açucar o que causa - Ajuntamento de Pessoas

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Bem, aqui quem vos fala é simplesmente um cidadão que recebeu um tapa na cara
ao ler um livro sobre o nosso tão querido AÇUCAR - "Sem Açúcar Com Afeto" / Sônia
Hirsch.
O açúcar é uma coisa tão refinada que vai direto para o sangue e causa uma série
de alterações físicas e mentais no consumidor.
O açúcar dá uma certa bobeira mental, cientificamente explicada pelo encontro da
insulina com um aminoácido chamado triptofano que é rapidamente convertido no cérebro
em serotonina, um tranqüilizante natural. “Madame está nervosa? Dá água com açúcar
pra ela que passa.” Ou não é?
Na Índia, alguns séculos antes de Cristo, os médicos usavam o açúcar como
remédio. Foi só ali perto do ano 600 que os Persas bolaram a rapadura, daí
começou o tráfico. Na Europa não tinha açúcar, era importado e custava muito caro e só
os nobres podiam comprar: " Nada de drogas para os pobres ".
Em 1532 Martin Afonso de Souza instalou em São Vicente o primeiro engenho de
açúcar no Brasil, movido a escravos, é claro; "só 20 milhões de africanos dançaram nessa
empreitada".
Em 1665 a Inglaterra já importava 8 milhões de kilos por ano. Nesse mesmo ano a
peste bubônica matou 30.000 pessoas em Londres, pessoas que tinham acesso ao
açúcar, porque no campo, entre os pobres ninguém morreu.
Será que ninguém desconfiou da relação da nova doença e o espantoso consumo
de açúcar? Já que o açúcar predispõe o corpo a infecções por causa da acidez
exagerada que ele provoca. Desconfiaram, mas ficaram calados pois seria um crime de
lesa-majestade insinuar que a Coroa enriquecia as custas de um vicio pernicioso. E ai
ficou por isso mesmo e está assim até hoje.
É UMA VERGONHA, QUE ATUALMENTE AS AUTORIDADES DE SAÚDE
PERMITAM ISSO !!!
Por volta de 1600, as autoridade inglesas sabendo que o açúcar boa coisa não era,
proibiram severamente o uso do açúcar para apressar a fermentação de
cerveja, É CLARO, ELES A BEBIAM !!!
EM 1792 os melhores cientistas da Europa fundaram uma sociedade anti-sacarina.
Em 1912 o DR. Robert Boesler, dentista norte americano escrevia que " ...a
moderna fabricação do açúcar nos trouxe doenças inteiramente novas".
O açúcar comercial nada mais é do que um ácido cristalizado. No passado, com
seu alto preço só uma minoria nobre podia utilizá-lo, contudo, agora o seu altíssimo
consumo está causando a degeneração nos seres humanos e até em animais. Por
exemplo: beija-flores que utilizam bebedouros de água com açúcar.
Mas... e o açúcar mascavo orgânico, o mel, também fazem mal ???
Um exemplo bem simples para podermos entender:
Um certo dia, andando pela mata, uma pessoa descobriu a cana-de-açúcar
"Nossa, que delícia !!! ” e levou para sua casa.
Bom...o mano consegui chupar 3 paus de cana em meia hora e ficou com a boca
cansada. Ele devia ter ingerido aproximadamente 350 ml de um líquido contendo: água,
sacarose, sais minerais, vitaminas, fibras, etc... Beleza, ele conseguiu digerir numa boa.
Seu pâncreas nem reclamou.
E agora, todo mundo "chupa cana?” Passado algum tempo, eis que: " Pô mano,
chupar cana num é mole não...num dá pra espremer o bagaço?" E deu ... inventaram a
garapa. QUE MARAVILHA !!! Opa! ...”pêra” aí, ...mas já era tarde, o mano começou a
tomar garapa que nem água - 500 ml a 1 litro em 10 minutos.
Aí o Sr. Pâncreas começou a reclamar porque estava fazendo horas extras todos
os dias e insulina no mano !
Um certo dia, alguém resolveu ferver a garapa, e saiu o melado de cana, muito
mais concentrado: 10 litros de garapa virou um copo de melado. ”Que delicia! Vamos
fazer um bolo?...Que nada vai puro mesmo!” E aí o mano virou o copo pra dentro.
Imaginando a proporção: 10 litros de garapa dentro de um copo ingeridos em 10
minutos. É gente..., o pâncreas que se cuide!
Para agravar a situação, os Persas bolaram a rapadura, ainda mais concentrada, e
logo após as benditas refinações. Aí "ferrou o jegue” !
Surge então uma doença nova e mortal: a DIABETES MELLITUS que fazia as
pessoas eliminarem açúcar pela urina, ou seja, vazarem pelo ladrão.
Inicia-se a era das novas doenças "a degeneração da raça humana" causada pelo
mau uso do açúcar, que causa um STRESS absurdo no organismo e o pâncreas para de
produzir insulina.
Não bastando ainda, causa defeitos genéticos. Por exemplo: hoje, a cada 5
crianças que nascem uma será diabética. Quando você decidir ter um filho, junte mais 4
casais e joguem palitinho para sortear qual terá o filho diabético.
Hoje existem 6,5 milhões de diabéticos no Brasil. Morrem 300.000 por ano nos
EUA.
Portanto não importa se é açúcar orgânico, mascavo ou mel o problema e a super
concentração de açúcar; que quando ingerida, vai depressa demais para a corrente
sanguínea, queimando todas as etapas da digestão, fazendo subir o nível da glicose no
sangue, aí o pâncreas é obrigado a produzir uma quantidade extra de insulina. A insulina
vai lá e abaixa o nível, aí da vontade de comer mais açúcar. Sobe o nível e o pâncreas
solta insulina, abaixa o nível...E assim por diante, até chegar uma hora que o pâncreas
não entende mais nada. Você come um bombom seu pâncreas solta insulina para caixa
inteira; é a HIPOGLICEMIA. Entre jovens e adultos, três a cada cinco tem a doença estágio pré-diabético.
SERÁ VOCÊ O PRÓXIMO ?
Como se não bastasse tanto malefício, a acidez causada pela ingestão
concentrada de açúcar predispõe o corpo à infecções (como a conjuntivite) e também à
vírus e bactérias.
Se você acha isso que leu agora uma questão de opinião, então continue como
está! ....Ou então pare enquanto ainda é tempo, por amor à Si PRÓPRIO, à Deus e à
Natureza !
MAS NÃO PARE POR AQUI !!!! Informe-se, discuta, reflita, passe para frente,
descubra soluções, alternativas, pesquise ! Afinal fomos "viciados" a centenas de anos,
por pessoas inocentes que só queriam dar um gostinho mais doce para aquela vida tão
amarga e preconceituosa dos nossos antepassados, que no final, por ganância e falta de
escrúpulos de uma minoria, nos foram omitida a verdade sobre tão doce e perigosa
droga".
Mas hoje, basta de omissão ! Queremos tudo em pratos limpos, sem demagogias,
nossas crianças não podem viver assim !!! Não podem nascer assim!!!
Precisamos de clareza no cérebro e não de serotonina !
Faço um apelo aos cidadãos: POR FAVOR, DIVUGUEM !!!!
Açúcar não é açúcar: o simples e o complicado
Açúcar não é açúcar. Parece confuso? Concordo, a culpa é da teoria dos açúcares. Açúcar de
verdade, aquele de que seu corpo necessita e que fornece energia para você viver, só existem dois: a
glicose e a frutose. Apenas esses dois açúcares foram preparados pela natureza para consumo
humano, se é que isso existe.
Glicose e frutose são chamados de açúcares simples porque já estão prontos para ser utilizados pelo
organismo. Do jeito que forem ingeridos serão assimilados, não sofrem nenhuma ação de enzimas
digestivas, não dão trabalho ao organismo. Glicose e frutose são irmãos gêmeos, possuem a mesma
fórmula química (isomeria) e são fontes diretas de energia. A rigor, açúcar em última instância é a
glicose; a frutose, apesar de ser assimilada enquanto tal pelo organismo, no fígado se transforma em
glicose. Esses dois açúcares de verdade é que são oferecidos a você de bandeja, nas frutas maduras
e no mel das abelhas.
