Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) ISSN: 2317-6466 CPMARK Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP RELAÇÕES PÚBLICAS - RELACIONAMENTOS MERCADOLÓGICOS E INSTITUCIONAIS ! Teresa Dias de Toledo Pitombo Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) ! RESUMO Este artigo visa discorrer sobre as responsabilidades que envolvem a ação do profissional de Relações Públicas no ambiente mercadológico atual, em que o relacionamento do cliente com as organizações é visivelmente marcado por uma maior liberdade desse último na escolha de quem irá servi-lo. Muito se tem falado sobre a importância do Marketing de Relacionamento e a sua aplicabilidade e como os conceitos e nuances que caracterizam a fidelidade e lealdade nas relações do mercado, buscando estabelecer um fio condutor que propicie a compreensão da real importância dos procedimentos, sem ignorar o fato de que seus resultados serão cada vez melhores quanto mais genuína for a filosofia de respeito ao cliente praticada pela organização e seus colaboradores. ! Palavras-chave: 1. Comunicação; 2. relações públicas; 3. mercado. ! ABSTRACT This article aims to discuss the responsibilities that involve the action of the PR professional in the current market environment, where the client's relationship with the organization is visibly marked by greater freedom of the latter in choosing who will serve you. Much has been said about the importance of Relationship Marketing and its applicability, and how the concepts and nuances that characterize the fidelity and loyalty in relationships in the market, seeking to establish a common thread that fosters understanding of the real importance of procedures, without ignoring the fact that your results will be better and better the more genuine is the philosophy of respect for the client practiced by the organization and its employees. Keys-Word: 1. Communication. 2. Public Relations. 3. Market. ! 1 INTRODUÇÃO No processo de identificação das estratégicas que irão compor a reputação e a imagem da organização pode-se considerar a estratégia da identificação da marca como organização. Essa estará simbolizando os CPMark - Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP atributos da organização como os valores, a cultura e os programas organizacionais que são mais duradouros e resistentes à comunicação da concorrência do que os atributos relacionados ao produto. 13 Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) Aaker (2001) coloca que as características organizacionais como: conjunto de valores, cultura, pessoal, programas e recursos/ capacidade em que a premissa básica estiver calcada na necessidade da organização oferecer um produto ou serviço podem conduzir a uma base para a diferenciação, uma proposta de valor e um relacionamento com o cliente. Ainda este autor, aborda que ao considerar a marca como organização essa gera associações organizacionais, que podem ser orientadas para a sociedade ou comunidade; para a qualidade percebida; inovação; preocupação com os clientes; e essas podem ser incorporadas à marca como parte de sua identidade e dessa forma poderá proporcionar como benefício final: uma proposta de valor ou relacionamento com os clientes; credibilidade em relação a outras marcas; veículos para esclarecer e cristalizar a cultura organizacional e os valores internos. Trata-se de elementos intangíveis, subjetivos e essas associações têm potencial para desempenhar um papel significativo, mas diferentes na geração e sustentação de proposta de valor e relacionamentos como mostrado na Figura abaixo. MARCA COMO ORGANIZAÇÃO • • • • • • • • • • A ORGANIZAÇÃO A ORGANIZAÇÃO Cultura /Valores Cultura /Valores Pessoas Pessoas Programas Programas Recursos / capacidades Recursos / capacidades Visibilidade Visibilidade ASSOCIAÇÕES ORGANIZACIONAIS ASSOCIAÇÕES ORGANIZACIONAIS • Meio ambiente • Meio ambiente • Comunidade • Comunidade • Qualidade • Qualidade • Clientes • Clientes • Inovação • Inovação PROPOSTA DE PROPOSTA DE VALOR OU VALOR OU RELACIONAMENTO RELACIONAMENTO COM OS CLIENTES COM OS CLIENTES CREDIBILIDADE CREDIBILIDADE CULTURA INTERNA CULTURA INTERNA Fonte: AAKER, David. Criando e administrando marcas de sucesso. p.146 CPMark - Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP ISSN: 2317-6466 Essas associações organizacionais podem contribuir para que a organização transmita uma imagem de credibilidade e confiança quando percebidas como honestas em suas comunicações e negociações com os clientes, confiáveis às necessidades dos consumidores e íntegra para a comunidade. Ao interligar a missão e visão da organização com essas associações o ganho em relação aos concorrentes será muito maior, pois estará compondo a reputação dessa organização e poderá agregar mais valor para que outras estratégias sejam desenvolvidas. Nesse contexto, pode-se dizer que a marca como organização estará projetando a essa reputação. Para Petrick et. al. (1999) apud Machado Filho (2002) consideram que a reputação pode ser vista como o produto de um processo competitivo no qual a firma sinaliza suas características distintas para o público (interno e externo à empresa), no sentido de maximizar o seu status moral e socioeconômico. (2002. p. 60). Lesley (1995) confirma que a reputação e a familiaridade do seu nome estão entre os maiores patrimônios de qualquer organização – lide diretamente ou não com o público. Todos são influenciados pela reputação ao escolher qualquer coisa que compre e em todas associações que faz (1995, p.14). Ainda esse autor, coloca que o prestígio de uma empresa é o que determina o clima de receptividade de todas as suas mensagens – fazendo com que estas sejam mais ou menos eficazes que seus méritos intrínsecos possam garantir. Dessa forma o caminho a ser percorrido da empresa até o consumidor e/ou a sociedade será por maio da comunicação institucional que fará uso de todos os veículos e instrumentos para criar e construir uma identidade corporativa – que diz respeito à personalidade, os valores e às crenças atribuídas a ela, pelos seus públicos internos e 14 Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) externos. Nesse contexto, Kunsch (1997) coloca que para a formação e consolidação da identidade corporativa faz-se necessário atender a três fatores: a) o que a empresa diz por meio de sua comunicação; b) o que ela realmente faz, em termos de comportamento institucional e de qualidade dos seus serviços e produtos; c) e o que dizem e acham dela seus públicos, mediante os meios de comunicação, as manifestações, os rumores, etc. Outro fator a ser considerado consiste na forma de atuação da empresa e a relação das estratégias com relação ao mercado que está inserida e como os atributos a ela conferidos poderão ser diferenciados das outras empresas. A ideia de que os objetivos econômicos e sociais são percebidos como distintos e muitas vezes concorrendo entre si trata-se de uma concepção arcaica em um mundo de competição aberta e fundada no conhecimento. A organização não atua isolada da sociedade que a cerca. Somente a formulação de estratégias não é suficiente faz-se necessário adotar meios para que sejam implementadas e que possam agregar subsídios para que a empresa busque uma forma de posicionamento no que tange à interação desta com os clientes. Kotler (2000 p.321) define posicionamento como "o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar destacado na mente dos clientes alvo" complementa que o resultado do posicionamento "é a criação bem-sucedida de uma proposta de valor focalizada no mercado (...)". Al Ries e Trout (1989, p.14) dois especialistas na área de propaganda colocam que "posicionamento é um sistema organizado para se encontrar uma janela para a mente. Baseia-se no conceito de que a comunicação só pode ter lugar no momento certo na circunstância certa." É o que você faz na mente do cliente, como posiciona o produto/ serviço, empresa, instituição para o consumidor. Pode-se dizer que o foco central CPMark - Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP ISSN: 2317-6466 será dado aos atributos para atingir ao objetivo desejado. Quando se enfatiza o posicionamento de uma marca que é a parcela da identidade e proposta de valor está estreitamente relacionada ao conceito de imagem e de como a empresa está procurando ser percebida. Aaker (1989, p: 02) define a posição da marca como: "A parcela da identidade e da proposta de valor da marca que deve ser ativamente comunicada ao público-alvo e demonstrar uma vantagem em relação às marcas concorrentes”. Esta