FRONTEIRAS E CONTROVÉRSIAS DO CONHECIMENTO EM MARKETING: EXISTE UMA NOVA LÓGICA DOMINANTE? Autoria: Sylmara Lopes Francelino Gonçalves Dias Resumo Recentemente Vargo, Lusch (2004) reiniciaram a discussão sobre a necessidade de uma nova lógica para o Marketing cuja temática central gravita em torno da dicotomia entre recursos tangíveis e intangíveis. Os autores acreditam que novas perspectivas estão convergindo para o fornecimento de serviços antes que produtos; o que é de fundamental importância para economia atual. Para contrapor Vargo e Lusch apresentamos dois questionamentos. Primeiro, quais são as razões para a mudança de paradigma no pensamento de marketing? Segundo, podemos afirmar que exista uma teoria geral de marketing? Assim o propósito deste ensaio é contribuir para uma reflexão sobre a formação, geração e evolução do conhecimento em marketing, através de uma análise crítica à proposição de Vargo e Lusch (2004) de que a nova lógica em marketing está centrada em recursos intangíveis, co-criação de valor e relacionamento. 1. Introdução Recentemente Vargo, Lusch (2004) reiniciaram a discussão sobre a necessidade de uma nova lógica para o Marketing cuja temática central gravita em torno da dicotomia entre recursos tangíveis e intangíveis. Os autores acreditam que novas perspectivas estão convergindo para o fornecimento de serviços antes que produtos; o que é de fundamental importância para economia atual. A discussão proposta por tais autores é bastante pertinente, pois esta mudança tem implicações para teoria de marketing, prática e pedagogia, bem como para administração em geral e para políticas públicas (BOLTON, 2004). Marketing herdou o modelo de troca da economia, que tem uma lógica dominante baseada na troca de bens, usualmente, manufaturados. Esta lógica está focada em visão positivista de recursos tangíveis, valor agregado e transações. A economia clássica e neo-clássica tradicionalmente olharam o relacionamento entre fornecedores, demanda e bens tangíveis, especialmente os manufaturados. Este foco limitado está enraizado no pensamento filosófico e científico que precedeu o desenvolvimento das ciências econômicas, tanto quanto as proposições de teóricos e práticos de marketing (VARGO e MORGAN, 2005). Desta forma, a velha lógica precisa ser desaprendida (DAY, 2004). Esta visão é corroborada por Sheth et. al (1988) ao demonstrar que as primeiras escolas de pensamento tenderam a colocar o domínio de marketing primariamente focalizado em commodities básicas (algodão, trigo, leite entre outras) materiais manufaturados (ferro, aço, tecido,etc.) e necessidades do consumidor (comida, roupas, etc.). Devido estas origens permanece até os dias atuais a tendência de commoditização1 do conhecimento de marketing (HOLBROOK, 1995). Nesse momento em que o foco da discussão sobre marketing está mudando da coisa transacionada para o processo de transação2, mais do que nunca é importante que se resgate e se rediscuta as bases teóricas sobre as quais a disciplina de marketing foi erigida. Assim o propósito deste ensaio é contribuir para uma reflexão sobre a formação, geração e evolução do conhecimento em marketing, através de uma análise crítica à proposição de Vargo e Lusch (2004) de que uma nova lógica em marketing está centrada em recursos intangíveis, co-criação de valor e relacionamento. Para contrapor Vargo e Lusch apresentamos dois argumentos básicos. Primeiro, quais são as razões para a mudança de paradigma no pensamento de marketing? Se há paradigmas, então marketing pode ser caracterizado como ciência. Afinal, marketing é ciência? Segundo, podemos afirmar que exista uma teoria geral de marketing? Existe um conhecimento dominante em marketing? Se existe, como ele foi construído através da história. Por último, algumas considerações finais são apresentadas. 2. Um novo paradigma para o pensamento de Marketing Vargo e Lusch (2004) acreditam que o paradigma de marketing centrado em bens tangíveis precisa ser repensado. Na perspectiva Kuhniana3, o marketing, então, estaria passando por um período de revolução científica. Se um paradigma dá sustentação ao pensamento científico ele só poderia existir em marketing se o mesmo fosse considerado ciência. Antes que possamos delinear alguma resposta, é preciso entender o que é a ciência, e como ela é construída. De forma errônea, ciência é tida como sinônimo de conhecimento ou de saber. Contudo, também adquirimos conhecimento com a filosofia, a religião, a história e o senso comum. Podese contestar, no entanto, com o argumento de que esses campos do conhecimento não transmitem elementos comprovadamente verdadeiros, e que a ciência apenas apresenta como científico aquilo que se identifica com a verdade. Chegar a uma resposta satisfatória à pergunta “o que é ciência?”, demandaria aprofundados estudos de filosofia, sociologia e epistemologia da ciência, mas não é difícil chegar à conclusão de que ciência não é sinônimo de verdade, mas seu propósito é oferecer novos elementos de verdade, ou então contribuir para a construção da verdade - algo, por sinal, tão ou mais difícil de definir, e que talvez não exista por completo. Nas palavras de Goode e Hatt (1968), ciência é o resultado da acumulação de conhecimentos sistemáticos e neste sentido é um método de abordagem do mundo empírico, ou seja, suscetível de ser experimentado pelo homem. O seu propósito é