Ainda hoje alguns médicos e nutricionistas referem-se ao açúcar do açucareiro como sendo um
“açúcar simples”. Estão enganados. Açúcar simples é um conceito científico. Simples são os
açúcares que não são hidrolisáveis a unidades menores, espécies de átomos de açúcar que não
podem mais ser divididos. Chamam-se também de monossacarídeos por constituírem uma unidade.
Exemplos desses açúcares são glicose, frutose, manose e galactose. Se você ligar dois
monossacarídeos por meio de uma ligação glicosídica terá um dissacarídeo, exemplos: sacarose,
maltose e lactose; se ligar três terá um trissacarídeo, e assim por diante. Todos eles são chamados
também de “açúcares”.
Os açúcares constituídos de dois até seis monossacarídeos são chamados de oligossacarídeos (o
manualzão de Krauze fala em até 20 monossacarídeos). De seis para cima são os polissacarídeos:
por exemplo, amido e celulose no reino vegetal e glicogênio no animal. Os mono e os
oligossacarídeos têm gosto doce, já entre os “açúcares” da classe dos polissacarídeos, alguns são até
amargos. Por outro lado existem substâncias que não são “açúcares”, isto é, carboidratos, mas que
são tão doces que põem o açúcar no chinelo. Taumatina e monelina, proteínas extraídas de plantas
africanas, são três mil vezes mais doces que açúcar.
O açúcar complicado (ele mesmo, o do açucareiro) não é açúcar de verdade. A sacarose, como o
açúcar é conhecido pelos químicos é, a rigor, um corpo estranho infiltrado na dieta humana, uma
substância de reserva dos vegetais. Ela é, como está em Krauze, utilizada pelas plantas para
transportar energia (glicose e frutose) para os tecidos, raízes, tubérculos e sementes não
fotossintetizantes, para uso e armazenamento como grânulos de amido. A sacarose antes de ser
utilizada pelas plantas ou pelo organismo humano tem que ser decomposta (hidrolisada) em suas
partes constituintes, justamente glicose e frutose. A sacarose, portanto, é fonte de glicose e frutose;
estas duas é que são fontes de energia. Em outras palavras, sacarose não é açúcar e sim fonte ou
reserva de açúcares. Poderíamos chamá-la também de substância precursora de açúcar A sacarose
segundo Lehninger, clássico da bioquímica, “é a principal forma de transporte de açúcar das folhas
para as demais partes das plantas, via sistema vascular (...); sua propriedade não redutora a protege
do ataque oxidativo ou hidrolítico por parte de enzimas vegetais até que ela atinja seu destino no
interior da planta”.(17)
O destino da sacarose nos vegetais, portanto, é transformar-se em glicose e frutose. Enquanto
circula nos vegetais ela é instável. A cana-de-açúcar, por exemplo, depois que é cortada no canavial,
tem que ser levada às pressas para a usina a fim de ser espremida e misturada com produtos
químicos antes que a sacarose comece a transformar-se em açúcares redutores (glicose e frutose)
como dizem os químicos. Lehninger considera um enigma da natureza o fato de a sacarose também
não ser um açúcar redutor. Na verdade o açúcar é um enigma semântico ou um caso de falsidade
ideológica: deram o nome de açúcar a uma substância de reserva de açúcares.
A sacarose em estado natural, como no caldo de cana, por exemplo, acompanhada de nutrientes é
digerível embora tenha contra-indicações. O Dr. João Curvo alerta que caldo de cana deve ser
evitado durante as diarréias e que em excesso pode acarretar vômito e flatulência.(18) O problema é
a sacarose concentrada ou refinada. A cana e a beterraba em si são alimentos; a sacarose refinada é
apenas a parte combustível do alimento “cirurgicamente” isolada. Outro problema é que todos os
alimentos já fornecem energia, de modo que o açúcar acrescentado transforma os alimentos
açucarados numa bomba calórica patogênica. Esse é a meu ver o que torna a sacarose um corpo
estranho aos alimentos sua natureza patogênica. “Alimento” que causa doença não é alimento.
Do exposto fica claro que o açúcar ideal para o consumo humano são apenas dois: a glicose e a
frutose, presentes nas frutas e no mel. Aliás os melhores méis de abelha são justamente aqueles em
que a sacarose está ausente, como o mel da abelhinha Jataí. As abelhas possuem enzimas que
hidrolisam a sacarose para oferecer no mel apenas glicose e frutose; e o teor de sacarose numa fruta
é residual quando ela está madura e docinha. Por que então os homens fizeram questão de
industrializar uma substância de reserva e não os verdadeiros açúcares? Pela simples razão de que a
sacarose é muito mais abundante na natureza. A glicose e a frutose encontram-se no fruto maduro e
doce. A sacarose se encontra em todas as plantas, nas folhas, nas raízes, nos caules. O açúcar do
açucareiro vem de onde? Vem do colmo de uma gramínea (a cana), no fundo um capim duro, ou da
raiz da beterraba. Não está claro nisso tudo um recado da mãe natureza de que o açúcar que ela
preparou para consumo de seus filhos está nas frutas e no mel?
Outra substância de reserva de açúcar dos vegetais é o amido, uma espécie de reserva estratégica,
estacionária. O amido concentra muitas moléculas de glicose; depois de lentamente digerido ele
fornece glicose ao organismo, é o famoso alimento que na barriga vira açúcar. O amido contido nos
cereais naturais, porém, não é açúcar puro; é um alimento importante, rico em fibras, vitaminas e
sais minerais. O amido “puro”, “isolado”, como é o caso da famosa Maizena, é um alimento pobre,
sem fibras, vitaminas e sais minerais. A Maizena recentemente criou uma versão do produto que
incorpora uma penca de vitaminas e minerais. Tivesse acrescentado fibras e teríamos um caso de
alimento refinado que deu o braço a torcer.
O açúcar do leite, a lactose, também não é um açúcar de verdade. A lactose, como a sacarose, é um
dissacarídeo e tem que ser hidrolisada no intestino antes de ser assimilada e metabolizada pelo
organismo. O verdadeiro açúcar do leite é a galactose, monossacarídeo que, assim como a frutose,
no organismo humano se transforma em glicose.
Estou aqui a defender que açúcar de verdade são apenas os monossacarídeos? Sim e não, porque
monossacarídeos existem mais de duzentos na natureza, mas do ponto de vista de quem tem fome
ou da dieta e nutrição humana apenas dois monossacarídeos têm valor: glicose e frutose, os dois
naturalmente presentes nas frutas e no mel. A galactose, monossacarídeo do leite, embora tenha
reconhecida importância dietética, não existe livre na natureza. Talvez os vegetarianos tenham razão
quando pedem para deixarmos o leite da vaca para os bezerros.
Os naturalistas, as donas de casa e até médicos, nutricionistas e químicos, pelo fato de o açúcar
provir da cana e da beterraba, acham que se trata de um alimento, um produto natural. Estão todos
enganados. Querem ver? Raciocinem junto comigo: o que é que o açúcar tem em comum com a
cana- de-açúcar? NADA. Açúcar é igual a sacarose menos a cana.
Açúcar é 99,5% de sacarose e os outros 0,5% sequer são cana, mas lixo químico fino, cinzas e
outros produtos tóxicos, inclusive metais pesados.
Com o açúcar de beterraba a mesma coisa: é sacarose menos a beterraba. Os dois açúcares, o de
cana e o de beterraba, são iguaizinhos, ambos têm a forma de um pó branco.
Se houver alguma diferença entre os açúcares de cana e o de beterraba deve-se ao seguinte: como
nos processos de refinamento usam químicas diferentes - um usa sulfitação, e o outro carbonatação
- a diferença estará no lixo químico fino. Ou então o açúcar não foi purificado a contento e o de
cana ficou com um cheirinho de cana e o outro com um cheirinho de beterraba.
Já li que o açúcar de beterraba é um pouquinho alcalino comparando com o de cana. E uma
curiosidade: A raiz de beterraba da qual se obtém sacarose não é essa vermelhinha que consumimos
nas saladas e nos sucos. E não existe açúcar bruto ou mascavo feito de beterraba por causa de um
princípio amargo nela contido.