definição está alicerçada em quatro características, parcela da identidade, públicoalvo, comunicação ativa e criar vantagem, como mostra a figura abaixo. PROPOSTA DE VALOR •Identidade essencial •Pontos de alavancagem •Benefícios PUBLICO ALVO • Primário •Secundário POSIÇÃO DA MARCA COMUNICAÇÃO ATIVA •Aumento da imagem •Reforço da imagem •Diluição da imagem CRIAR VANTAGENS •Pontos se Superioridade •Pontos se Equivalência Fonte: Criando e administrando marcas de sucesso. p: 202 ! Em suma, posicionar uma marca consiste em que esta ocupe um lugar desejável e distinto na mente dos consumidores-alvos diferenciando ao dos concorrentes. Dessa maneira percebe-se que será necessário criar formas e meios para ocupar um lugar na mente do público-alvo da empresa, ou seja, como e de que forma estará emitindo mensagens eficientes que venham ao encontro das propostas desejadas de agregar valor, reputação, credibilidade, mudança social, transparência, relacionamento, parceria, entre outras. A forma dessa interação inicialmente poderá se dar através de mensagens institucionais que estará criando valor para a marca. 15 Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) As duas áreas – marketing e relações públicas – convergem em suas funções, pois ambas se baseiam na necessidade dos indivíduos e da sociedade. Silva (2003) em sua tese de doutorado afirma: A união de esforços, portanto, é o caminho indicado para a consecução de efeitos sinérgicos em beneficio da empresa. A conciliação e satisfação dos interesses dos diversos públicos de uma empresa devem contribuir decisivamente para se alcançarem os resultados desejados. E se o resultado desejado for o lucro, deverá ser uma decorrência de uma série de medidas administrativas entre a comunicação integrada de Relações Públicas e Marketing. Kotler e Mindak (1978, p.11) apud Silva (2003) colocam que a relação entre as duas funções pode ser entendida em cinco modelos diferentes que são: Funções separadas, mas iguais. Na visão tradicional as duas funções são bem diferentes em suas perspectivas e capacidades. O Marketing existe para sentir, servir e satisfazer as necessidades do consumidor, obtendo lucro. E Relações Públicas existe para conquistar a boa vontade dos vários públicos da empresa que estes não prejudiquem a possibilidade de lucro. Esta função é vista em uma perspectiva estreita, tanto pelos “marqueteiros” quanto pelos RP em que Marketing significa vendas e Relações Públicas divulgação. ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! CPMark - Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP ISSN: 2317-6466 Figura 1. Funções separadas, mas iguais Marketing Marketing Relações Relações Públicas Públicas Fonte : KOTLER, Philip & MINDAK, Willian. 1978, p.11 apud SILVA, Mariângela B. R. Planejamento e organização de eventos: um modelo para profissionais de relações públicas e marketing. 2003, p.53 ! Funções iguais, mas superpostas. Outra forma de pensar considera que ambas estarão transitando em um terreno comum que é divulgação jornalística de produtos, mas também possuem um campo comum que é a relação com os clientes em que o Marketing tem seu foco maior em vender aos consumidores e menor em atender às reclamações no pós-venda. Essas por sua vez são encaminhadas ao departamento de Relações Públicas em que procura conduzir da melhor forma essa situação advogando a situação do cliente e inquirindo o departamento de Marketing em evitar novas práticas. Figura 2. Funções separadas, mas iguais ! ! ! ! ! ! Marketing Marketing Relações Relações Públicas Públicas Fonte : KOTLER, Philip & MINDAK, Willian. 1978, p.11 apud SILVA, Mariângela B. R. Planejamento e organização de eventos: um modelo para profissionais de relações públicas e marketing. 2003, p.53 16 Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) Marketing como função dominante Como função dominante, os profissionais da área de Marketing acreditam que a função de Relações Públicas deve estar subordinada ao Departamento de Marketing, argumentam que as RP existe essencialmente para facilitar a comercialização dos produtos da empresa. Dessa forma, o Marketing considera as Relações Públicas como uma sub-função do Marketing. Figura 3. Marketing como função dominante. Marketing Relações Relações Públicas Públicas ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! Fonte : KOTLER, Philip & MINDAK, Willian. 