PROPOSTA PEDAGÓGICA DE GEOGRAFIA 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Desde as primeiras formas de organização, os seres humanos desenvolveram estratégias de sobrevivência estabelecendo relações com a natureza. Na antiguidade Oriental, os povos da Mesopotâmia e do Egito, por exemplo, realizaram estudos sobre os regimes pluviais e estudos de geometria, pois as cheias dos rios influenciavam na demarcação das áreas para o cultivo. Na antiguidade clássica ampliaram-se os conhecimentos sobre relações Sociedade e Natureza, sobre extensões físicas e humanas dos territórios imperiais. Desenvolveram conhecimentos relativos a construção de mapas, discussões a respeito da forma e do tamanho da Terra, da distribuição de terras e águas, bem como a defesa da tese da esfericidade da Terra, o cálculo do diâmetro do planeta, cálculos sobre latitude e definições climáticas entre outros. A partir do século XVI os viajantes colonialistas passaram a descrever e representar detalhadamente alguns elementos do espaço: rios, lagos, montanhas, desertos, planícies, e também relações humanas – Homem – Natureza, observando as sociedades distintas com levantamento de dados sobre os territórios colônias, suas riquezas naturais e seus aspectos humanos. Até o século XIX, não havia sistematização da produção geográfica. Os estudos relativos a esse campo do conhecimento estavam dispersos em obras diversas, desde literárias até relatórios administrativos e, por isso, embora a Geografia ainda não existisse como ciência, “os temas geográficos estavam legitimados como questões relevantes, sobre as quais cabia dirigir indagações científicas. Em função de interesses do capitalismo, foi criado em alguns países sociedade geográficas que organizaram expedições científicas para a África, Ásia e América do Sul, a fim de conhecer os recursos naturais existentes nestas regiões, com interesses políticos, econômicos das classes dominantes dos países colonizadores. Surgem então às escolas do pensamento geográfico, com destaque para a alemã, seus precursores foram Humboldt e Ratzel, este apontado como o fundador da Geografia sistematizada, institucionalizada e considerada crítica. Para Ratzel, a relação Sociedade – Natureza influenciava o que ele denominava “conquistas cultas” de um povo, quanto mais culto o povo, maior o domínio sobre a Natureza. Com este posicionamento teórico, Ratzel criou o conceito de espaço vital, que representava “uma posição de equilíbrio entre população de uma sociedade e os recursos disponíveis para suprir as necessidades, definindo suas potencialidades para progredir e suas premências territoriais. A escola Francesa teve como principal representante Vidal de La Blache, para ele a relação Sociedade – Natureza criava um gênero de vida, próprio de uma determinada sociedade. Em sua teoria o contato entre diferentes gêneros de vida seria o elemento fundamental para o progresso humano. A metodologia da Geografia Clássica enfatizava a descrição minuciosa do espaço em estudo. Na escola geográfica francesa, esses aspectos faziam parte da pesquisa etnográfica da individualidade dos lugares. Neste estudo cientifico, a Geografia Clássica criou princípios, regras de procedimentos que balizavam o método. Entre os mais impressivos podemos citar: principio de unidade terrestre, principio da individualidade, principio das atividades, principio da conexão, principio da comparação, principio da extensão e principio da localização. No Brasil as idéias geográficas foram inseridas no currículo escolar no século XIX e apareciam de forma indireta nas escolas de primeiras letras. A institucionalização da Geografia consolidou-se apenas a partir de 1930. Com interesses políticos do Estado brasileiro, a geografia era usada para pesquisas que buscavam compreender e descrever o território brasileiro. Para efetivar as ações relacionadas com aqueles objetivos, tais como exploração mineral, o desenvolvimento da indústria de base e das políticas sociais, fazia-se necessário o levantamento de dados demográficos e informações detalhadas sobre os recursos naturais do país. Esta forma de ensinar perdurou até os anos de 1950 – 1960, caracterizava a escola com ensino de compêndio e pela ênfase na memorização de fatos e informações. Assim, o foco da Geografia estava na descrição do espaço, na formação e fortalecimento do nacionalismo, para a consolidação do Estado Nacional Brasileiro. Este modo de ensinar prevaleceu até a década de 1970 e inicio dos anos 1980. No Paraná, as discussões sobre a emergente Geografia Crítica ocorreram no final da década de 1980, em cursos de