Quando você ler ou ouvir a palavra “açúcares” tome cuidado, estão querendo enganar você: trata-se
da teoria dos açúcares. Segundo essa teoria existem diversos tipos de açúcar. A glicose ou dextrose,
a frutose ou levulose, que são os açúcares das frutas. A lactose, que é o açúcar do leite. Há a
sacarose ou sucrose, que é o açúcar comum de mesa, feito de cana ou de beterraba. Há mais outros
tantos tipos de açúcar, como maltose, dextrina, ribose, xilose (açúcar de madeira), arabinose (açúcar
de goma), manose (açúcar de coco), etc. Tem até açúcar-álcool. Sem contar aquela história de que
tudo o que você come, pão, batata, verduras e legumes, em sua barriga vai tudo virar açúcar.
A teoria dos açúcares existe em conseqüência de um engano dos químicos oriundo do século XIX,
quando batizaram a classe dos compostos orgânicos de fórmula geral Cn(H2O)n (carbono,
hidrogênio e oxigênio) de “hidratos de carbono” (ou carboidratos) ou ainda “açúcares”.
A confusão aconteceu porque nos compostos da família, apesar de os átomos de hidrogênio e
oxigênio estarem presentes na mesma proporção que na água, neles não existem moléculas de água,
não são átomos de carbono hidratados, como o nome supõe, e sim átomos de carbono unidos a
outros grupos químicos. Usar a propriedade do sabor doce para caracterizar os carboidratos e
chamá-los de açúcares, também gera confusão, porque na família há substância que não é doce, ao
passo que existem substâncias mais doces que açúcar em compostos de outras classes. Os químicos
em convenção decidiram adotar o termo glicídios cuja etimologia ainda remete a doce em grego
(glykys).
Essa confusão conceitual veio a calhar para a ditadura do açúcar, que pôde expandir e consolidar
seu império em segurança. Quando algo de errado no campo da patologia vinha à tona – epidemia
de cárie, obesidade, diabetes - a culpa era dos “açúcares”.
Chamar qualquer carboidrato de açúcar é um verdadeiro absurdo. Carboidrato é uma classe de
compostos abundante e diversificada na natureza. Celulose, por exemplo, é carboidrato; logo, papel
e tecido teriam que ser chamados de “açúcares”. Há carboidrato (quitina) até no exoesqueleto
(carapaça) de escorpiões e lagostas. Por outro lado, chamar açúcar de carboidrato, como faz a
indústria de alimentos, tem o objetivo de ocultar a quantidade de açúcar que você está ingerindo.
Numa barra de chocolate ou numa lata de leite condensado se informa o teor de carboidratos mas
esconde-se a quantidade de açúcar.
Atualmente a Food and Drug Administration (FDA) e a União Européia chamam de “açúcar” o
açúcar mesmo e de “açúcares” aqueles naturalmente presentes nos alimentos. E os nutricionistas já
distinguem os acúcares “intrínsecos” (os naturais) dos “extrínsecos” (os adicionados). Quanto aos
açúcares-álcoois, poliálcoois ou polióis (manitol, sorbitol, xilitol) a União Européia, que detém a
patente, considera-os carboidratos. A FDA não.
O objetivo dessa teoria complexa é ocultar por mimetismo o único açúcar que faz mal ao ser
humano. Ele mesmo, o açúcar propriamente dito, o habitante do açucareiro, que os químicos
chamam de sacarose refinada. O açúcar encontra-se camuflado na floresta dos “açúcares”, mas o
objetivo deste livro é justamente segurá-lo pelo rabo, sacudi-lo e denunciá-lo, repito, como sendo o
único açúcar nocivo à espécie humana.
A diferença entre o açúcar do açucareiro e o
das frutas
Uma tese cara aos médicos sucrófilos é a de que “o organismo não distingue entre o açúcar refinado
e o natural, metabolizando-os da mesma forma”. O doutor Flávio Rotman, fellow do American
College of Nutrition, chega a assimilar os dois açúcares: “Se realmente a glicose encontrada na
sacarose (açúcar refinado) está implicada na gênese da arterioesclerose, o amido das frutas, os
legumes e cereais devem estar também”. (19)
Mas entre os médicos há quem acredite que o açúcar tem qualquer coisa de diferente em relação aos
outros carboidratos.
A sacarose nos vegetais, já vimos, é uma substância instável pronta para se transformar em glicose e
frutose.
Na usina dá-se um jeito de congelar a sacarose através de vários banhos de cal, sulfitos etc. Sempre
fica a pergunta: a sacarose congelada e cristalizada, isolada e quase pura, não teria sua estrutura
molecular de alguma forma alterada?
O doutor Frederick Banting, um dos criadores da insulina, já havia manifestado sua desconfiança:
“No processo de aquecimento e recristalização do açúcar natural da cana alguma coisa é alterada,
transformando o produto refinado num alimento perigoso”.(20)
E mais recentemente o doutor Charles McGee, da Sociedade de Ecologia Clínica, disse que “não se
sabe exatamente por que o açúcar refinado é danoso, mas estudos com humanos e animais mostram
que é biologicamente diferente dos carboidratos naturais”.(21)
Não só biológica mas quimicamente: a frutose das frutas é diferente da que constitui a sacarose. De
acordo com a literatura química, coisa que só os químicos entendem, a sacarose não é constituída
pela d-frutose comum “piranósica”, mas a d-frutofuranose “que não muda em furânico o ciclo
pirânico, nem mediante calor, nem catalisado por ácido ou enzima. A fácil hidrólise da sacarose
deve-se à constituição ‘furanósica’ da frutose componente da molécula de sacarose”. A furanose é
menos estável que a piranose. E por falar nisso a frutosana (ou levano) – polímero de frutose usado
pelas bactérias cariogênicas no processo de cárie- tem seus monômeros unidos por “ligações
furanosídicas”. O que deixa claro que a frutose cariogênica é a do açucareiro e não a das frutas.
Outra diferença é a que diz respeito à propriedade não-redutora da sacarose. Esse detalhe químico
diz que “redutor” é o açúcar que apresenta uma “hidroxila livre”. O não-redutor não tem essa
hidroxila, ela está ocupada ligando os monossacarídeos. Os açúcares naturalmente encontrados nas
frutas e no mel - os monossacarídeos glicose e frutose - são redutores. O açúcar do leite – um
dissacarídeo como a sacarose - também é de natureza redutora. O pouco conhecido dissacarídeo
isomaltulose, tido como “de baixo potencial cariogênico”, também é um açúcar redutor. Essa
propriedade faz da sacarose um corpo estranho entre os outros açúcares. Lehninger, como vimos,
estranhou o fato de a sacarose ser diferente dos outros açúcares por esse detalhe que segundo ele
protege-a do ataque oxidativo das enzimas enquanto circula pela seiva das plantas. Fica a impressão
de que os “açúcares” que a mãe natureza preparou para o consumo de seus filhos são os redutores.
Será que essa propriedade não explicaria a nocividade do açúcar? Uma última diferença química é
quanto à cadeia carbônica a sacarose é de cadeia longa e os açúcares das frutas têm cadeia curta.
Esses detalhes todos somados fazem da sacarose um corpo estranho entre os outros “açucares”,
além de diferente, patogênico. Com a palavra o pessoal da Bioquímica. E para concluir este tópico
com chave de ouro: A trealose natural é um importante composto “a,a” que ocorre em plantas. A
sacarose é sem dúvida o dissacarídeo mais importante do grupo trealose. Recentemente a trealose
foi identificada como “açúcar do sangue”... dos insetos.(22)
Os traficantes de açúcar pensam que nós, a humanidade, temos sangue de barata.
Os açúcares do açucareiro
Mesmo o famigerado do açucareiro apresenta-se sob diversos disfarces: tem o refinado e branco, o
cristal, o demerara, o mascavo, e o de confeiteiro.
Já vi no programa de Ana Maria Braga um sujeito de avental branco – à guisa de cientista –
explicando quais as diferenças entre os diversos tipos de açúcar do açucareiro. Algum tempo depois,
em fevereiro de 2005 a revista Mundo estranho, da editora Abril, trazia uma reportagem
semelhante. Agora não tenho dúvidas de que se trata de um expediente propagandístico. Segundo
essas espécies de matérias-pagas o que diferencia um tipo de açúcar do outro é a “composição
nutricional”. “Quanto mais perto do estado bruto e escuro é o açúcar mais vitaminas e sais minerais
ele tem”.
O açúcar branco “apesar do roubo de nutrientes ocorrido durante o refino ele ainda mantêm
resquícios deles”. O cristal “perde só 90% dos sais minerais”. E o demerara “tem valores
nutricionais altos”. Tudo conversa mole para boi dormir e lagartixa cair da parede.
