Administração Mercadológica II Apostila organizada pelo Prof. Adm. Marcelo Ruiz Silva RIO BRANCO – AC 2012 1 “Marketing é primeiramente uma dimensão central do negócio inteiro. É o negócio como um todo visto de seu resultado final – do ponto de vista do cliente”. Peter Drucker 2 1. Programa da Disciplina 1.1 Ementa Gerenciamento de marketing Formação de preços competitivos. Produto. Promoção. Canais de distribuição. Planejamento estratégico de marketing. 1.2 Conteúdo programático - Marketing Mix - Produto - Preço; - Praça - Canais de Distribuição - Promoção - Planejamento de Marketing 1.3 Metodologia Exposição oral acompanhada de visualização em transparências, Orientação para elaboração de trabalhos, Exposição dialogada dará suporte aos debates, estudos de casos, exercícios. 1.4 Bibliografia recomendada KOTLER, Philip. Administração de Marketing – A edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000. SEMENIK & BAMOSSY, Richard J. & Gary J. Princípios de Marketing – Uma Perspectiva Global. São Paulo: Makron Books, 1996. TUPINIQUIM, Armando Correa & FREITAS, Sebastião Nelson Marketing Básico e Descomplicado, Editora Saraiva. IRIGARAY Hélio Arthur, VIANNA Alexandre, NASSER José Eduardo, LIMA Luiz Paulo Moreira, Gestão e Desenvolvimento de Produtos e Marcas, Editora FGV, 2004. CARNEIRO Jorge M. T., SAITO Cláudio Sunao, AZEVEDO Hélio Moreira, CARVALHO Luiz Celso, Formação e Administração de Preço, Editora FGV, 2004. 3 Apresentação Em qualquer atividade que demande uma administração cientifica, com métodos e técnicas, existem as etapas, vitais, de planejamento e execução. Em marketing, a primeira fase engloba o exame das seguintes e principais questões: Análise do ambiente, Identificação das oportunidades de mercado, Comportamento do consumidor, Segmentação de mercados Sistemas de informação para gestores mercadológicos. Com base no conjunto dessas informações, inicia-se o estudo para a implementação das decisões de marketing, que incluem como tópicos mais relevantes: a oferta de produtos, a atribuição de seu preço, o emprego de intermediários para atingir os consumidores, o uso da ampla gama de instrumentos de comunicação, a montagem de programas de relacionamento com os clientes e o monitoramento de resultados. O planejamento estratégico de marketing surge, então, como um elo para ligar as duas etapas críticas mencionadas. A eficiência na gestão e desenvolvimento de produtos está amparada num encadeamento estruturado para a tomada de decisões Nessa apostila iremos fazer uma abordagem em cima dos quatro elementos que compõe o marketing mix, bem como o Planejamento Estratégico de Marketing que é de fundamental importância para as organizações modernas. 2 Marketing Mix O marketing mix, ou 4P’s, ou composto de marketing, ou ainda composto mercadológico, é o conjunto de instrumentos, através dos quais se obtém melhor ajustamento entre a oferta de uma organização no mercado e a demanda existente, onde todos os elementos do composto foram criados e estabelecidos para atender as necessidades, desejos, expectativas e potencialidades do consumidor: Produto: é tudo aquilo capaz de satisfazer um desejo ou uma necessidade. Este elemento planeja e administra a imagem (física e virtual) do benefício proporcionado; Preço: é o valor agregado que justifica a troca. A transferência de posse de um produto é planejada e adequada por este elemento (Valor Percebido); 4 Praça ou Distribuição: é o “local” ou o meio pelo qual oferecemos o produto. Este elemento planeja e administra ONDE, COMO, QUANDO e SOB QUE CONDIÇÕES o produto será colocado no mercado (Logística). Promoção: na realidade é o sistema de comunicação integrado que interage com o mercado (Interatividade). 2.1.1 P de Produto A administração de produtos requer uma visão abrangente sobre os principais processos mercadológicos. As relações dos consumidores com as organizações ocorrem em grande medida, por meio das experiências com os seus produtos, os quais têm impactos diretos e visíveis nos resultados das organizações. Assim, o gerenciamento de produtos está na vanguarda das decisões de marketing. Mas o que é produto? Quando a Honda vende um modelo Civic, está vendendo apenas certo número de componentes, como chapa de aço, um motor e quatro rodas?Quando a Tintas Coral vende uma lata de tinta, está vendendo apenas uma lata com produtos químicos? A resposta a essas perguntas é: não. Essas empresas estão realmente vendendo satisfação, o uso ou o beneficio desejado pelo consumidor. Todos os consumidores cuidam para que os carros fiquem bonitos e em condições de rodar. Desejam revestir e proteger as suas casas com tintas. Nesse contexto segundo Semenick e Bamossy (1995:260) “produto é o conjunto de atributos tangíveis e intangíveis que proporciona benefícios reais ou percebidos com finalidade de satisfazer as necessidades e os desejos do consumidor”. De acordo com Kotler e Armstrong (1998:190) “produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer a um desejo ou necessidade” Quando um consumidor pessoa física compra um pacote de leite, um automóvel, um bilhete de loteria ou uma viaje para um parque temático, ele busca suprir uma carência, que pode estar em diferentes estágios na sua hierarquia de prioridades. O conceito de produto traduz-se na melhor prestação de diferentes modalidades de serviços. O que as pessoas compram mesmo não são os produtos, mas os serviços que esses produtos prestam. No Marketing contemporâneo, as organizações nunca se deixam apaixonar por produtos, mas pelo serviço que seus produtos prestam, porque são esses serviços que encantam os clientes em direção a sua organização. 5 É importante frisar que: • Clientes não compram produtos ou serviços. Compram a satisfação de suas necessidades • Produtos e serviços são apenas meios dos quais as empresas se utilizam para satisfazer as necessidades dos clientes O que está implícito nas afirmações acima é o risco de a empresa cair na armadilha da miopia em marketing: “nosso negócio é produzir o produto x, y ou z, ou, prestar o serviço a, b ou c”... Produto: Bem ou serviço? Existem duas categorias, a saber: No linguajar cotidiano, é usual chamar de produto apenas os bens, nos quais a materialidade é flagrante, que são produzidos nos setores primários (agricultura e pecuária) e secundário (indústria) da economia. Já as ofertas imateriais, normalmente efetuadas pelo setor terciário (comercio, transporte, saúde, comunicações, educação e muitos outros), são denominadas serviços. Alem disso, um fator adicional para a confusão no entendimento do conceito de produto é que as atividades relativas à pré – venda de um bem ou serviço também são chamadas de serviços no dia-a-dia. Segundo Kotler e Armstrong (1998:190) “os produtos incluem objetos físicos, serviços, pessoas, locais, organizações, idéias ou combinações desses elementos” Podemos exemplificar esta argumentação por meio das seguintes situações de compra de produtos: um quilo de sal no supermercado, um lanche numa cadeia de fast food, uma refeição em uma cadeia de restaurante mediana, um jantar a luz a de velas num restaurante de cozinha sofisticada e um curso de gastronomia de um chef famoso. Os cinco produtos, todos vinculados à alimentação, apresentam composições distintas de bem físico e serviço. Num extremo, no caso do sal, verifica-se a ênfase total em bem físico, enquanto no outro, na situação do curso a concentração ocorre em serviço Podemos concluir, portanto, que o produto em marketing contem, em diferentes níveis, aspectos físicos e de serviços. Por outro lado, o entendimento das suas características distintas é útil para a gestão de produtos. A principal diferença entre bens físicos e serviços é que no primeiro caso existe a transferência de posse, ou seja, tornamo-nos donos de uma bolsa, de uma caneta, mas não de uma consulta dentaria. 6 Os bens físicos são tangíveis, permitindo assim aos consumidores, por meio da previa experimentação, uma analise dos atributos dos bens antes da sua aquisição, o que facilita o cliente na hora de verificar as diferenças entre as opções existentes no mercado. Nesse sentido, as empresas têm classificado tradicionalmente os produtos em termos das características: durabilidade, tangibilidade e uso (consumidor ou empresarial). Cada tipo de produto tem uma estratégia apropriada de mix de marketing. Bens não-duráveis: são bens tangíveis, normalmente consumidos ou usados uma ou poucas vezes. Ex.: cerveja, sabão. Como esses produtos são consumidos rapidamente e comprados com freqüência a estratégia é torná-los disponíveis em muitos locais, ter uma pequena margem de lucro no varejo e anunciar maciçamente para induzir à experimentação e ganhar a preferência do consumidor. Bens duráveis: Normalmente exigem venda pessoal e serviço, trabalham com uma margem a mais e requerem mais garantias por parte do fabricante. Ex.: Geladeira, ferramentas, vestuários etc. Serviços: São produtos intangíveis, inseparáveis, variáveis e perecíveis. Como resultado, normalmente exige mais controle de qualidade, credibilidade de fornecedor e adaptabilidade. Ex.: Corte de cabelo, serviço de reparos. Diferenciação de Produto A diferenciação do produto busca aumentar o valor do produto oferecido ao cliente. Sugere que os produtos podem ser visto em pelo menos quatro níveis: produto genérico, produto esperado, produto aumentado (ou ampliado) e produto potencial. No centro do modelo de Levitt, está o produto genérico: livro, relógio, carro, por exemplo. Contudo, alem do produto genérico há expectativa dos clientes em relação a algo que lhes pode ser oferecida a mais pelo produto esperado. Quando compram gasolina, os clientes esperam também um acesso fácil ao posto, a possibilidade de comprar com cartão de crédito, a disponibilidade de serviço de limpeza do pára-brisa, ar para os pneus, água para o radiador. Como a maioria dos postos atende a essas expectativas, elas não servem para diferenciar um fornecedor do outro. No nível seguinte, Levitt identifica o produto ampliado. Este é construído por todas as demais características e serviços extras que vão além daquilo que o cliente espera, o valor extra, e serve, portanto, para fazer diferenciação entre os concorrentes. O posto de gasolina em que, na área do self-service, nos anos 1990, um frentista enche o tanque enquanto o outro limpa o pára-brisa, os faróis e os espelhos estarão fornecendo mais do que o esperado. Contudo, ao longo do tempo, esses meios de diferenciação vão sendo copiados, tornando-se rotina 7 e, no fim, simplesmente passam a ser aquilo que é esperado. Finalmente, Levitt descreve o produto potencial como a soma de todas as características e benefícios oferecidos. No caso do posto de gasolina, poderia ser uma lavagem grátis do carro para cada tanque cheio, brindes nãorelacionados com gasolina um serviço de atendimento completo do automóvel. Enquanto o modelo mostra um produto potencial limitado, na realidade, ele está limitado apenas pela imaginação e criatividade do fornecedor. Enquanto no passado os fornecedores privilegiaram as tentativas de diferenciar suas ofertas com base no produto genérico e esperado, a convergência agora ocorre em minutos marcados . À medida que os métodos de controle, garantia e gerenciamento da qualidade tornam-se amplamente entendidos e adotados, a entrega de um produto com desempenho, conformidade e confiabilidade (um produto "de qualidade", no sentido clássico da palavra) não será mais o suficiente. Ele prevê que no futuro haverá uma maior ênfase no produto ampliado e potencial como meio de agregar valor e seduzir o cliente, criando assim uma vantagem competitiva Nesse contexto a inovação constante passa a ser uma condição de sobrevivência para as organizações onde devem estar constantemente promovendo modificações em seus produtos e lançando novos, sob pena de ficar para trás. A diferenciação nos produtos que oferecem devem fazer parte da cultura da empresa onde o “encantamento” passa a ser uma obrigação. OS CINCO NÍVEIS DO PRODUTO/ SERVIÇO (Theodore Levitt) Produto Núcleo Genérico O Bem, características intrínsecas. Benefícios Esperado Previsível Ampliado Diferenciado Potencial Inovação 8 Ciclo de Vida do Produto Ciclo de Vida do Produto Vendas Vendas e Lucros Lucros TEMPO 0 Desenvolv. do Produto Introdução Crescimento Maturidade Declínio Despesas Investimentos Os produtos podem ser considerados como organismos que têm vida, e por isso, sob o enfoque mercadológico, merecem tratamento e acompanhamento especial. Ciclo de vida de um produto começa onde termina o processo de desenvolvimento de um novo produto. Os vários estágios do ciclo de vida de um produto exigem uma reprogramação constante das estratégias e recursos. A posição de vendas e a lucratividade de um produto mudam através do tempo. O ciclo de vida de um produto é uma tentativa de se reconhecer os estágios distintos no seu histórico de vendas. Correspondentes a esses estágios existem oportunidades e problemas distintos com relação à estratégia de marketing e o potencial de lucro. A representação da história das vendas de um produto segue a forma de S, esta curva é tipicamente dividida em quatro estágios conhecidos como introdução, crescimento, maturidade e declínio. A determinação dos pontos em que esses estágios começam e terminam é um tanto arbitrária, geralmente baseia-se no ponto em que a taxa de crescimento ou declínio de vendas tende a se tornar acentuada. O conceito de CVP deve ser definido com respeito a se o produto é ou não uma classe de produto (cigarros), uma forma de produto (cigarros com filtro), ou uma marca (Philip Morris sem filtro). As classes de produtos possuem históricos de vida mais longos do que formas específicas de produtos e, certamente, do que a maioria das marcas. 9 O conceito de CVP é útil principalmente para desenvolver estratégias eficazes de marketing nos seus diferentes estágios. ESTÁGIO DE INTRODUÇÃO Esse período representa o lançamento do produto na carteira de ofertas da empresa. Suas vendas começam lentamente, uma vez que o produto não é conhecido pelo mercado. De modo geral, o custo de produção é alto, pois a empresa ainda não adquiriu a experiência necessária para reduzir os custos de produção, assim o volume de produção/vendas não permite economias de escala.O produto recém lançado necessita ainda de investimentos em desenvolvimento tecnológico, embalagem, distribuição e propaganda. Essa fase se caracteriza por prejuízos constantes Estratégia de marketing no estágio de introdução: Ao lançar um produto novo, a administração de marketing pode estabelecer um nível alto ou baixo para cada variável de marketing, como preço, promoção, distribuição e qualidade do produto. Considerando apenas preço e promoção, a administração da empresa pode seguir uma das quatro estratégias mostradas a seguir: Estratégia de desnatamento rápido - consiste em lançar o novo produto a um preço alto e com elevado gasto em promoção. Objetivos: maior lucro unitário possível, e acelerada penetração no mercado. Estratégia de desnatamento lento - consiste em lançar o novo produto a um preço alto e com pouca promoção. Objetivos: maior lucro possível e baixo custo promocional aplicam-se quando mercado e concorrência são limitados. Estratégia de penetração rápida - consiste em lançar o novo produto a um preço baixo e com alto gasto em promoção. Objetivos: acelerada penetração e conquista de maior participação no mercado. Estratégia de penetração lenta - consiste em lançar o novo produto a preço baixo e com pouca promoção. Objetivos: maior aceitação no mercado e maior lucro líquido devido aos baixos custos. 