COLÉGIO ESTADUAL MARCOS CLÁUDIO SCHUSTER – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 1.GEOGRAFIA: APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A Geografia surgiu da necessidade de sobrevivência dos grupos humanos desde as suas primeiras formas de organização. Seu avanço se deu pelos conhecimentos geográficos sempre permeado pelas discussões ligadas a ocupação espacial e a dominação de povos e territórios. A princípio, sempre buscou descrever os aspectos físicos da paisagem, sendo, portanto, uma Ciência de cunho naturalista, vindo mais tarde, incorporar temas relacionados à dinâmica espacial e sócio-político. Nessa perspectiva, o ensino de Geografia tem como proposta desenvolver os conteúdos físico-ambientais e a produção do espaço geográfico, suas interações com as atividades humanas e as conseqüências dessas interações. Até o Séc. XIX não havia sistematização da produção geográfica, os estudos relativos a este campo do conhecimento estavam dispersos em obras diversas, como por exemplo os mapas antigos construídos inicialmente ligados a expansão territorial dos grandes impérios. O pensamento da escola geográfica alemã teve como precursores Humboldt, Ritter, mas coube a Ratzel destaque como fundador da Geografia sistematizada. O pensamento geográfico da escola francesa, por sua vez, teve como principal representante Vidal de La Blache. Foram estas escolas as principais bases sistematizadas do conhecimento geográfico e que nortearam grande parte da produção e do ensino até meados do séc. XX. As idéias geográficas foram inseridas no currículo escolar brasileiro no séc. XIX e apareciam de forma indireta nas escolas de primeiras letras. No ensino Médio, o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, teve sua estrutura curricular definida pelo artigo 3 o do decreto de 02 de dezembro de 1837, que tinha como objetivo enfatizar a descrição do território, sua dimensão e suas belezas naturais. No Séc. XX, caracterizou, na escola, pelo conceito decorativo/enciclopedista focado na descrição do espaço, na formação e fortalecimento do nacionalismo, tendo um papel significativo na consolidação do Estado Nacional Brasileiro. Do ponto de vista econômico e político, a internacionalização da economia e a instalação de empresas multinacionais em vários países do mundo alteraram as relações de produção e consumo, trazendo para as discussões geográficas assuntos ligados à degradação da natureza. A valorização da formação profissional contribuiu para transformações significativas no ensino, regulamentada pela lei 5692/71 que afetou principalmente as disciplinas relacionadas às ciências humanas, no primeiro grau, empobrecendo assim os conteúdos das disciplinas fundidas e no segundo grau foram impostas as disciplinas de Organização Social e Política do Brasil e Educação Moral e Cívica em prejuízo da Filosofia e Sociologia. O ensino da disciplina de Estudos Sociais, não garantia a inter-relação entre os conteúdos de Geografia e História o que tornava esta disciplina meramente ilustrativa e superficial. Nos anos 80, ocorreram movimentos visando o desmembramento da disciplina de Estudos Sociais e o retorno da Geografia e da História. No Paraná essa mudança teve inicio em 1983, mas não houve o desaparecimento imediato da disciplina de Estudos Sociais, o desmembramento só ocorreu após a resolução número 6 de 1986. 1 Ainda naquela década, com o fim da ditadura militar, a renovação do pensamento geográfico iniciada após a II Guerra, chegou com força ao Brasil, trazendo as discussões teóricas em torno do movimento da Geografia Crítica. Deu-se novas interpretações aos conceitos geográficos e ao objeto de estudo, trazendo as questões econômicas, políticas, sociais e ambientais como fundamentais para a compreensão do espaço geográfico. A compreensão e incorporação da Geografia Crítica foi gradativa e inicialmente vinculada a programas de formação continuada que aconteceram no final dos anos 80 e inicio dos anos 90 e posteriormente na utilização de livros didáticos, escritos à partir daquela perspectiva teórica. A construção coletiva do documento denominado “currículo básico”foi resultado do movimento de renovação da educação. Encontros e conferências realizadas no âmbito mundial priorizavam a educação como alvo das reformas necessárias para a formação do novo perfil de trabalhador, necessário ao Capitalismo no período histórico dos governos neoliberais de 1995 a 2002. A aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), bem como a construção dos PCNs, representaram grandes avanços no âmbito educacional, no entanto, a falta de criticidade e o ecletismo teórico na