o de entender o mundo empírico. Na visão de Popper (1978), a ciência pode ser vista como um instrumento usado pela espécie humana para adaptar-se ao ambiente, invadir novos nichos e para inventar novos nichos. Kuhn (1975), utiliza o termo Ciência Normal, e afirma ser um empreendimento altamente cumulativo, extremamente bem sucedido no que toca ao seu objetivo, a ampliação contínua do alcance e da precisão do conhecimento científico. A idéia de Karl Popper de que um conhecimento científico tem de ser falseável para ser considerado válido é contestada por muitos cientistas e filósofos da ciência, que assim admite a sua perene falibilidade. Processos indutivos e dedutivos, por sua vez, estão sujeitos a inúmeros erros, bem como a reprodução e mensuração de fenômenos estão propensas a variações de acordo com as condições em que são feitos os experimentos. Assim, para empreender sua tarefa, a ciência necessita de um método, pois apenas com isso ela pode interrogar sua própria legitimidade. Vemos, portanto, que um dos fundamentos da ciência é o método científico. Em suma, pode-se dizer que o método científico compreende certos preceitos como: a possibilidade de reproduzir os experimentos, e sempre que possível mensurálos; o estabelecimento de hipóteses ou premissas a partir das quais seja possível fazer deduções ou induções a respeito de um determinado tema; a falseabilidade popperiana, segundo a qual uma hipótese deve estar sujeita a testes e refutações, tornando-se mais válida quanto mais vezes superar tais embates. O método científico, enfim, se mostra passível de falhas, a despeito de suas vantagens validadas pela história da própria ciência. Thomas Kuhn, em seu famoso A estrutura 2 das revoluções científicas, acrescenta um elemento importante para o entendimento da atividade científica. Afinal, a ciência se revela cheia de imperfeições, mutável conforme as chamadas revoluções científicas. Acadêmicos de marketing têm proposto uma variedade de perspectivas filosóficas com relação à ciência (BROWN e FISK, 1984). Estes pontos de vista são caracterizados por uma profusão de terminologias: lógica positivista, lógica empiricista, instrumentalismo, realismo, falseabilidade, relativismo, entre outros (PETER e OLSON, 1983; HUNT, 1983, ANDERSON, 1983; FISK e MUNCY, 1987). Enquanto Hunt (1983, 1984), mantém que a lógica positivista4, comumente chamada de lógica empiricista fundamenta o desenvolvimento da teoria em marketing; outro grupo, liderado por Anderson (1983) argumenta que a teoria de marketing deve ser julgada por critérios relativistas. A lógica empiricista assume que a ciência é objetiva, enfatizando mensurações rigorosas e testes de hipótese. Em contraste, relativismo tende a enfatizar aspectos subjetivos e criativos da ciência (LEONG, 1985). Esta controvérsia certamente suporta a distinção de ciência versus arte. Marketing pode ser ciência, disciplina5 ou arte6 (BARTELS, 1951)? Apesar de muitos estudos terem discutido a condição científica do marketing, um consenso ainda não foi atingido. Alguns acreditam que marketing é ciência (BASS, 1995; HUNT, 1983), enquanto outros (BARTELS, 1951; BAUMOL,1957; PETER e OLSON, 1983), assumem que embora procedimentos científicos sejam empregados, como um todo, marketing é uma arte. Trazemos a argumentação de Bartels (1951,p.323) para corroborar tais considerações: Se marketing pode ser considerado uma ciência, o estudo de ambos, forma e conteúdo, deveria corresponder aos padrões da ciência em seu domínio social. Primeiro, o objetivo da investigação deveria ser estabelecido por leis e princípios gerais, não meramente por um conjunto de regras de ação e procedimentos operacionais. Segundo, possíveis predições feitas através do desenvolvimento de leis deveriam ser de importância social e não meramente aplicações institucionais. Terceiro, teorias e hipóteses empregadas em predições e no desenho de novas inferências deveriam ser usadas para ampliar o conhecimento tanto quanto guiar a administração rumo a fins lucrativos. Quarto, abstrações, tanto quanto fatos concretos deveriam ser usados para explicar os fenômenos de marketing”. Portanto, seria prematuro admitir uma mudança de paradigma em uma área de conhecimento em que nem mesmo pode-se afirmar sua cientificidade. Nesta perspectiva seria mais pertinente discutir os limites do conhecimento em marketing e como o pensamento teórico foi construído ao longo do tempo. 3. Fronteiras e controvérsias: existe uma teoria geral de marketing? As teorias têm como objetivo ampliar a compreensão acerca de determinados fenômenos através de uma estrutura sistematizada que permita explicá-los e prevê-los. Deste modo, é inegável a importância da construção de teorias para o avanço do conhecimento em uma determinada área. Assim para garantir a legitimidade de uma teoria é necessário mais do que referências, dados, construtos, diagramas ou hipóteses (SUTTON e STAW, 2003; WHETTEN, 2003). Uma teoria robusta é constituída com definições operacionais precisas e diretas, sendo capaz de explicar e predizer fenômenos, diferenciando-os de um esquema puramente analítico. Uma boa teoria, em resumo, tem condições de confirmar hipóteses. Uma definição de teoria foi dada por Railsback (2005), como sendo um conjunto coerente de proposições que explicam fenômenos, e que são suportadas por extensivas evidências e fatos, 3 e que podem ser usadas