A grande diferença entre eles é a maior ou menor quantidade de sujidades que cada um contém. O
mais refinado e branco tem uma pequeníssima quantidade de lixo químico fino. O mais bruto ou
mascavo tem sujeira grossa – terra, resquícios de plantas, de insetos e de excrementos. Além de ser
úmido, o que facilita o surgimento de fungos. O cristal é menos sujo que o mascavo e mais sujo que
o refinado. O demerara é um açúcar cristal ligeiramente melecado com melaço. Em termos de
sujidades, fica entre o cristal e o mascavo.
Quanto aos “nutrientes” que possam existir nos açúcares mais sujos são tão insignificantes que não
compensa correr o risco de cárie, obesidade e diabetes por causa deles.
Açúcar não devia ser objeto da Nutrição e sim apenas da Química e da Farmacologia. Todos esses
açúcares no fundo são sacarose mais ou menos refinada. E a sacarose extraída de um capim e
adicionada aos alimentos, é responsável direta por uma série de doenças crônicas. Assunto para a
Fisiopatologia.
O peso molecular dos açúcares
Sacarose.................342,30
Galactose................180,16
Frutose..................180,16
Glicose..................180,16
Está explicado por que o açúcar pesa no estômago.
A frutose
É o famoso “açúcar das frutas”. As frutas e o mel contêm glicose e frutose. Entre outras coisas a
frutose é o açúcar preferido dos espermatozóides, o muco das vesículas seminais contém grande
quantidade de frutose e o líquido seminal também, para que eles se mantenham vivos e em
movimento na alegre dança que nem sempre termina em fecundação. É como se a frutose fosse um
combustível nobre de altíssima octanagem, é ela que movimenta o espermatozóide na sua maratona
até o óvulo.
Frutose é um açúcar especial, é o mais doce de todos os açúcares, sua absorção é diferente da
glicose e apesar de chamada de absorção facilitada é muito mais lenta, a metade da velocidade da
glicose. A medalha de ouro é da galactose que chega uma cabeça na frente da glicose à linha de
chegada – o sistema porta.
Só que a mãe natureza oferece a frutose em quantidades bem pequenas e ela deve ter boas razões
para isso. A glicose perfaz 80% e a frutose apenas 10% da dieta que o Dr Guyton chama de
“normal”. Se considerarmos que a sacarose da dieta açucarada é transformada em glicose e frutose
meio a meio. O consumo de frutose pelo homem contemporâneo está perigosamente muito
aumentado. Segundo o Prêmio Nobel Linus Pauling, o consumo de frutose antes do açucaramento
da dieta era em torno de 3% (300g de glicose para 8g de frutose).
A carga de frutose proporcionada pela dieta açucarada moderna é prejudicial de diversas formas: a
frutose pura, vendida em supermercados e farmácias como adoçante, consumida “em excesso” dá
diarréia. No organismo a frutose é precursora de colesterol (para quem tem medo dele). Nas células,
depois de percorrer a via dos polióis, a frutose origina radicais livres. Ela, diante de oxigênio, se
auto-oxida gerando um dicarbonilo, e o radical ânion super-óxido, compostos lesivos que levam a
um estresse oxidativo nas células. É ainda a frutose obtida pela hidrólise bacteriana do açúcar que é
usada no processo de cárie para a produção do levano (ou frutosana) componente da placa
bacteriana.
A glicose que também se auto-oxida, glicosila proteínas mais lentamente e é menos tóxica que a
frutose. Alguns autores por causa disso acham que o fato da glicose ser o principal açúcar circulante
constitui uma vantagem evolutiva das formas mais complexas de vida. Uma vantagem empastelada
pelos traficantes de açúcar que entopem a raça humana com glicose e frutose desnecessárias. O
produto da oxidação da frutose, é responsável pela maior parte da formação de ligações cruzadas
entre proteínas que dão origem aos AGEs- produtos finais da glicação avançada.(23) Estes nada
mais são que proteínas prejudicadas estrutural e funcionalmente depois de reagirem com açúcar, são
responsáveis por patologias crônicas diversas especialmente as chamadas complicações do diabetes.
E para fechar com chave-de-ouro; a página da Merck na internet diz que bastam apenas 25 gramas
de frutose refinada para matar o mesmo ratão que morre com uma dose de 29,7 gramas de açúcar.
Pureza e perigo
“Açúcar, substância pura e branca, utilizada para adoçar bebidas e bolos. Esse é o único
componente puro da dieta que é ingerido em quantidade, na sua forma simples ou incluído em
outros alimentos tais como geléias doces e biscoitos. Muitos legumes e frutas também contêm
pequenas quantidades de diversos açúcares, e o mel principalmente, mistura de glicose e
frutose”.(24) (itálicos meus.) Esse trecho é do livro “Alegria de viver”, de Alan Kingsdon,
prefaciado pelo legendário piloto de Fórmula 1 Jackie Stewart. Na citação, como vimos, o açúcar é
vendido como um “alimento puro e branco” que pode ser consumido “em quantidade” enquanto as
frutas e o mel apresentam “misturas” de açúcares.
Usar o conceito de pureza do açúcar para vender o produto é mais um caso de propaganda
enganosa. Trata-se de um conceito científico. Uma substância é considerada quimicamente “pura”
quando apresenta uma composição fixa da qual decorre a constância de suas propriedades. Tais
constantes físicas, como ponto de fusão, ebulição, densidade, coeficiente de solubilidade, índice de
refração etc., são verificadas experimentalmente e comparam-se os valores encontrados com os
mencionados na literatura especializada . Do ponto de vista de quem tem fome, melhor seria que o
açúcar não fosse puro. Nos procedimentos necessários à transformação do caldo de cana no pó
branco puro, as “impurezas” afastadas através de sucessivas filtrações, evaporações, decantações e
precipitações, provocadas por produtos químicos, são exatamente a parte dieteticamente
interessante da cana: as proteínas, os sais minerais e as vitaminas, ou seja, os nutrientes.
O que sobra, a sacarose pura, não é mais um alimento como eram a cana, o caldo e até o melaço e a
rapadura. Até aí estes derivados da cana podem ser considerados, com boa vontade, como alimentos
concentrados. Com boa vontade porque a fração de nutrientes é muito pequena para justificar a
carga de sacarose, não se iludam rapadura, melaço, e açúcar mascavo provocam hiperinsulinemia e
são tão cariogênicos quanto o primo rico, o açúcar branco. Sacarose pura é apenas um legítimo
produto químico de laboratório, fica muito melhor dentro de uma retorta do que adoçando uma
torta.
O “excesso” de açúcar
Já foi mencionada no primeiro capítulo deste livro a advertência do médico James Hurt, no
longínquo ano de 1633, alertando para o perigo do “consumo exagerado” de açúcar na Inglaterra.
Em 2004, quase quatrocentos anos depois, um médico paulista descendente de japoneses, o Dr.
Yotaka Fukuda, autor de tese de doutorado sobre os malefícios do açúcar à saúde das pessoas, diz
que o açúcar em si é “amigo” e que o problema é o “consumo excessivo”.(25)
O consumo de açúcar entre 1633 e 2004 deve ter aumentado um milhão por cento. O médico inglês
na frase citada usa três expressões relativas a excesso de consumo nas poucas linhas citadas
(“grandes proporções”, “uso desmesurado” e “envolvimento demasiado”), uma verdadeira
obsessão. O que explicaria essa ênfase toda? E por que o discurso médico é o mesmo apesar do
enorme tempo que se passou e do aumento absurdo da quantidade de açúcar envolvida?
Houve um tempo em que o consumo de açúcar era semelhante ao “consumo” de cocaína: os
privilegiados (reis, nobres e burgueses) lambiam uma carreirinha de açúcar e davam-se por
satisfeitos.
Depois que passou a ser produzido no Novo Mundo em escala cada vez maior, o açúcar deixou de
ser lambido em carreirinhas, pulou para os boticários, onde fez sucesso como xarope, e depois para
a mesa, primeiramente como sobremesa e depois adoçando pratos antes salgados, como uma
gororoba portuguesa à base de galinha, arroz e muito açúcar mencionada por Gilberto Freyre.