abordagem transversal, desfocaram nos PCNs, as especificidades das disciplinas enquanto campo do conhecimento. Tudo isso, associado no Paraná a uma orientação política neoliberal, que interpretou a autonomia da escola como uma desresponsabilização do Estado em relação a educação, resultou entre outras coisas, num grande número de disciplinas ofertadas na parte diversificada do currículo da Educação Básica. Um olhar mais atento pela história da disciplina nos dará, não apenas o conjunto de conceitos que em cada período histórico foi importante para a explicação do espaço geográfico e para fundamentar o ensino, como também aqueles necessários para a compreensão do espaço hoje. Por exemplo, a “região” e “paisagem” eram, para a geografia clássica, mais do que conceitos, quase o próprio objeto de estudo da Geografia. Naquela abordagem, o método de pesquisa utilizado para a caracterização do espaço geográfico, reduzia-se a modernização das inúmeras informações que o descrevia. Estes exemplos chamam a atenção para a necessária coerência com que o currículo deverá manter em sua abordagem teórica, desde o enfoque do objeto de estudo à compreensão de cada elemento do quadro conceitual de referência. Consideramos que depois do quadro teórico da Geografia Clássica (região, paisagem, território), o discurso da Geografia Crítica foi o que mais influenciou a prática pedagógica da escola. Num primeiro momento esta Geografia reafirmou o espaço como objeto e acrescentou a sociedade ao seu quadro conceitual. Por outro lado desprezou conceitos elaborados pelos pensamentos geográficos que a precederam, na tentativa de romper com o Positivismo. De maneira geral as teorias de aprendizagem que influenciaram e influenciam as dimensões curriculares e a prática dos professores, podem ser assim definidas: Behavioristas, cognitivas, interacionistas e sócio-históricas. No Brasil os diferentes pesquisadores acabaram classificando estas teorias com termos diversos, como por exemplo, interacionismo, sóciointeracionismo e sócio-histórico. Estas terminologias foram algumas vezes interpretadas como similares, mas possuem diferenças significativas. No ensino e pesquisa da Geografia há influência destas teorias da aprendizagem e suas interpretações, o que nos remete para a necessidade de incluir essa discussão em nossa formação continuada. A política educacional paranaense desenvolvida a partir de 2003 tem demonstrado, embora de forma branda, um compromisso com a formação do professor, podendo dessa 2 maneira reorganizar seu papel pedagógico com clareza teórico-conceitual, restabelecendo as relações entre o objeto de estudo da disciplina e os conceitos a serem abordados com a construção coletiva do PCE , temos o retorno da geografia crítica. Quanto à parte diversificada, a instrução no 04/2005 da SEED/SUED definiu para a Geografia os enfoques da Geografia do Paraná, além da abordagem e forma mais interdisciplinar dos temas ligados a cultura Afro, os quilombolas e a Educação do Campo como parte integrante das discussões nas aulas de Geografia. Reconhecer o campo como território educativo onde o camponês é reconhecido como o sujeito dinâmico e organizado, neutralizando a dependência educacional urbana. Colocando a Educação do Campo no espaço dos direitos sociais, onde o Campo deixa de ser considerado como quintal do urbano para a ser reconhecido como local de formação dos sujeitos políticos construtores de sua própria história, revendo valores e saberes, criando uma nova identidade. Busca-se hoje a compreensão do espaço geográfico mundial e local, nas diferentes especificidades, tanto na escala espacial como temporal. Nas diferentes formas de organização das sociedades primitivas e complexas, industrializadas e não industrializadas. Além das relações que se estabelecem entre a natureza-homem e sociedade e entre os homens. Buscando ultrapassar a condição dos conceitos básicos da Geografia, articulando ao mesmo tempo ao conhecimento cientifico e tecnológico. Dessa maneira vêm sendo construídas as diretrizes curriculares, constituindo-se em um documento norteador aos professores em sua prática pedagógica. Essa reflexão deverá ser ancorada num suporte teórico - crítico que vincule o objeto da Geografia, seus conceitos referenciais, conteúdos de ensino e abordagem metodológica aos determinantes sociais, econômicos, políticos e culturais do atual contexto histórico. Assim, o espaço na Geografia deve ser considerado uma totalidade dinâmica em que interagem fatores naturais, sociais econômicos e políticos. Por ser dinâmica, ela se transforma ao longo do tempo redefinindo conceitos e, conseqüentemente comportamento. A