para predição de futuras observações. Assim, uma teoria robusta é constituída com definições operacionais precisas e diretas, sendo capaz de explicar e predizer fenômenos, diferenciando-os de um esquema puramente analítico. Uma boa teoria, em resumo, tem condições de confirmar hipóteses. Desta forma, a primeira grande dificuldade na construção de uma teoria em marketing diz respeito às suas fronteiras e controvérsias. A teoria de marketing tem sido alvo de muitos debates e publicações, envolvendo temas relacionados aos limites do conhecimento em marketing ou áreas de sua abrangência (FOXALL, 1989; KOTLER e LEVY, 1969; LACZNIAK e MICHIE, 1979; PETER e OLSON, 1983; VARGO e MORGAN, 2005); aos questionamentos sobre a forma como as teorias de marketing devem ser desenvolvidas, se alinhadas com a arte ou com a ciência (BARTELS, 1951, 1974; BAUMOL, 1957; BROWN, 1995); à discussão sobre a possibilidade de se ter uma teoria geral de marketing (HUNT, 1976, 1992); bem como à divisão entre a teoria e a e a prática acadêmica (LAZER, 1967; O´DRISCOL e MURRAY, 1998). A partir das décadas de 50 e 60, tornou-se evidente o interesse no desenvolvimento de teorias na área de marketing, sobretudo a partir do trabalho de Alderson (1957). Mas a década de 80, foi pródiga na produção e discussão da teoria em marketing. O primeiro sinal foi em 1983, a edição especial de um número inteiro do Journal of Marketing focalizando a teoria de Marketing. Também neste período foram editados vários livros, buscando entender as raízes e fundamentos do conhecimento de marketing a partir do desenvolvimento e evolução do pensamento na área. Mais recentemente o debate mudou para um foco nas necessidades de se ter uma avaliação crítica do Marketing e de suas teorias no contexto das mudanças sociais, econômicas e políticas. Uma corrente de acadêmicos de marketing (BROWN, 1995; BURTON, 2001; ROSSITER, 2001) vem abordando a necessidade de um maior desenvolvimento e disseminação de alternativas críticas da teoria de Marketing. Apesar das pesquisas contemporâneas de Marketing estarem focalizadas em áreas bastante diversificadas percebe-se que uma pequena parte delas centradas no desenvolvimento de teorias (VIEIRA, et al, 2002). Em outras palavras, o que se tem observado é que a maioria dos estudos se insere dentro das prioridades pragmáticas com foco no processo de ´fazer´ Marketing ao invés de refletir criticamente o que está sendo feito, abrindo um debate sobre o que é o conhecimento de Marketing (ROSSITER, 2001). Como conseqüência da abordagem técnica e instrumental, parece haver uma inibição de se trazer novas concepções à natureza e ao escopo de marketing. Os efeitos disso é que certos vieses e barreiras tendem a ser criados no campo de desenvolvimento teórico. Afinal, para o avanço do conhecimento científico é necessário que novas teorias surjam (LIMA,1999). Apesar disso, muitos pesquisadores na área de marketing parecem preocupados com o uso de modelos estatísticos, mensurações e testes de validade (CERCHIARO, et al, 2004). Assim alguns acadêmicos de marketing (BROWN, 1995; GRONRÖOS, 1996; GUMMESSON, HOLBROOK, 1995, LEONG, 1985) alegam que é urgente a necessidade de desconceitualizar, reconceitualizar e a partir de então, universalizar as categorias analíticas do Marketing. Em suma, repensar o Marketing (BROWN, 1995) Numa perspectiva comparativa de escolas de pensamento, a contribuição para a construção da meta-teoria em Marketing foi analisada por Zaltman et al (1982); Hunt, (1976, 1983), Brown e Fisk (1984); Sheth, et al. (1988). Meta-teoria é a ciência da ciência ou a investigação da investigação (ZALTMAN, et al. 1973, ZALTMAN, et al 1982). Envolve a avaliação cuidadosa da metodologia da ciência e aspectos filosóficos relacionados à conduta do trabalho científico. Relaciona-se com a operacionalização dos conceitos científicos, com a lógica dos testes teóricos, com o uso da teoria, com a natureza da causalidade e com os procedimentos para predição. Para esses autores, num sentido mais amplo, meta-teoria refere-se à investigação, análise e descrição: 4 (a) da tecnologia para construção da teoria, (b) da teoria por si própria e (c) da utilização da teoria. Meta-teoria envolve avaliação de teoria baseada em alguns critérios. Embora um certo número de critérios tenha sido desenvolvido, Lee (1994) coloca que a proposta da maioria dos estudos de meta-teoria em marketing pode ser agrupada em três dimensões: (a) fundamentação conceitual; (b) robustez metodológica e (c) e uso prático. Lee (1994), por outro lado, observa que a utilização da meta-teoria tem construído uma rica tradição em marketing, tendo começado com Halbert (1964), Howard, Sheth, (1969); Bartels (1970), Zaltman, Pinson, Angelmar (1973), Hunt (1983) e Sheth, et al (1988). Contudo, os fundamentos teóricos da disciplina de marketing caminharam em várias direções, muitas vezes tratando de assuntos bastante específicos, e, conseqüentemente, dificultando a formulação de uma teoria geral. O trabalho de Sheth, et al (1988) ressalta algumas controvérsias nos estudos realizados em Marketing, embora cite uma série de avanços alcançados no tratamento de temas específicos dentro da disciplina. Porém, a maioria dos temas foram tratados de forma fragmentada, pouco contribuindo para formação de uma teoria geral. 