Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 83 RELAÇÃO ENTRE ORIENTAÇÃO PARA MERCADO, ORIENTAÇÃO PARA STAKEHOLDERS E OS CONSTRUTOS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO EM IES Marcelo Curth de Oliveira Resumo O mercado atual apresenta um evidente aumento da competitividade entre as empresas, um ambiente externo em constante mutação, mudanças no perfil dos consumidores e exigência por produtos e processos inovadores. Observa-se que as organizações que atuam no ensino superior também vêm sofrendo o impacto de um ambiente mais competitivo (ANTONI, DAMACENA e LEZANA, 2006), em que se registra um aumento no número de instituições. Dessa forma, observa-se que as empresas estão investindo na construção de relacionamentos de longo prazo, para atrair e manter os clientes, buscando assegurar a lealdade dos mesmos e proteger suas margens de rentabilidade (PEPPERS, 1999). Corroborando com relação ao relacionamento, Sabino et al. (2005) argumentam que os stakeholders possuem grande potencial de influência no ambiente e na estrutura das organizações, devendo estas se preocupar também com todos os atores que podem influenciar na sua tomada de uma decisão. Assim, tendo como base os temas orientação para mercado, orientação para stakeholders e os construtos do marketing relacional, o trabalho que se segue tem como proposta entender as relações existente entre eles em Instituições de Ensino Superior (IES). Os resultados encontrados ressaltam de maneira positiva as relações de importância entres os construtos das orientações de mercado e stakeholders e entre os mesmos e os construtos do marketing de relacionamento, com ênfase nos construtos comprometimento, confiança e lealdade. Palavras-chave: Orientação para Mercado; Orientação para Stakeholders; Marketing de Relacionamento. 1 INTRODUÇÃO O aumento da competitividade entre as empresas, o ambiente externo em constante mutação, as mudanças no perfil dos consumidores e a exigência por produtos e processos inovadores têm dado aos estudos de orientação para o mercado uma importância crescente no campo das melhores práticas de gestão, além de trazer à tona debates relativos às divergências existentes entre o marketing transacional e o marketing de relacionamento (CURI, 2007). Seguindo a linha das orientações, Day (1994) aponta que a orientação para o mercado é entendida como a habilidade das empresas em aprender continuamente sobre os clientes, sobre a concorrência e sobre os fatores ambientais e agir sobre os eventos e as tendências, em mercados atuais e potenciais, tornando-se uma discussão proeminente no âmbito da teoria de marketing a partir da década de 1990 (FARIA, 2008). Nesse sentido, estudos desenvolvidos por Kohli e Jaworski (1990), Jaworski e Kohli (1993), Desphandé, Farley e Webster, (1993), Narver e Slater (1990), Slater e Narver (1994), Day (1994, 2001), Day e Wensley (1988) conceituaram e definiram a medição de construtos relacionados à orientação para o mercado em diferentes segmentos, bem como comprovaram que, quando adotada por uma organização, permite a ela uma performance superior nos negócios. Porém, poucos foram os trabalhos sobre o assunto desenvolvidos no mercado de Instituições de Ensino Superior (IES), o qual foi estudado apenas por Faleiro (2001) e Antoni, Damacena e Lezana (2004). Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 84 Dessa forma, observa-se que as empresas estão investindo na construção de relacionamentos de longo prazo para atrair e manter os clientes, buscando assegurar a lealdade destes e proteger suas margens de rentabilidade (PEPPERS, 1999). Nessa mesma linha, o pensamento contemporâneo da área de marketing parece convergir para compreender a lealdade dos clientes e garantir a sobrevivência das empresas perante a concorrência. Relacionado a isso, Hennig-Thurau, Gwinner e Gremler (2002) relatam que a busca por relacionamentos de longo prazo tem como objetivos principais ampliar a produtividade, expandir a empresa, obter lucros sólidos e reduzir os custos, para manter-se competitivo em um mercado cada vez mais exigente. Ainda em relação ao relacionamento com os diversos atores do mercado, Sabino et al. (2005) argumentam que os stakeholders possuem grande potencial de influência no ambiente e na estrutura das organizações, devendo estas se preocupar também com todos os atores que podem influenciar na sua tomada de decisão. No caso específico das universidades, a Teoria dos Stakeholders pode ser útil para ajudar a explicar a atenção prestada às várias comunidades do meio envolvente dessas organizações, bem como os relacionamentos entre elas e suas comunidades (JONGBLOED; ENDERS; SALERMO, 2008). Assim, tendo