formação continuada e em discussões sobre reformulação curricular, promovidos pela Secretaria de Estado da Educação, que publicou, em 1990, o Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná. Esse documento apresentava um projeto político-pedagógico que expressava a necessidade de repensar os fundamentos teóricos e os conteúdos básicos das disciplinas, da pré-escola à 8ª série. Nessa mesma linha, para o 2° Grau, foram produzidos documentos intitulados Reestruturação do Ensino de Segundo Grau no Paraná com cadernos separados para as disciplinas e para os cursos técnicos profissionalizantes. A compreensão e a incorporação da Geografia Crítica foram gradativas e, inicialmente, vinculadas, tanto aos programas de formação continuada que aconteceram no final dos anos de 1980 e inicio dos de 1990, quanto à utilização de livros didáticos fundamentados nessa perspectiva teórica. No entanto, essa incorporação da Geografia Crítica no ensino básico sofreu avanços e retrocessos em função do contexto histórico da década de 1990, quando aconteceram reformas políticas e econômicas vinculadas ao pensamento neoliberal que atingiram a educação. Encontros e conferências realizadas em âmbito mundial, desde o início dos anos 90, priorizavam a Educação, inclusive a Educação Básica, como alvo das reformas consideradas necessárias para a formação de um trabalhador adequado às necessidades do capitalismo no atual período histórico. A reestruturação produtiva reduziu o trabalho estável, gerou também a sua terceirização e, em menor escala, exigiu um trabalhador com “formação para a qualidade total, formação abstrata, policognição e qualificação flexível e polivalente” (FRIGOTTO, 200, p. 100). Cabia à escola formar tal trabalhador, adaptado à era informacional que deveria ser capaz de: operar diversas máquinas, trabalhar em equipe, utilizar o diálogo para mediar conflitos, tomar decisões coletivas. Nos PCN propõem-se, então, uma reestruturação curricular que valorize os conteúdos procedimentais e atitudinais (Ensino Fundamental), ligados ao fazer e ao ser, bem como o desenvolvimento das competências (Ensino Médio), entendidas como capacidade de agir de modo eficaz numa situação específica, apoiado em conhecimentos, sem se limitar a eles. Tais pressupostos continham uma crítica à pedagogia do aprender conteúdos de ensino, pois valorizavam, antes, a iniciativa e o aprender a aprender. Por isso, no conjunto de sua proposta educacional, os PCN acabaram por enfraquecer o papel da escola como espaço de conhecimento. A análise acerca do ensino de Geografia começa pela compreensão do seu objeto de estudo. Muitos foram os objetos da Geografia antes de se ter algum consenso, sempre relativo, em torno da idéia de que o espaço geográfico é o foco da análise. Entretanto, a expressão espaço geográfico, bem como os conceitos básicos da Geografia – lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade – não se autoexplicam. Ao contrário, são termos que exigem esclarecimentos, pois, a depender do fundamento teórico a que se vinculam, refletem posições filosóficas e políticas distintas. Ao conceituar o objeto de estudo, de especificar os conceitos básicos e de entender e agir sobre o espaço geográfico, os geógrafos de diferentes correntes de pensamentos se especializaram, percorreram caminhos e métodos de pesquisas diferentes, de modo que evidenciaram e, em alguns momentos, aprofundaram a dicotomia Geografia Física e Geografia Humana. Na Diretriz Curricular, o objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, entendido como o espaço produzido e apropriado pela sociedade (LEFEBVRE, 1974), composto pela inter-relação entre sistemas de objetos – naturais, culturais e técnicos – e sistemas de ações – relações sociais, culturais, políticas e econômicas (SANTOS, 1996). 2. METODOLOGIA Os conceitos serão trabalhados segundo uma perspectiva histórica, enfatizando a lógica de sua elaboração, haverá entre os conteúdos estruturantes e específicos um inter-relacionamento, de forma assegurar uma visão de mundo ou da totalidade do conhecimento cientifico geográfico, utilizando-se dos conteúdos que fundamentam a prática docente das quais citamos, espaço, paisagem, história da geográfica e outros. Os procedimentos didáticos e estratégias a serem desenvolvidas pelo professor devem garantir ao educando o avanço aos estudos posteriores e capacitálo na aplicação de conhecimentos geográficos em atividades tecnológicas, das demais ciências e da própria ciência geográfica. Os conteúdos estruturantes deverão fundamentar a abordagem dos conteúdos básicos, os conceitos fundamentais