3.1 A fragmentação do pensamento de marketing A argumentação de que não haja uma teoria geral de marketing, mas um conjunto de conceitos, arcabouços e princípios estratégicos e de pesquisa (ROSSITER,2001) podem ter contribuído para os grandes malabarismos metodológicos existentes nas pesquisas de Marketing (GUMMERSSON, 2001). A teoria e pesquisa de Marketing permanecem lealmente positivistas, desconsiderando a construção histórica e política de seu objeto de pesquisa (VIEIRA, et al, 2002). Tais influências nas teorias e práticas de marketing nos ajudam a entender a evolução dos conceitos dentro da disciplina. Desta maneira, um resgate histórico das escolas de pensamento em marketing é apresentado pelo Quadro 2 abaixo. Quadro 2: Escolas de pensamento e as “4 eras” do pensamento de marketing Era e alguns autores “Pré – Marketing” (antes de 1900) - Economia clássica e neoclássica (Smith, 1776; Say, 1821; Marshall (1890) Era I: “ Fundando o Campo” (1900 a 1920) =Commodities (Coppeland, 1923) Era II: “ Formalizando o Campo” (1920-1950) =Institucional (Nystrom, 1915; Weld, 1916) =Funcional (Cherington, 1920; Weld, 1917). Características distintas em cada era de pensamento - Campo não distinto de estudo. Temas são profundamente misturados com o campo econômico. - Desenvolvimento dos primeiros cursos com o título “marketing”. - Ênfase na definição das atividades de marketing como instituição econômica. - Foco em marketing como distribuição - Desenvolvimento dos fundamentos gerais ou “princípios de marketing” - Estabelecimento e desenvolvimento da estrutura de conhecimento para o campo: associação profissional (AMA), conferências, jornais (Journal of Retailing e Journal of Marketing) Idéias fundamentais e proposições Economia torna-se a primeira ciência social a utilizar sofisticação quantitativa das ciências naturais. Valor é agregado através da manufatura (adição de valor, utilidade, valor na troca); produtos são vistos como saídas padronizadas (commodities). Marketing como matéria em movimento. O pensamento de marketing em seus primórdios era a descrição de commodities, instituições e funções de marketing. O maior foco era na transação e como instituição desempenhavam funções de marketing para agregar valor às commodities. O foco nas funções era o começo do reconhecimento de operant recursos. 5 Era e alguns autores Características distintas em cada era de pensamento (Continuação) Idéias fundamentais e proposições Era III: “A mudança de Paradigma” = Escola do comportamento do consumidor, gerencial, sistêmica, (1950-1980): - Negócios devem ser centrados no cliente (Drucker, 1954; McKitterick, 1957). Valor é determinado no mercado (Levitt, 1960). Marketing é uma função de tomada de decisão e solução de problemas (McCarthy, 1960). - Grande crescimento do mercado de Massa e do corpo de pensamento de marketing nos EUA. - Duas perspectivas emergem como domínio principal de marketing: (1) a visão gerencial e (2) a ciência comportamental e quantitativa como chaves para o desenvolvimento do conhecimento futuro. - Infra-estrutura do conhecimento obtém maior expansão e evolução. Firmas devem usar técnicas analíticas para tentar definir um marketing mix a fim de otimizar seu desempenho. Consumidor não compra coisas, mas atendimento ás necessidades. Mudança das respostas funcionais para respostas ao ambiente fornece vantagem competitiva através da diferenciação. Mudança rumo ao valor em uso. Era IV: A Mudança Intensifica: Fragmentação do eixo principal (1980 – atual) = Escola das transações sociais, competitividade baseada em recursos e relacionamento Novos desafios chegam ao mundo dos negócios: foco financeiro de curto prazo, downsizing, globalização e reengenharia. Perspectivas dominantes são questionadas em debates sobre filosofia das ciências. - Pressão “publique ou pereça” intensifica-se entre os acadêmicos. - Infra-estrutura de conhecimento expande-se e diversifica-se dentro de áreas de interesse especializado. Uma lógica dominante começa a emergir numa visão de marketing como um processo econômico e social contínuo em que operant recursos são o parâmetro. A lógica de resultados financeiros não como um fim, mas como um teste de hipóteses sobre a proposição de valor. As premissas que fundamentam esta nova lógica são: (1) conhecimentos são fundamentados na unidade de troca (2) troca indireta mascara a unidade fundamental de troca (3) produtos são mecanismos para distribuição e oferta de serviços (4) conhecimento é fonte fundamental de vantagem competitiva; (5) todas as economias são economias de serviço (6) o consumidor é sempre um coprodutor; (7) o empreendimento só pode ter proposição de valor; (8) uma visão centrada em serviço é herança do relacionamento e orientação para o cliente. - Orientação para o mercado (Koli Jaworski, 1990; Nerver, Slater). - Marketing de serviços (Gronross, 1984; Zeithaml, Parasuraman, Berry, 1985) - Marketing de relacionamento (Berry, 1983, Ducan, Moriarty, 1998; Gummesson, 1994, Sheth, Parvatiyar, 2000) - Gestão de valor da cadeia de suprimentos (Normann, Ramirez, 1993; Srivastava, Shervani, Fahey, 1999) - Gestão dos recursos ( Constantin, Lusch, 1994; Day, 1994, Dickson, 1992; Hunt, 2000; Hunt, Morga, 1995) - Análise da rede (Achrol, 1991, Achrol, Kotler, 1999, Webster (1992) Fonte: a partir de Sheth et al (1988); Wilkie e Moore (2003); Vargo e Lusch (2004). A escola de commodity, por exemplo, analisou os produtos em si, a escola funcional