Geografia que se propõe, parte da compreensão de que o espaço é entendido como produto das relações reais que a sociedade estabelece entre si e com a natureza. A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um processo dialético entre ambas que produzem espaços e sociedades diferenciados em função de momentos históricos e específicos. Torna-se urgente romper com a compartimentação do conhecimento geográfico, considerando o conhecimento geográfico a partir de vários aspectos interdependentes, os fenômenos naturais, a ação humana, as transformações impostas pelas relações sociais e as questões ambientais de alcance planetário. As relações com a natureza e com o espaço geográfico fazem parte das estratégias de sobrevivência dos grupos humanos, desde suas primeiras formas de organização. Esses conhecimentos que permitiram às sociedades se relacionarem com a natureza e modificá-la em beneficio próprio, também permitirão que se desenvolvam estratégias de maior e melhor interação do ser humano na ocupação espacial e na redução dos problemas gerados por tais práticas. 3 2. CONTEÚDOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL → Dimensão econômica do espaço geográfico → Dimensão política do espaço geográfico → Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico → Dimensão socioambiental do espaço geográfico 6º ANO – GEOGRAFIA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ● A dinâmica do espaço geográfico, e a compreensão do mundo; ● A dimensão e a estrutura política do espaço geográfico em suas diversas regionalizações; ● A transformação demográfica, distribuição espacial e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural; ● A formação e transformação das paisagens naturais e culturais dentro da dinâmica da natureza; CONTEÚDOS BASICOS - Formação e transformação das paisagens culturais; - Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção; - A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais; - A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re) organização do espaço geográfico; - As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista; - A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população; - A Mobilidade da populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural - As diversas regionalizações do espaço geográfico. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - Paisagem, espaço e lugar; - O trabalho e a transformação do espaço geográfico; - Orientação e localização no espaço geográfico; - Apresentando o planeta Terra e sua origem; - Como se formaram os continentes da Terra; - A Terra em movimento: Placas tectônicas; - Os continentes e as Ilhas oceânicas e ilhas continentais; - Os oceanos e mares; - A água nos continentes; - As principais formas do relevo terrestre; - Os processos de formação e transformação do relevo e o relevo brasileiro; - Os climas da Terra e do Brasil; - Conseqüências socioambientais poluição atmosférica, chuva ácida, efeito estufa, buraco na camada de ozônio; 4 - As grandes paisagens vegetais e a vegetação brasileira; - O espaço rural e suas paisagens; - Êxodo rural e sua influência na configuração espacial no urbano/rural; - Problemas ambientais no campo; - O espaço urbano e suas paisagens; - Os principais problemas urbanos no Brasil; - As atividades econômicas e os recursos naturais: extrativismo, agricultura e a pecuária; - Da máquina a vapor a robô; - Tipos de indústrias: o comércio e a prestação de serviços. 7º ANO – GEOGRAFIA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ● a Formação, o crescimento dos espaços urbanos e a distribuição espacial das atividades produtivas; ● A formação, mobilidade e a reconfiguração das fronteiras do território brasileiro; ● A transformação demográfica, movimentações migratórias e sua distribuição espacial; ● A dinâmica espacial da natureza, suas alterações e o emprego de tecnologias de exploração e produção; CONTEÚDOS BÁSICOS - A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro; - A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção; - As diversas regionalizações do espaço brasileiro; - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural; - A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população; - Movimentos migratórios e suas motivações. - O espaço rural e a modernização da agricultura; - A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização; - A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re) organização do espaço geográfico; - A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - Formação do território brasileiro e sua localização; - Regionalização do território brasileiro: regiões