10 ESTÁGIO DE CRESCIMENTO Nessa fase há uma expansão significativa das vendas, visto que uma grande parte dos consumidores potenciais toma conhecimento da existência do produto. Aumentando o volume de vendas, surge a economia de escala e a distribuição de forma mais eficiente do novo produto. É na fase de crescimento de vendas que aparecem os primeiros concorrentes, pois a demanda de mercado aumenta rapidamente. O mercado fica mais competitivo com a entrada de um grande número de concorrentes e com isso cresce a necessidade de novos investimentos por parte da empresa para consolidar e aumentar a participação de mercado, o que se dá num momento difícil, pois, com incremento de oferta, os preços caem. Estratégias de Marketing no Estágio de Crescimento Durante esse estágio, a empresa procura sustentar o máximo possível o rápido crescimento do mercado. Isto é realizado através de ações como: A empresa propõe-se a melhorar a qualidade e acrescentar novos aspectos e modelos ao produto; Procura intensamente novos segmentos de mercado para entrar; Mantém os olhos abertos com relação a novos canais de distribuição, a fim de conseguir exposição adicional para o produto; Substitui alguma propaganda de formação de consciência de produto por tentativas de conseguir o convencimento e a aquisição; Decide quando é a época certa para reduzir os preços, a fim de atrair a camada seguinte de compradores sensíveis a preço dentro do mercado. ESTÁGIO DE MATURIDADE O estágio da maturidade se caracteriza por um crescimento de vendas lento e baixo. As vendas tendem a se estabilizar, tão somente acompanhando o crescimento vegetativo do mercado. Estão instalados nos segmentos todos os concorrentes; logo a luta por parcela de mercado implica desalojar alguma organização que já esteja instalada Os lucros se estabilizam ou começam a declinar no final do estagio da maturidade. Estratégias de Marketing no Estágio de Maturidade 11 O gerente de produto, cujos produtos se estabeleceram no estágio de maturidade, se satisfaz em simplesmente defender sua posição atual. Três estratégias básicas são disponíveis nesse estágio: Modificação do mercado - observação das oportunidades para encontrar novos mercados e segmentos; Modificação do produto - (ou relançamento do produto) - mudanças calculadas nas características do produto, que atrairão novos usuários e/ou mais utilização por parte dos usuários atuais; Modificação do composto de marketing - estimular as vendas por meio da alteração de um ou mais elementos do composto de marketing. ESTÁGIO DE DECLÍNIO Na quarta e última fase – declínio- o produto fica obsoleto, superado por algo que o substitui ou porque esta saindo de moda. As vendas caem vertiginosamente e os lucros despencam. As empresas reduzem os investimentos em desenvolvimento, propaganda, distribuição e diminuem a oferta de diferentes modelos. Ao fim do estagio de declínio a organização deverá decidir o momento de retirar o produto do mercado ou reposicioná– lo em outro nicho especifico. Estratégias de Marketing no Estágio de Declínio Uma empresa enfrenta inúmeras tarefas e decisões para garantir o tratamento eficaz de seus produtos envelhecidos: Identificação dos produtos fracos - quais produtos estão realmente num estágio de declínio Determinação das estratégias de marketing - em face das vendas em declínio, algumas empresas abandonarão o mercado mais cedo do que outras. Decisão de abandono - vender, transferir ou abandonar o produto completamente. 12 Aspectos mercadológicos e ciclo de vida do produto (CVP) Estágios Introdução Lançamento Aspectos Mercadológicos Concorrência Presença de poucas empresas concorrentes, principalmente se o produto é novo. Estratégia Geral Lucro Maturidade Estabilização Concorrência aumenta Muitos Poucos concorrentes concorrentes brigando por com rápido uma fatia do afastamento mercado dos mais fracos Defesa da Preparação posição da para a retirada marca-verificar ou as ações e desativação posição dos do produto concorrentes Diminui em Eliminadofunção da volume concorrência decrescente crescente que de vendas reduza as leva os custos margens de a níveis que lucro eliminam os lucros Penetração no mercado - persuadir os consumidores pioneiros a testar o produto Fixação no mercado persuadir o mercado a preferir a marca Baixo-devido aos Aumenta com custos de Produção o aumento e Marketing das vendas Estágios Introdução Lançamento Aspectos Mercadológicos Alto – para recuperar parte dos custos de lançamento e Preço no Varejo produção Distribuição Crescimento Expansão Crescimento Expansão Alto para aproveitar a forte demanda.Ou cai-a concorrência força o preço para baixo Baixo – política de Aumenta no preços para caso de ser penetração, baixo na assegurando rápida introdução participação no mercado Seletiva-buscando Intensiva – canais adequados diversificando e ampliando os canais Maturidade Estabilização Declínio Extinção Declínio Extinção O que o mercado suporta ou continua a cair na tentativa de se manter no mercado Baixo para permitir liquidação dos Baixo – para estoques enfrentar a concorrência Intensiva concessões aos canais para garantir espaços Seletivaeliminar aos poucos os canais poucos 13 Composto Promocional Planejamento Produto Destaque aos benefícios e condições de consumo do produto - Divulgação de usos e aplicações, estímulos ao consumo do Avaliar a aceitação do produto Objetiva tornar a marca conhecida. Pretende criar o hábito de compra Salienta a preferência pela marca Destaca a diferenciação de produtos similares rentáveis ou a distribuição em massa Tentativa de reposição do produto para seguimento de renda inferior Adequar o Iniciar a busca Tentar produto às de renovação prolongar com tendências do inovações mercado O processo de adoção Muito de nós já nos surpreendemos ao acordar pela manhã e ver na garagem do nosso prédio um carro novo que nem sequer vimos uma única propaganda. Quantas vezes tomamos conhecimento da existência de um novo produto, quando este já é de uso regular de um amigo nosso no trabalho ou da escola, ou quando nos surpreendemos quando alguém conta com entusiasmo que comprou o seu primeiro DVD. Esse é o processo de adoção pelo consumidor definido por Everret Rogers. Segundo ele você é capaz de identificar os grupos de consumidores que vão se interessar pelo seu produto, assim como saber em que estagio do ciclo de vida de seu produto eles vão comprar. Agora veremos como os compradores encaram a compra de novos produtos. O novo produto é um bem, um serviço ou uma idéia percebido como novo por alguns consumidores potenciais. O produto pode já estar disponível no mercado há algum tempo, mas o que nos interessa é como decidem adota-lo ou não. Processo de adoção é “o processo mental do indivíduo desde que ele ouve falar de uma inovação até sua adoção final”, e adoção é a decisão do indivíduo de fazer uso regular do produto. Estágios do processo de adoção Os consumidores passam por cinco estágios durante o processo de adoção de um novo produto: Conscientização: o consumidor toma consciência da existência de um novo produto, mas não tem informações sobre ele. Interesse: o consumidor busca informações sobre o novo produto. Avaliação: o consumidor considera a possibilidade de experimentar o novo produto. Experimentação: o consumidor experimenta o novo produto em pequena escala para avaliar melhor seu valor. 14 Adoção: o consumidor decide fazer uso pleno e regular do novo produto. Diferenças individuais quanto às inovações As pessoas são diferentes umas das outras no que diz respeito à adoção de inovações. Os Inovadores São os primeiros a comprar o produto – são pioneiros. Do total de consumidores do produto ao longo do tempo, 2,5% o farão rapidamente. Esses são os inovadores. Gostam de correr riscos e se orgulham de ser os primeiros a desfrutar dos benéficos do novo produto, exibindo com prazer à novidade quase exclusiva. Dado o perfil de alto risco e extravagante, este compradores não são considerados formadores de opinião, na sevem como referencia de consumo para a grande massa. A empresa vendedora precisa incorporar rapidamente os inovadores em sua carteira de clientes, pois alem de proporcionarem a entrada de alguma renda relativa à venda do novo produto, aliviando o caixa da empresa, são os inovadores que fazem o “contato” com o grupo seguinte. Os adotantes imediatos Estes são os compradores que elevam o produto para a classificação de crescimento no ciclo de vida dos produtos. São os formadores de opinião e agentes de mudança comportamental e de consumo, sendo fundamentais para a difusão do produto. São pessoas respeitadas em suas comunidades e pelos grupos de referencia de convívio, admiradas por sues pares profissionais em escolas e clubes de lazer, lideram opiniões e encaminham questões a serem discutidas. Representam 13,5% do volume de vendas da organização; logo, há um grande incremento da renda da empresa, o que facilita o investimento ta necessário ao novo produto, seja embalagem, distribuição, novos modelos, trarão a reboque para a empresa o grande volume de consumidores, a maioria imediata, conforme você verá a seguir. A maioria imediata Conhecida também como a maioria inicial, esse grupo de consumidores representa o ingresso do produto em sua fase de maturidade, representando 34% do total de compradores. De modo geral as pessoas e organizações pouco dispostas a correr riscos , compram com elevado grau de cuidado e gostam de informa-se sobre as experiências de compra de outras pessoas que já utilizam o produto. Embora na sejam formadores de opinião são de extrema importância para as organizações, uma vez que os lucros passam a ser experimentados a partir do momento que esses consumidores entram no mercado. 15 A maioria tardia Esse grupo também representa 34% do total de clientes da empresa. São pessoas e organizações que gostam de decidir com imensa cautela e são lentas em suas decisões porque céticas e resistentes a novas idéias e novos produtos. De modo geral são consumidores conservadores em hábitos e costumes de consumo, adquirindo algo apenas quando esse produto se torna comum a grande parte de seus consumidores. Essa fase é marcadamente boa para as empresas, pois todos os custos, relativos a desenvolvimento, pesquisas e testes do produto já foram recuperados, havendo apenas despesas com manutenção, os principais concorrentes já são conhecidos e estão estabelecidos os seguimentos de mercado de cada empresa. Logo é nessa fase que a empresa tem mais dinheiro para investimento em novos produtos. Os retardatários Os retardatários representam 16% de todo o conjunto de compradores. De maneira geral são pessoas e organizações que gostam de produtos tradicionais, produtos que conferem bastante conforto psicológico àquele que decide por sua compra. Fogem de novidades, pois trazem um risco muito grande para esses consumidores. Conseqüentemente trazem insegurança e a sensação de desconforto de uma decisão de compra ainda “imatura” para seus padrões de compra. Marketing de Serviços Serviço é uma mercadoria comercializável, considerada como um produto intangível. É uma atividade intangível, perfeitamente identificável, dirigida aos clientes para satisfação de seus desejos e necessidades. Serviços são: Intangíveis: Não podem ser testados através de percepção sensitiva; Inseparáveis: São ligados àqueles que os proporcionam Perecíveis, Não podem ser estocados e são oferecidos para consumo momentâneo e não futuro; Variáveis: Sua qualidade depende de quem, onde, quando e como são oferecidos ao mercado. Existem alguns determinantes na qualidade de um serviço: Confiabilidade - desempenhar o serviço prometido Atenção – disposição em ajudar, com rapidez Segurança – inspirar confiança e responsabilidade Empatia - cuidado e atenção individualizada Tangibilidade - aparência do cenário de atuação (evidência física do serviço) 16 As estratégias de marketing para empresas de serviço exigem uma abordagem mais complexa do que as do marketing tradicional·as empresas de serviços devem resolver suas estratégias com base em: Diferenciação - oferta, entrega e imagem, devem ser diferenciadas Qualidade do serviço - atender ou exceder as expectativas dos consumidores Produtividade - as empresa devem evitar a produtividade em sacrifício da qualidade Diferenças entre serviços e produtos tangíveis A menor tangibilidade implica maior dificuldade na avaliação prévia da qualidade e dos resultados. Como dificilmente é possível contar com amostras ou protótipos, tem-se a impressão de que existem maiores riscos na contratação dos serviços.Isso faz com que as referências de terceiros e a reputação das empresas sejam elementos relevantes para o convencimento do consumidor e sua decisão em favor de uma marca ou de um prestador de serviços. A padronização pode ser mais difícil, assim como a medição de certos resultados, já que ambas se referem a procedimentos cuja especificação é mais complexa devido à variabilidade das condições que cercam a prestação dos serviços. Por exemplo, é mais fácil padronizar a produção de tijolos, cimento, cal e areia do que a construção das paredes de uma casa com esses materiais. Embora se possam padronizar quase todos os procedimentos empregados na construção, o resultado ou benefício dependerá da habilidade do pedreiro, tornando-se evidente somente após o trabalho. Da mesma forma, é mais fácil determinar a resistência daqueles materiais do que o conforto interno de um ambiente, resultante da concepção do arquiteto, embora também aqui se possa padronizar muitos procedimentos e especificar as características dos resultados que se espera obter. . A presença indispensável do fornecedor ao longo do processo (inseparabilidade entre serviço e fornecedor) requer habilidades de relacionamento com os clientes, além de criar oportunidades especiais de diferenciação em relação aos concorrentes, uma vez que o prestador está diante do cliente, produzindo e entregando o resultado de seu esforço pessoal.(A variabilidade no tempo e no espaço tende a influenciar fortemente a escolha do consumidor de determinados serviços). Às vezes a preferência por um prestador de serviços decorre de experiências anteriores cujos resultados foram satisfatórios,como na escolha de cabeleireiros. Outras vezes envolve condições ambientais que podem influenciar o humor ou a concentração do prestador do serviço, como calor excessivo, iluminação precária ou horário tardio. Há, ainda, a participação do consumidor, cujo comportamento pode influenciar a qualidade do resultado, como no caso de uma criança inquieta no Cabeleireiro. A idéia de perecibilidade está associada à perda de recursos devido a nãoprestação do serviço na ocasião programada, dada a impossibilidade de 17 estocagem. É o caso dos lugares não ocupados numa viagem por qualquer meio de transporte. A produção e o consumo simultâneos dos serviços dificultam o uso eficiente da capacidade produtiva, quando a demanda é intermitente. Uma loja pode passar boa parte da manhã vazia e, no horário de almoço, ser "invadida" por uma multidão que disputa a atenção de uns poucos atendentes. Diante disso, muitos clientes desistem da compra. Assim, ora os sistemas de serviços enfrentam ociosidade, ora são estrangulados pelo excesso de demanda, tendo que desenvolver meios de absorver as variações de demanda para evitar o desperdício sem perder clientes. A simultaneidade implica controle de qualidade ao longo de todo o processo, porque os erros são cometidos no decorrer da prestação do serviço. Assim, a qualidade em serviços deve ser criada ao longo do contato. Por isso é necessário que cada participante esteja consciente da importância de seu papel. Uma copeira indiferente serve café frio aos clientes de um banco comercial, pondo assim a perder o esforço e a competência do consultor financeiro que os atende. Se o trabalho dela não é reconhecido, se seu chefe não lhe dá alguma recompensa pelo capricho, por que ela haveria de se esforçar? Outro ponto relevante é a impossibilidade de armazenar serviços para posterior consumo, ao contrário do que acontece com os produtos. Isso requer esforços gerenciais adicionais para adequar as variações da demanda à capacidade de oferecer serviços, evitando desperdício, ociosidade e perda de clientes por insuficiência ou excesso de recursos. Quanto aos canais de distribuição física, a simultaneidade da produção e do consumo dos serviços significa que a "fábrica" deve corresponder ao mesmo local do consumo. A conseqüência gerencial dessa característica é a necessária