1978, p.11 apud SILVA, Mariângela B. R. Planejamento e organização de eventos: um modelo para profissionais de relações públicas e marketing. 2003, p.53 ! Marketing e Relações Públicas como a mesma função Podem-se encarar, nesse momento, as duas funções como rapidamente convergentes em conceitos e metodologia. Falam em termos de públicos e mercados como também reconhecem a importância de atitudes, percepções e imagens de mercado, na formulação de planos; e ambas aceitam como prioridade um processo gerencial que consiste em analise, planejamento e controle. Sintetiza as duas funções de maneira a reduzir os conflitos e a falta de coordenação interdepartamental. ! ! CPMark - Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP ISSN: 2317-6466 Figura 4. Marketing e Relações Públicas como a mesma função ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! Marketing Relações Públicas Fonte : KOTLER, Philip & MINDAK, Willian. 1978, p.11 apud SILVA, Mariângela B. R. Planejamento e organização de eventos: um modelo para profissionais de relações públicas e marketing. 2003, p.53 ! Pode-se dizer que a associação dessas duas áreas poderá proporcionar às empresas uma postura inovadora pois através do desenvolvendo vários tipos de estratégias e com o objetivo de implementá-las estarão indo ao encontro das exigências desse novo cenário. Fortes (1999, p. 11) cita: (...) dois sistemas estão disponíveis nesse particular, os quais podem ser acionados por qualquer categoria de estrutura institucional: o de Marketing, voltado às estratégias de conquista de mercado, e o de Relações Públicas, dedicado ao relacionamento público das organizações, ambos figurando como suporte administrativo do executivo, do empresário e dos investimentos produtivos. Ainda esse autor aborda que as ações conjuntas de Marketing e Relações Públicas poderão abranger atividades como: • Dar destaque ao posicionamento do momento da empresa e de seus produtos,junto aos públicos e mercadosalvo; • Figurar uma posição desejada para a empresa e seus produtos; 17 Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) • Planear um composto equilibrado de produtos e serviços; • Instituir objetivos, políticas, estratégias de Relações Públicas e Marketing que sejam evidentes, alcançáveis e conseqüentes; • Formular táticas específicas e cronograma; e por fim • Implantar ações e medir os resultados obtidos junto aos consumidores e outros públicos. ! Existe uma causa comum a todas as empresas que é “O Cliente”. Quando se trata de atender suas necessidades não há no interior da organização nenhum debate, pois os ideais não se dividem. As manifestações ouvidas nas salas de reunião, ou mesmo nos corredores são todas de concordância, Os únicos argumentos têm a ver com O que devemos fazer? Como devemos trabalhar? Quando poderemos começar a agir? Quanto custará?( SEYBOLD, p.XVI). O marketing de relacionamento corresponde a um conjunto de ações que visa promover “relacionamentos fidelizados por meio de comunicação com relevância (...). O objetivo do marketing de relacionamento é promover a fidelização.( Duffy; p.4) Entendemos adequado fazer certa delimitação em torno do termo “fidelização de clientes”, primeiro para uma melhor compreensão da importância e do alcance do próprio Marketing de Relacionamento e, em segundo lugar, para nos servir de base para uma comparação que será feita ainda no transcorrer deste texto visando aprofundar mais ainda os resultados do Marketing de Relacionamento. Muitos fatores podem (e devem) influenciar o relacionamento dos clientes com seus fornecedores de mercadorias e serviços. Nessa linha de raciocínio podemos denominar as empresas como verdadeiros fornecedores de soluções. CPMark - Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP ISSN: 2317-6466 Entender o valor que um cliente dá a uma relação com uma empresa que o atenda significa entender que dentre outros anseios possíveis, alguns que o conduzem até determinada organização passam pelo atendimento das seguintes necessidades que envolvem o “lado humano” da interação: a) ser reconhecido; b) ter suas experiências passadas negativas conhecidas para não serem repetidas; c) ser atendido rapidamente (lembrando que ao cliente pertence à percepção do que é de fato um atendimento rápido); d) dispor de um ambiente seguro para suas relações; e) receber um atendimento preciso e pessoal, nas oportunidades em que se der o contato; f) encontrar (em qualquer dos meios disponíveis) um relacionamento agradável e descomplicado. Quem sabe possamos sintetizar esse conceito de Marketing de Relacionamento em uma só frase: Agir pelas empresas tendo como guias à razão e a emoção do Cliente, vendo a relação pelo foco do Cliente e não pelo foco no Cliente. ! 