e políticas regionais; - A população brasileira: quantos somos e onde vivemos; - A diversidade da população brasileira; - Movimentos migratórios no Brasil; - A população e o trabalho no Brasil; - Urbanização e industrialização no Brasil; - Rede urbana, problemas sociais e ambientes urbanos; 5 - O uso da terra no meio rural brasileiro; - A concentração de terras e os conflitos no campo; - Região Norte: apresentação e aspectos físicos; - Exploração e ocupação da Região Norte; - O desenvolvimento sustentável e as comunidades tradicionais; - Região Nordeste: aspectos físicos; - Nordeste: ocupação e organização do espaço; - As sub-regiões do Nordeste e o espaço geográfico atual; - Região Sudeste: aspectos físicos; - A ocupação do Sudeste e a organização atual do espaço; - A economia do Sudeste; - Região Sul: Aspectos físicos; - A ocupação e a organização do espaço sulista; - Aspecto da população da Região Sul; - A economia da Região Sul; - Região Centro-Oeste: aspectos físicos; - Impactos ambientais no Cerrado e no Pantanal; - Centro-Oeste: expansão do povoamento e o crescimento econômico. 8º ANO - GEOGRAFIA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ● A nova ordem mundial e o papel do Estado nas relações produtivas no espaço geográfico; ● As diversas regionalizações espaciais e a reconfiguração dos territórios do continente americano; ● As transformações demográficas e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural; ● A dinâmica da natureza e sua exploração no uso de seus recursos; CONTEÚDOS BÁSICOS - As diversas regionalizações do espaço geográfico; - A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano; - A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado; - O comércio em suas implicações socioespaciais; - A circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações; - A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re) organização do espaço geográfico; - As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista; - O espaço rural e a modernização da agricultura; - A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população; - Os movimentos migratórios e suas motivações; - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural; - Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 6 - O mundo dividido: países capitalistas e socialistas; - Organização do espaço geográfico a partir de políticas econômicas e manifestações culturais e socioambientais; - Regionalização pelo nível de desenvolvimento; - Países do Norte e países do Sul; - Regionalização de acordo com o IDH; - A economia mundial atual e as transnacionais; - Os financiadores da economia mundial; - Os blocos econômicos; - Continente americano: localização e a regionalização; - A formação histórica do continente americano; - O continente americano: relevo, clima, hidrografia, clima e vegetação; - A população da América; - O desenvolvimento do setor primário e o crescimento do setor terciário; - Estados Unidos: território, população e potência econômica e militar; - Canadá: o maior país da América; - México entre os países ricos e os países pobres; - América Central: Ístmica e Insular; - América Andina: Chile, Bolívia, Peru, Venezuela, Equador e Colômbia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa; - América Platina: Paraguai, Uruguai e Argentina; - Brasil: potência regional e sua política externa; - O Brasil e as organizações internacionais; - O Brasil no mundo globalizado. 9º ANO - GEOGRAFIA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ● Distribuição das atividades produtivas e econômicas no mundo globalizado; ● As organizações políticas e administrativas no mundo; ● A distribuição espacial e os indicadores estatísticos nos continentes; ● A complexidade dos espaços naturais e suas modificações; CONTEÚDOS BÁSICOS - As diversas regionalizações do espaço geográfico; - A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado; - A revolução tecnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da produção; - O comércio mundial e as implicações socioespaciais; - A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios; - A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população; - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural; Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações; - A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a organização do espaço geográfico; 7 - A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção; - O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - Estado, Território e Nação; - As grandes guerras e a Guerra Fria; - Conflitos atuais: as razões e os principais focos; - Guerras mundiais