de geografia - paisagem, lugar, região, território, natureza e sociedade serão apresentados numa perspectiva crítica. A compreensão do objeto da Geografia – espaço geográfico é a finalidade do ensino de geografia. As categorias de análise da geografia, as relações Sociedadenatureza e as relações Espaço- temporais são fundamentais para a compreensão dos conteúdos. As realidades locais e paranaenses deverão ser consideradas, sempre que possível. Os conteúdos devem ser especializados e tratados em diferentes escalas geográficas, com o uso da linguagem cartográfica – signos, escalas e orientação. As culturas afro-brasileiras e indígenas deverão ser consideradas no desenvolvimento dos conteúdos, bem como a Educação Ambiental. 3. CONTEÚDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS 3.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL - Dimensão Econômica do Espaço Geográfico; - Dimensão Política do Espaço Geográfico; - Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico; - Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico. 3.2 – CONTEÚDOS POR SÉRIE 6º ANO CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Formação e transformação das paisagens - As paisagens e seus elementos naturais e culturais. - As grandes Paisagens Naturais da Terra e suas transformações - A Paisagem e o Tempo - O processo de humanização da Paisagem - Paisagem do município de Guaraniaçu Dinâmica da natureza e sua alteração pelo - A formação e transformação do relevo emprego de tecnologias de exploração e através exploração produtiva produção - A ação humana sobre o relevo - Trabalho: técnica e a intensa transformação do espaço geográfico. - A monocultura e a alteração no equilíbrio da biodiversidade A formação, localização, exploração utilização dos recursos naturais. e - O trabalho humano e a exploração dos recursos naturais - Recursos naturais e atividades econômicas - Indústria: transformações dos recursos naturais A distribuição espacial das atividades - As relações entre os lugares, as atividades produtivas e a (re)organização do espaço econômicas e o trabalho geográfico. - A distribuição espacial das atividades produtivas no município de Guaraniaçu As relações entre campo e a cidade na - Os lugares urbanos e os rurais sociedade capitalista - Modos e vida no campo e na cidade - As relações entre zona urbana e rural - A agricultura familiar e a produção de alimentos - A monocultura e o agronegócio como forma de exploração dos recursos naturais A transformação demográfica, a distribuição - População brasileira, de Crescimento espacial e os indicadores estatísticos da demográfico, população. - A população de Guaraniaçu dos anos 60 e atual. - Êxodo rural e redução populacional do Paraná. A mobilidade populacional e as - As migrações, as formações culturais e manifestações socioespaciais da diversidade espaciais dos países e do Brasil; cultural. - A abordagem da cultura afro e indígena é a compreensão diferentes da sujeitos individualidade da historia dos nos tradicionais livros didáticos; As diversas regionalizações do espaço - modo de produção no município de geográfico. Guaraniaçu. - Manifestações espaciais dos diferentes grupos culturais. 7º ANO CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS A formação, mobilidade das fronteiras e a - Formação do território brasileiro, fronteiras reconfiguração do território brasileiro. e caracterização do seu território; - Dinâmica da natureza, emprego de tecnologia de exploração e produção; - As diversas regionalizações do espaço geográfico Brasileiro. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo - Espaços geográficos e economia colonial; emprego de tecnologias de exploração e - Colonização de exploração e povoamento produção. apropriação do espaço indígena; - Problemas que ameaçam a preservação do meio ambiente no mundo e no Brasil. As diversas brasileiro. regionalizações do espaço - Brasil: Regiões políticas e regionais; - As regiões geoeconômicas do Brasil; - As regiões do IBGE. As manifestações socioespaciais da - A diversidade cultural e regional do Brasil diversidade cultural. construída pelos diferentes povos - Distribuição espacial e cultural da população Afro-descendentes no Brasil e dos Indígenas A transformação demográfica, a distribuição - O processo de crescimento da População e espacial e os indicadores estatísticos da sua mobilidade no território população. - A Distribuição espacial da População no Brasil - A distribuição da população brasileira por idade e sexo - População de Guaraniaçu: natalidade, mortalidade, densidade demográfica Movimentos migratórios e suas