2 AS RELAÇÕES PÚBLICAS NO VAREJO Para um bom relacionamento é necessário que este seja gerenciado e garantindo assim, a satisfação do cliente e oferecendo baixo risco nas transações. Pode-se dizer ainda, que o contado com o cliente constitui a chave mestra para a construção desta lealdade, seja ela no ponto de venda, ao produto ou marca. Resumindo, a fidelidade é o resultado do envolvimento e da lealdade do cliente. Para estabelecer um bom relacionamento pode-se dizer que são necessárias ações além das promoções. Os clientes querem ser diferenciados, tratados de forma individualizada, e o relacionamento não se restringe apenas ao consumidor final e sim levar em consideração toda a rede de marketing, considerado por Kotler, como o patrimônio corporativo. 18 Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) Pode-se dizer que rede de marketing, segundo Kotler: Consiste na empresa e naqueles que a apóiam - clientes, funcionários, fornecedores, distribuidores, revendedores, agências de propaganda e acadêmicos - com quem ela construiu relacionamentos profissionais mutuamente compensadores. (Kotler ,p.35) O centro do relacionamento desta rede são as pessoas, o que desejam, quais são as necessidades e o que esperam da empresa. Podemos considerar que existe uma série de formas de se estabelecer um relacionamento, mas este deve estar em sintonia com a política, a filosofia administrativa, valores culturais e sociais, como também, reconhecer o valor do relacionamento com seus públicos. Para a eficácia desta proposição podemos dizer que as atividades de Relações Públicas, pela sua natureza estratégica, vão ao encontro desta perspectiva desenvolvendo programas de ação. A atividade de relações públicas deve estar inserida dentro do contexto de interação com os outros sistemas da organização. Esta estará auxiliando a alta direção e os sistemas integrantes a estabelecer canais de comunicação entre os públicos envolvidos tanto internamente como externamente. As Relações Públicas buscam focar constantemente a administração dos relacionamentos e com isso direcionar com maior intensidade para que este público ou cliente ou consumidor tenha convicção da credibilidade em relação aos serviços e produtos oferecidos pelas organizações de varejo. As mensagens emitidas tanto em nível mercadológico como institucional consiste na legitimação do discurso em que a organização se propõe. Grunig e Hunt (apud Kunsch, 1997; p.109) consideram o modelo mais adequado de atuação das relações públicas é o simétrico de mão dupla, pois busca o equilíbrio entre os interesses da organização e dos públicos estratégicos. CPMark - Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP ISSN: 2317-6466 A importância que o colaborador terá neste processo é muito grande, pois será ele que estará tendo contato em primeiro lugar com o cliente e desta forma sendo porta voz da organização. Algumas considerações importantes que antecedem qualquer programa de ação interna, como: conhecimento da missão e das metas da empresa. Conhecer, não significa somente dizer qual é a missão ou meta e sim, que esta faça parte do dia-a-dia, que esteja incorporada nas mínimas atitudes. É de suma importância que os colaboradores compactuem com as proposições, pois irão se sentir integrantes deste processo e representar a empresa com mais satisfação. Para estabelecimento deste binômio, colaborador-cliente a empresa do varejo necessitará estar focada na integração, a empresa deve saber quando, como, em que condições, para que propósitos e com quem os clientes interagem. No outro lado desta relação está a percepção do cliente na qualidade do serviço prestado. Estará procurando evidências para a constatação. Nesta situação é que se estabelecem os "momentos da verdade" onde se tem a interação dos quesitos do que o cliente entende ou deseja por qualidade no serviço e o que o colaborador entende e oferece como qualidade de serviço no varejo. CLIENTES • Expectativas; • Experiência; • Atitudes interpessoais; • Estado mental • Padrões de desempenho. Contexto do serviço Momentos da verdade COLABORADORES • Expectativas; • Experiência; • Atitudes interpessoais; • Estado mental; • Padrões de desempenho. Como se pode verificar neste modelo. Figura 5. Modelo do momento daverdade Fonte: Adaptado de Vavra, Terry 1993, p.109 ! 