e a Guerra Fria; - Terrorismo e suas faces; - A globalização e seus efeitos; - Globalização e meio ambiente; - Organização políticas Internacionais e regionais; - Organizações econômicas; - Quadro natural e problemas ambientais da Europa; - A população europeia; - Os países da Europa e a economia europeia; - A Europa Oriental: a crise do socialismo e sua economia; - União Europeia, o maior bloco econômico do mundo; - A CEI (Comunidade dos Estados Independentes); - Ásia: um continente de contrastes, aspectos gerais; - A população e a economia do continente asiático; - As civilizações asiáticas e suas religiões; - Rússia: um país em transição - O Japão e os Tigres Asiáticos, aspectos físicos, políticos, econômicos e sociais; - China: um universo dentro do mundo; - Índia: tradição e modernidade; - África: quadro natural, regionalização e fronteiras; - Fome e doenças na África; -Configuração espacial do continente africano; - Oceania; quadro socioambiental; - Austrália e Nova Zelândia, aspectos físicos, políticos econômicos e sociais; - As regiões Árticas e Antártica: os extremos da Terra e os desafios das ciências nas regiões polares. ENSINO MÉDIO – GEOGRAFIA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO MÉDIO → Dimensão econômica do espaço geográfico → Dimensão política do espaço geográfico → Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico → Dimensão socioambiental do espaço geográfico 1º ANO ENSINO MÉDIO – GEOGRAFIA 8 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ● Fronteiras naturais e as questões ambientais; ● As fronteiras políticas – Estado, Nação, Território e suas administrações; ● Organização e expansão territorial dos espaços geográficos; ● Produção do espaço geográfico e os impactos ambientais; CONTEÚDOS BÁSICOS - A formação e transformação das paisagens; - A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção; - A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re) organização do espaço geográfico; - A formação, localização, exploração dos recursos naturais; - A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção; - O espaço rural e a modernização da agricultura; - O espaço em rede: produção, transporte, e comunicação na atual configuração territorial; - Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios; - O comércio e as implicações sócioespaciais. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - Espaço geográfico, lugar e paisagem e sua representação através da cartografia; - A formação do espaço natural: placas tectônicas e estrutura geológica; - A formação do espaço natural: dinâmica interna e externa; - O espaço brasileiro: relevo e estrutura geológica; - Erosão e contaminação dos solos; - As fronteiras naturais do mundo; - As fronteiras naturais do Brasil; - Impactos ambientais em biomas brasileiros; - A atmosfera e a poluição do ar atmosférico; - O espaço brasileiro: climas e domínios morfoclimático; - Água: escassez, poluição e um ciclo; - O espaço brasileiro: a hidrografia - Desenvolvimento sustentável: problema global; - Estado-Nação, território e fronteiras políticas; - Nacionalismo, separatismo e minorias étnicas; - Terrorismo, religião e soberania; - Oriente Médio: território e territoriedade; - A formação do território brasileiro e sua posição geográfica; - Organização político-administrativa e divisão regional do Brasil. 2º ANO ENSINO MÉDIO – GEOGRAFIA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ● As fronteiras econômicas e as desigualdades sociais; 9 ● Desenvolvimento e subdesenvolvimento no Brasil e no mundo; ● As fronteiras humanas no Brasil e no mundo; ● A dimensão socioambiental e suas marcas no espaço urbano/rural; CONTEÚDOS BÁSICOS - As diversas regionalizações do espaço geográfico; - O espaço rural e a modernização da agricultura; - A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações; - As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista; - A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente; - Os movimentos migratórios e suas motivações; - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural; - O comércio e as implicações socioespaciais. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - Crescimento demográfico: população mundial e do Brasil; - Característica da população mundial; - A globalização da pobreza: desigualdades e novas migrações; - Características da população brasileira; - Brasil: migrações internas e internacionais - O processo de urbanização no mundo e no Brasil; - Urbanização e crescimento urbano: metrópoles, megalópoles e megacidades; - O capitalismo e a divisão internacional do trabalho (DIT) - O mundo bipolar: a guerra fria; - A economia no mundo: multipolaridade e globalização; - O desenvolvimento e suas origens; - América Latina e a pobreza; - África: o Saara; - As economias em transição e os últimos socialistas; - China: potência do século XXI; - Austrália e Nova Zelândia; - Estados Unidos, a superpotência mundial. 