ênfase na programação da entrega do serviço aos clientes e na localização dos pontos de produção e consumo, mesmo que os serviços sejam levados para onde os clientes se encontram, como no caso dos caixas eletrônicos, cujas transações são processadas à distância, na área central de dados do banco. EXTENSÃO DA LINHA DE PRODUTOS Encontrar a extensão ótima de sua linha de produtos é um problema enfrentado pelos gerentes de linha de produtos. Esta questão é influenciada pelos objetivos da empresa. Uma empresa pode ampliar a extensão de sua linha de produtos de duas maneiras: pela ampliação da linha ou preenchimento da linha. Ampliação 18 A linha de produtos de qualquer empresa cobre uma parte da abrangência total possível. Ela ocorre quando uma empresa estende sua linha além de sua faixa atual, podendo ser: Ampliação para Baixo Muitas empresas localizam-se inicialmente no segmento superior do mercado, ampliando depois suas linhas para baixo. Essa ampliação para baixo tem várias razões: a empresa pode entrar no segmento superior para estabelecer uma imagem de sua qualidade e mais tarde estender-se para baixo; pode responder ao ataque de um concorrente no segmento superior invadindo o segmento inferior; pode acrescentar um produto no segmento inferior para cobrir um espaço no mercado, que de outra forma poderia atrair um novo concorrente; ou pode, ainda, achar que o crescimento mais acelerado ocorre no segmento inferior do mercado. Ao estender-se para baixo, a empresa corre alguns riscos: o item direcionado para baixo pode fazer com que os concorrentes contra-ataquem, passando para o segmento superior: os revendedores podem não estar dispostos a trabalhar com produtos inferiores; ou o novo item direcionado para baixo pode canibalizar os itens do setor superior, deixando a empresa em pior situação. Ampliação para Cima As empresas do segmento inferior do mercado podem desejar entrar no segmento superior por se sentirem atraídas por um maior índice de crescimento ou por maiores margens de lucros, ou simplesmente por desejarem posicionarse como fabricantes de linhas completas. A General Electric acrescentou sua linha Monogram de eletrodomésticos embutidos, de alta qualidade, visando a poucas famílias com renda anual superior a 100 mil dólares e morando em casas com valor superior a 400 mil dólares. Às vezes as empresas procuram estender-se para cima a fim de acrescentar mais prestígio aos seus produtos correntes, como no caso da Chrysler, que comprou a Lamborghini, fabricante de carros extravagantes montados a mão. A decisão de estender a linha para cima pode ser arriscada. Normalmente, os concorrentes do segmento superior não só são muito bem estabelecidos nas suas posições como também podem contra-atacar, entrando no segmento inferior do mercado. Os consumidores potenciais podem não acreditar que o recém-chegado seja capaz de fabricar produtos de alta qualidade, e podem faltar talento e treinamento necessários aos vendedores e distribuidores para atender ao segmento superior do mercado. Ampliação nos dois Sentidos As empresas da faixa média do mercado podem decidir estender suas linhas de produtos nos dois sentidos. Foi o que ocorreu com a Marriott e sua linha de hotéis: ao lado dos seus hotéis comuns, acrescentou a linha Marriott Marquis para atender ao segmento superior de mercado, e as linhas Courtyard e Fairfield 19 Inn para atender ao segmento inferior, Cada uma dessas linhas é voltada para um mercado-alvo diferente. A Marriott Marquis visa a atrair e satisfazer os altos executivos, a Marriott é direcionada para a gerência média, a Courtyard, para o pessoal de vendas, e a Fairfield Inn, para hóspedes em férias ou com orçamento limitado. O principal risco dessa estratégia é que alguns hóspedes passarão a utilizar apenas os hotéis de baixo custo da cadeia Marriott ao descobrirem que eles lhe proporcionam todo o conforto que desejam. Entretanto, a Marriott prefere manter clientes que passam a usar a própria linha inferior do que perdela para seus concorrentes. Preenchimento da Linha de Produtos A linha de produtos pode também ser ampliada acrescentando-se mais itens dentro do seu alcance atual. Há várias razões para o preenchimento da linha de produtos: obter lucros extras, satisfazer os distribuidores, utilizar o excesso de capacidade de produção, tornar-se líder na categoria de empresas com linhas completas de produtos, e cobrir espaços para afastar os concorrentes. Assim, a Sony preencheu sua linha de Walkman acrescentando Walkmans com bateria solar e à prova d’água e um modelo ultraleve preso por uma pulseira, para os praticantes de jogging, tênis e outros esportes. Entretanto, o preenchimento de linha torna-se excessivo se suscitar canibalização e confusão entre os consumidores. A empresa deve assegurar-se de que os novos itens serão considerados diferentes dos itens existentes. Modernização da Linha de Produtos Em alguns casos, a extensão da linha de produtos é adequada, mais precisa ser modernizada. Algumas ferramentas elétricas ainda se parecem com as que eram fabricadas nos anos 70, podendo perder lugar para as linhas dos concorrentes com ferramentas de estilo mais moderno. A questão central da modernização da linha de produtos é se essa modernização deve ocorrer por partes ou de uma só vez. Na atualização por partes, a vantagem é que a empresa pode observar a relação dos clientes e revendedores antes de mudar a linha como um todo, e usar menos recursos financeiros. Porém, a desvantagem é que os concorrentes podem verificar essas mudanças e começar a reprojetar suas próprias linhas. Apresentação da Linha de Produtos Quando os gerentes da linha de produtos selecionam um ou alguns itens da linha para representá-la, ocorre a apresentação da linha de produtos. Algumas vezes os gerentes apresentam modelos promocionais do segmento inferior da linha para servirem de “geradores de tráfego’. A Sears pode anunciar uma máquina de costura a um preço muito reduzido para tentar atrair os consumidores. A Rolls Royce anunciou um ”modelo econômico” por apenas 125 mil dólares – em contraste com seu modelo do segmento superior da linha, 20 vendido por mais de 200 mil dólares – para atrair os consumidores para seus salões de exposição. Outras vezes os gerentes apresentam um item de segmento superior para dar um toque de “classe” à linha de produtos. A Audimar Piquet anuncia um relógio de pulso de 25 mil dólares que pouca gente pode comprar, mas esse relógio age como uma “bandeira” para enriquecer toda a linha. Decisões sobre o Composto de Produtos Uma organização com várias linhas de produtos tem um composto de produtos (ou sortimento de produto). O composto de produtos é o conjunto de todos os itens e linhas de produto que um determinado vendedor oferece aos compradores. O composto de produtos da Avon consiste em quatro linhas de produtos principais – cosméticos, jóias, moda e artigos para casa – que se desdobram em sublinhas. Os cosméticos subdividem-se em batons, blush, pó compacto, e assim por diante. Ao todo, o composto de produtos da Avon engloba 1.300 itens. Em contraste, um supermercado grande inclui 17 mil itens. O composto de produtos de uma empresa tem quatro dimensões importantes: amplitude, extensão, profundidade e consistência.Usaremos como exemplo a Procter & Gamble para ilustrar esse ponto: A amplitude: Refere-se a quantas diferentes linhas de produtos a empresa traz. Exemplo da P&G, sabão em pó, creme dental, sabão em barra, fraldas descartáveis, lenços de papel. (cinco linhas) A Extensão: Refere-se ao número total de itens do mix. Exemplo. Sabão em pó – Ivory, Dreft, Tide ... etc. A Profundidade Refere-se a quantas opções são oferecidas em cada produto na linha. Exemplo: sabão em três tamanhos e duas fórmulas. Profundidade = 6. Consistência Refere-se à proximidade com que as várias linhas de produtos estão ligadas quanto ao uso final, à exigências de produção, aos canais de distribuição ou a algum outro critério. Ex.: as linhas de produtos são consistentes na medida em que são bens de consumo que passam pelos mesmos canais de distribuição. As linhas são menos consistentes na medida em que desempenham diferentes funções para os compradores. Matriz BCG Uma matriz muito utilizada hoje em dia e que contribui para tomada de decisão a respeito das linhas de produtos de uma empresas, é a criada pelo Boston Consulting Group BCG 21 A matriz BCG foi criada nos Estados Unidos pela tradicional empresa de consultoria Boston Consulting Group (por isso a sigla BCG). Também é chamada de matriz de portfólio de produtos/serviços ou unidades de negócios. É uma matriz muito utilizada principalmente para situar um produto, serviço, unidade de negócios, em comparação a outros produtos, serviços, unidades de negócios dentro da mesma empresa ou grupo de empresas e tendências, para definição de objetivos e estratégias (Kotler, 1996:77). A matriz BCG também é indispensável para uma organização comparar suas diferentes empresas, analisando tendências e decidindo o destino estratégico de cada uma delas e, conseqüentemente, da própria organização. Essa matriz é um instrumento auxiliar para analisar e determinar unidades que vão ter mais investimentos, unidades que vão apenas ser mantidas e unidades que serão eliminadas. Para você entender a utilidade da matriz BCG, imagine a situação de uma empresa que tenha cerca de cinco produtos/ serviços considerados mais importantes. Cada produto/serviço tem um gerente de produtos ou de unidade de negócios. Todos os anos, esta empresa imaginada faz o seu planejamento para próximos três anos, fechando este planejamento em outubro de cada ano, para implementação a partir de janeiro do ano seguinte, É uma situação normal para a maioria das empresas. Independentemente de a empresa ser orientada ou não para o mercado°, ela tem que fazer seu orçamento financeiro, com previsão de vendas, de custos e de investimentos, incluindo marketing. Estes planejamentos devem ter revisões trimestrais ou mensais. 22 Continuando nesta situação imaginada, cada gerente de produto/serviço ou de unidade de negócios terá que apresentar à diretoria, no mesmo dia, o seu PEM, para avaliações, ajustes e aprovações. Cada um vai defender o seu PEM, lutando para obter total apoio da diretoria e todo o investimento necessário. A diretoria vai assistir às apresentações, fazendo as avaliações e os debates necessários para determinar as políticas, objetivos estratégias, investimentos, retornos, para cada um dos cinco produtos/serviços ou unidades de negócios. A matriz BCG é justamente uma das análises mais importantes para a diretoria definir o que aprova ou não de cada um dos cinco PEMs. Cada gerente apresentará a matriz BCG situando o seu produto/serviço ou unidade de negócios na empresa, na percepção estratégica de cada um. Após os ajustes necessários e aprovações finais, a empresa fará o seu PEM, que será o consolidado dos cinco PEMs, inclusive com a matriz BCG final. A matriz BCG é sempre apresentada em quadrantes. Ao desenhar o quadrado, a primeira coisa a fazer são os eixos vertical e horizontal: O eixo vertical - é a taxa percentual de crescimento anual do mercado. A escala que você vai usar terá que ser suficiente para marcação de todos os mercados em análise. Por exemplo, se você está fazendo uma matriz BCG para cinco produtos da empresa, pegue a mais baixa taxa de crescimento e a mais alta, referentes aos mercados destes cinco produtos e crie a escala do eixo vertical. O ponto médio é onde vai estar o ponto central, tomando o cuidado de construir quatro quadrados iguais. Podemos por exemplo apresentar uma escala de O% a 10% de crescimento anual de mercado; O eixo horizontal - é a participação-relativa de mercado (market share relativo) em relação ao seu principal concorrente. Observe, não é para usar a fatia de mercado (market share), simplesmente. O mais usual é o market share relativo ao seu principal concorrente. Há algumas empresas que, por característica do mercado, preferem a participação relativa aos dois ou três maiores concorrentes. Ao fazer a matriz BCG, faça uma simulação com cada opção (apenas com o principal concorrente ou com os dois ou três mais importantes) para ver qual representa melhor a sua realidade. O significado de cada quadrante é explicado a seguir: A estrela (star) - produto/serviço ou unidade de negócio considerado "estrela" é aquele que está num mercado de elevado crescimento e com excelente participação relativa. Normalmente, é um líder em ótimo mercado. Nesta situação há lucratividade, porém os custos são elevados para manter esta posição e provocar o crescimento do mercado. Com o passar dos tempos, a tendência para o estrela é se tornar um gerador de caixa porque o mercado já cresce menos; 23 Em questionamento (question mark) - produto/serviço ou unidade de negócio considerado em questionamento é aquele que está num mercado de elevado crescimento com reduzida participação relativa. Normalmente, é produto novo ou que está em aperfeiçoamento ou com dificuldades técnicas. Pode ter sido estrela, gerador de caixa ou abacaxi. Requer altos investimentos. E um estágio necessário que poderá gerar um líder, um gerador de caixa ou uma retirada de linha Gerador de caixa (cash cow ou vaca leiteira) - produto/serviço ou unidade de negócio considerado gerador de dinheiro em caixa é aquele que está num mercado de crescimento estável para reduzido, e com elevada participação relativa. Normalmente, já foi estrela, o mercado não cresce tanto, mas dá lucro. Pouco se investe em produtos assim, apenas para que a vaca continue viva e dando leite. O ideal é que se consiga prolongar muito a sua vida útil, porque é o gerador de caixa para pagar os investimentos dos que estão em questionamento e sustentar a(s) estrela(s). A tendência do gerador de caixa é se tornar um abacaxi, se não for encaminhado a em questionamento a tempo. Muito raramente voltam a ser estrela, mas pode acontecer. É importante não deixar que o gerador de caixa vire um abacaxi por falta de cuidado e levar para em questionamento, como se fosse uma "UTI", antes que comece a apresentar perda dos sinais vitais; O cachorro (também chamado de abacaxi), produto/serviço ou unidade de negócios que está em um mercado de baixo crescimento e péssima participação relativa. Normalmente, já foi um gerador de caixa que ao longo do tempo foi perdendo vendas unitárias e também preço lucrativo, deixando de ter rentabilidade e passando a ser desinteressante para o mercado por estar ultrapassado tecnicamente ou ser inferior aos seus concorrentes. Não foi passado para em questionamento a tempo. A tendência do abacaxi é ser mantido em linha enquanto estiver fazendo volume de vendas, apesar de não dar lucro nem prejuízo. Sairá de linha quando, mesmo com bom volume de venda apresentar prejuízo operacional. Teve seu ciclo de vida completado 24 2.1.2 P de Preço Antes de lançar ou modificar um produto, realizar a comunicação e definir os canais de distribuição, os profissionais de marketing analisam o ambiente de negócios, recorrendo a pesquisas e diversas técnicas para melhor conhecer as necessidades e desejos dos clientes. Ma quando o assunto é preço, muitos se voltam apenas para os custos, esquecendo que também o preço deve fazer parte da estratégia de marketing. Na prática, muitos preços ainda são definidos sem que se considerem as mudanças de mercado, a entrada de concorrentes, a variação dos tipos de produtos, o comportamento dos consumidores, e principalmente, a estratégia competitiva e de marketing estabelecida pela empresa. Por exemplo, no Brasil, em muitas lojas de roupas, padarias e supermercados, o preço é o resultado da negociação com fornecedores e da simples aplicação de um fator multiplicador, de origem muitas vezes desconhecida, sobre preços de aquisição dos produtos. Mas não deveria se assim. Segundo Sardinha (1995), a determinação do preço requer cuidadosos estudos do mercado da concorrência de fatores externos e internos à empresa, de modo resultar num valor coerente com a estratégia de marketing. O significado do preço