19 Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) Não é possível se falar em fidelização de cliente sem pensar nas pessoas que compõem o universo interno da organização, um depende do outro para a eficiência do marketing de relacionamento. Podemos considerar a importância dos colaboradores em conhecerem os planos, entenderem as razões em que a empresa está se propondo para que assim haja envolvimento e satisfação. Colocaremos algumas considerações importantes que antecedem qualquer programa de ação interna, como: conhecimento da missão e das metas da empresa. Conhecer, não significa somente dizer qual é a missão ou meta e sim, que esta faça parte do dia-a-dia, que esteja incorporada nas mínimas atitudes. É de suma importância que os colaboradores compactuem com as proposições, pois irão se sentir integrantes deste processo. Podemos destacar algumas ações fundamentais para um bom relacionamento com os colaboradores da empresa, como: • Estabelecer um canal de comunicação com a direção (telefone, intranet, conversas informais, etc.) onde o colaborador possa estar colocando as suas opiniões e as informações fluírem em todas as direções da empresa; • Valorização e aplicação de novas idéias; • Ressaltar os colaboradores que tiveram melhor desempenho podendo ser mensal, semestral ou anual, conforme critério a ser definido pela empresa. Em todos os momentos destas ações será importante que a fluidez das informações seja garantida para a obtenção dos resultados desejados. Para o marketing de relacionamento com os clientes, o programa de fidelização consiste em uma das estratégias. Podemos considerar também que as Relações Públicas poderão atuar em conjunto com a área de marketing estruturando este programa. CPMark - Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP ISSN: 2317-6466 Rocha e Veloso (1999) colocam que os programas de fidelização estão calcados em uma filosofia de negócios centrado no o cliente e tem como intuito reforçar a crença do consumidor na empresa de forma diferenciada dos concorrentes. A estrutura de um programa de fidelização está no conhecimento dos clientes, ou seja, em um banco de dados que conterão as informações necessárias, como: expectativas, necessidades e hábitos de uso ou compra. Neste momento em posse destas informações poderemos produzir uma situação de envolvimento e lealdade para o cliente e que o tornará fiel. Em outras palavras, O segredo é criar clientes que, mais que consumidores, se transformem em fãs da marca, em defensores de seu produto, vivendo momentos mágicos e especiais no relacionamento com a empresa que os estimula a transmitir a outros compradores potenciais suas impressões, ampliando o volume de transações. (Rocha e Veloso 1999, p.60) Dentro das estratégias do marketing de relacionamento, sem dúvida é muito importante conhecer o seu cliente e criar momentos de encantamento, mas é igualmente importante estabelecer canais de interação com estes clientes. Um dos canais de interação empresacliente que podemos destacar o serviço de atendimento ou centrais de atendimento ao cliente - popularmente conhecidos com SAC segundo Giangrande, existem três tipos no mercado, que são: • Defensiva - seu objetivo é atender reclamações, adota postura defensiva e com atitudes passivas. Aceita, atende e resolve reclamações, no todo ou parcialmente.Muito preocupada com o reclamante que não tem razão. • Ativa - objetiva o controle de qualidade do produto ou serviço.Geralmente tem uma postura intermediaria, atitude reativa. Aceita, atende e resolve a reclamação. 