3º ANO ENSINO MÉDIO – GEOGRAFIA CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ● A revolução técnico-científica-informacional no mundo globalizado; ● A formação e a estrutura dos blocos econômicos; ● A dinâmica da globalização e a estrutura em redes; ● A dimensão socioambiental no espaço global; CONTEÚDOS BÁSICOS - A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção; - A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações; 10 - Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios; - A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população; - Os movimentos migratórios e suas motivações; - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural; - As diversas regionalizações do espaço geográfico; - As implicações socioespaciais do processo de mundialização; - A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - A evolução da atividade industrial no mundo; - A indústria nos países desenvolvidos: Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Canadá e Japão; - A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção; - A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais; - Países subdesenvolvidos industrializados; - Brasil: país subdesenvolvido industrializado; - A indústria no Brasil; - O uso da energia no mundo; - O problema energético no Brasil; - Os recursos minerais do Brasil e do mundo; - A agricultura, a pecuária e os sistemas agrários; - A agricultura e a pecuária no Brasil: estrutura fundiária; - Os organismos internacionais e as transnacionais; - O comércio multilateral e os blocos regionais; - O comércio exterior brasileiro; - Europa: o continente dos blocos econômicos; - A CEI e a herança da URSS; - Outros blocos econômicos: Nafta, Mercosul, Apec e o projeto da Alca; - Os transportes e as telecomunicações; - Transportes e telecomunicações no Brasil. As abordagens entre espaço e tempo, sociedade e natureza A dimensão econômica do espaço geográfico dá ênfase à apropriação do meio natural pela sociedade, considerando as relações de trabalho nos seus diversos modos, produzindo e reproduzindo espaços econômicos desiguais, o que estabelece apropriações e transformações espaciais distintas, nos âmbitos locais, regionais e globais. A dimensão política do espaço geográfico se preocupa com as definições de territórios e com as relações de poder. Por meio dos estudos de geopolítica, busca-se entender as relações de poder que determinam as fronteiras, constroem a materialidade e configuram as diversas parcelas do espaço geográfico, nos diferentes tempos históricos, levando assim o aluno a compreender o espaço onde vive e a partir das relações estabelecidas entre territórios institucionais e entre os territórios que eles se sobrepõem como campos de forças sociais e políticas. A dimensão socioambiental do espaço geográfico é vista como um sub-campo da geografia, permitindo uma abordagem mais complexa, uma vez que não se restringe aos estudos 11 da flora e da fauna, mais sim a interdependência das relações entre sociedade, elementos naturais, aspectos econômicos, sociais e culturais. A sociedade não pode ser excluída na compreensão da questão ambiental, mas sim vista como componente e sujeito dessa problemática. Ao entender ambiente pelos aspectos sociais e econômicos, os problemas socioambientais passam a compor também, as questões de pobreza, da fome, do preconceito, das diferenças culturais, materializadas no espaço geográfico. A dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico se preocupa com as relações culturais, da constituição, da distribuição e da mobilidade demográfica. Com as transformações políticas, econômicas e sociais que aconteceram após a Segunda Guerra Mundial, onde houve uma reavaliação entre as abordagens da Geografia relacionadas à cultura, culminando em posturas mais críticas. 