para o comprador No mercado não são raras às vezes em que o preço é apontado injustamente como a principal causa da queda das vendas. Na empresa os primeiros a se manifestar são os vendedores. Nas convenções de vendas, os profissionais sugerem que a principal medida a toma objetivando a conquista de mercado é a redução dos preços. ““ Para justificar tal reivindicação, afirmam: “O comprador diz que o preço está alto” ou” a concorrência oferece menores preços” Surge então uma questão: Qual o significado do preço para o comprador?O que é preço alto ou preço baixo?Segundo Engel Blackwell e Miniard (1986), existem uma faixa definida de preço chamada de preço de referencia, que as pessoas esperam pagar por um produto. Essa faixa de preços aceitáveis pode ser resultado de preços verificados ou pagos por esse produto no passado, da percepção de preços de seus componentes e do preço praticados pelos concorrentes e substitutos.Mas os compradores não estão sempre procurando os menores preços ou a melhor razão preço/qualidade; outros fatores, como conveniência ou marca, podem assumir grande importância. Na verdade, mais que discutir o conceito do que é caro ou barato, é importante estender como o cliente percebe valor na transação. Durante o processo de compra, o consumidor passa por etapas de compreensão, percepção e juízo de valor em relação a dois pontos: a oferta da empresa, na forma de produtos e serviços (o benefício que ele está obtendo); e o custo de transação (por exemplo, dinheiro, esforço e tempo). O confronto desses valores gera a percepção do valor total de compra. Suponhamos que se pergunte aos consumidores se uma calça jeans de uma famosa marca italiana, modelo básico, vendida no mercado a $ 300, seria cara ou barata.Segundo o modelo as pessoas pensariam primeiramente nos benefícios do produto: status, valorização do corpo, atitude, modernidade e 25 ousadia. Depois considerando o custo pesariam no que mais seria possível adquirir com essa quantia, comparariam o preço em relação a compras passadas e produtos concorrentes , e o mais importante, levariam em conta o esforço necessário para obter a quantia e quanto isso representaria em relação a sua renda. Como resultado muito diriam que o preço é alto, mas outros diriam que o preço é baixo. Na definição de preço, as empresas precisam realizar minuciosa análise sobre os diversos tipos de compradores e fatores que determinam suas percepções e contribuem para o seu juízo de valor.O preço, assim como o produto, o canal de distribuição e a comunicação, devem ser trabalhados de forma que o cliente perceba o melhor valor total da compra. Antes de definir seus preços, a empresa deve definir quais serão seus objetivos de marketing. Quanto mais claros forem seus objetivos, mais fácil será estabelecer os preços. Mas os preços são somente uma das ferramentas do mix de marketing que a empresa utiliza para atingir seus objetivos. As decisões sobre o preço devem ser coordenadas com o projeto do produto, sua distribuição e decisão de promoção, a fim de formar um programa de marketing coerente e eficaz. As decisões com relação a outras variáveis do mix de marketing podem afetar as decisões sobre preços. Muitas vezes as empresas tomam primeiro suas decisões de fixação de preços e depois baseiam outras decisões de mix de marketing nos preços que desejam cobrar. Outras apóiam essas decisões de posicionamento de preço com a técnica de custo-alvo, isto é, reverte o processo de primeiro projetar um novo produto, determinar seu custo e, então, definir seu preço Começando com o preço-alvo estabelecido pelo mercado, a empresa determina quais terão de ser seus custos para cobrar o preço pretendido. Deve-se considerar o mix total de marketing quando o preço é estabelecido. Se o produto for posicionado sem consideração de preço, as decisões sobre qualidade, promoção e distribuição afetarão muito o preço. Se o preço for um fator crucial para o posicionamento, terá grande influência sobre as decisões relativas aos outros elementos do mix de marketing. Obviamente, fatores externos também influenciam nas decisões de fixação de preços. A natureza do mercado (concorrência perfeita, monopolista ou oligopolista) é um deles. A reação da concorrência às alterações de preços da empresa que afetam a natureza dessa concorrência. Fatores econômicos como o ciclo de desenvolvimento, recessão, inflação e taxas de juros afetam as decisões sobre os preços porque afetam os custos de fabricação dos produtos. Mas, no final, é a percepção dos consumidores sobre o preço e o valor do produto que irá decidir se o preço de um produto é correto.Devemos compreender porque os consumidores compram o produto, para então definir um preço de acordo com essa percepção do valor do produto. Assim, variamos a estratégia de preço conforme os diferentes segmentos, oferecendo diferentes grupos de atributos do produto por diferentes preços. 26 A empresa deve estar preparada também para responder à variação de preços da concorrência. Nem sempre se pode fazer uma extensa análise das alternativas na época da alteração dos preços. A concorrência talvez tenha despendido muito tempo preparando sua decisão, mas a empresa pode ter de reagir em questão de horas ou de poucos dias. (A única forma de reduzir o tempo de reação é planejar de antemão as possíveis variações de preços do concorrente e as possíveis respostas). As estratégias de fixação de preços são um importante elemento do composto de marketing. Assim, a empresa deve considerar com cuidado os vários fatores internos e externos antes de estabelecer um preço que lhe dê mais vantagem competitiva. Políticas e Administração de Preços Uma vez analisado o ambiente de negócios, ou seja, o comportamento do consumidor e da concorrência, definida a estratégia empresarial e avaliadas as implicações dos custos, dos tributos e do custo do dinheiro na formação do preço de venda. A empresa deve formular a política de preços mais adequada ao posicionamento da sua imagem e do seu produto ou serviço na mente dos consumidores e concorrentes. Políticas gerais de preço Ao posicionar um produto ou serviço que têm concorrentes ou substitutos próximos no mercado, a empresa pode escolher entre três políticas de posicionamento que associam o preço à qualidade do produto, como veremos a seguir. Preço Premium A prática de um preço premium, ou seja, maior que o preço praticado pelos concorrentes, é adequada quando a empresa pretende lançar um produto cuja qualidade é percebida pelo consumidor como superior à dos produtos concorrentes já estabelecidos no mercado, podendo por isso mesmo cobrar um preço maior. Como exemplo podemos citar a caneta Mont Blanc e os ternos Hugo Boss. O risco desse posicionamento é justamente o consumidor não perceber essa qualidade como superior e considerar o produto caro, ou reconhecer que o produto, mesmo sendo melhor que o dos concorrentes, não vale a diferença de preço, como ocorreu com o lançamento do Classe A da Mercedes no Brasil. Na área de serviços, podemos citar os provedores de acesso rápido à internet, como Velox e Vírtua. Preço baseado na concorrência A empresa lança um produto ou serviço cuja qualidade é percebida pelo consumidor como muito semelhante à do produto concorrente, mas fixa o preço um pouco abaixo, tentando atrair a decisão de compra para a variável preço. Como exemplo podemos citar a entrada no mercado da Gol Linhas Aéreas. Esse 27 posicionamento traz o risco de uma competição por preços, pois as empresas já estabelecidas talvez não queiram perder fatia de mercado. A empresa pode também lançar um produto com qualidade percebida e preço semelhantes aos dos concorrentes e tentar transferir a competição pela fatia de mercado para outros elementos do composto de marketing, tais como características do produto, promoção e distribuição, de modo a não desencadear uma guerra de preços. Exemplos disso são os postos de gasolina que fornecem lavagem grátis do carro Outra alternativa é a empresa lançar um produto com qualidade percebida como superior e praticar um preço próximo ao do concorrente. Nesse caso, a empresa deve possuir uma vantagem em custos que lhe permita oferecer um produto superior pelo mesmo preço praticado pelos concorrentes. Esse pode ser o caso de alguns produtos da Nestlé, uma empresa já estabelecida que pode compartilhar custos entre seus produtos - por exemplo, marca ou força de vendas obtendo assim um custo por produto mais baixo que o dos concorrentes que competem com apenas um tipo de produto. Preço de Economia A empresa pode lançar um produto ou serviço destinado a um público – alvo para qual o atributo mais importante na decisão de compra seja o preço, e não a qualidade, como é o caso da parcela da sociedade de baixo poder aquisitivo. Exemplo disso são os refrigerantes de marca desconhecida, chamados genericamente de tubainas, que conquistaram elevadas participação de mercado. Podemos também citar o supermercado Mundial, no Rio de Janeiro, reconhecido por praticar preços baixos e aceitar pagamento apenas em dinheiro. Outra técnica muito comum nos supermercados, é o lançamento das marcas de combate, geralmente dos próprios varejistas, para competir como os preços premium. Políticas de Preços para Novos Produtos Ao estabelecer o preço de um novo produto ou serviço, a empresa deverá levar em consideração o posicionamento desejado, podendo escolher entre duas políticas de preços. FIXAÇÃO DE PREÇOS POR SKIMMING A empresa determina um preço inicial alto, atraindo os consumidores pioneiros, ávidos por novidades e menos sensíveis a preço, dispostos a pagar mais caro pelo produto. Aos poucos a empresa via reduzindo seus preços para atrair novos compradores, extraindo a margem de lucro de cada segmento de mercado “desnatando” o mercado. Entre os objetivos desta estratégia podemos destacar: 28 o Segmentar o mercado atraindo os consumidores pioneiros, que são menos sensíveis a preço e estão dispostos a pagar mais caro para serem os primeiros a ter o produto; o Desestimular a demanda do produto na fase de lançamento quando a empresa ainda não tem escala de produção e distribuição, ou quando ainda é incerta a demanda futura e a empresa não quer se comprometer com elevados investimentos em capacidade de produção; o Obter margem elevada quando o lançamento do produto, criando imagem de prestigio e status. Essa política é freqüentemente utilizada no caso de bens duráveis com nova tecnologia, como computadores e DVDs, podendo a empresa optar por uma estratégia de desnatação seqüencial: lança o produto com o preço alto, e à medida que esgota o segmento dos consumidores pioneiros, vai gradualmente reduzindo os preços para atrair novas faixas de consumidores. FIXAÇÃO DE PREÇOS POR PENETRAÇÃO DE MERCADO A empresa lança o produto ou serviço por um preço inicial baixo para estimular consumidores potenciais e criar uma demanda efetiva pelo produto. Entre os objetivos podemos destacar: o Estimular a experimentação do novo produto ou marca o Desestimular a entrada de novos concorrentes no mercado; o Conquistar rapidamente expressivas parcelas do mercado consumidor, principalmente quando a sensibilidade do consumidor ao preço é elevada o Obter redução dos custos unitários mediante ganho de escala e aprendizado. Como exemplo podemos citar os provedores de acesso grátis a internet, que conseguiram atrair um número expressivo de clientes. Ao implementar a desnatação ou penetração de mercado, as empresas tem objetivos diferentes. Na desnatação busca-se uma elevada margem unitária no curto prazo com menor volume de vendas, ao passo que na penetração de mercado o objetivo é conquistar, mediante preços baixos, elevados volumes de vendas no longo prazo com menor margem unitária. Devido ao maior volume de vendas, a penetração de mercado exige mais recursos de produção e distribuição do que a desnatação. Alem disso, como a empresa pode criar uma imagem de “preço baixo”, há risco de o consumidor vir a associar tal imagem à baixa qualidade ou a rejeitar aumentos posteriores no preço do produto. Já a desnatação não traz esse risco, pois sempre é mais fácil reduzir do que aumentar preços. Entretanto, quando surgirem novos concorrentes, a empresa 29 deve optar entre continuar com o preço elevado, caso tenha conquistado uma imagem de prestigio junto a um segmento do mercado, ou nivelar sue preço com os da concorrência, quando valor percebido pelo consumidor não for diferente daquele dos demais produtos no mercado. 2.1.3 P de Ponto Canal ou via de distribuição é um composto de um número de organizações ou de indivíduos que se encarregam de levar o produto ou serviço ao local onde o comprador potencial se encontra, em tempo e momento convenientes a esses compradores e em condições de transferir a posse. Existem alguns tipos de distribuição. Cada um possui vantagens e desvantagens. Entretanto, a forma mais atual de distribuição é a tecnológica ou informatizada, via computador, Internet ou outro canal de telecomunicação, para acessar seus mercados e obter respostas de compra. Este meio de distribuição, catalisador das compras por impulso, tem encontrado um campo fértil para proliferação, já que está baseado no avanço tecnológico e todas as comodidades advindas deste universo. É denominada venda informatizada. DISTRIBUIÇÃO DIRETA Caracteriza-se pela abordagem direta do consumidor, sem intermediários, para comercializar produtos e serviços, de forma ágil, através de vendas especializadas, sob uma política de controle e monitoramento direto dos preços, do desempenho dos produtos, da reação dos consumidores e da mecânica de prestação de serviços, a custos de força de vendas e investimentos elevados. Nesse tipo de distribuição temos exemplos como: Venda direta a domicílio (door to door ou porta a porta), Pelo correio (mala postal): Lojas de fabricante Venda automática. MARKETING DIRETO É um sistema interativo de Marketing que combina várias formas de comercialização e distribuição, abrangendo mala direta, telemarketing, venda pelo correio ou outras, permitindo a compra sem sair de casa. DISTRIBUIÇÃO INDIRETA Utiliza-se de intermediários, segundo critérios do fabricante, que satisfaçam os objetivos de comercialização, permitindo grande cobertura de mercado, diminuindo os custos, transferindo a responsabilidade de distribuição e pulverizando os riscos de não venda, perecibilidade e obsolescência. Por outro lado, a cobertura de mercado é lenta, ocorre o aumento do preço de venda e o fabricante se distancia do consumidor, enfraquecendo ou eliminado os sistemas de controle e fiscalização. 30 DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA Através da concessão de direitos, uma organização restringe suas vendas através de determinados intermediários exclusivos, concessionários ou agentes autorizados, para obter maior agressividade em vendas, maior controle sobre os preços, qualidade de atendimento e desempenho do intermediário, valorizar o produto e reduzir custos de distribuição. Este método é desvantajoso porque o fabricante precisa investir no intermediário e sofre os riscos de depender de um único intermediário. O franchising ou franquia é um tipo de distribuição exclusiva, formalizada através de um contrato, onde o cedente "empresta" direitos a um concessionário para utilização de marca, venda ou distribuição de bens e serviços, através de uma taxa de franquia. 