motivações. - As migrações e a ocupação do território brasileiro - Migrações rural-urbana ou êxodo rural - Diversidade cultural do povo brasileiro - A cultura afro-brasileira e indígena O espaço rural e a modernização da - A tecnologia e a produção agropecuária no agricultura. Brasil - O aproveitamento do espaço rural brasileiro e a concentração e terras A formação, o crescimento das cidades, a - O processo de urbanização brasileira e a dinâmica dos espaços urbanos urbanização. e a industrialização - A urbanização e a hierarquia das cidades brasileiras - As cidades brasileiras e seus problemas A distribuição espacial das atividades - A Reorganização do espaço geográfico produtivas, a (re)organização do espaço regional brasileiro através da diversidade de geográfico. atividades econômicas - A expansão das fronteiras econômicas regionais A circulação de mão-de-obra, mercadorias e das informações. das - O comércio, a prestação de serviços e o consumo - A inter-relação entre os espaços da produção, da circulação e do consumo 8º ANO CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS As diversas regionalizações do espaço - As Grandes Paisagens Naturais geográfico. - A Formação dos Continentes - As Zonas Térmicas da Terra -A regionalização do continente americano - A regionalização pelo nível de desenvolvimento A formação, mobilidade das fronteiras e a - A colonização da América: exploração e reconfiguração dos territórios do continente povoamento americano. - As diferenças entre a América Latina e América Anglo-Saxônica (sociais, econômicos) A nova ordem mundial, os territórios - O cenário geopolítico mundial: do bipolar supranacionais e o papel do Estado. ao multipolar - Um mundo fragmentado porém globalizado O comércio em suas socioespaciais. implicações - Oposição norte e sul aspectos econômicos da produção; - Os acordos comercias e a formação dos blocos econômicos A circulação da mão-de-obra, do capital, das - As sociedades capitalistas e a atividade mercadorias e das informações. industrial - A indústria e outras atividades econômicas - Redes de transportes, de comunicação e a circulação de produtos, pessoas e matérias– primas - As atividades econômicas transformação do espaço geográfico e a - As transformações do espaço e os problemas ambientais A distribuição espacial das atividades - A interdependência entre as atividades produtivas, a (re)organização do espaço econômicas geográfico. - O espaço agrário da América Latina - Monocultura de exportação e a exploração da terra As relações entre o campo e a cidade na - A tecnologia e a produção agropecuária na sociedade capitalista. América Latina - As agroindústrias no campo - O espaço ocupado pelas industrias no Paraná e as transformações ambientais; - Espécies de sementes - Preparo da terra para o plantio O espaço rural e a modernização da - A tecnologia e a produção agropecuária na agricultura América Latina - As agroindústrias A transformação demográfica, a distribuição - O processo de crescimento da população espacial e os indicadores estatísticos da americana e sua mobilidade no território população. - A distribuição da população americana por idade por faixa etária - População economicamente ativa Os movimentos migratórios e motivações. suas - A ocupação do território americano e as migrações - Movimentos populacionais e urbanização na América. - A cultura afro-brasileira e indígena As manifestações socioespaciais diversidade cultural. da - A diversidade de povos na America - Os diferentes grupos indígenas do Paraná e suas manifestações Formação, localização, exploração utilização dos recursos naturais. e - A America dos minerais e dos recursos energéticos - Os conflitos entre indígenas e madeireiros pela exploração dos recursos naturais - A exploração dos recursos minerais e a degradação do meio ambiente 9º ANO CONTEÚDOS BÁSICOS As diversas regionalizações CONTEÚDOS ESPECÍFICOS do espaço - geográfico. Regionalização do mundo atual: Geopolítica, economia e desafios globais - Configuração socioespacial mundial. A nova ordem mundial, os territórios - O estabelecimento de uma nova ordem supranacionais e o papel do Estado. mundial - Globalização e a interligação econômica financeira num mundo desigual - Cultura globalizada versus culturas nacionais e locais A revolução tecnico-científico-informacional e - A tecnologia e a transformação do espaço os novos arranjos no espaço da produção. - O papel da tecnologia e a Revolução Industrial - A situação político-econômica do espaço mundial no inicio do século XXI O comércio mundial e as implicações - Organizações financeiras e