3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA As aulas de Geografia devem propiciar aos educandos a construção de um conjunto de conhecimentos referentes a conceitos, procedimentos e atitudes relacionadas à Geografia que lhes permitam serem críticos e dinâmicos, interligando a teoria, prática e realidade, mantendo uma coerência dos fundamentos teóricos. Quando o professor entra em sala de aula, muitos são os desafios que se apresentam a ele. É com esse espírito que deverá assumir o seu cotidiano profissional. Fugir das atitudes padronizadas que congelam as multiplicidades de situações que interferem na relação professor/aluno. Na sala de aula, o professor deve planejar situações, considerando a própria leitura da paisagem, a observação e a descrição, a explicação e a interação, a territorialidade e a extensão, a análise e o trabalho com a pesquisa e a representação cartográfica. É fundamental que o professor crie planeje situações de aprendizagem em que os alunos possam conhecer e utilizar os procedimentos de estudos geográficos. A observação, descrição, analogia e sínteses são procedimentos importantes e devem ser praticados para que os alunos possam representar os processos de construção dos diferentes tipos de paisagens, territórios e lugares. O espaço vivido pelos alunos continua sendo importante para a compreensão da realidade local relacionada com o global. Para realmente trabalhar e valorizar o imaginário do aluno, não se pode reter a idéia de que seu espaço esteja limitado apenas a sua paisagem imediata. É essencial se aprofundem as mediações de seu lugar com o mundo, percebendo como o local e o global interagem no estudo da paisagem. Não se deve restringir a mera constatação e sim explicar e compreender os processos de interações entre a sociedade e a natureza, situando-as em diferentes escalas espaciais e temporais, comparando-as, conferindo-lhes significados. Trata-se de uma sequência metodológica que serve para provocar uma atitude de reflexão, a partir de instrumentos teóricos, alinhados á prática, que possa permitir ao professor e 12 aluno, um olhar dialético sobre os múltiplos espaços transformados historicamente pelos homens. Os problemas sócio ambientais e econômicos podem ser abordados a fim de promover um estudo mais amplo de questões sociais, econômicas, políticas e ambientais relevantes na atualidade. O próprio processo de globalização demanda maior compreensão das relações e de interdependência entre os lugares, bem como das nações de territorialidade intrínsecas a esse processo. Ao pretender os estudos das paisagens, territórios, lugares e regiões, a Geografia busca um trabalho interdisciplinar através de produções musicais, fotografias, cinemas, literatura, entrevistas, passeios e visitas, produção de textos, coleta e confecção de cartazes, análise e interpretação de dados estatísticos, mapas, debates, elaboração e apresentação de gráficos e tabelas, etc. Esse conjunto de estratégias e ações permite a obtenção de informações que possibilitem a interpretação das paisagens, o entendimento das transformações sócio-políticas, ambientais e a compreensão do espaço geográfico como um todo. AVALIAÇÃO A avaliação tem um caráter processual e não pode ser vista como instrumento de autoritarismo, mas sim como forma de avaliar todo o processo de ensino-aprendizagem incluindo o próprio trabalho do docente, garantindo diferentes formas de instrumentos e recursos de avaliação de caráter progressivo. O processo avaliativo é operacionalizado no sentido de obter fundamentos necessários para análise do sujeito e suas relações com a sociedade, na dimensão histórica cultural, considerando o trabalho escolar, através dos conteúdos e habilidades, contextualizados e construídos socialmente, dando oportunidades aos educandos à apropriação, (re)construção do conhecimento. A avaliação com enfoque dialético, possibilita uma análise para que sejam detectadas necessidades de mudanças, com base na realidade. Estas têm o objetivo de aprimorar a qualidade de educação, dando ênfase à aprendizagem, pois sua função ultrapassa o ato de constatar a mensuração dos conteúdos sem importância no contexto educacional e social. Para a disciplina de Geografia, a avaliação além de levantar dados da aprendizagem do aluno, retratando quando e como a aprendizagem está se efetivando. Também tem propósito de impelir o professor a interpretar como está se encaminhando a prática pedagógica relacionadas aos dados detectados. Portanto, esse processo tem função diagnóstica e prognostica: dará suporte a (re)elaboração da prática e pontua os fatores que impedem os avanços e melhorias no processo de aprendizagem, objetivando sempre combater sistematicamente os riscos de fracasso escolar. Avaliar, também é repensar a avaliação pedagógica, refletindo sobre as falhas desse processo e propondo horizontes de melhorias para o mesmo, uma ação que sugere 13 necessariamente renovação, haja visto, que implica modificar procedimentos que não promovem o sucesso do aluno para apropriação de determinados conhecimentos. Portanto, entender o processo avaliativo é adotar uma postura de observação intensa e contínua durante todo o processo, para