2.6.3.1 VAREJO O varejo inclui todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente aos consumidores finais, para uso pessoal e não-comercial. Um varejista ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo. Qualquer organização que venda para consumidores finais – seja ela um fabricante, atacadista ou varejista – está fazendo varejo. A maneira como os produtos ou serviços são vendidos (pessoalmente, pelo correio, por telefone, por máquinas de vendas ou pela internet) ou onde eles são vendidos (em uma loja, na rua, na casa do consumidor) não é importante. Segundo Levy e Weitz (2000), as funções básicas dos varejistas são Fornecer uma variedade de produtos e serviços - isso permite que os consumidores escolham as marcas, os modelos, os tamanhos, as cores e os preços num único local; Dividir lotes grandes em pequenas quantidades - em geral o varejista adquire produtos que vêm em lotes grandes, comprados de um fabricante ou de um atacadista. Como o varejista está interessado em atender aos indivíduos, oferece lhes produtos em quantidades que não mais estão vinculadas ao lote adquirido de seu fornecedor; Manter estoque - essa função é essencial, porque os consumidores querem ter à mão os produtos quando deles necessitam; eles não precisam estocá-los em casa, pois sabem que sempre haverá uma loja à qual poderão recorrer para uma compra planejada ou emergencial. Vale lembrar que, para um varejista, manter estoque quase sempre quer dizer investir em estoques e mobilizar capital de giro, além de ocupar uma área de loja significativa, o que envolve custos imobiliários e de manutenção; 31 Fornecer serviços - essa tarefa facilita a compra e o uso dos produtos pelos clientes. Há vários meios de se agregar serviço no varejo, como por exemplo, oferecer crédito, realizar entregas domiciliares, demonstrar produtos, preparar embrulhos bonitos para presente, fornecer explicações técnias, realizar pequenos consertos e ajustes individuais, oferecer banheiros limpos, estacionamento ou qualquer outro serviço que proporcione conveniência ao cliente. Cada tipo de serviço tem um grau de importância e conveniência maior em cada tipo de negócio. Numa lanchonete em beira de estrada, por exemplo, um banheiro limpo e desinfetado representa um benefício valorizado pelo viajante, podendo mesmo levá-lo a preferir aquele estabelecimento a outros que ofereçam os mesmos produtos. Para ter sucesso, um empreendimento de varejo deve oferecer o produto certo, ao preço certo, no lugar certo, à hora certa e com isso obter lucro. Para tanto, precisa saber não só o que os clientes querem, mas também o que os concorrentes estão oferecendo agora e o que vão oferecer no futuro (Levy &: Weitz, 2000). A gama de decisões de um varejista estende-se desde a definição do preço de um copo de água mineral ou do tipo de guardanapo que o cliente vai usar até a construção de uma loja de centenas de milhares ou mesmo milhões de reais. Mais do que em todos os negócios, o varejo requer a capacidade de enxergar tanto o todo como o detalhe, tanto a estratégia como a tática. Para ter êxito no varejo é preciso conviver diariamente com essa dicotomia com naturalidade e agilidade. Não há nenhum espaço para a letargia nesse ramo de negócio. Tipos de Varejistas Há muitos tipos de organizações de varejo, e novos formatos continuam surgindo. Há varejistas de loja, varejistas sem loja e organizações de varejo. Formato de Varejistas de Loja Os consumidores podem comprar produtos e serviços em uma grande variedade de lojas. Podemos citar a seguir alguns tipos lojas de varejo: Loja de especialidade: uma linha restrita de produtos com uma grande variedade, como lojas de vestuário, lojas de artigos esportivos, lojas de móveis, floricultoras e livrarias. Uma loja de roupas seria uma loja de linha única, uma loja roupas masculinas seria uma loja de linha limitada, e uma loja de camisas masculina sob medida seria uma loja super especializada; 32 Loja de departamentos: Várias linhas de produtos, como roupas, utensílios domésticos e produtos para o lar, sendo cada linha operada como um departamento separado, gerenciado por compradores ou expositores especializados; Supermercado: Operações de auto-serviço relativamente grandes, de baixo custo, baixa margem e alto volume, projetadas para atender a todas as necessidades de alimentação, higiene e limpeza doméstica; Loja de conveniência: Lojas relativamente pequenas, localizadas próximo a áreas residenciais, funcionando em horários prolongados durante toda a semana e exibindo uma linha limitada de produtos de conveniência de alta rotatividade, a preços ligeiramente mais altos; Varejista off-price (de liquidação): mercadorias compradas a valores inferiores aos preços normais de atacado e vendidas a preços inferiores aos de varejo, freqüentemente sobras de mercadorias, pontas de estoque e produtos com defeito obtidos a preços reduzidos dos fabricantes ou de outros varejistas. Exemplo lojas de sapato ( Estação do sapato); Loja de fábrica: são de propriedade dos fabricantes e por eles operadas; normalmente vendem sobras de estoque, produtos que saíram de linha ou artigos com defeito. Os tipos de lojas de varejo passam por estágios de crescimento e declínio que podem ser descritos como o ciclo de vida de varejo. Um formato de varejo surge, desfruta de um período de crescimento acelerado, atinge a maturidade e então declina. Os antigos formatos de varejo levaram muitos anos para atingir a maturidade; para formatos mais recentes, esse processo é muito mais rápido. As lojas de departamentos levaram 80 anos para atingir a maturidade, ao passo que as lojas de fábrica atingiram a maturidade em dez anos. Embora a maioria das mercadorias e dos serviços seja vendida por meio de lojas, o varejo sem loja tem crescido muito mais rapidamente que o varejo de lojas. FORMATOS DE VAREJO SEM LOJA As inovações tecnológicas e a globalização têm contribuído para uma mudança acentuada nos estilos de vida e nos hábitos de consumo. As empresas estão ampliando seu alcance e mobilidade através de diferentes canais de varejo. São exemplos de varejo sem loja: comércio eletrônico, catálogos, venda porta a porta, TV shopping e máquinas automáticas de venda (vending machines). Varejo eletrônico 33 No varejo eletrônico se efetua em transações via internet. Essa modalidade de comércio tem crescido consideravelmente no mundo e no Brasil, onde se destacam as Lojas Americanas, o Submarino e o Ponto Frio. Catálogos A venda por intermédio de catálogos tomou-se uma realidade no mercado brasileiro a partir de 1994, graças à estabilidade econômica no país. Através dos Correios é possível atingir 90% dos domicílios e tornar-se bastante acessível aos consumidores. Para o sucesso desse canal, é imprescindível ter uma segmentação detalhada da base de clientes, ou seja, variáveis de perfil e histórico de compras, incluindo tíquete médio e atualização cadastral. Um bom exemplo disso é a Hermes, que é pioneira na venda de catálogos, faturou R$312 milhões em 2000 e tem 300 mil consultoras e 735 franqueados. Envia em média 20 milhões de catálogos por ano, ofertando mais de 1.700 produtos a 5 milhões de clientes cadastrados. Além disso, utiliza o seu wvv.hermes.com.br para vendas de produtos. Possui três lojas físicas localizadas no Rio de Janeiro, com a marca Pop Shop. Porta a porta O formato porta a porta requer explicações pessoais e demonstração de produtos e serviços, oferecendo ao consumidor a conveniência de compra em casa ou no trabalho. Vem sendo considerado o meio mais barato de iniciar um negócio, principalmente como fonte alternativa para reforçar o orçamento familiar. Tem boa penetração nas classes D e E, principalmente, com produtos de limpeza, lingerie, alimentos e leite a granel. Empresas como Amway, Tupperware, Natura, Sara Lee, Avon, Herbalife são os principais expoentes nesse mercado. TV shopping Nesse formato, através da TV, os consumidores assistem a um programa que demonstra o uso de produtos, incentivando sua compra pelo telefone ou pela internet. Como exemplo, temos os canais de TV a cabo, como o Shoptime, cujo faturamento total é de R$140 milhões; os infocomerciais, programas com duração média de 30 minutos, como os utilizados pelo Polishop, que mIsturam entretenimento com demonstracoes do produto e depoimentos de pessoas que o utilizaram e recomendam seu uso; e as propagandas com resposta direta, que descrevem o uso do produto e oferecem uma vantagem para os que ligarem para um determinado telefone. 34 Varejo de venda automática: É utilizado para uma variedade de mercadorias, incluindo produtos comprados por impulso, como cigarros, refrigerantes, balas, jornais e outros produtos (malhas, cosméticos, refeições prontas, papelaria e livros). As máquinas de vendas são encontras em fábricas, escritórios, grandes lojas de varejo, postos de gasolina, hotéis, restaurantes e em muitos outros lugares. Elas oferecem vendas 24 horas, auto-serviço e mercadorias sempre frescas. Varejo Corporativo Embora muitas lojas de varejo sejam independentes, um crescente número delas é parte de alguma forma de varejo corporativo. As organizações corporativas de varejo conseguem grandes economias de escala, maior poder de compra, maior reconhecimento de marca e funcionários mais bem treinados. Podemos citar alguns exemplos: Rede corporativa: duas ou mais lojas de propriedade da mesma empresa e sob seu controle, empregando um sistema central de compras e de exposição e vendendo linhas similares de mercadorias. Esse tipo de organização é mais forte em lojas de departamentos, de variedades, de alimentos, de sapatos e roupas femininas e em drogarias. O porte dessas redes lhes permite comprar grandes quantidades a preços menores, além de contratar especialistas para lidar com preços, promoções, exposição dos produtos controle de estoques e previsão de vendas. Franquia: associação contratual entre um franqueador (fabricante, atacadista, organização de serviços) e franqueados (empresários independentes que compram o direito de possuir e operar uma ou mais unidades no sistema de franquias). A franquia tem sido muito usada para dezenas de produtos e áreas de serviço. Decisões de Marketing Os varejistas, hoje, estão ansiosos para encontrar novas estratégias de marketing para atrair e reter clientes. Eles costumavam reter os clientes oferecendo uma localização conveniente, sortimentos especiais ou exclusivos de produtos, serviços mais completos ou melhores que os da concorrência e cartões de crédito próprios. Tudo isso mudou. Hoje, marcas como Calvin Klein e Levi’s são encontradas na maioria das lojas de departamentos, em suas próprias lojas, em lojas de pontas de estoque e em lojas de descontos. Em sua busca por volume, os fabricantes de grandes marcas colocam seus produtos em todos os lugares. 35 A diferenciação nos serviços diminui. Muitas lojas de departamentos reduziram os serviços e muitas lojas de descontos aumentaram os seus. Os clientes tornaram-se compradores mais sagazes. Não querem pagar mais por marcas idênticas, especialmente depois de as diferenças nos serviços terem diminuído. Também não querem crédito de uma loja específica, porque os cartões de crédito bancários se tornaram quase universais. Ante a maior concorrência de lojas de descontos e de especialidades, as lojas de departamentos estão travando uma guerra para retornarem a seus antigos postos. Antes localizadas no centro das cidades, muitas abriram filiais em shopping centers localizados em bairros de classe média, onde há estacionamento suficiente e as rendas familiares são maiores. Outras promovem liquidações mais freqüentes, remodelam suas lojas e experimentam as vendas pelo correio e o telemarketing. Enfrentando a concorrência de superlojas, os supermercados abriram lojas maiores, expondo produtos em maior número e com mais variedade, e melhoraram suas instalações. Os supermercados também aumentaram seus orçamentos para promoções e migraram em grande escala para marcas próprias, a fim de aumentar as margens de lucro. Examinaremos as decisões de marketing dos varejistas nas áreas de mercadoalvo, sortimento e suprimento de produtos, serviços e ambiente da loja, preço, promoção e localização. Mercado-alvo A decisão mais importante de um varejista diz respeito ao mercado-alvo. Até que este seja definido e tenha seu perfil avaliado, o varejista não pode tomar decisões consistentes sobre o sortimento de produtos, a decoração da loja, a propaganda, a mídia, os preços e os serviços. Sortimento e Suprimento de produtos O sortimento de produtos de um varejista deve estar de acordo com as expectativas de compra de mercado-alvo. O varejista precisa decidir sobre a amplitude e a profundidade do sortimento de produtos. Assim, um restaurante pode oferecer um sortimento limitado e superficial (bufês com poucos pratos), um sortimento limitado e profundo (grandes restaurantes). O verdadeiro desafio começa após a definição do sortimento de produtos da loja, ou seja, desenvolver uma estratégia de diferenciação de produtos. Serviços e ambiente da loja Os varejistas também devem decidir quais serviços oferecerão aos clientes: 1. Entre serviços de pré-compra estão a aceitação de pedidos por telefone e pelo correio, a propaganda, a decoração da loja e das vitrines, os provadores, os horários de fornecimento, os desfiles de moda e as trocas; 2. Entre os serviços de pós-compra estão despachos e entrega, embalagens para presente, ajustes e devoluções, alterações e serviços de alfaiate, instalações e gravação; 36 3. Entre os serviços auxiliares estão balcões de informação, troca de cheques, estacionamento, restaurantes, consertos, decoração de interiores, crédito, banheiros e fraldário. O mix de serviços é uma das ferramentas-chave para diferenciar uma loja da outra. O ambiente é um outro aspecto importante para as lojas. Todas as lojas têm um lay-out físico que pode facilitar ou dificultar a movimentação das pessoas em seu interior. Toda a loja tem “visual”. A loja deve incorporar um ambiente planejado que seja adequado ao mercado-alvo e atraia clientes, favorecendo as compras. Uma funerária deve ser silenciosa, sombria e calma. Uma danceteria deve ter uma iluminação especial, som alto e decoração vibrante. Preço Os preços são um fator-chave de posicionamento e precisam ser definidos em relação ao mercado-alvo, ao mix de sortimento de produtos e serviços e à concorrência. Todos os varejistas gostariam de conseguir altos volumes e altas margens brutas. Gostariam de ter altos giros e ganhos, mas os dois geralmente não caminham juntos A maioria dos varejistas cai no grupo de alta margem sobre custo, baixo volume (lojas de artigos finos, especiais) ou no grupo de baixa margem sobre custo, alto volume (lojas de venda em massa e lojas de descontos). Os varejistas também devem prestar atenção às táticas de determinação de preços. A maioria dos varejistas remarca os preços de alguns itens para servirem como chamariz e estimular o movimento da loja. Há os que promovem liquidações gerais que abrangem toda a loja. Outros planejam remarcações em mercadorias com menos saída. Promoção Os varejistas utilizam uma grande gama de ferramentas de promoção para gerar tráfego e compras. Colocam anúncios, fazem liquidações, emitem cupons de descontos e promovem freqüentes programas de recompensa aos compradores, distribuem amostras de alimentos nas lojas e cupons nas prateleiras ou caixas. Cada varejista deve utilizar ferramentas de promoção que apóiem e reforcem o posicionamento de sua imagem. Lojas sofisticadas colocam anúncios de bom gosto de página inteira, Treinam cuidadosamente seu pessoal de vendas para receber os clientes, interpretar suas necessidades e lidar com as queixas. Localização Os varejistas estão acostumados a dizer que as três chaves para o sucesso são “a localização, a localização e a localização”. Os clientes geralmente escolhem o banco e o posto de gasolina mais próximo. As cadeias de lojas de 37 departamentos, as empresas de petróleo e os franqueadores de fast-food tomam grande cuidado na seleção de locais para instalação de franquias. O primeiro passo é escolher regiões do país onde convém abrir lojas, depois são selecionadas cidades específicas e finalmente é feita à seleção de locais específicos. Tendências do Varejo Ao planejarem suas estratégias competitivas, os varejistas e fabricantes precisam levar em consideração os seguintes fatores: Novos formatos e combinações: temos visto surgir agências bancárias em supermercados, cafeterias em livrarias e cada vez mais lojas de conveniências em postos de gasolina. Novos formatos de varejo mantêm-se por menos tempo no mercado. Logo são copiados e perdem rapidamente seu caráter de novidade. A era da eletrônica aumentou significativamente o crescimento