comerciais socioespaciais. internacionais A formação, mobilidade das fronteiras e a - A modernização a agropecuária e a fome reconfiguração dos territórios no mundo - Problemas ambientais nas áreas rurais e urbanas. A transformação demográfica, a distribuição - IDH no mundo espacial e os indicadores estatísticos da - A dinâmica do crescimento populacional e o população. aumento do numero de idosos no continente europeu - Uma população essencialmente urbana (Europa) Os movimentos migratórios mundiais e suas -A imigração e o racismo na Europa. motivações. -Fluxos de refugiados -Migrações internacionais de trabalhadores As manifestações socioespaciais diversidade cultural da - Os conflitos mundiais - um mundo entre a paz e o terrorismo; - O narcotráfico internacional um poder paralelo; A distribuição das atividades produtivas, a - A expansão das multinacionais transformação da paisagem e (re)organização do espaço geográfico. a - A fragmentação do processo produtivo das multinacionais - A posição estratégica do Oriente Médio A dinâmica da natureza e sua alteração pelo - A sociedade do consumo e a degradação emprego de tecnologias de exploração e do meio ambiente produção. - Meio ambiente ambientais e geradas as consequências pelas atividades produtivas. O espaço em rede: produção, transporte e - Produção, transporte e comunicação e a comunicações na atual configuração informação no mundo globalizado. territorial. - Novas tecnologias e a alteração do espaço rural 4. CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO 4.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO MÉDIO - Dimensão Econômica do Espaço Geográfico; - Dimensão Política do Espaço Geográfico; - Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico; - Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfico. 4.2 CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS POR SÉRIE DO ENSINO MÉDIO 1ª SÉRIE CONTEÚDO BÁSICO A formação e transformação das paisagens. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico. A formação, localização, exploração utilização dos recursos naturais. e A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Os elementos naturais e culturais que compõem as diferentes paisagens e as alterações provocado pela sociedade de acordo com seu interesses: econômicos, sociais e políticos. Os elementos naturais das paisagens (tipo de solo, clima, vegetação, hidrografia, relevo) sua distribuição e transformação: tempo da natureza, dinâmica da natureza, os domínios morfoclimáticos brasileiros e a alteração das paisagens terrestre. - A relação das atividades produtivas com a dinâmica hidrológica: alteração do curso dos rios (represas), agricultura irrigada, fonte de energia, via de transporte, erosão e sedimentação costeira, poluição das águas. - A produção agrícola nas comunidades quilombolas e indígenas no Brasil e diferentes manifestações culturais no campo. - Os complexos agroindustriais e a produção para a exportação: expansão das fronteiras agrícolas e a produção de materiais-primas. - A atividade industrial, a produção e os impactos socioambientais: aquecimento atmosférico, a poluição e a crise da água, poluição do solo, alterações climáticas e outros. - A exploração dos recursos naturais (renováveis e não renováveis) para a produção de energia: bio combustível, energia nuclear, eólica, carbonífera e suas implicações na ocupação do espaço. - Os recursos naturais (vegetal, animal e mineral) e as ações políticas para sua preservação: o extrativismo, sua importância na produção de matérias-primas, os conflitos gerados pela escassez e uso, e os acordos ambientais internacionais. - Os avanços tecnológicos da/na indústria e sua distribuição espacial: tecnopólos, indústrias globais e Industrialização nos países pobres. - O desenvolvimento da biotecnologia e os impactos na produção no espaço rural: transgênicos, Revolução Verde, agricultura orgânica. O espaço rural e a modernização da - As alterações espaciais resultantes da agricultura. mecanização do campo, uso de agrotóxicos, insumos e o emprego de novas tecnologias na produção agropecuária. - O uso e preservação do solo nos diferentes sistemas de produção agrícola: agricultura familiar, terraceamento (jardinagem), agronegócio. O espaço em rede: produção, transporte e - Redes de transportes (portos aeroportos, comunicação na atual configuração rodovias, hidrovias), de comunicação e a territorial. circulação de produtos, pessoas e matérias primas. Formação, mobilidade das fronteiras e a - A reconfiguração dos territórios e os reconfiguração dos territórios. impactos culturais, demográficos e econômicos : a dispersão das atividades produtivas. O comércio e as implicações sócio - Protecionismo comercial e as barreiras espaciais alfandegárias e zoofitossanitárias: subsídios a produção agrícola européia e norte americana e as implicações para a agricultura dos países emergentes e pobres. 