como base os temas orientação para mercado, orientação para stakeholders e os construtos do marketing relacional, o trabalho que se segue tem como proposta entender suas relações em Instituições de Ensino Superior (IES). Diante disso, este estudo se estrutura da seguinte forma: na primeira etapa se desenvolverá a fundamentação teórica, que explorará os conceitos orientação para mercado, orientação para stakeholders e marketing de relacionamento; e, numa segunda etapa, mostrará algumas das relações já existentes entre os mesmos temas e seus principais motivos e resultados. Por fim, apresentam-se os resultados e conclusões do estudo, no qual se objetivou a contribuição para o desenvolvimento acadêmico e gerencial de IES. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Orientação para Mercado A orientação para o mercado, de acordo com Narver e Slater (1990), é a cultura organizacional que estimula os comportamentos necessários à criação de valor superior para o cliente de forma mais eficaz e eficiente, proporcionando desempenho superior e sustentado. Relacionado a isso, Deshpandé, Farley e Webster (1993) também entendem que a orientação para o mercado está relacionada à cultura da empresa, significando um padrão de crenças e valores compartilhados que ajudam a entender como a empresa funciona, ao mesmo tempo em que fornece o direcionamento para a organização. Os autores defendem que a orientação para o mercado é o conjunto de crenças que coloca em primeiro lugar os interesses do consumidor, não excluindo todos os demais públicos relevantes, tais como proprietários, gerentes e empregados, a fim de desenvolver uma empresa lucrativa no longo prazo. Para Varadarajan e Jayachandran (1999), a orientação para o mercado é um conjunto de ações tangíveis que uma empresa introduz, bem como a cultura básica que a capacita a acompanhar as variações da oferta e da demanda no mercado e orquestrar respostas apropriadas para tais mudanças. Assim, observa-se que conhecer as necessidades dos clientes dentro da estratégia de orientação para o mercado não é responsabilidade apenas do departamento de marketing, pois toda a empresa deve se responsabilizar pelo atendimento dessas necessidades, promovendo um marketing coordenado (KOHLI; JAWORSKI, 1990). Além disso, os autores consideram que o Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 85 construto é influenciado por aspectos como o envolvimento do time de diretores/gerentes e pelos conflitos departamentais, moderado por variáveis ambientais (turbulência tecnológica, turbulência de mercado e intensidade competitiva) e manifestado no espírito de corpo da equipe e no resultado da empresa. Essa orientação obriga as organizações a terem estruturas que gerem capacidades para forjar conexões mais próximas com o mercado e a reagirem rapidamente às novas necessidades dos clientes, ou, mesmo, a prevê-las (DAY, 2001), além de buscarem uma vantagem competitiva sustentável (DAY, 1994). Relacionado a isso, Narver e Slater (1990) defendem que a orientação ao mercado consiste em três componentes comportamentais: orientação para o cliente, orientação para os competidores e coordenação interfuncional e orientação para o mercado com base em dois critérios de decisão: foco no longo prazo e na lucratividade. As visões sobre orientação para o mercado possuem enfoques diferentes, em que se destaca o estudo de Jarworski e Kohli (1990), no qual a orientação para o mercado representa uma forma da organização implementar os conceitos de marketing relacionados ao foco no cliente, ao marketing coordenado e à lucratividade. De acordo com os autores, a orientação para o mercado implica em: (a) formação de uma inteligência de mercado, que capte informações sobre necessidades e desejos dos consumidores, atuais e potenciais, bem como, sobre a movimentação de seus concorrentes; (b) disseminação desta inteligência pela empresa; (c) capacidade de a empresa responder ao mercado, por meio da oferta de produtos ou serviços que satisfaçam seus clientes. Da mesma forma, Day (2001) afirma que a organização orientada para o mercado tem uma capacidade elevada em relacionamento com o mercado, a qual consiste numa maior lealdade dos clientes e, por consequência, em vantagens sustentáveis, baseadas na reciprocidade, compromissos mútuos, confiança e elos, passando pelo compartilhamento de informações, parceria cooperativa e coordenação conjunta de processos para o desenvolvimento de tecnologia e produtos. O mesmo entende que empresas orientadas para o mercado estão mais capacitadas para perceber as oportunidades e, também, para compreender o mercado e com isso atrair e manter clientes valiosos (DAY, 2001). Em