avaliou suas funções, os institucionalistas analisaram seus atores, a escola regional, a rena de marketing. Alderson (1957), da escola funcionalista, já concluía a emergência da troca como o principal domínio de marketing. Em concordância, nas duas últimas décadas, muitos acadêmicos têm admitido que o marketing é uma aplicação de um amplo espectro de relações de troca (BAGOZZI, 1975; RAVALD, GRONRÖSS,1996; ANDERSON, et. al, 1999). Contudo, como as primeiras escolas, os modernos estudos têm, ainda concentrado em um único aspecto do domínio de marketing. Por exemplo, os teóricos de comportamento de compra focalizaram o consumidor, a escola gerencial tem analisado os vendedores, os teóricos da dinâmica organizacional tem estudado as instituições. Similarmente, a escola ativista e 6 macromarketing focalizaram os interesses públicos. A escola de macromarketing, por exemplo, trouxe importantes elementos para análise dos impactos e conseqüências das interações entre sistema de marketing e sistemas sociais (FISK e NASON, 1979; FISK, et al, 1980; SLATER, 1977; WHITE e SLATER, 1978). Esta escola de acordo com Sheth et al (1988) inaugurou uma nova visão da responsabilidade de marketing para com a sociedade. Especificamente, comportamento do consumidor foi a perspectiva dominante, sobretudo nos anos 60 e 70. Apesar de ainda hoje, muitos estudos focalizarem este tema, muitas críticas são feitas ao excessivo uso de modelos estatísticos, mensurações e testes de validade, sem dar a devida importância ao desenvolvimento de novos conceitos e à inclusão de variáveis diferentes. Na década de 80, estratégia de marketing passou a dominar o cenário, numa perspectiva de vantagem competitiva de longo prazo (HUNT e MORGAN,1995). Entretanto, Sheth et al (1988) chamam atenção para o fato de que a junção destas duas perspectivas seria uma combinação ótima, pois o entendimento do consumidor estaria aliado à análise crítica das vantagens competitivas (DAY, 2000; BAGOZZI, 1975). Hunt (1983), por sua vez, apresenta as conclusões a que chegaram os diversos debates acerca dos domínios da teoria de marketing: (a) o grande foco da disciplina são as relações de troca; (b) marketing inclui tanto setores lucrativos quanto não lucrativos; (c) todos os problemas, questões, teorias e pesquisas em marketing devem analisados à luz de três dicotomias categóricas: setor lucrativos e não-lucrativo; perspectiva micro e macro; enfoque normativo e positivista. Mesmo que o atual domínio de marketing tenha amplamente incluído uma variedade de relações de troca (em serviços, em indústrias, em relações sociais, internacionais e nãolucrativas), escolas individuais do pensamento de marketing continuam a estudar somente um agente particular destes relacionamentos. Cada perspectiva parece definir e estruturar o marketing de uma maneira que, na melhor das hipóteses, representa somente uma pintura parcial. Apesar da questão dos relacionamentos estarem dominando os estudos em marketing (VARGO, LUSCH, 2004; VARGO e MORGAN, 2005), ainda permanece a velha controvérsia da homogeneidade interna do marketing: marketing de serviços e de produtos são diferentes? Sheth et al (1988) admitem não saber qual é o domínio próprio de marketing ou quais os limites que a disciplina possa ter. Esta indecisão se deve ao fato de que ainda há incerteza quanto ao correto limite externo de marketing. 3.2 Uma lógica centrada em serviços Como se pode observar, nem ao menos existe consenso sobre quais são as questões fundamentais do marketing. Embora o conceito de troca (exchange) ser reconhecido como o “core concept” em marketing por mais de seis décadas, uma teoria geral da troca com genérica aplicabilidade em qualquer contexto organizacional ainda está por ser desenvolvida (ANDERSON, et al, 1999; FOXALL, 1989). Sabendo que o pensamento de marketing fundamentou-se na lógica do produto, seria prudente acreditar que estamos assumindo uma nova lógica no pensamento de marketing? Passadas muitas décadas, novas perspectivas têm emergido, focalizando agora recursos intangíveis, co-criação de valor e relacionamento. Vargo, Lusch (2004) acreditam que novas perspectivas estão convergindo para formar uma nova lógica dominante em marketing, uma vez que o fornecimento de serviços antes que produtos é fundamental para economia. Referências sobre serviços estão presentes desde a origem do pensamento acadêmico de marketing (VARGO, MORGAN, 2005). Serviço foi descrito como “ajudante da produção e 7 marketing de produtos” (Converse, 1930 apud FISK, BROWN, BITNER, 1993). Um pouco mais tarde este mesmo autor ampliou o conceito de serviços: “todas as coisas não físicas pelas quais gastamos dinheiro”, sem deixar de destacar que existe uma grande heterogeneidade de tipos de serviços (Converse, 1936 apud VARGO, MORGAN, 2005). Entretanto, a emergência do marketing de serviços como uma subdisciplina foi lenta. Fisk, Brown, Bitner (1993) chamaram o período anterior a 1980 de estágio ‘rasteiro’ de serviços em marketing. Eles citam o crescimento do número de dissertações (JOHNSON, 1969; PARKER, 1958) dedicadas exclusivamente ao tema de serviços como o prenúncio desta era. Os primeiros artigos dedicados a serviços (JUDD, 1964; REGAN, 1963; RATHMELL, 1966) foram publicados neste período, assim como o primeiro livro (JOHNSON, 1966). O foco destes acadêmicos empenhou-se genericamente para delinear produtos a