20 Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) Transmite informações padronizadas e periódicas para as varias áreas da empresa, fornece database para o marketing e gera relatórios estatísticos. Muito preocupada com os sistemas informativos. • Interativa - objetiva a fidelização do consumidor ou usuário, sem postura agressiva e com atitude pró-ativa. Aceita, atende e motiva outras áreas a resolverem a reclamação, consolidando a interface do cliente com elas. Levanta opiniões e expectativas....Busca a fidelização do cliente(GIANGRANDE apud KUNSCH, 2006, p219-220). Este último modelo, sem dúvida é o mais adequado para ser aplicado em qualquer empresa. Para que funcione adequadamente é necessário que todos na empresa estejam convencidos, envolvidos e motivados para satisfazer as expectativas dos clientes. ( ibid p. 220) Um outro canal que podemos citar é a atividade de ombudsman, este poderá complementar o serviço de atendimento ou estar no lugar deste serviço. A atuação terá o formato de mediador contínuo do clima organizacional, como também da imagem da empresa, será o elo entre a empresa e os vários públicos que mantém relacionamento. Nas palavras de Giangrande, o papel do ombudsman é claramente definido como o solucionador de disputas entre pessoas e instituições ou entre as próprias pessoas, via mediação, negociação ou procedimentos de conciliação, evitando gasto de tempo e de numerário e a desmoralização com ações de queixa ou denúncia, a aferição de sua procedência e o atendimento imediato, com agilidade e o mínimo de burocracia. (ibid, p. 223) Para o cargo de ombudsman, o perfil deste profissional deve conter algumas características primordiais, como: equilíbrio emocional, proatividade, persuasão, c o o p e r a ç ã o , e s p í r i t o e m p r e e n d e d o r, adaptabilidade e conhecimento do negócio, CPMark - Caderno Profissional de Marketing - UNIMEP ISSN: 2317-6466 pois estará lidando não somente com as necessidades e expectativas do usuárioconsumidor, mas sim em reforçar a credibilidade da empresa e a disseminar seus padrões éticos. A atividade de relações públicas é de suma importância para a composição e gerenciamento das relações tanto no varejo quanto em serviços, ou em qualquer outro segmento empresarial, pois trabalham com a racionalidade essencial onde o estímulo é transformado em conceito. ! 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desta forma pode-se perceber a aplicabilidade das relações públicas no estabelecimento do marketing de relacionamento, pois o foco principal é transformar a experiência de compra em algo muito maior. Quando um cliente em um determinado supermercado pede uma sugestão referente à utilização de um produto e a atendente prontamente a atende e lhe sugere outras alternativas de utilização e essa mesma cliente entra em contado com a central de atendimento e relata elogiando o ocorrido, o resultado desta situação foi à elaboração de um concurso com os colaboradores da melhor forma de utilização daquele produto. A constatação que se tem é que foi estabelecido um momento da verdade tanto para a cliente quanto para os colaboradores. Vale lembrar que a construção do relacionamento o com clientes é um processo de longo prazo e não acontece naturalmente, não basta somente ter boas estratégias para ser eficaz é necessário que haja um comprometimento de toda a empresa. Desta forma poderá constatar que terá um diferencial em relação aos seus concorrentes. A procura por vantagens competitivas é uma busca sem interrupção : o processo deve ser contínuo, garantindo o oferecimento de um conjunto de ações cada vez mais forte e diferenciado para o consumidor fiel. 21 Novembro / Dezembro v.1, n.2 (2013) Pode-se dizer então que ao associar as estratégias do marketing de relacionamento com as estratégias e técnicas de relações públicas as empresas varejistas não somente estarão conquistando e mantendo clientes estarão promovendo seu conceito (lealdade), fortalecendo a sua imagem e obtendo a fidelidade. 4 REFEREÊNCIAS AAKER, David. Criando e administrando marcas de sucesso.São Paulo, Futura, 2001. 3.ed AAKER, David Como construir marcas líderes.São Paulo. Futura. 2000. AAKER, David Marcas: Brand Equity gerenciando o valor da marca. São Paulo.Negócio. 1998 DIAS, Sergio Roberto (coordenador). Gestão de Marketing. São Paulo: Ed.Saraiva, 2003 DUFFY, Dennis L.. 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