uma linha semelhante a de Jarworski e Kohli (1990), Morgan e Hunt (1994) entendem que a orientação para o mercado defini-se como a coleta sistemática de informação sobre clientes e concorrentes, presentes e potenciais; a análise sistemática da informação para desenvolver conhecimento do mercado; e o uso sistemático de tal conhecimento para guiar a estratégia de reconhecimento, compreensão, criação, seleção, implementação e modificação. Além disso, Hunt e Morgan (1994) afirmam que empresas capazes de, efetivamente, empregar os recursos da orientação para o mercado são prováveis de possuir uma posição de vantagem competitiva sustentável e desempenho financeiro superior em longo prazo. Quadro 1. Síntese dos resultados sobre o tema orientação para mercado. Autores/Ano Temática Central/Resultados Shapiro, (1988) A orientação para o mercado é vista como base para a tomada de decisão. Narver e Slater, (1990) A orientação para o mercado é tratada como um aspecto da cultura organizacional. Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 86 Johli e Jaworski, (1990) A orientação ao mercado é abordada sob a perspectiva de um conjunto de processos: geração de informações, disseminação das informações e resposta a informações. Deshpandé, Farley e Webster, (1993/1998) Em um primeiro momento (1993), relacionaram a orientação para o mercado como uma forma de cultura organizacional. Posteriormente (1998), redefiniramna como um conjunto de processos voltados a criação e satisfação dos clientes. Day, (1994) Abordou a orientação para o mercado como um conjunto de processos especiais que se bem desenvolvidos determinam o grau de orientação de mercado de uma firma. Agrupou estes processos em três grupos: os internos, os externos e os integradores. Hunt e Morgan, (1994) Defendem que as competências essenciais de uma firma são as que criam valor para os clientes, assim, argumentam que a orientação para o mercado é uma competência essencial da organização, um recurso intangível. Horng e Chen, (1998) Abordaram que a orientação para o mercado em relação entre empresas de médio e pequeno porte é um determinante crítico do desempenho geral das mesmas, assim como do comprometimento organizacional dos seus empregados. Hurley e Hult, (1998) Trataram a orientação para o mercado como um aspecto da cultura organizacional que explica como as firmas desenvolvem novos comportamentos, bem como vantagens competitivas. Fonte: Dados da pesquisa. 2.2 Marketing de Relacionamento em IES Como um campo de estudo, o marketing de relacionamento começou a atrair as atenções no início dos anos 90, quando as empresas começaram a fazer associações de longo prazo para conter os efeitos do aumento de demanda dos clientes e da intensificação da competição global (BAKER; SIMPSON; SINQUAW, 1999). Da mesma maneira, no final dos anos 80 e início dos anos 90, as pesquisas começam a dar destaque à importância do desenvolvimento de relacionamentos para a efetividade do marketing, especialmente no contexto business-to-business (PILLAI; SHARMA, 2003). Nesse sentido, observou-se que relacionar-se por um longo prazo, no contexto de marketing, significa um processo de continuidade e repetição na ação e o processo de conquista da lealdade de um consumidor está amplamente vinculado ao conceito de relacionamento (MORGAN; HUNT, 1994). Da mesma forma, Day (1999), argumenta que para formar um relacionamento com o mercado, quatro dimensões devem estar presentes: benefícios mútuos, comprometimento, confiança e ligações conectivas. Dessa forma, a ideia central na parceria é que diferenças na confiança e no comprometimento são as características que mais distinguem clientes parceiros de clientes com uma orientação para transações únicas ou transações repetidas (BERRY, 1995; WEBSTER, 1992). Nesse sentido, Morgan e Hunt (1994) formularam um modelo de marketing de relacionamento (modelo KMV – key mediating variable) no qual comprometimento e confiança aparecem como variáveis mediadoras chaves entre cinco Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 87 importantes antecedentes (custo do término do relacionamento, benefícios do relacionamento, valores comuns, comunicação e comportamento oportunista) e cinco resultados (aquiescência, propensão para a saída, cooperação, conflito funcional e incerteza na tomada de decisão). Os autores apresentam as relações referentes às trocas relacionais e o marketing de relacionamento, tendo como ponto principal as parcerias. No contexto do ensino, a análise bibliográfica realizada apresentou estudos seminais na perspectiva do marketing de relacionamento em IES. A destacar, o estudo de Hennig Thurau, Langer e Hansen (2001) cujo