partir de serviços, assim como o tema de gerenciamento de marketing de intangíveis. Durante este período, a dificuldade relativa de definir serviços tornou-se aparente. Muitos esforço foi empreendido para definir serviços buscando uma definição única, por exemplo, listas de características de serviços que o diferenciava de produtos (JUDD, 1964). Vargo e Morgan (2005) citam o artigo de Rathmell (1966) como precursor das características que amis tarde tornaram-se as diferenças mais aceitas entre produtos e serviços (intangibilidade, hetrogeneidade, inseparabilidade entre produção e consumo e perecibilidade). Shostack (1977) coloca que. “o clássico ‘marketing mix’ e toda linguagem de marketing deriva da manufatura de bens físicos” e assume ser um desafio para serviços quebrar esta ligação com o marketing de produtos. Vargo e Morgan (2005) apontam o período compreendido entre 1980 e 1985 como o fim do debate entre produtos e serviços, focalizando em temas mais substantivos. Lovelock (1983), por exemplo, oferece um conjunto de matrizes relacionando serviços com gestão estratégica. A definição de serviços amadurece: “serviço é um processo ou desempenho, antes que uma coisa” (LOVELOCK,1983). Zeithaml, Parasuraman e Berry (1985) desenvolveram um modelo conceitual para entender a percepção da qualidade em serviços, e Solomom et al (1985) delineou os componentes críticos para entendimento os conflitos em serviços. O período atual do pensamento de serviços tem sido rotulado como “caminho correto” (VARGO e MORGAN, 2005) e é descrito por Fisk, Brown e Bitner (1993) como “um período e explosivo crescimento em números de publicações e significativo aumento do rigor teórico e empírico em seu conteúdo”. Estes autores ainda observam que da mesma forma que comportamento do consumidor foi o tema de interesse predominante nos anos 60, serviços têm atraído o grande foco de marketing atualmente. Embora, Berry e Parasuraman (1993) acreditem que serviços estão emergindo como um campo legítimo dentro de marketing, eles ainda ligam o desenvolvimento de serviços em marketing com o “crescimento de um novo produto”, denominado “produto intangível”. Mais uma vez emergindo a predominância do modelo centrado em produtos. Os acadêmicos de marketing, sem dúvida, têm feito grandes contribuições dentro da disciplina e serviços tem ganhado respeitabilidade como uma subdisciplina. Entretanto, a lógica da transação ainda é dominada pelo produto, pois fundamentou o pensamento de marketing, e constantemente discussão dos bens tangíveis e intangíveis volta a tona (VARGO, LUSCH, 2004). Gummesson (1993) aponta dois problemas do uso de produto físico como ponto de referência: (1) isto pressupõe que haja uma clara ambigüidade na definição de produtos, e (2) isto força serviços a existir na condição de produto, em vez de permiti-lo existir por suas próprias condições. Assim, a caracterização de serviços pela sua antítese é a grande desvantagem desta comparação com um modelo econômico centrado em produtos (VARGO, MORGAN,2005). Questionando a utilidade da discussão entre produtos e serviços Gummesson (1993), 8 responde se outra classificação pode ser feita de forma mais significativa, e insiste em questionar “em que esta dicotomia implica e como ela pode contribuir para melhorar o entendimento ou a efetividade está pouco claro”. Enquanto a essência do papel de serviços estiver atrelada à finalidade de atividade econômica como a produção de bens, pouco irá avançar na definição de serviços. Riddle (1986) aponta mitos associados à subordinação e subserviência do papel de serviços fundamentado na perspectiva dominante de manufatura. Ele arrisca: A falácia perpetuada pela rotulação do setor de serviços como “terciário”, residual” ou”pósindustrial” tem sido explorada. Por causa da inadequação de definições de serviços a priori, a maioria dos erros conceituação em relação a perecibilidade e intangibilidade de serviços irão persistir... Serviços são a liga que segura a economia junta, a indústria que facilita toda transação econômica, e a força motriz que estimula a produção de bens. (p.28) Concordamos com Souza (2004), ao afirmar que esta discussão é improdutiva na medida que as entidades compradoras e consumidoras buscam a satisfação de suas necessidades ou soluções para seus problemas. Ou de outra forma, o processo de satisfação de necessidades é intrinsecamente relacionado a prestação de serviços, com o produto servindo de veículo para esse processo, já que os consumidores compram a idéia de valor, que se estende para além do próprio produto e envolve o processo transacional como um todo. Foxall (1989) dá uma resposta a esta confusão resgatando o trabalho clássico de Alderson (1957), “o propósito básico de marketing é combinar oferta e demanda”. Combinar envolve harmonizar, integrar, coordenar e sincronizar o processo de produção e consumo. Então, as raízes do conceito de co-criação de valor e relacionamento trazidos à discussão por Vargo e Lusch (2004) já estavam definidos há quase cinqüenta anos atrás. Alderson (1957) também aconselhava “O que é necessário não é a interpretação da utilidade criada por marketing, mas a interpretação de marketing para todo o processo de criação de utilidade”. 