Quanto ao “excesso” de açúcar, médicos e nutricionistas têm seus corações e mentes imbuídos
desse conceito. Trata-se de um conceito enganoso, um expediente ideológico muito usado pela
indústria da doença para permitir que o açúcar prossiga fazendo mal à humanidade. “Consumo
excessivo” dá a entender que existe um consumo moderado ou equilibrado de açúcar. Na verdade o
açúcar é prejudicial proporcionalmente à sua ingestão: pouco açúcar faz pouco mal, muito açúcar
faz muito mal. Se houver uma exceção a essa regra ela diz que pouco açúcar pode fazer muito mal.
Aos médicos é ensinado que o açúcar só faz mal quando consumido “em excesso”. Eu pergunto:
qual o ponto de danificação do açúcar? Assim como o cigarro, é impossível dizer qual o mínimo de
açúcar necessário para causar dano à saúde.
Qualquer quantidade de açúcar adicionada ao alimento é excessiva na medida em que açúcar é
caloria pura desacompanhada de qualquer nutriente. Basta pensar que a quantidade de açúcar que
circula nos cinco litros de sangue de uma pessoa adulta é 0,1%, igual a um saquinho daqueles que
são oferecidos nos botequins para a gente adoçar o cafezinho, apenas cinco gramas. E que esse nível
de açúcar não pode subir (hiperglicemia) nem descer (hipoglicemia). E a quantidade de açúcar
presente num refrigerante de 600 ml equivale a mais de dez saquinhos de cinco gramas. Um
absurdo “excessivo”.
De modo que cada grama de açúcar adicionado significa quatro calorias inúteis a mais. Inúteis com
boa vontade são calorias nocivas que resultarão em cárie, desequilíbrio metabólico e obesidade.
Cada grama de açúcar adicionado ao alimento significa ao mesmo tempo um superavit calórico e
um deficit nutricional de conseqüências patológicas.
Sacarose sintética
Em 1953 o cientista canadense, Raymond Urgel Lemieux, descobriu como sintetizar sacarose em
laboratório, provavelmente a partir de petróleo. Mas o que esse brilhante cientista conseguiu das
instituições da civilização do açúcar foi o Prêmio Nobel do esquecimento. Lemieux deixou um livro
autobiográfico: Explorations with sugar: how sweet it was.
Tal esquecimento tem explicação: se o açúcar do açucareiro fosse sintetizado de petróleo quem
ganharia dinheiro com isso seria a Petrobras. E os traficantes de açúcar não poderiam fazer uso da
ladainha de que açúcar é “um produto natural” extraído da cana-se-açúcar e da beterraba.
Titulo do Livro: O livro negro do açúcar
Subtitulo do Livro: Algumas verdades sobre a indústria da doença
Autor do Livro: Fernando Antonio Carneiro de Carvalho
AÇÚCAR: gostoso veneno ou doce ilusão?
Conceição Trucom *
Achei por bem colocar esta matéria em Alimentação Infantil para que todos os
responsáveis pela alimentação das crianças tenham consciência sobre os malefícios
que o açúcar pode causar a todos, principalmente em organismos em plena formação.
Hoje sabe-se que o pâncreas é um órgão atrofiado devido ao enorme estresse que sofre desde a
mais tenra idade. E uma informação chocante: hoje, uma criaça com 2-3 anos de idade já consumiu
todo o açúcar que um adulto 100 anos atrás, consumia ao longo de toda a sua vida.
Por Viviane Pereira
Revista Vegetarianos - ano 2 - número 13
Considerado por alguns uma droga tão viciante quanto a heroína, o açúcar esconde por trás de seu
doce paladar uma verdadeira ilusão para a saúde. Veja aqui a opinião de médicos e especialistas
sobre esse desejado alimento, responsável por uma série de doenças.
Há quem fique com a boca cheia de água só de pensar em comer uma doce sobremesa, seja um
pudim, um bolo, uma torta ou um sorvete; quanto mais doce, melhor.Têm ainda aqueles que são
verdadeiras "formiguinhas": não ficam muito tempo sem comer algo bem docinho, e na falta de
uma sobremesa pronta, vale encher a colher na lata de leite condensado e levar à boca ainda
pingando. Qualquer coisa que mate aquela vontade louca de comer doce.
O que essas pessoas não sabem - muitas sequer imaginam - é que o aparentemente inocente açúcar
refinado, quando consumido em excesso, pode provocar muitos males à saúde, desde cáries a
problemas mais graves, como labirintite, aumento da pressão arterial, diabetes, obesidade... A
impressão que se tem é que à medida que vão sendo realizadas pesquisas sobre esse tema, são
descobertas novas consequências prejudiciais da ingestão de açúcar.
Tema de teses, estudos e livros, o açúcar foi considerado veneno pelos que defendem sua abolição
total da dieta. Outros alertam para o aumento vertiginoso do consumo, recomendando o uso mais
restrito. Independentemente do posicionamento, em uma coisa todos são unânimes: açúcar demais
faz mal!
Quem usa em excesso deve pensar seriamente em diminuir o consumo; quem enfrenta doenças
devido ao seu uso talvez deva considerar retirar esse ingrediente da dieta, seguindo o exemplo de
quem experimentou, superou e teve como recompensa uma saúde melhor.Como o açúcar não tem
em seu conteúdo nenhum teor nutricional, nesse caso vale o ditado inverso: se não fizer mal, bem
não faz.
DOENÇAS
A busca por uma vida mais saudável tem levado muitas pessoas a reavaliarem suas dietas, reverem
seus conceitos nutricionais e frequentemente nesse balanço o açúcar tem passado para a lista dos
vilões. Um dos episódios que chamou a atenção do público para essa questão foi o lançamento na
década de 70 do livro Sugar Blues (expressão idiomática da língua inglesa que significa depressão,
múltiplas penúrias físicas e mentais causada pelo consumo de sacarose refinada, comumente
chamada de açúcar) do jornalista norte-americano William Dufty. Com um apanhado histórico,
Dufty faz uma comparação da saúde da humanidade antes e depois do açúcar, constatando uma
série de doenças ocasionadas por este que ele considera uma verdadeira droga viciante, comparável
ao álcool, à cocaína, à heroína entre outras. Considerado panfletário e alarmante para uns e
revelador para outros, o fato é que o livro trouxe uma nova visão e fez repensar a necessidade e o
objetivo de ter à mesa, em tantos alimentos, a toda hora, açúcar refinado.
O questionamento sobre o uso do açúcar envolve a qualidade do produto, que exige uma série de
processos químicos desde que a cana é retirada até a conclusão do processo de refino,e também a
quantidade consumida.
O consumo de açúcar teve um grande aumento nos últimos 100 anos, levando autoridades como a
Organização Mundial de Saúde a realizar campanhas para reduzir os índices, propondo limitar seu
consumo a 10% da caloria diária. Nesses 10% estão inseridos não apenas o açúcar que é retirado
diretamente do açucareiro, rnas também o que vem embutido em biscoitos, refrigerantes, bolos,
doces e até no pão. Esse açúcar que parece "invisível" porque as pessoas mal se dão conta de que o
estão ingerindo é o que tem oferecido maior preocupação, pois está presente na maioria dos
alimentos que fazem parte da nossa alimentação. Acredita-se que é por isso que tem crescido o
número de obesos, aumentado consideravelmente os casos de diabetes e estudos apontam que o
excesso de açúcar aumenta risco de câncer de pâncreas.
Considerando que a utilização do açúcar como adoçante é relativamente recente na história da
humanidade, em pouco tempo este "ouro branco" já tem feito muitos estragos. Antes do uso de
produtos industrializados na alimentação, a humanidade se desenvolveu por milhares de anos
utilizando somente os alimentos que a natureza oferecia. O gosto doce era saboreado com a imensa
variedade de frutas encontradas especialmente em países tropicais, como o Brasil.
Com a descoberta do sabor do melado da cana, ele foi utilizado primeiro como remédio e só
depois, mais recentemente, o açúcar passou a incorporar o cardápio entrando como mero adoçante,
sem acrescentar qualquer nutriente, apesar de incluir muitas calorias na dieta.
Mas se esse pó branco faz mais mal do que bem, por que será que gostamos tanto? A resposta
talvez esteja na história de nossos antepassados, que, pelo que tudo indica, consideravam o sabor
adocicado para separar os bons alimentos dos venenosos. Ou talvez ele realmente tenha poder de
"viciar" devido à sensação de bem-estar que proporciona, o que justificaria o fato de ser tão difícil
deixar de lado esse hábito.