do varejo sem loja. Os consumidores recebem pelo correio, pela televisão, pelo computador e por telefone ofertas de vendas a que podem responder rapidamente ligando para um número de discagem por meio de um computador. A concorrência hoje é cada vez mais intraformatos, ou entre diferentes formatos de lojas. Lojas de descontos, show-rooms de catálogos e lojas de departamentos competem todas pelos mesmos consumidores. A concorrência entre cadeias de superlojas e lojas independentes tornou-se particularmente aquecida. Devido a seu maior poder de compra, as cadeias de lojas conseguem condições mais favoráveis que as lojas independentes e a maior área que elas ocupam lhe permite instalar cafés e banheiros. Em muitos locais, a abertura de uma superloja afetou decisivamente o negócio das lojas independentes vizinhas. Os varejistas de hoje estão se tornando ou vendedores de mercadorias de massa ou varejistas especializados. Estão surgindo varejistas de enorme poder. Com sistemas de informações superiores e maior poder de compra, esses mega-varejistas podem oferecer grandes descontos nos preços. Eles utilizam sistemas complexos de informações de marketing e de logística para fornecer um bom serviço e imensos volumes de produtos a preços atraentes para as massas de consumidores. Assim, estão deslocando os pequenos fabricantes, que ficam dependentes de um único grande revendedor e, portanto, extremamente vulneráveis, e os pequenos varejistas, que simplesmente não têm verbas nem poder de compra para competir. Muitos varejistas estão até mesmo dizendo aos mais poderosos fabricantes o que fazer, como determinar preços e fazer promoções, quando e como despachar mercadorias, e até como se reorganizar e 38 melhorar a produção e a administração. Os fabricantes não têm muitas opções: podem perder de 10 a 30 por cento do mercado, caso se recusem a ouvir os varejistas. Os consumidores costumavam preferir lojas de departamentos, pela conveniência de se encontrar tudo em um único lugar. Essas lojas gradualmente cederam lugar aos shoppings centers, que possuem algumas lojas de departamentos, uma grande gama de lojas especializadas e muitas vagas para estacionamentos. Os canais de marketing estão cada vez mais sendo profissionalmente administrados e programados. Organizações de varejo estão cada vez mais projetando e lançando novos formatos de lojas dirigidos para grupos de diferentes estilos de vida. Não estão se prendendo a um único formato, como as lojas de departamento, mas estão migrando para um mix de varejo. A tecnologia está se tornando uma ferramenta competitiva fundamental. Os varejistas utilizam computadores para gerar previsões melhores, controlar custos de estoque, fazer pedidos por via eletrônica, trocar emails entre as lojas e até mesmo vender aos clientes nas lojas. Estão adotando sistemas de leituras de código de barras nos caixas, transferência eletrônica de fundos, troca eletrônica de dados, circuito interno de televisão nas lojas e melhores sistemas de manuseio de mercadorias. Varejistas com formatos exclusivos e forte posicionamento de marca estão cada vez mais penetrando em outros países, muitos estão perseguindo ativamente mercados externos para aumentar seus lucros. Houve um notável aumento nos estabelecimentos que oferecem um local para que as pessoas se encontrem como cafeteiras, casas de chá, bares, livrarias e cervejarias. 2.1.4 P de Promoção ou Comunicação A primeira coisa que acontece com este tema é a maior confusão com os termos das ferramentas de promoção. Promoção é o conjunto de instrumentos de que a organização se vale para influenciar o comportamento do consumidor, através de mecanismos de informação, persuasão e lembrança. Promoção, composto promocional ou comunicação, estes sim, são sinônimos, e tem como objetivos: • Atuar na criação e manutenção da imagem – do produto, da marca, da empresa. 39 • Facilitar e acelerar a penetração do produto / da marca • Ampliar o tamanho do mercado A comunicação assume diferentes papéis nas diversas fases do ciclo de vida de um produto. É importante frisar que a posição de uma empresa em um ambiente competitivo origina-se do seu relacionamento com o mercado, nesse sentido a comunicação deve buscar fazer o consumidor mover-se em quatro níveis: Criar o conhecimento da existência do produto Levar à compreensão de suas características e vantagens Criar convicção (racional ou emocional) de seus benefícios Levar à ação de compra Nesse contexto deve ficar claro para o consumidor: • Benefício do produto – Qualidade ou benefício do produto • Imagem – Criação de impressão (figura, imagem) que diferencie a marca das demais. – Foco em aspectos psicológicos • Identificação – Busca um ponto de identificação do consumidor com a imagem criada – A identificação se dá no nível da auto-imagem e do estilo de vida do consumidor A comunicação é constituída por vários elementos distintos: Propaganda; Promoção de vendas; Merchandising; Venda pessoal; Relações públicas. Todo o esforço promocional desenvolvido por uma organização deve resultar de uma combinação estratégica da propaganda, da promoção de vendas, merchandising e venda pessoal, com o objetivo de atingir bons resultados mercadológicos. Propaganda A propaganda é qualquer forma paga de apresentação impessoal, que possui quatro características: • • Uma mensagem verbal e/ou visual. Um patrocinador que é identificado. 40 • • Apresentação por meio de um ou mais veículo de mídia. Pagamento feito pelo patrocinador ao veículo que transmite a mensagem Embora a propaganda seja usada basicamente por firmas comerciais, também é usada por um grande número de organizações sem fins lucrativos, profissionais e agências sociais que anunciam suas causas para vários públicos-alvo. Na verdade, o trigésimo quarto maior cliente das agências de propaganda é uma organização sem fins lucrativos – o governo dos Estados Unidos. A propaganda é um bom meio de informar e persuadir, seja seu propósito vender Coca-Cola para o mundo inteiro, seja convencer os consumidores de um país em desenvolvimento a beber leite ou a usar anticoncepcionais. Diferentes organizações lidam com a propaganda de formas diferentes. Nas empresas pequenas, ela fica a cargo de departamento de vendas. As empresas grandes criam departamentos de propaganda, cujas tarefas são definir orçamentos, trabalhar com as agências de propaganda e cuidar da propaganda de mala direta, dos displays dos distribuidores e de outras formas de propaganda não realizadas pela agência. Quase todas as grandes empresas usam agências externas de propaganda porque elas oferecem várias vantagens. Principais Decisões em Propaganda A gerência de marketing deve tomar algumas decisões importantes ao desenvolver um programa de propaganda: 1) Estabelecer os Objetivos O primeiro passo ao desenvolver um programa é estabelecer os objetivos da propaganda. Esses objetivos devem basear-se em decisões anteriores sobre o mercado-alvo, posicionamento e mix de marketing. As estratégias de posicionamento e mix de marketing definem o papel da propaganda no programa total de marketing. Objetivo de propaganda é uma tarefa específica de comunicação a ser realizada para um público-alvo específico durante um determinado período. Os objetivos de propaganda podem ser classificados por propósitos básicos – informar, persuadir ou lembrar. Propaganda informativa é utilizada de forma maciça na introdução de uma nova categoria de produto quando o objetivo é criar uma demanda primária. Assim, os fabricantes de CD players primeiro informaram seus consumidores sobre o som e as conveniências dos CDs. Propaganda persuasiva torna-se mais importante à medida que a concorrência aumenta e quando o objetivo da empresa é criar uma demanda seletiva. Por exemplo, quando os CD players se estabeleceram, a Sony começou a persuadir os consumidores de que sua marca oferecia a melhor qualidade pelo dinheiro despendido. 41 Propagandas comparativas, a empresa compara direta ou indiretamente sua marca com outra ou outras marcas. Na sua clássica campanha de comparação, a Avis posicionou-se contra a líder de mercado Hertz, afirmando: “Estamos em segundo lugar, por isso temos de nos esforçar mais”. A propaganda comparativa também tem sido usada para produtos como refrigerantes, computadores, desodorantes, cremes dentais, analgésicos, automóveis e serviços de telefonia interurbana. Propaganda de lembrança é importante para produtos maduros, pois mantém os consumidores pensando neles. Os dispendiosos comerciais de televisão da Coca-Cola são planejados para lembrarem os consumidores de sua existência, não para informa-los ou persuadilos. 2) Estabelecer o Orçamento de Propaganda Depois de determinar seus objetivos de propaganda, a companhia estabelece o orçamento de propaganda para cada produto. O papel da propaganda é influir na demanda de um produto. A empresa gasta a quantia necessária para atingir sua meta de venda. Estabelecer o orçamento de propaganda não é uma tarefa fácil. Como a empresa sabe se está gastando a quantia certa? Alguns críticos declaram que as grandes empresas de produtos de consumo embalados tendem a gastar demais com propaganda, e que as empresas atuantes no mercado organizacional em geral gastam muito pouco. Elas afirmam que, por um lado, as grandes empresas de consumo utilizam intensa propaganda de imagens sem realmente saberem quais seus efeitos. Gastam em demasia para “se assegurarem” de que estão gastando o suficiente. Por outro lado, os anunciantes que querem atingir outras empresas tendem a confiar demais em sua força de vendas para obterem pedidos. Eles subestimam o poder da imagem da empresa e do produto na pré-venda aos consumidores organizacionais. Assim, não gastam o suficiente com propaganda para desenvolverem a percepção e o conhecimento dos consumidores. Qual o impacto que a propaganda realmente tem sobre as compras e a lealdade de marca do consumidor? Uma pesquisa que analisa compras familiares de produtos consumidos com freqüência constatou o seguinte: - A propaganda parece ser eficiente para aumentar o volume de compras de consumidores leais, mas menos eficiente para conquistar novos compradores. Para os compradores leais, altos níveis de exposição por semana podem ser improdutivos, pois diminuem a eficiência do anuncio. Parece improvável que a propaganda tenha algum efeito cumulativo que leve à lealdade. Características, exposição e especialmente preço têm impacto mais forte do que a propaganda. Essas constatações não foram bem aceitas pela comunidade da propaganda, e várias pessoas questionaram os dados e a metodologia do estudo. Alegaram que o estudo mensurava principalmente os efeitos a curto prazo sobre as 42 vendas, favorecendo, portanto o preço e a promoção de vendas, que tendem a ter um impacto mais imediato. Em contraste, a maioria das propagandas leva meses e até mesmos anos para criar fortes posições de marca e lealdade do consumidor. Esses efeitos a longo prazo são difíceis de serem mensurados. Contudo, um estudo mais recente de dados da Benhavior Scan ao longo de dez anos constatou que a propaganda produz crescimento de vendas em longo prazo, mesmo dois anos depois de terminada campanha. Esse debate mostra que mensurar os resultados dos gastos de propaganda continua a ser um assunto mal compreendido. 3) Estratégia da Mensagem. O primeiro passo para criar mensagens eficazes de propaganda é decidir que mensagem geral será comunicada aos consumidores, planejar uma estratégia de mensagem. O objetivo da propaganda é fazer com que os consumidores pensem e reajam ao produto ou à empresa de uma certa maneira, e as pessoas só reagirão se acreditarem que serão beneficiadas com isso. Assim, desenvolver uma estratégia eficaz de mensagem começa a identificação dos benefícios aos consumidores que poderão ser usados como apelos de propaganda. Na busca pelos benefícios a serem apresentados, algumas pessoas do departamento de criação começam conversando com os consumidores, revendedores, especialistas e concorrentes. Outras tentam imaginar os consumidores comprando ou usando o produto para conseguirem identificar os benefícios que eles buscam. O ideal é que a estratégia da mensagem esteja atrelada diretamente à estratégia de posicionamento mais amplo da empresa. O conceito criativo irá orientar a escolha dos apelos especiais a serem usados na campanha de propaganda. Os apelos de propaganda devem apresentar três características. Primeiro devem ser significativos, mostrando os benefícios que tornam o produto mais desejável ou interessante para os consumidores. Segundo devem ser críveis – os consumidores devem acreditar que o produto ou serviço irá oferecer os benefícios prometidos, embora os benefícios mais significativos e críveis possam não ser os melhores a serem apresentados. Os apelos devem ser também distinguíveis – devem dizer em que o produto é melhor do que as marcas concorrentes. O benefício mais significativo de um relógio de pulso é que ele mostra a hora exata, porém poucas propagandas de relógio apresentam esse benefício. Com base nos benefícios distinguíveis oferecidos, os anunciantes de relógio selecionam um tema de propaganda dentre vários outros. Durante anos o Timex foi o relógio de preço razoável e confiável. Ao contrário, o Swatch foi apresentado como um relógio moderno de classe, e o Rolex, como sinônimo de luxo e status. Execução da mensagem. O impacto da mensagem não depende apenas do que é dito mas de como é dito. O anunciante tem de transformar a “grande idéia” em uma verdadeira propaganda a ser transmitida para atrair a atenção e o interesse do mercado- 43 alvo. Cabe ao grupo da criatividade encontrar o melhor estilo, tom, palavras e forma para executar a mensagem Após decidido deve –se também decidira a mídia adequada para vincular a propaganda levando em consideração : 1. Alcance, a frequência e o impacto; 2. Principais tipos de mídia; 3. Seleção dos veículos de mídia específicos; e 4. A cronologia da mídia. Promoção de vendas A promoção de vendas tem como principal função criar Incentivos de curto prazo com o fim de encorajar a compra de um produto ou serviço. É um esforço específico de promoção com objetivos claros de incentivo à vendas, através da oferta de condições ou vantagens especiais, tendo como objetivo trazer o consumidor ao produto Enquanto a propaganda oferece razões para a compra de um produto ou serviço, a promoção de vendas oferece razões para compra ou venda ser feita imediatamente. Há exemplos disso por toda parte. O display do final do corredor de um supermercado local tenta os compradores impulsivos com uma pilha de caixas de Coca-Cola. Um executivo compra um Taurus novo e recebe um cheque de 500 dólares como abatimento. Uma cadeia de lojas de ferragem recebe um desconto de 10% sobre certas ferramentas elétricas portáteis da Black & Decker se concordar em anuncia-las nos jornais locais. A promoção de vendas apresenta uma ampla variedade de ferramentas promocionais planejadas para estimular uma resposta de marketing mais rápida ou mais intensa. Inclui promoção ao consumidor final – amostras, cupons, abatimentos, reduções de preços, prêmios, concursos e outros; promoção ao canal – descontos, produtos gratuitos, descontos em mercadorias, propaganda cooperativa, verba para promoção, competições de vendas de distribuidores; e promoção para a força de vendas – bônus, competições e sorteios. As ferramentas de promoção de vendas são utilizadas pela maioria das organizações, inclusive fabricantes, revendedores, varejistas, associações comerciais e instituições sem fins lucrativos. As estimativas de gastos anuais com promoção de vendas são de 125 bilhões de dólares, e esses gastos vêm aumentando nos últimos anos. Hoje, em muitas empresas de produtos de consumo, a promoção de vendas responde por 75% ou mais de todos os gastos 44 de marketing. Os gastos nessa área vêm crescendo anualmente 12%, em comparação com o aumento da propaganda de apenas 7,6%. Vários fatores contribuíram para o rápido crescimento da promoção de vendas, especialmente nos mercados de