4. Considerações finais Da lógica de marketing para o século XXI centrada em relações de prestação de serviços emerge a discussão sobre os modelos de relações transacionais em que os clientes serão os agentes ativos no desenvolvimento de soluções sob medida, que atendam às suas necessidades específicas (VARGO e LUSCH, 2004; SOUZA, 2004). Portanto, é preciso lembrar que na essência o consumidor realmente busca e quer o serviço e não um produto (DEIGHTON e NARAYANDAS, 2004). O consumidor compra benefícios (VARGO e MORGAN, 2005). Não resta dúvida que o questionamento destas controvérsias em marketing se deve à diversidade de fenômenos estudados, a falta de critérios para a construção teórica e a utilização, muitas vezes inadequada, de conceitos oriundos de outras áreas. A natureza amorfa do marketing dá a impressão de que o marketing nada mais é que um aglomerado de estudos7, às vezes sem uma ligação clara (BARTELS,1951). A brilhante discussão trazida por Vargo e Lusch (2004), afirmando que estamos vivenciando uma mudança nos paradigmas de marketing, supervaloriza a evolução do pensamento teórico desta disciplina, imprimindo-lhe uma condição científica que ainda não alcançou. Como realçamos neste ensaio, muitas escolas já retrataram a visão de marketing centrada em serviços. Ademais, será que cinqüenta anos depois estamos começando a decifrar os ensinamentos de Wroe Alderson? Referências Bibliográficas 9 ALDERSON, Wroe. Marketing behavior and execute action: a functionalist approach to marketing theory. Homewood, IL: Richard D. Irwin, Inc. 1957. ANDERSON, Paul F. Marketing, scientific progress, and scientific method. Journal of Marketing, v. 47, Fall, 1983, p.18-31. ANDERSON, W. T.; CHALLAGALLA, G. N., McFARLAND, R. G. Anatomy of exchange. Journal of Marketing Teory and Practice, v. 7, Fall, 1999. BAGOZZI, R. P. Marketing as a exchange. Journal of Marketing. v. 39, October, 1975. BARTELS, Robert ."The identity crisis in marketing," Journal of Marketing, n. 38, October, 1974, p. 73-76. BARTELS, Robert "Can marketing be a science?" Journal of Marketing, v. 15, January, 1951, p. 319-328 BASS, F. M. The future of research in marketing: marketing science. Journal of Marketing Research. V. 30 February, 1993. BAUMOL, W. J. On the role of marketing theory. The Journal of Marketing, April, 1957. BOLTON, Ruth N. Invited commnetaries on “Envolving to a new dominant logic for marketing”. Journal of Marketing,v.68, January, 2004, p.18-27. BROWN, S. W.; FISK, R. Marketing Theory: distinguished contributions, New York: John Wiley, Sons, Inc.,1984 BROWN, S. Postmodern Marketing. London: International Thomson Business Press, 1995. CERCHIARO, Isabel B; SAUERBORNN, João Felipe R. AYROSA, Eduardo A. T. Um visão alternativa da pesquisa em marketing: como a Fenomenologia pode contribuir para gerar conhecimento em Marketing. ENCONTRO DE MARKETING,1. Anais. Atibaia, ANPAD, 2004. DAY, G. S. Managing market relationship. Journal of the Academy of Marketing Science, v. 28 n. 1, 2000. DAY, G. S. Achieving advantage with a new dominat logic. In: Invited commnetaries on “Envolving to a new dominant logic for marketing”. Journal of Marketing,v.68, January, 2004, p.18-19. DEIGHTON, J.; NARAYANDES D. Storie and theories. In: Invited commnetaries on “Envolving to a new dominant logic for marketing”. Journal of Marketing,v.68, January, 2004, p.19-20. FISK, R.P; MUNCY, J.A. Cognitive Relativism and the Practise of Marketing Science,. Journal of Marketing, v. 51, Jan, 1987. FISK, R. P; BROWN, S.W.; BITNER, M.J. Tracking the evolution of the services marketing literature. Journal of Retailing,v.68, n. 1, 1993, p.61-103. FOXALL, Gordon. Marketing's Domain. European Journal of Marketing, n. 23, v. 8, 1989, p.723 GUMMESSON, E. Quality management in service organization. New York: International Service Quality, 1993 10 GUMMESSON, E. Are current research approaches in marketing leading us astray? In: Marketing Theory, v. 1, n.1 Sage Publications, 2001, p.27-48. HOLBROOK, Morris B. The four faces of commodification in the development of marketing knowledge. Journal of Marketing Management, v. 11, 1995, p. 641-654. HUNT, Shelby. The morphology of theory and the general theory of marketing. Journal of Marketing, April, 1971 HUNT, Shelby D. Marketing theory: the philosophy of marketing science. Homewood, IL: Richard D. Irwin, Inc. 1983. HUNT, Shelby D. "Marketing Is . . ." Journal of the Academy of Marketing Science, n. 20 Fall, 1992, p. 301-311. HUNT, Shelby D., MORGAN, R. The comparative advantage theory of competition. Journal of Marketing, v. 59, April, 1995. JUDD, R.C. The case for redefining services. Journal of Marketing, v. 18, 1964, p.58-59 KOTLER, P.; LEVY, S. J. Broadening the concept of marketing. Journal of Marketing, v. 33, n.1, 1969, p.10-15. KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo, Perspectiva, 1975. LACZNIAK, Gene R., MICHIE, Donald A. The Social Disorder of the Broadened Concept of Marketing, Journal of the Academy of Marketing Science, n.7, Summer, 1979, p. 214-231. LAZER, W. Some observation of the state of the art of marketing theory. In: KELLEY, E. J., LAZER, W. Managerial marketing perspectives and view points. Homewood, Irwin, 1967. LEE, Moonkyu. “Consumer responses to price: a metatheorical review”. Journal of Marketing: theory and practice. Fall/Winter, 1993/94. LEONG, S. M. “Metatheory and metamethodology in Marketing: A Lakatosian reconstruction”. Journal of Marketing, v.49, Fall, 1985, pp. 23-40. LIMA, J. B. Pesquisa qualitativa e qualidade na