"Em 100 anos a utilização do açúcar aumentou em 40 vezes", alerta o médico
otorrinolaringologista Yotaka Fukuda, 62 anos, professor da Escola Paulista de Medicina. Ele é
autor do livro Açúcar: Amigo ou Vilão?, lançado em 2004, resultado da sua tese de doutorado e
anos de pesquisa sobre o tema, associados à sua experiência clinica.
Fukuda chama a atenção para esse crescente uso do açúcar que vem acompanhado do aumento de
doenças de diversos tipos. "Esse aumento aconteceu depois da Segunda Guerra. Naquela ocasião
não existiam doenças como diabetes, pressão alta. Elas estão diretamente relacionadas com o
consumo de açúcar. Se houver uma diminuição no consumo, isso vai beneficiar em muito a
população". Ele pondera que o problema é que em vez de diminuir o uso tem aumentado; por ser
um produto barato e deixar os alimentos mais saborosos, a indústria tem usado cada vez mais.
Como médico otorrino, ele notava a frequência do aparecimento de casos de labirintite e começou
a perceber que o fato poderia ter relação com o consumo do açúcar. "O açúcar é o maior
estimulante da produção de insulina - hormônio produzido pelo pâncreas. O excesso de insulina
produzido pelo consumo de açúcar leva à labirintite", afirma Fukuda, que chegou a esta
constatação depois de observar diversos casos em seu consultório e realizar uma pesquisa com 100
pessoas para sua tese. Ele verificou que no universo das pessoas com labirintite, 80% tinham
insulina alta. "Mais recentemente, pesquisadores de outras áreas têm verificado que o excesso de
insulina leva também a problemas de pressão alta e obesidade. A pessoa engorda, adquire diabetes,
fica com o colesterol alto e pode até ter derrame".
Em sua pesquisa, o médico fez a curva glicêmica e curva de insulina de cinco horas, constatando,
além da insulina alta, que metade apresentava alteração na curva glicêmica. "Essas pessoas com
labirintite enfrentavam sérios problemas, ficando inseguras devido à tontura, com medo de sair de
casa e ter novas crises; o remédio muitas vezes só faz efeito na hora", esclarece. "O tratamento,
nesses casos, é suprimir o açúcar e tirar principalmente alimentos industrializados, especialmente
refrigerantes, sorvetes, bolos, biscoitos, bebidas alcoólicas como cerveja, conhaque e licor, além do
leite condensado, que é açúcar com um pouco de leite".
A retirada do açúcar da alimentação desses pacientes fez efeito, acabando com os sintomas da
doença. "Não adianta tratarmos somente os sintomas com medicamentos, é preciso ir à causa.
Retirando o açúcar você vai na raiz do problema", avalia Fukuda.
"Muitos ficaram contentes porque emagreceram, outros porque o colesterol baixou; pessoas que
tinham labirintite há anos deixaram de ter e não precisam mais tomar quilos de remédio; havia
pessoas que estavam a caminho da diabetes e se livraram do risco."
PREVENÇÃO
O médico otorrino explica que resolveu escrever o livro para prevenir pessoas que enfrentam esse
problema da labirintite e não encontram solução e, para aqueles que têm ou correm risco ter
diabetes, doenças cardíacas, obesidade etc. "Retirar o açúcar da dieta beneficia o corpo todo",
recomenda, aconselhando a substituição por adoçantes. "Pode ser usado aspartame, estévia,
ciclamato, sacarina. Apesar de questionarem o uso desses produtos, não há comprovação científica
de que eles causem problemas".
Fukuda avisa que as crianças são as maiores vítimas desse abuso. "O problema costuma
aparecer com 30, 40 anos de idade - é o que está acontecendo nos dias de hoje. Antes a
diabetes tipo II aparecia com 70 anos. Agora aparece precocemente". Ele diz que o pâncreas,
que produz insulina, depois de três a quatro décadas de sobrecarga, não aguenta. O efeito é
cumulativo e o organismo não está preparado.
O médico explica que a insulina faz com que o açúcar que está na circulação sanguínea seja
rapidamente levado para dentro das células. Se já tiver grande quantidade de energia nas células,
essa energia vai ser depositada no corpo como gordura; além disso, o aumento de insulina provoca
desequilíbrio metabólico. "O excesso afeta o trato digestivo, o pâncreas, o cérebro, os neurônios".
Mesmo para quem não tem sintomas de doenças provocadas pelo açúcar, Fukuda recomenda
diminuir o consumo. "Depois que a pessoa ficar diabética é mais problemático. Fazendo uma
analogia com o cigarro, é melhor deixar de fumar antes de ter câncer de pulmão".
ESFORÇO PARA MANTER EQUILÍBRIO
Imagine o que acontece se alguém coloca 21 quilos de roupa de uma só vez em uma máquina de
lavar com capacidade para 7 quilos? Ela quebra. Essa é a comparação que faz a médica
endocrinologista Anete Hannud Abdo, 52 anos, em relação ao processo realizado pelo organismo
quando ingere alimentos para obter energia. "Como toda máquina, ele tem uma capacidade máxima
que deve ser respeitada", comenta.
Anete, que atua no Projeto de Atendimento ao Obeso (PRATO) do Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas da FMUSP, diz que o açúcar é uma fonte de energia para o nosso organismo,
mas o excesso é prejudicial. "Se fizermos as contas da quantidade de glicose que existe no volume
total de sangue circulando em nosso corpo (cerca de 6 litros), temos um resultado surpreendentes
equivalente aproximadamente a uma colher de chá de açúcar!"
Segundo a médica, nosso corpo procura manter esta quantidade constante, com mínimas variações
nos estados de jejum e após as refeições. "Imagine o esforço que nosso organismo precisa fazer
para manter a taxa de glicemia dentro da faixa normal quando ingerimos um pedaço de bolo". A
endocrinologista explica que o excesso na ingestão de açúcar é prejudicial porque provoca uma
elevação rápida da glicose no sangue e a manutenção da taxa dessa glicose dentro dos limites
normais é importante para o funcionamento adequado do nosso metabolismo.
"Nosso organismo lança mão de estratégias para ajudar a manter as taxas de glicose no sangue sob
um controle rígido", afirma. "O aumento da taxa de glicose no sangue faz o pâncreas produzir e
liberar na circulação mais insulina, um hormônio que facilita a passagem da glicose do sangue para
as células dos vários tecidos do corpo, trazendo de volta ao normal a quantidade de glicose contida
no sangue. A glicose pode ser estocada na forma de glicogênio nos músculos e no fígado, porém
em quantidades limitadas. Quando a ingestão de açúcar é muito grande e ultrapassa a capacidade
de estocagem de glicose nos músculos e fígado, a glicose é transformada em gordura para ser
armazenada no tecido adiposo, favorecendo a obesidade".
Esse aumento do tecido adiposo provoca no organismo uma resistência à ação da insulina, o que
leva à necessidade de uma quantidade cada vez maior de insulina para realizar o transporte da
mesma quantidade de glicose. Anete esclarece que enquanto o pâncreas consegue produzir a
quantidade de insulina necessária para efetuar esse processo, as taxas de glicose no sangue se
mantêm dentro do normal, mas a produção de um excesso de insulina traz consequências para o
organismo, como o aumento da pressão arterial. "Quando a resistência à insulina for tão acentuada
que ultrapassa a capacidade máxima de produção de insulina pelo pâncreas, acumula-se glicose no
sangue, surgindo então o diabetes".
Comentando os problemas provocados pelo consumo excessivo de açúcar, a médica cita estudo
publicado em 2007 no American Journal of Public Health, com 91.249 mulheres seguidas por oito
anos, que demonstrou que aquelas que consumiam um ou mais copos de refrigerante/por dia
tinham duas vezes mais chance de desenvolver diabetes do que aquelas que consumiam menos de
um copo/mês. O consumo de refrigerante normal também esteve ligado à diminuição do consumo
de leite, cálcio, frutas e fibras, aumento do consumo de calorias e ganho de peso. "Ao que parece,
as pessoas não fazem a compensação das calorias do refrigerante diminuindo esses valores da
refeição. Levanta-se a possibilidade de que os refrigerantes aumentam a fome, diminuem a
saciedade ou simplesmente calibram o organismo para um gosto doce muito acentuado", avalia.