2ª SÉRIE CONTEÚDO BÁSICO As diversas regionalizações do espaço geográfico. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - A formação territorial brasileira em sua relação com os contrastes e semelhanças regionais. - As diversas possibilidades de regionalizar o Brasil: regiões geoeconômicas, macrorregiões do IBGE, regiões de planejamento. O espaço rural e a modernização da - Estrutura agrária e a distribuição de terras agricultura. no Brasil. - A expansão das fronteiras agrícolas e os impactos culturais, demográficos e econômicos no Brasil. - Demarcação dos territórios indígenas e os conflitos resultantes da invasão das áreas pela mineração e agricultura (grileiros). - As implicações espaciais dos movimentos sociais dos trabalhadores rurais: áreas de assentamento e de disputa no Brasil. A circulação de mão-de-obra, do capital, das Novas tecnologias e a alteração do espaço mercadorias e das informações. rural: mecanização do campo, a (re) estruturação do trabalho, os complexos agroindustriais e a produção para a exportação. As relações entre o campo e a cidade na Interdependência econômica, cultural, sociedade capitalista. demográfica e política entre o campo e a cidade: produção e comercialização, políticas públicas, migrações etc. A formação, o crescimento das cidades, a - Áreas de segregação no espaço urbano: dinâmica dos espaços urbanos e a favelas, condomínios fechados e outros, na urbanização recente. espacialização das desigualdades sociais. - Ocupação do território por diferentes grupos sociais e étnicos: os micros territórios. - A espacialização das desigualdades sociais: especulação imobiliária, a periferias, e a ocupação das áreas de risco em sua relação com o crescimento das cidades. Urbanização desigual: conurbação, hierarquia das cidades, as cidade globais, as megalópole, metrópole, cidades grandes, cidades médias. - As implicações espaciais da formação e crescimento das cidades: função das cidades. - Utilização e distribuição da água no espaço urbano: rede de saneamento e poços artesianos. - Destino e consequências do lixo doméstico e industrial: aterros sanitários, reciclagem, depósitos impróprios (lixões). Os movimentos migratórios e suas - Êxodo rural e a sua influencia na motivações. configuração espacial urbano e rural. - Movimentos pendulares entre países e cidades decorrentes das atividades econômicas. - Deslocamentos mundiais da população motivados por questões econômicas. As manifestações socioespaciais da - As diferentes identidades culturais das diversidade cultural. cidades e o reordenação do espaço urbano: cidades sagradas, turísticas, os micro territórios urbanos. O comércio e as implicações sócio - Os espaços do consumo: ruas comerciais, espaciais shopping centers, feiras, hipermercados, espaços de lazer e suas implicações sócioespaciais. 3ª SÉRIE CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS A revolução técnico-científica-informacional - A importância da revolução técnicoe os novos arranjos no espaço da produção. científica informacional em sua relação com os espaços de produção, circulação de mercadorias, e nas formas de consumo. - A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção: tecnopólos e as cidades globais. O comércio mundial: fronteiras A circulação de mão-de-obra, do capital, das internacionais, tratados multilaterais e as mercadorias e das informações. organizações econômicas internacionais (FMI, Banco Mundial, OMC) Formação, mobilidade das fronteiras e a - A fragmentação dos territórios no pós Guerra Fria e formação de novas reconfiguração dos territórios. territorialidades na Europa e Ásia; - A constituição dos microterritórios e o comércio ilegal: contrabando, narcotráfico, o poder das milícias. A transformação demográfica, a distribuição - Crescimento populacional – teorias espacial e os indicadores estatísticos da demográficas, expectativa de vida, estrutura etária, taxa de fecundidade, transição população. demográfica, taxa de natalidade e mortalidade, envelhecimento da população e as políticas de planejamento familiar. - A distribuição espacial da população e os indicadores e socioeconômicos.