consumo. Primeiro, dentro da empresa, os gerentes de produto são mais pressionados a aumentar suas vendas atuais, e a promoção hoje é considerada pela alta administração uma ferramenta eficaz de vendas. Segundo, externamente a empresa enfrenta maior concorrência, e as marcas concorrentes são menos diferenciadas. Os profissionais de marketing estão usando mais promoções, e os consumidores tornaram-se mais orientados para o processo de negociação. Terceiro, a eficiência da propaganda declinou em razão dos custos crescentes, da saturação da mídia e das restrições legais. Finalmente, os varejistas estão exigindo dos fabricantes mais espaço para negociação. Propósito da Promoção de Vendas As ferramentas da promoção de vendas variam muito. Uma amostra grátis estimula o consumidor a experimentar o produto; um serviço gratuito de consultoria gerencial consolida o relacionamento a longo prazo com um varejista. Os vendedores usam a promoção de vendas para atrair novos clientes, para recompensar os clientes leais e para aumentar os índices de recompra de usuários ocasionais. Há três tipos de novos clientes: os não usuários da categoria de produtos; os usuários leais de outras marcas, e os usuários que freqüentemente mudam de marca. As promoções de vendas em geral atraem este último grupo, os que mudam de marca, porque os não usuários e os usuários de outras marcas nem sempre notam ou agem em uma promoção. Os que trocam de marca quase sempre estão buscando preços baixos ou mais valor. As promoções de vendas não irão torna-los usuários leias a marca. Assim, as promoções de venda usadas em mercados onde as marcas são muito semelhantes suscitam respostas de venda em curto prazo, mas pouco ganho permanente de participação de mercado. No entanto, nos mercados em que as marcas diferem muito, as promoções podem alterar as participações de mercado de forma maia perene. Muitos vendedores consideram a promoção de vendas uma ferramenta para acabar com a lealdade de marca, e a propaganda uma ferramenta para construir a lealdade da marca. Assim, uma questão importante para os gerentes de marketing é como dividir o orçamento entre a promoção de vendas e propaganda. Há o perigo de deixar a propaganda passar para segundo lugar em relação à promoção de vendas. Gastos reduzidos de propaganda podem resultar em perda de lealdade de marca do consumidor. Segundo um estudo recente de fidelidade a 45 principais marcas de produtos embalados, quando a cota de propaganda cai à fidelidade de marca também cai. Desde 1975, a fidelidade a marcas que aumentaram os gastos de propaganda caiu 5%, mas a fidelidade a marcas com redução de gastos de propaganda caiu 18%. 45 Quando uma empresa promove uma marca através do preço durante muito tempo, os consumidores começam a achar que aquela marca é inferior. Logo, muito deles só comprarão aquela marca se ela estiver com preço especial. A maioria dos analistas acredita que as atividades de promoção de vendas não constroem a preferência do consumidor a longo prazo, como é o caso da propaganda Ao contrário, a promoção geralmente gera apenas vendas de curto prazo que não podem ser mantidas. As promoções de vendas em geral são usadas juntamente com a propaganda ou a venda pessoal. Normalmente, as promoções ao consumidor final devem ser anunciadas e justificam anúncios com mais entusiasmo e poder de atração. As promoções ao canal e as promoções para a força de vendas apóiam o processo de venda pessoal da empresa. Ao usar a promoção de vendas, as empresas devem definir objetivos, selecionar as ferramentas certas, desenvolver o melhor programa, pré-testar esse programa, implementá-lo e avaliar os resultados. Estabelecendo os Objetivos da Promoção de Vendas Os objetivos da promoção de vendas variam muito. Os vendedores usam promoções ao consumidor final a fim de aumentar as vendas a curto prazo ou ajudar a construir uma participação de mercado a longo prazo. O objetivo pode ser induzir os consumidores a experimentar um novo produto, afastá-los dos produtos dos concorrentes, aumentar a compra de um produto maduro ou manter e recompensar os clientes leais. Os objetivos das promoções ao canal são induzir os revendedores a aceitar novos itens e maiores estoques, conseguir que eles façam propaganda do produto e abram mais espaço nas prateleiras, e levá-los a comprar com antecedência. Para a força de vendas, os objetivos incluem conseguir mais apoio para produtos já existentes ou novos, ou levar os vendedores a obter novas contas. Em geral, as promoções de venda devem ter como objetivo criar relacionamento com o consumidor. Em vez de criarem apenas volume de vendas a curto prazo ou troca temporária de marcas, devem ajudar a reforçar a posição do produto e a construir relacionamentos de longo prazo com os consumidores. Cada vez mais os profissionais de marketing estão evitando promoções de “fixação rápida” de preços e optando por promoções destinadas a construir valorização da marca. Selecionando as Ferramentas de Promoção de Vendas Muitas ferramentas podem ser usadas para atingir os objetivos de promoção de vendas, tais como amostras, cupons, oferta de devolução de dinheiro (abatimento), pacotes promocionais, brinde de propaganda, recompensa por preferência, promoção no ponto de vendas, etc. Cabe a empresa definir qual a que melhor irá de encontro as suas necessidades. o Ferramentas de promoção ao Canal 46 Há mais gastos com promoção para varejistas e atacadistas (63%) do que para consumo (37%). A promoção ao canal pode persuadir os varejistas ou atacadistas a venderem uma determinada marca. Dar-lhe mais espaço nas suas prateleiras e promovê-la junto aos consumidores. O espaço é tão escasso atualmente que muitas vezes os fabricantes têm de oferecer descontos, concessões, garantias de devolução ou mercadorias gratuitas para os varejistas e atacadistas colocarem seus produtos nas prateleiras e os manterem ali. Os fabricantes usam várias ferramentas para promoção ao canal, muitas das quais são utilizadas também na promoção ao consumidor final, como concursos, prêmios, displays. Os fabricantes podem também oferecer um desconto direto sobre o preço de lista para compras realizadas durante determinado período (também chamada redução de preço, fatura com redução, ou lista com redução). Essa oferta estimula os revendedores a comprar em quantidade ou a vender um novo item. Os revendedores podem usar o desconto para lucro imediato, para custear propaganda ou para repassar as reduções de preços a seus clientes. Os fabricantes podem também oferecer um desconto (em geral um desconto por volume) caso o varejista aceite apresentar seus produtos de alguma forma. O desconto de propaganda compensa os varejistas que anunciam o produto. O desconto de displays compensa-os por usarem displays especiais. Os fabricantes podem oferecer produtos gratuitos – caixas extras de mercadoria – para os intermediários que comprarem uma certa quantidade ou que se dispuserem a apresentar um certo sabor ou tamanho de seus produtos. E podem oferecer verba para promoção, dinheiros ou presentes aos revendedores ou força de vendas que “empurrarem” seus produtos. Podem também oferecer gratuitamente aos varejistas brindes de propaganda com o nome da empresa, como canetas, lápis, calendários, pesos de papel, caixas de fósforo, agendas, cinzeiros e réguas. o Ferramentas de Promoção à Força de Vendas As empresas gastam bilhões de dólares anualmente com promoções para a força de vendas, com a finalidade de gerar negócios, estimular compras, recompensar os clientes e motivar os vendedores. As promoções à força de vendas incluem muitas das ferramentas utilizadas nas promoções ao consumidor final ou ao canal. Veremos duas principais ferramentas: convenções e feiras comerciais, e concursos de vendas. Convenções e feiras comerciais: são utilizadas pelas empresas para promover seus produtos. As firmas que vendem para consumidores organizacionais apresentam seus produtos anualmente em mais de 5.800 feiras comerciais, atraindo cerca de 80 milhões de pessoas. Os profissionais de marketing organizacional gastam até 35% de seu orçamento anual de promoção com feiras comerciais. Há várias decisões a serem tomadas nessa área, inclusive de que feiras eles devem participar, quanto devem gastar em cada uma delas, como 47 devem estruturar as exposições para atrair a atenção dos visitantes, e como devem acompanhar as vendas com eficiência. Concurso de vendas: é um concurso para vendedores ou intermediários a fim de motivá-los a aumentar suas vendas durante um determinado período. A maioria das empresas patrocina concursos de vendas uma vez por ano, ou mais que isso, para a sua força de vendas. Esses concursos são chamadas “ programas de incentivo” e têm como finalidade motivar ou reconhecer o bom desempenho dos seus funcionários; os melhores recebem viagens, prêmios em dinheiro ou outros presentes. Outras empresas dão pontos por desempenho, que podem ser trocados por vários prêmios. Os concursos de vendas funcionam melhor quando são condicionados aos objetivos de vendas mensuráveis e possíveis (como obter novas contas, reativar contas antigas ou aumentar a lucratividade de uma conta) e quando os funcionários acreditam que todos têm chance igual de ganhar. Se eles não sentirem que as metas do concurso são razoáveis ou imparciais, não enfrentarão o desafio. Merchandising É um conjunto de operações táticas efetuadas no ponto de venda, para se colocar no mercado o produto certo, na quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com o impacto visual certo e na exposição certa. A força de vendas é o recurso humano altamente treinado e motivado, através do qual a organização mantém um relacionamento com os seus clientes. As funções do vendedor são gerar necessidade junto ao mercado consumidor, identificar outras necessidades e buscar a satisfação das necessidades dos clientes, mantendo e encantando clientes. Venda pessoal A venda pessoa é a ferramenta mais eficiente para obter compromisso, pois oferece a possibilidade de comunicação com interação abrindo a possibilidade de aprofundar os contatos: marketing de relacionamento, é muito freqüente nas transações organizacionais (business to business) Consiste em transmitir características de produtos e serviços em termos de benefícios e vantagens ao consumidor e persuadi-lo a iniciar um relacionamento, baseado numa necessidade. Dizer que “o cliente tem sempre razão” significa ouvi-lo, sempre, com atenção e solucionar seus problemas e atender suas necessidades. A máxima “um bom vendedor vende qualquer coisa sempre” pode ser traduzida como a capacidade que o vendedor tem de identificar as necessidades e supri48 las, e não praticar “empurroterapia”. Aliás, uma venda pode significar simplesmente o estabelecimento de uma longa relação comercial, que renderá muitos frutos. Quando se diz “o cliente é sempre igual”, não se está considerando o Marketing um a um e generalizando o atendimento. Cada cliente tem suas necessidades. Cabe ao vendedor identificá-las e solucioná-las. “Vender depende da sorte”. Totalmente errado. Vender não é só uma arte. É principalmente técnica. Bem como “vende mais, quem fala mais” também está errado. Boa argumentação e conhecimento do produto, não exclui o poder de saber ouvir. O plano de comunicação deve envolver o entrosamento adequado da propaganda, promoção de vendas, força de vendas e relações públicas com as necessidades do Marketing. Marketing e Relações Públicas são campos distintos, mas interdependentes. Relações Públicas É o responsável pelo estreitamento de contato entre a organização e todos os seus públicos, utilizando a comunicação dirigida e o diálogo direto. Os objetivos gerais do trabalho de Relações Públicas consistem em conquistar, manter ou remodelar a credibilidade e a aceitação da organização junto aos seus públicos-alvos, formando ou transformando a opinião pública, de maneira a assegurar à organização a criação e projeção de uma imagem institucional positiva, bem como auxiliá-la a alcançar suas metas de mercado. Para atingir seus objetivos, as Relações Públicas se utilizam do Lobby, uma eficiente ferramenta utilizadas nas democracias por qualquer segmento da sociedade para manifestar e defender seus interesses junto ao poder público e não uma atividade ilegal a favor de favorecimentos e vantagens políticas direcionadas a pequenos grupos privilegiados. As Relações Públicas devem promover uma imagem corporativa, tanto no âmbito externo, quanto no interno, promover uma boa imagem dos produtos e serviços da organização junto à opinião pública. Entretanto, assim como o Marketing, as Relações Públicas e a boa imagem não dependem somente de uma área de trabalho, mas de cada funcionário, em qualquer nível, pensando e agindo como um elemento formador de conceitos positivos para a organização. Mais, o trabalho de Relações Públicas, também a exemplo do Marketing, não deve ser considerado paliativo, como ação corretiva emergencial de situações que comprometeram a imagem da organização, mas como um conjunto de 49 ações preventivas e permanentes, que auxiliam a manutenção de um bom conceito, gerado a partir da realidade da organização, interna e externamente. 3 PLANEJAMENTO DE MARKETING Hoje as empresas não podem sobreviver, simplesmente fazendo um bom trabalho. Elas devem fazer um trabalho excelente se quiserem ser bemsucedidas nos mercados de crescente concorrência global. Consumidores e compradores organizacionais enfrentam abundância de fornecedores que procuram satisfazer a suas necessidades. Estudos recentes têm demonstrado que a chave do sucesso de empresas rentáveis é conhecer e satisfazer os consumidores - alvo com ofertas competitivamente superiores. Marketing é a função da empresa encarregada de definir os consumidores e a melhor maneira de satisfazer suas necessidades e desejos de forma competitiva e rentável. Marketing tem suas origens no fato de que os seres humanos são criaturas que possuem necessidades e desejos. Desde que muitos produtos podem satisfazer certa necessidade, a escolha do produto é guiada pelos conceitos de valor, custo e satisfação. A maioria das sociedades modernas trabalha sob o princípio da troca. Pessoas especializam-se em produzir produtos específicos e trocá-los por outras coisas de que necessitam. Engajam-se em transações e construção de relacionamentos. Mercado é um grupo de pessoas que compartilha uma necessidade similar. Marketing coordena aquelas atividades envolvidas no trabalho com mercados, isto é, tenta realizar trocas potenciais. Administração de marketing é o esforço consciente para realizar os resultados de trocas desejados com mercados-alvo. A habilidade básica do profissional de marketing fundamenta-se em influenciar o nível, a época e a composição da demanda por um produto, serviço, organização, local, pessoa ou idéia. Para entender o processo de marketing, devemos primeiro, examinar o processo do negócio. A tarefa de qualquer negócio é entregar valor ao mercado e obter algum lucro. Entretanto, existem, pelo menos, duas visões do processo de entrega de valor:: A visão tradicional: é a que a empresa fabrica algo para depois vender, nesta visão, marketing entra em ação na segunda metade do processo de entrega de valor. A visão tradicional assume que a empresa sabe o que fabricar e o mercado comprará unidades suficientes para ela obter lucro. Entretanto esta visão não funcionará em economias competitivas. A visão de marketing: é a visão das empresas modernas, nesta o processo consiste em escolher primeiro o valor, através de análise das oportunidades de marketing, pesquisa, segmentação e escolha do mercado-alvo, desenvolver o produto conforme necessidades do mercado e então vender para obter o lucro aliado à satisfação do cliente. 