Anete diz que dietas altamente glicêmicas podem aumentar o apetite e reduzir a saciedade. "Quanto
mais açúcar ingerimos, mais insulina precisamos fabricar para metabolizá-lo. Evidências sugerem
que altos níveis de insulina parecem interferir com a sinalização da leptina (hormônio fabricado
pelo tecido adiposo, que avisa o cérebro sobre a quantidade de gordura estocada): quando os níveis
de insulina estão muito altos, o cérebro não fica sabendo quanta gordura está estocada, e o
resultado final é uma maior ingestão de alimentos. Em outras palavras, quanto mais doce comemos,
mais temos vontade de comer".
AÇÚCAR SÓ ENGORDA
"Em termos nutricionais, o açúcar é o que chamamos de caloria vazia: só tem carboidrato, não tem
nutrientes", alerta o médico especialista em nutrologia Eric Slywitch, responsável pelo
departamento de medicina e nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira. Ele explica que quando
a pessoa utiliza o açúcar branco, está ingerindo calorias que vão acrescentar valores na sua dieta,
mas sem ter uma contraparte nutricional. "Não traz nada de benefício para o corpo; pelo teor
calórico, se come demais, engorda".
Slywitch diz que não é possível saber se as doenças enfrentadas pelas pessoas que estão acima do
peso ocorrem pela obesidade ou por causa do açúcar. "O que sabemos é que quando o açúcar puro é
ingerido ele entra rápido no sangue, faz com que haja aumento da glicemia e o trabalho que o
pâncreas precisa fazer para colocar açúcar na célula é maior, o que aumenta o risco de diabetes".
Por isso, como profissional ele recomenda que as pessoas mudem seus hábitos em relação ao
consumo de açúcar, mudando também o paladar.
PROBLEMA MAIOR ESTÁ NO ABUSO
O corpo humano não estava acostumado à ingestão da quantidade de açúcar que é consumido
atualmente e essa sobrecarga tem gerado o desequilíbrio que dá origem a tantas doenças. "Durante
milhões de anos, nossos antepassados consumiam algo em torno de 8 gramas de frutose/dia (tipo de
açúcar proveniente de frutas e do mel) e cerca de 300 gramas de glicose, provenientes
principalmente de alimentos ricos em amido; nosso organismo se acostumou a processar essa
quantidade diária", informa o medico ortornolecular Cyro Masci. "Atualmente nossos pâncreas
têm que produzir em um único dia, diariamente, a quantidade de insulina que nossos
ancestrais possivelmente produziam durante uma vida inteira".
Masci comenta que essas mudanças têm afetado diretamente o organismo, provocando muitos
males. "Desde a Idade da Pedra o ser humano vivia basicamente dos animais que conseguia caçar e
dos vegetais que conseguia coletar. Os carboidratos constituíam mais ou menos 45% da
alimentação, contra os mais de 50% da atualidade", afirma. "As fontes de açúcar também eram
diferentes, tinham origem basicamente nas frutas e talvez um pouco de mel, que faziam os níveis
de glicose e de insulina subirem lentamente. Bem diferente do açúcar e da farinha refinados, que
são rapidamente absorvidos e geram picos de glicose e insulina no sangue".
Uma das principais diferenças, segundo o médico, é que nossos ancestrais usavam uma
alimentação mais natural, tendo o mel como adoçante; a cana de açúcar, que antes era consumida
como fruta, passou a ser esmagada por máquinas e seu caldo passa por um processo químico que
permite a fabricação do açúcar refinado. "O açúcar era um artigo de luxo dos nobres, que em troca
dessa delícia passaram a conhecer doenças como a obesidade, a cárie dentária e a gota".
DESEQUILÍBRIO
Masci afirma que em seu consultório encontra muitas pessoas que têm suas funções orgânicas
prejudicadas pelo uso abusivo do açúcar. O médico ortornolecular esclarece que a ingestão
excessiva de açúcar pode estar relacionada a dois fatores: ansiedade e mudanças na flora bacteriana
do intestino. "Sabe-se que mudanças na flora intestinal podem acabar permitindo o crescimento
exagerado de certas bactérias que se alimentam preferencialmente de açúcar. Essas bactérias têm a
capacidade de inibir nossa produção cerebral de serotonina, um neuro-químico muito importante no
controle do humor e da ansiedade. Assim, com menor produção de serotonina, a pessoa acaba
ficando mais ansiosa, além de aumentar a tendência à depressão, e acaba ingerindo mais e mais
açúcar. Açúcar habitua, chega a ser um vício".
ATEROSCLEROSE E INFARTO
"O açúcar (glicose) em excesso no organismo resulta em vários danos cardíacos". Quem faz o
alerta é o cardiologista Heno Ferreira Lopes, 49 anos, médico do Instituto do Coração (InCor) do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paula. Ele destaca que o
consumo de açúcar aumentou de forma expressiva nos últimos anos, principalmente pelo consumo
de refrigerantes como substituto da água. "Em relação ao coração e aos vasos, o açúcar em excesso
está associado com a aterosclerose (entupimento do vaso) e consequentemente com maior chance
de angina (dor no peito), infarto do miocárdio (morte do músculo do coração)".
Lopes explica que o ser humano ingere para a sua sobrevivência três principais grupos de alimentos
- proteínas, carboidratos e gorduras - e que a ingestão desses alimentos pode resultar em alterações
no corpo humano, tais como o aumento do batimento cardíaco, que é uma consequência da
ativação de uma parte específica do sistema nervoso chamada simpático. "O consumo de
carboidratos (açúcar) resulta na ativação do sistema nervoso simpático. O fato é que a ativação do
sistema nervoso simpático está relacionada com doenças cardiovasculares".
Dos três grupos de alimentos mencionados acima, segundo Lopes, apenas as proteínas não causam
aumento da atividade simpática quando ingeridas. "A ingestão do açúcar, por aumentar a atividade
do sistema nervoso simpático, pode provocar mudanças no organismo como sensação de aumento
dos batimentos cardíacos, excitação e até um grau de euforia. Em alguns indivíduos, a ingestão de
açúcar desencadeia a produção de grande quantidade de insulina e gera a sensação de sonolência,
cansaço, desânimo".
O médico comenta que o açúcar pode ser substituído pelos adoçantes artificiais, principalmente nos
pacientes com diabetes e obesos. "Porém, os adoçantes não são isentos de culpa. A titulo de
exemplo, existe adoçante que contém o sódio na sua fórmula e o sódio é considerado como um dos
vilões no desenvolvimento da hipertensão, principalmente naqueles indivíduos com predisposição
para tal. Também há estudo associando o consumo de adoçante com câncer. O ideal para qualquer
ser humano é consumir alimentos in natura, ou seja, sem adição de açúcar ou de adoçantes".
CÂNCER
Mas, afinal, o que é esse pó branco, que alguns chamam de ouro branco, que causa tanta polêmica,
dá euforia, alguns dizem que até vicia, oferece prazer e pode prejudicar nossa saúde? A química
Conceição Trucom explica que o açúcar refinado é resultado de um processamento físico-químico
que extrai da garapa a sacarose purificada e anidra, usando e adicionando produtos químicos como
clarificantes, anti-umectantes e agentes de moagem. "Eles são aditivos químicos, sintéticos, muitas
vezes cancerígenos e danosos à saúde”, avalia a cientista.
Conceição lembra que até cerca de 300 anos a humanidade não usava aditivos doces na dieta. "O
mel era usado eventualmente, mas como remédio", diz. "Esse processo histórico prova que o
açúcar é desnecessário como alimento". Só nos últimos séculos o açúcar passou a ser produzido em
larga escala, aumentando seu consumo e sendo cada vez mais purificado, até se transformar no pó
branco que conhecemos. "Somos uma civilização consumidora de milhares de toneladas diárias de
açúcar. O Brasil é um dos maiores produtores de açúcar do mundo; o brasileiro consome cerca de
200 g de açúcar por dia. Por extensão são cerca de 6 kg ao mês ou 72 kg por ano. Portanto, a cada
13 anos a pessoa consome 1 tonelada de açúcar. Então um cidadão brasileiro de 40 anos já fez
passar pelo seu pâncreas algo como 3 toneladas de açúcar".
A química avisa que o açúcar refinado deve ser considerado um produto quimicamente ativo,
porque resulta de um processo de purificação. "Do xarope inicial, além de evaporado, são retiradas
fibras, proteínas, sais minerais, enzimas, vitaminas, etc. O produto final é sacarose concentrada a
mais de 90%, um carboidrato de elevado poder calórico e de liberação de glicose no sangue".