produção científica em Administração de Empresas, In: ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 23., 2001, Foz dos Iguaçu. Anais. Foz do Iguaçu, ANPAD, 2001 [CDROM]. LOVELOCK, C.H.Classifying services to gain strategic marketing insigths. Journal of Marketing, v. 47, 1983, p. 9-20. O´DRISCOLL, A. MURRAY, J. A. The changing nature of theory an practice. In: Marketing: On value of synchrony. Journal of Marketing Management, n. 14, 1998, p.391-416. PETER, J. Paul; OLSON, Jerry. Is science marketing? Journal of Marketing, n. 47, Fall, 1983. POPPER, Karl. Lógica das ciências sociais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/UnB, 1978. PRAHALAD, C. K. The cocreation of value. In: Invited commnetaries on “Envolving to a new dominant logic for marketing”. Journal of Marketing,v.68, January, 2004, p.23. RAILSBACK, B. Scientific Thought : Facts, Hypotheses, Theories, and all that stuff. Disponível em www.gly.uga.edu/railsback. [Acesso em 13.10.2005] 11 RIDDLE, D.I. Service led growth: the role of the service sector in world development. London: Praeger, 1986. ROSSITER, J. R. The C-OAR-SE Procedure for scale development in Marketing. Working Paper, Department of Marketing, University of Wollongong, Australia, March, 2001. SHETH, J. N.; GARDNER, D. M.; GARRET D. E. Marketing theory: evolution and evaluation. New York: John Wiles & Sons, 1988. SHETH, J. N.; SISODIA, R. S. A dangerous divergence: marketing and society. Journal of Public Policy & Marketing, v. 24, spring, 2005, p. 160-162. SHOSTACK, G.L. Breaking free from product marketing. Journal of Marketing, v. 41, 1977, p.73-80 SOLOMON, M.R.; SURPRENANT, C.F.; CZEPIEL, J. A.; GUTTMAN, E. G. A role theory perspective on dyadic interactions. Journal of Marketing, v. 49, 1985, p. 99-111. SOUZA, Ricardo Fasti. Dependência e poder ou exercício de resistência e exercício de poder? Um ensaio sobre dependência em redes relacionais. Encontro Nacional de Pós-Graduação em Administração. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓSGRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 28., 2004, Atibaia. Anais. Atibaia (SP): ANPAD, 2004 [CD-ROM]. SUTTON, R. I.; STAW, B. M. O que não é teoria. In: Revista de Administração de Empresas, vol. 43, no. 3, pp. 74-84, 2003. VARGO, Stephen L.; LUSCH, Robert F. Evolving to a new dominat logic for marketing. Journal of Marketing, v. 68, January, 2004, p. 1-17 VARGO, Stephen L.; MORGAN, Fred. Services in society and academic thought: an historical analysis. Journal of Macromarketing, v. 25,n.1, June 2005, p. 42-53. VIEIRA, Ricardo S. G.; DIAS, Cecília M.; RODRIGUES FILHO, José; ANJOS NETO, Mário. O conhecimento do Marketing sob os olhos da teoria crítica. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 26., 2002, Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: ANPAD, 2002 [CD-ROM]. WEBSTER, Jr. Frederick E. A perspective on the evolution of marketing management. Journal of Public Policy and Marketing, v. 21, n. 1, Spring, 2005. WEICK, Karl E. Theory construction as disciplined imagination. Academy of Management Review, v. 4 n. 14, 1989. WHETTEN, D. A. O que constitui uma contribuição teórica? In: Revista de Administração de Empresas, vol. 43, no. 3, pp. 69-73, 2003. WILKIE, W.L. MOORE, E. S. Marketing´s Contributions to Society. Journal of Marketing, p. 208, 1999. Wilkie, W. L.; Moore E. S. Scholary research in marketing: exploring the “4 eras” of thought development. Journal of Public Policy and Marketing. V. 22,n. 2, Fall, 2003. ZALTMAN, G. P.; LeMASTERS, K.; HEFRING, M. Theory construction in marketing. New York: John Wiley , Sons, 1982. 12 ZALTMAN, G.; PINSON, C. R. A; ANDLEMAR R. Metatheory and consumer research. Dryden press, 1973. ZEITHAML, V. A.; PARASURAMAN, A.; BERRY, L. L. Problems and strategies in services marketing. Journal of Marketing, v. 49, 1985, p.33,46. Notas 1 Commoditização refere-se a um processo ou tradição de tratar qualquer objeto (uma pessoa, lugar, evento, ou qualquer coisa) como uma commodity que pode ser projetada, embalada, distribuída e “marketizada”. 2 Vargo e Lusch (2004) conceituam como operand a coisa transacionada e operant o processo de transação. 3 A figura central do pensamento de Kuhn (1975) é a questão do paradigma, o que dá sustentação ao pensamento científico. Com o avanço da ciência há o aparecimento de anomalias que podem por a prova o paradigma, surgindo então teorias que buscam explicar essas anomalias. Quando estas anomalias não podem ser ajustadas ao paradigma ocorre uma crise que pode desencadear uma revolução científica e instauração de um novo paradigma. 4 O termo positivismo usualmente refere-se um tipo de empiricismo estrito, em que somente o conhecimento baseado na experiência direta (observações diretas) é considerado importante, útil e com significado científico (Peter, Olson, 1983). Com forte ênfase em dados empíricos, positivismo depende muito da lógica simbólica formal como ferramenta de análise. 5 Disciplina enfatiza o lado acadêmico da matéria; matéria que é ensinada. 6 Arte significa o fazer, antes que o conhecimento. A arte em marketing pode ser entendida como uma técnica, cujos aspectos aplicados e profissionais são importantes. 7 Marketing é uma combinação de conhecimentos oriundos da economia e de outros campos como a psicologia, sociologia, contabilidade, legislação, produção, engenharia e ciência política. 13