que as falhas possam ser diagnosticadas como elementos capazes de mostrar ao professor o que ainda é preciso ser feito para garantir uma avaliação de qualidade. A atualização de índices qualitativos e quantitativos da suporte e auxilia a escola à partir dos dados que comprovem sucessos e fracassos, permitindo assim, a tomada de decisões que em relação às praticas pedagógicas. Sendo necessário o enfoque numa dinâmica teórico-prática, com importância no ato de construir a capacidade de avaliar de maneira reconstrutiva. Isto quer dizer que o processo de avaliação, coloca o professor e o aluno em condições iguais, de avaliar e ser avaliado garantindo na construção deste processo o direito do aluno a aprender bem, com qualidade formal e política. O processo avaliativo desta disciplina, também respeita a deliberação 99, que preconiza nas formas da lei, critérios específicos para efetivação da aprendizagem do aluno. Qualquer que seja a concepção de aprendizagem e opção de ensino, estas deverão estar voltadas à formação plena do educando. Portanto, deve-se ter sempre o cuidado de deixar claro quais são os métodos mais adequados que garantem atingir esse grande objetivo. Partindo da seleção de conteúdos, mostrar aos educandos a relação homem-meio e a organização do espaço geográfico, a partir das relações sociais de produção historicamente determinadas. Tudo isso, leva à reflexão sobre as seguintes condições que deverão ser propiciadas no interior da sala aula: 1 - desenvolver um clima de aceitação e respeito mútuo, em que o erro seja encarado como desafio para o aprimoramento do conhecimento e a construção da personalidade e que todos se sintam seguros e confiantes para pedir ajuda; 2 - que a organização da aula estimule a ação individualizada do aluno para que possa desenvolver sua pontecialidade criadora, mas que, também, esteja aberto à compartilhar com o outro suas experiências vividas na escola e fora dela; 3 - ofereça oportunidades, por meio das tarefas organizadas para a aula, em que vários possam ser os pontos de vista, permitindo ao aluno um posicionamento autônomo, fortalecendo, assim, sua auto-estima, atribuindo alguns significados ao produto do seu trabalho intelectual. A avaliação deve ser um processo cumulativo, contínuo, significativo, estimulando o educando na busca de novos conhecimentos. É necessário, portanto, mudar a relação ensino aprendizagem e a relação educador-educando, eliminando o silêncio e a submissão do educando. Em outras palavras a avaliação exige o domínio de conhecimentos e técnicas, utilizando critérios claros e objetivos, tomando o erro e o acerto, elementos sinalizadores no aperfeiçoamento do ensino aprendizagem. Os instrumentos de avaliação (provas, pesquisas bibliográficas e de campo, seminários, projetos orientados em sala de aula e/ou em domicílio, experimentações práticas, entrevistas) deverão priorizar questões que levem o aluno à pesquisar, refletir, criar e estimular sua capacidade de desenvolvimento. 14 • • • • • • • • • As dimensões a serem avaliadas, deverão considerar: Clareza na leitura e interpretação de textos didáticos e paradidáticos; Compreensão e interpretação oral e escrita de conceitos geográficos básicos; Capacidade de pesquisar e interpretar informações geográficas, utilizando diferentes recursos fotografias, mapas, plantas, gráficos, documentários, Internet, CD-ROM e outros meios; Capacidade em interpretar e analisar as inter-relações entre fenômenos naturais e humanos utilizando vocabulário adequado da língua portuguesa para a Idade/Série/Conteúdo, na produção de os, de relatórios e resultados de pesquisas. Participação, interesse, disponibilidade, responsabilidade, autonomia e iniciativa na apresentação e organização do material e dos trabalhos; Apresentação e organização dos materiais; Empenho nas atividades propostas na aula e nos trabalhos extra-classe; Cumprimento das atividades domiciliares (tarefa); Resolução de exercícios, leituras, produção e análise de textos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Currículo Básico Para Escola Pública do Paraná. Diretrizes Curriculares de Geografia para Ensino Fundamental. Versão Preliminar Julho, 2006. MARINA, Lúcia e Tércio. Geografia: Série Novo Ensino Médio. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2006. MOREIRA, Igor. Construindo o Espaço. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2006. Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998. PIFFER, Osvaldo. Ensino de Geografia. Coleção Caderno do Futuro. IBEP. SOUZA, Maria Antônia de. Educação do Campo: Propostas e Práticas Pedagógicas do MST. Petrópolis, Rj: Vozes, 2006 15