Ela informa que quando consumimos um produto extremamente concentrado, como o açúcar, é
exigido do organismo uma compensação química: são sequestrados cálcio, ferro e magnésio do
metabolismo e das reservas. "Indiretamente, o açúcar ‘rouba’ do organismo depósitos destes
minerais e esta carência de cálcio, magnésio e ferro aumenta quanto maior a ingestão de açúcar.
Podemos afirmar então que o açúcar é descalcificante, desmineralizante, desvitaminizante,
uindigesto, ou seja, um forte agente de desarmonizacão metabólica".
Ela alerta para o fato de quem consome muito açúcar tornar-se um dependente orgânico que quanto
mais está intoxicado, mais deseja açúcar; fica mais sedentário, sem força física, emocional e
mental. "Grandes consumidores de açúcar geralmente tendem à fraqueza, à anemia e acreditam
que não podem fazer nada sem consumir um pouco de doce.
O doce é o sabor mais primitivo do ser humano; portanto, quando desejamos sustentar uma atitude
infantil de não crescer, a primeira vontade que nos surge é entupir-se deste sabor. Mas a diferença é
que esse sabor sempre foi retirado de forma saudável da natureza, e não de um produto vazio de
nutrientes e rico em aditivos e resíduos de um processo físico-químico. "Devem considerar o
açúcar como um não alimento, como na classificação do livro do Dr. Soleil - Você sabe se
desintoxicar? - um alimento biocídico (bio = vida + cídico = que mata)".
Leia também este artigo que fala da influência do açúcar na gestação e saúde do recém nascido:
Açúcar x Mulheres
Fonte: Revista Vegetarianos - ano 2 - número 13
Serviço: Anele
Conceição
Cyro
Erik
Fernando
Heno
Yotaka
Hannud
Trucom
Masci
Slywitch
Carvalho
Lopes
Fukuda
Abdo
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[email protected]
Limão
www.masfi.com.br
[email protected]
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[email protected]
[email protected]
Doce
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Recomendo a leitura na íntegra do livro De BEM com a Natureza - Cuidando do seu filho com a
Alimentação Viva - Conceição Trucom - editora Alaúde. Um livro Especial Kids.
Confira na AGENDA sobre nossos cursos, oficinas e palestras da Alimentação Crua e
Viva.
Conceição Trucom é química, cientista, palestrante e escritora sobre temas voltados
para o bem-estar e qualidade de vida.
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autora e a fonte
www.docelimao.com.br
AÇÚCAR BRANCO VENENO BRANCO!!!
Até cerca de 300 anos atrás a humanidade não usava aditivos doces na sua dieta ordinária. Hoje
somos uma civilização, consumidora de milhares de toneladas diárias de açúcar.
O açúcar é uma “droga doce e viciante que dissolve os dentes e os ossos de toda uma civilização”.
Seus efeitos nunca são imediatos, mas lentos, acumulativos, insidiosos, drenando a saúde aos
poucos.
O açúcar é descalcificante, desmineralizante, desvitaminizante e empobrecedor metabólico. Açúcar
não é “alimento”, mas um poderoso
“antinutriente”, um grande ladrão.
Paradoxalmente, quem come muito açúcar fica dependente
organicamente do mesmo e tende a ter menos força.
Grandes consumidores de açúcar geralmente são fracos, astênicos, que não podem fazer quase nada
sem usar um pouco de doce.
Por ser considerado então como um produto antibiológico, ou antivida”, ele está diretamente ligado
à causa p/ o surgimento de várias doenças, como a arteriosclerose, o câncer, a leucemias, o diabetes,
enxaquecas, as distonias neuro-vegetativas, insônia, asma, bronquite, infecções, pressão alta,
diarréias crônicas, perturbações e doenças visuais, problemas de pele, distúrbios glandulares, cáries
, problemas de crescimento, osteoporose.
Um dos efeitos mais diretos dos excessos de consumo do açúcar é a hipoglicemia, ou seja, falta de
açúcar no sangue. Hipoglicemia é um distúrbio que se manifesta sob variadas formas, determinando
mais comumente
langor, fraqueza, sensação de desmaio iminente, Vertigens, tonturas, prostração, angústia,
depressão, palpitação cardíaca, sudorese, sensação de irrealidade etc. A depressão provocada é
variável, dependendo do
indivíduo, podendo ser ausente ou fraca ou até mesmo extremamente forte, incapacitante. Sabemos
que muitas pessoas são tratadas pela
psiquiatria e até internadas por depressão, cuja única origem é hipoglicemia, ou falta de açúcar em
demasia, e se pesquisarmos, grande parte desses pacientes usa muito açúcar.
O mecanismo é muito simples: ao consumirmos açúcar em demasia, o organismo, através das
células beta das ilhotas de Langherhans do pâncreas, produz muita insulina, que é o hormônio
responsável pela “queima” da glicose do sangue. Ora, quanto mais açúcar é consumido, mais
insulina é
produzida. Com o tempo, e com o consumo continuado, o pâncreas
produz mais insulina do que o necessário, pois a sua liberação depende da avaliação da intensidade
de estímulos gástricos e da dosagem de glicose
proveniente do sistema porta e hepático. Um pouco mais de insulina determina queima a mais de
glicose, gerando falta.
Hoje muitas doenças modernas são provocadas pela poluição alimentar, devido a uma nutrição
desequilibrada, colaborando também para o surgimento
de doenças como: arteriosclerose, leucemia, diabetes, varizes, enxaquecas. insônia, asma, pressão
alta, prisão de ventre, problemas de pele, distúrbios
glandulares, cáries dentárias (e outras doenças da boca), problemas de crescimento, osteoporose.
Recomendamos o livro: ” Sugar Blues” o gosto amargo do açucar”. Autor: William Duftv, Editora
Ground.
Mais de três milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo, vítimas de uma excessiva
concentração de glicose no sangue, de acordo com uma pesquisa que será publicada na edição de
sábado da revista médica britânica The Lancet. Destas mortes, 960.000 se devem diretamente ao
diabetes, e 2,2 milhões são resultado de transtornos cardiovasculares causados pelo excesso de
açúcar, acrescenta o estudo.
O excesso de glicose no sangue mata 3,16 milhões por ano, ou seja, três vezes mais do que as
mortes diretamente atribuídas ao diabetes em 2001. Às vésperas do Dia Mundial do Diabetes, que
se celebra em 14 de novembro, os pesquisadores consideram que estes números são comparáveis às
mortes anuais causadas pelo cigarro (4,8 milhões), colesterol alto (3,9 milhões) e sobrepeso e
obesidade (2,4 milhões).
Os dados falam por si. Cerca de 1,5 milhão de mortes por infartos de miocárdio (ou seja, 21% do
total) e 709.000 mortes por Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) podem ser atribuídas a um
elevado índice de glicose no sangue, ainda que demasiado baixo para se falar em diabetes, de
acordo com a equipe de Goodarz Danaei e Majid Ezzati, da Harvard School of Public Health, nos
Estados Unidos.
A maioria destas mortes é registrada em países com recursos escassos ou médios, acrescentaram os
cientistas, que analisaram as taxas de glicose sanguínea em 52 países.
Em relação ao infarto, o sul da Ásia é a região mais atingida, com 548.000 mortes, seguida da
Europa e da Ásia Central (313.000). O sul asiático também lidera a lista de falecimentos por AVC
(215.000).
"Uma taxa de glicose mais elevada do que o nível ideal é uma das principais causas de mortalidade
cardiovascular em várias regiões do mundo", concluem os especialistas.
A Federação Internacional do Diabetes estima que 194 milhões de pessoas estavam doentes em
2003 e que, até 2025, quase 350 milhões morreram desta enfermidade, sobretudo nos países pobres.
Este quadro está previsto, embora o diabetes mais comum (de tipo 2), que se caracteriza por altos
níveis de açúcar no sangue quando o corpo não responde corretamente à insulina, possa ser
reduzido consideravelmente se as pessoas em situação de risco mudarem seus hábitos durante um
longo período, de pelo menos quatro anos.
Segundo um estudo finlandês publicado na Lancet, as pessoas propensas a desenvolver a doença
devem praticar exercícios físicos moderados, modificar sua alimentação, aumentando as fibras e
reduzindo gorduras, além de perder peso.
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