- renda, população economicamente ativa, distribuição da população por faixa salariais, empregos por setor de atividade, escolaridade. Os movimentos motivações. migratórios e Os deslocamentos populacionais suas decorrentes de fatores econômicos, políticos, ambientais e religiosos: os refugiados e zonas de atração e repulsão. - As políticas migratórias dos países ricos e as restrições aos imigrantes pobres: as ações xenofóbicas e a reafirmação da identidade cultural das nações. As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. As diversas regionalizações do espaço geográfico. As manifestações culturais dos diferentes grupos étnicos evidenciado na paisagem. - A nova ordem mundial no século XXI: as novas regionalizações espaciais e a formação dos Blocos Econômicos. - A formação dos Estados nacionais: a formação do território brasileiro e os processos de descolonização na América e África. -A constituição dos microterritórios e o comércio ilegal: contrabando, narcotráfico, o poder das milícias. As implicações socioespaciais do processo - Os países emergentes e as mudanças na de mundialização. divisão internacional do trabalho: as áreas de produção. Novos papéis das organizações internacionais na mediação de conflitos internacionais: ONU e OTAN. A nova ordem mundial, os territórios - A formação dos territórios supranacionais supranacionais e o papel do Estado. decorrente das relações econômicas e de poder na nova ordem mundial. - Internacionalização do capital e o sistema financeiro: o Neoliberalismo, abertura econômica e seus impactos econômicos e sociais nos espaços nacionais. 5 AVALIAÇÃO A avaliação dos conteúdos da Geografia, de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais dá-se através de um processo de intervenção contínua, diagnóstica e processual, de modo que ofereça ao aluno várias possibilidades de demonstrar seu aprendizado. O processo avaliativo deve ser utilizado dialeticamente, como instrumento de análise do processo ensino-aprendizagem, permitindo visualizar as fragilidades dessas relações e permitindo ao professor rever continuamente sua prática metodológica. Assim, a partir da seleção e sistematização dos conteúdos, o professor deve definir os critérios a serem utilizados para avaliar o conhecimento adquirido pelos alunos no processo ensino-aprendizagem. A definição dos “critérios tem por finalidade auxiliar a prática pedagógica do professor, posto que é necessário uma constante apreciação do processo de ensino-aprendizagem”.(BATISTA, 2008). Os instrumentos de avaliação necessitam ser diversificados, fazendo uso da interpretação de textos, fotos, mapas, figuras, gráficos, tabelas e mapas; relatórios; pesquisas; seminários; construção de mapas e maquetes, etc. Tomando um conteúdo específico estabelecer-se-ão os critérios e os instrumentos de avaliação. Por exemplo: Conteúdo específico: os elementos naturais e culturais que compõem as diferentes paisagens e as alterações provocadas pela sociedade de acordo com seu interesse: econômicos, sociais; políticos; estabelece-a os critérios e os instrumentos de avaliação. Critérios de avaliação: o aluno deverá reconhecer os interesses que levaram as mudanças na paisagem localizada no entorno do lugar onde mora. Instrumento de avaliação: produção de um texto. Seu objetivo é reintegrar o aluno no processo de aprendizagem e não se limitar a recuperar apenas notas ou conceitos. A recuperação deve abrir espaço para o aluno repensar o conteúdo no auxilio mutuo para descobrir os próprios erros e reconstruir o conhecimento. Os resultados da avaliação devem nortear o trabalho do professor e o aluno na busca dos objetivos não atingidos. Entre as intervenções que devem ser feitas, a retomada de conteúdos, as mudanças de metodologias e estratégias, definindo os instrumentos e os momentos de avaliação com o acompanhamento do professor ou trabalho em grupo. Com esses princípios avaliativos a recuperação passa a enfocar o aprendizado levando o aluno a desenvolver suas habilidades na busca do conhecimento. 7. REFERÊNCIAS CASTROGIOVANNI. A C. (org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Ed. UFRS, 1999. FRIGOTTO, G. Os delírios da razão: crise e metamorfose conceitual no campo educacional no campo educacional. In: GENTILI, P. (Org.) Pedagogia da exclusão: crítica ao neoliberalismo em educação. 7ª.edição: Petrópolis: Vozes, 2000. LANCOSTE, Y. A Geografia: Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Campinas: Papirus, 1988. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: GEOGRAFIA / Secretaria de Educação Fundamental-Brasília: MEC/SEF,1998. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Geografia. Curitiba: SEED, 2008. SANTOS, M. O Brasil Territorial e Sociedade no inicio do sec xx|. São Paulo. Editora Record. 2008.