50 As empresas modernas e bem sucedidas são dirigidas por uma orientação para o mercado e um planejamento estratégico, por esta razão direcionamos nosso trabalho para o estudo do planejamento de marketing. Uma parte crucial de qualquer plano de negócio é o plano de marketing. O plano de marketing opera em dois níveis. O plano estratégico de marketing desenvolve os objetivos e estratégias amplas de marketing baseados na análise da situação e das oportunidades atuais de mercado. O plano tático de marketing delineia as táticas específicas de marketing para o período, incluindo propaganda, fixação de preço, canais e assim por diante. O plano de marketing é o instrumento central para dirigir e coordenar o esforço de marketing. As empresas que desejam melhorar sua eficácia e eficiência de marketing devem aprender como criar e implementar planos de marketing consistentes. As fases mais importantes do plano são: Análise das oportunidades de mercado; Desenvolvimento das estratégias de marketing; Planejamento de programas de marketing; Administração do esforço de marketing A seguir detalharemos essas quatro fases: 3.1 ANÁLISE DAS OPORTUNIDADES A oportunidade de marketing da empresa é uma área de importante ação mercadológica em que a mesma desfruta de uma vantagem diferencial. A chave da oportunidade de marketing da empresa repousa sobre a questão de se ela pode fazer mais por essa oportunidade ambiental que os seus concorrentes. Consideremos as seguintes hipóteses: 1. Toda oportunidade ambiental tem alguns requisitos para o sucesso; 2. A empresa tem características especiais, isto é, coisas que pode fazer especialmente bem; 3. A empresa provavelmente se aproveitará de uma vantagem diferencial na área de uma oportunidade ambiental se suas características particulares satisfazerem aos requisitos para o sucesso da oportunidade ambiental de forma mais eficaz que a sua concorrência potencial. Há inúmeras oportunidades ambientais disponíveis em qualquer economia, desde que haja necessidades insatisfeitas. A empresa deve analisar as várias 51 oportunidades que o ambiente oferece, tomando cuidado com as ameaças que podem interferir nos seus projetos, por exemplo: Oportunidades O mercado mostra interesse em um determinado tipo de produto que a empresa ainda não produz, mas tem capacidade para desenvolvimento com qualidade e preço; Existem parceiros no mercado dispostos a lançar e distribuir o produto; Existe um cliente disposto a comprar uma grande quantidade do produto podendo sobra-la em caso de desconto. Ameaças A concorrência está lançando um produto similar com mesma qualidade e preço mais baixo; Os consumidores estão comprando em lojas a empresa tem pouca participação; A concorrência saiu na frente com forte campanha promocional Análise de Forças / Fraquezas Aqui a empresa precisa conhecer seus pontos fortes e fracos, exemplos: Forças A empresa possui uma marca forte e imagem de qualidade Revendedores bem preparados e treinados para vendas Excelente rede de assistência técnica Fraquezas O produto da concorrência tem qualidade ligeiramente superior ao da empresa A concorrência está investindo o dobro em promoções O produto da empresa não está bem situado no mercado como os demais Após essa análise a empresa deve responder as seguintes questões Ela deve ficar no negócio? Pode competir eficientemente? Deve desacelerar ou abandonar esta linha de produtos? Se ficar deve continuar com seus produtos, canais de distribuição, políticas de preço e de promoção atuais? Deve mudar para canais de alto crescimento e ainda manter a lealdade de seus canais atuais? 52 Deve alimentar suas despesas de propaganda e promoção para acompanhar os concorrentes? Deve investir em pesquisa e desenvolvimento características, sem estilos avançados? para criar Alem da análise de forças e fraquezas e ameaças e oportunidades as empresas utilizam outras ferramentas para analisar a sua situação e tomar decisões Uma matriz que deve ser utilizada na análise das oportunidades é BCG, já vista por nós nesse curso. Após a análise a empresa está pronta para prosseguir com o seu plano 3.2 Estratégia de Marketing A estratégia de marketing apresenta a abordagem ampla de marketing que será usada para atingir os objetivos do plano, ela é fundamental no processo. Uma estratégia de marketing pode ser elaborada para o estágio de introdução de um produto novo, no estágio de crescimento, no estágio de maturidade e no estágio de declínio do produto. Estratégia de marketing no estágio de introdução: Ao lançar um produto novo, a administração de marketing pode estabelecer um nível alto ou baixo para cada variável de marketing, como preço, promoção, distribuição e qualidade do produto. Estratégia de marketing no estágio de crescimento: Nesta fase a empresa utiliza diversas estratégias para sustentar o crescimento rápido do mercado, enquanto possível: Estratégia de marketing no estágio de maturidade: Neste estágio algumas empresas abandonam seus produtos mais fracos. Preferem concentrar seus recursos nos produtos mais rentáveis e em novos produtos, mas podem estar ignorando o alto potencial que muitos produtos antigos ainda possuem. Estratégia de marketing no estágio de declínio: Uma empresa enfrenta algumas tarefas e decisões ao lidar com seus produtos antigos. A estratégia de declínio apropriada depende da atividade e da força competitiva da empresa. Se a empresa escolher aproveitar o máximo, isso exige a redução gradual de custos do produto ou negócio e, ao mesmo tempo, a tentativa de manutenção de vendas. Se a empresa decidir abandonar a marca, pode tentar vende-la para uma empresa menor, se não encontrar comprador, deve decidir se liquida a marca rápida ou lentamente. Deve também decidir sobre o nível de estoque de componentes e sobre os serviços a manter aos consumidores. Em uma estratégia de marketing devemos levar em consideração vários fatores a fim de obtermos o máximo de sucesso: 53 Mercado-alvo: Através da escolha e do estudo do mercado-alvo a empresa definirá qual o perfil e segmentos de clientes a serem atingidos, ele podem ser definidos por desejos, poder e atitudes de compra, classe social, sexo, idade, profissão, geografia, religião, etc... ou ainda pela combinação entre os segmentos. Estudando-se o mercado-alvo podemos também distinguir as necessidades dos clientes: - Necessidades declaradas: o consumidor deseja um produto barato Necessidades reais: o consumidor está interessado em um produto de manutenção barata, não em seu preço inicial Necessidades não declaradas: O consumidor espera bons serviços do revendedor. Necessidades de prazer: O consumidor compra o produto e recebe um brinde ou acessório. Necessidades secretas: O consumidor deseja ser visto pelos amigos como alguém de bom senso orientado para o valor do produto. Posicionamento: A empresa deve desenvolver sua imagem, de modo que o mercado alvo compreenda e aprecie o que ela oferece em relação a seus concorrentes. O posicionamento da empresa deve ser fundamentado no conhecimento de como o mercado-alvo define valor e faz escolhas entre as empresas concorrentes. As tarefas de posicionamento consistem em três etapas - - A empresa tem que identificar as possíveis diferenças de produto, serviços, recursos humanos e imagem que podem ser estabelecidos em relação à concorrência. A empresa tem de aplicar critérios para selecionar as diferenças de seus concorrentes. A empresa tem que sinalizar eficazmente ao mercado-alvo como ela se diferencia de seus concorrentes. Produtos: A empresa deve reconhecer a necessidade e as vantagens do desenvolvimento de produtos e serviços. Seus produtos mais maduros e em declínio devem ser substituídos por produtos mais novos. Entretanto, os novos produtos podem fracassar. Os riscos da inovação podem ser tanto elevados quanto recompensadores. A chave para a inovação bem sucedida reside no desenvolvimento de pesquisas e procedimentos de decisão bem elaborados em cada estágio do processo de desenvolvimento do novo produto. Preço: Primeiro a empresa tem que decidir sobre o que ela deseja realizar com um produto específico. Se a empresa selecionou cuidadosamente seu mercado alvo e posicionamento de mercado, sua estratégia de composto de marketing, incluindo preço, estará no caminho certo. Por exemplo, se uma empresa fabricante de veículos de recreação deseja produzir um trailer de luxo para consumidores ricos, isto implica a cobrança de um preço alto. Assim, a estratégia de preço é largamente determinada pela decisão anterior de 54 posicionamento de mercado. Quanto mais claros forem os objetivos de uma empresa, mais fácil ela estabelecerá seus preços. Distribuição: A empresa deve decidir sobre a melhor maneira de estocar e movimentar seus bens e serviços em seus mercados de destino. A natureza da distribuição envolve planejamento, implementação e controle dos fluxos físicos de materiais e bens finais dos pontos de origem aos pontos de uso, para atender às exigências do consumidor e com o objetivo do lucro. A empresa sabe que a eficácia da distribuição terá grande impacto sobre a satisfação do consumidor e sobre seus custos. A distribuição será eficaz quando a empresa processar os pedidos com agilidade, possuir boa rede de armazenagem, níveis de estoques compatíveis com a demanda e em sintonia com a rede de varejo (lojas, lojas especializadas, magazines) e/ou atacado (grande distribuidores), escolher o meio de transporte adequado e ágil aliados ao controle de custos. Força de vendas: É a equipe responsável pelas vendas da empresa, ela é formada por vendedores internos e externos e coordenadas a nível territorial, geográfico, por setor industrial ou por produto. Desenvolve as estratégias de abordagem junto ao marketing e se faz valer das promoções de vendas (que veremos abaixo) para atingir seus objetivos. Serviços: A empresa precisa ter consciência da intangibilidade dos serviços e montar uma estratégia composta de serviços que inclua serviços pré-venda, como orientação técnica e confiabilidade de entrega, bem como de serviços pósvendas, como conserto imediato e treinamento. A empresa tem que decidir entre sobre o composto, qualidade e a fonte de vários serviços de apoio aos produtos exigidos pelos consumidores. Propaganda: A tomada de decisão de propaganda envolve um processo de cinco etapas - - - - Fixação de objetivos: os anunciantes precisam estabelecer metas claras e se a propaganda destina-se a informar, persuadir ou lembrar os compradores Decisão de orçamento: pode ser estabelecida com base na disponibilidade de recursos, porcentagem sobre as vendas, paridade competitiva e em objetivo-tarefa; Decisão de mensagem: inclui sua geração, avaliação, seleção e sua execução eficaz. Decisão de mídia: envolve a definição de cobertura, freqüência e as metas de impacto, escolha entre os principais tipos de mídia, seleção de veículos específicos de mídia, e previsão de mídia. Avaliação e eficácia do anúncio: inclui a avaliação da comunicação e os efeitos da propaganda sobre as vendas, antes, durante e após sua execução. Promoção de vendas: A empresa deve escolher entre as várias ferramentas de incentivo que dispõe, em sua maioria a curto prazo, que visa estimular a compra mais rápida e/ou em maior volume de um produto específico por consumidores 55 ou comerciantes. Enquanto a propaganda oferece uma razão para a compra, a promoção de vendas oferecerá um incentivo à compra. Pesquisa e desenvolvimento: As equipes de pesquisa e desenvolvimento devem trabalhar conjuntamente com a equipe de marketing durante os projetos, pois assim a empresa terá a área técnica e mercadológica lado a lado, o que proporcionará mais qualidade aos produtos em desenvolvimento, pois uma possui o conhecimento técnico do produto e a outra a necessidade do cliente e do mercado esta cooperação pode ser feita de varias maneiras: - - Realizar seminários conjuntos para discussão das metas, e problemas de cada um. Atribuir ao projeto a equipes funcionais que incluam profissionais de P&D e de marketing. Manter a participação de P&D no período de vendas, incluindo seu envolvimento na preparação de manuais técnicos, participando de feiras, conduzindo pesquisas juntos aos consumidores e até mesmo fazendo algumas vendas. Envolver a alta administração e adotar procedimentos claros para a solução de conflitos. Em uma empresa, recomenda-se que P&D e marketing se subordinem ao mesmo vice-presidente. Pesquisa de marketing: Envolve a coleta de informações relevantes para a empresa ter conhecimento das necessidades do seu mercado-alvo, satisfação do cliente, posicionamento do seu produto comparado com os da concorrência e obter informações relevantes para um problema específico da empresa. 3.3 Planejamento dos Programas de Ação de Marketing A estratégia representa as forças amplas de marketing para atingir os objetivos do negócio. Para cada item da estratégia mostrado no tópico anterior deve ser elaborado um programa de ação respondendo as seguintes perguntas, vamos considerar como exemplo um programa de ação para promoção de vendas: - - - - O que será feito? - Descrever detalhadamente quais tarefas e ações serão executadas, por exemplo, promoções junto a revendedores ou consumidores, concursos, stands de vendas em grandes magazines, sorteios, etc. Quando será feito? - Definir datas, ou seja, estabelecer período da promoção, justificar por que a escolha daquele período. - Quem fará? Definir os responsáveis pela ação/tarefa, por exemplo, a forças de vendas de uma determinada região que será coordenada pelo gerente regional em conjunto com equipe de marketing e P&D Quanto custará? - Detalhar os custos previstos com a ação/tarefa e justificativas. 56 - 3.4 Qual o resultado projetado? - Projetar vendas em volume financeiro, unitário por produto, abater custos e projetar o resultado (a seguir). Administração do Esforço de Marketing A última seção do plano delineia os controles para monitorar o desenvolvimento do plano. O acompanhamento é feito periodicamente (pode ser mês a mês, a cada trimestre...), assim a empresa pode analisar o andamento do projeto, monitorando os fatos positivos e negativos e fazendo ajustes no percurso quando necessário. É importante existirem planos de contingência prontos para servirem como antídotos em acontecimentos imprevistos como greves, guerra de preços, lançamentos de novos produtos pela concorrência, assim a empresa e sua equipe estarão prontos para enfrentar possíveis dificuldades. O controle de marketing é a seqüência natural do planejamento de marketing. A empresa precisa exercer pelo menos três tipos de controle: - - - Controle estratégico é tentado, por meio de um instrumento conhecido como auditoria de marketing, que é um exame periódico, abrangente, sistemático e independente do ambiente de marketing da empresa, do sistema interno e das atividades específicas de marketing. O propósito da auditoria é determinar as áreas de problemas de marketing e recomendar um plano de ação corretiva para aprimorar a eficácia global do marketing da empresa. Controle do plano anual é a tarefa de administrar os esforços e resultados atuais de marketing, a fim de certificar que as vendas anuais e os objetivos de lucros serão alcançados. Os instrumentos principais são a análise de vendas, as análises de participação no mercado, as proporções de despesas em relação às vendas, outras proporções e determinação de atitudes. Controle de lucratividade é a tarefa de determinar a lucratividade real das diferentes entidades de marketing, tais como o produto da empresa, as zonas, os segmentos de mercado e os canais de comercialização. 57 ANEXO 58 ROTEIRO SUGERIDO PARA UM PLANO DE MARKETING 1. Sumário executivo 2. Análise da situação • • • • • Apresentação da empresa: histórico, missão, valores Análise interna Descrição do negócio e dos produtos Macro-ambiente Micro ambiente análise do mercado (quantitativa e qualitativa) » Análise do mercado » Consumidores (organizacional e pessoa física; intermediário e final) » Concorrentes (diretos e indiretos; produtos e serviços substitutos) » Fornecedores 3. Matrizes analíticas e comparativas: BCG PFOA, Avaliação da competitividade, GE; 4. Perfil de resposta da concorrência 5. Objetivos 6. Estratégias e posicionamento 7. Plano de ação • • • • • Produto Preço Distribuição Comunicação Outros 8. Cronograma e investimentos 9. Revisão, plano de contingêngia e anexos 59