da empresa e os seus valores? Isso é oficial?