objetivo foi modelar a lealdade do estudante com base na qualidade do relacionamento, através da inter-relação entre qualidade percebida do ensino e serviços oferecidos, confiança nos funcionários da instituição e comprometimento do aluno com a instituição. Esses autores desenvolveram o modelo Relationship Quality-based Student Loyalty – RQSL, que representou um grande progresso no entendimento do relacionamento entre as IES e os alunos/clientes. Da mesma forma, Sirdeshmukh, Singh e Sabol (2002) propõem um modelo em que aparecem como antecedentes da lealdade o valor e a confiança, esta última dividida em duas facetas distintas: confiança nos empregados de contato e confiança nas políticas e práticas gerenciais. Congruente a isso, Kotler e Fox (1994) destacam que, para trabalhar a retenção, deve haver um compromisso de visibilidade da instituição, refletindo em sistemas de recompensa formal e informal, e todas as unidades da IES que entram em contato com os alunos devem ser parte da solução, não apenas o departamento de admissões e de matrículas. Os autores enfatizam que um plano de retenção eficaz deve incluir todos os pontos de contato entre a Instituição e o aluno. Nesse sentido, McLaughlin, Brozovsky e McLaughlin (1998) defendem a ideia da retenção dos alunos como objetivo estratégico, o que seria seguido de uma profunda mudança na cultura organizacional da IES, tratando os clientes-alunos como, de fato, stakeholders da instituição. Dessa maneira, torna-se importante buscar o entendimento do conceito stakeholders, bem como conhecer e distinguir quem são, como e qual o grau de interação entre os mesmos e as IES. 2.3 Orientação para Stakeholders As definições a respeito dos stakeholders têm origem a partir da segunda metade do século XX, conforme sua acepção clássica, formulada inicialmente em 1963, por meio de um documento interno do Stanford Research Institute, que observa os stakeholders como aqueles grupos cuja inexistência de suporte acarretaria o fim da existência da organização (FREMAN; REED, 1983). Nos estudos de Freeman e Reed (1983) são observadas duas abordagens a respeito da teoria dos stakeholders, em sentido amplo. Os autores apontam que stakeholders são “qualquer grupo ou indivíduo, identificável, que possa afetar a consecução dos objetivos de uma organização ou que é afetado pela consecução dos objetivos da mesma” (p. ). Ressalta-se que tais grupos podem ser os principais concorrentes, sindicatos, empregados e investidores, dentre outros. Em sentido restrito, ou seja, em que stakeholder seria “qualquer grupo ou indivíduo no qual a organização é dependente para a sua contínua sobrevivência”. Destaca-se que se inserem nessa abordagem, atores como: determinados fornecedores, instituições financeiras e acionistas, dentre outros. Assim, entende-se que, conforme os objetivos e o ambiente de competição que cada organização está inserida, esse conceito poderá ser ou não expandido (FREEMAN e REED, 1983). Da mesma forma, Carrol (1993) apontam que as organizações que estão inseridas num contexto social que envolve diversos Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 88 stakeholders, estes entendidos como “grupos ou indivíduos com os quais a organização interage ou possui interdependência”, ou ainda, “qualquer indivíduo ou grupo que pode afetar ou ser afetado por ações, decisões, políticas, práticas ou objetivos alcançados pela organização” (p.). Nesse sentido, o autor aponta que os grupos com os quais as empresas interagem podem ser classificados em primários e se caracterizam como aqueles com os quais são estabelecidas relações contratuais, sendo os demais denominados secundários (CARROL, 1993). No sentido de explicitar as definições, caracterizam-se como stakeholders organizacionais (FREEMAN, 1984; FRIEDMAN e MILES, 2006): a) Organizações da comunidade local; b) Proprietários/Acionistas (Shareholders); c) Defensores do consumidor; d) Consumidores; e) Concorrentes; f) Funcionários; g) Grupos de interesses específicos; h) Ambientalistas; i) Fornecedores; j) Governantes; k) Mídia. Segundo Clarkson (1995), a performance de uma empresa orientada por seus objetivos de negócio é melhor construída quando se emprega a perspectiva dos stakeholders. Relacionado a isso, o trabalho de Firdaus (2006) mostra que atualmente o ensino superior está se dirigindo para uma competição imposta por forças econômicas, resultado da redução de fundos dos governos, que forçam as instituições a buscar outras fontes financeiras. As IES tiveram que se interessar não só pelo que a sociedade solicita em termos de competências dos diplomados, mas também com o que os estudantes sentem sobre a experiência educacional que têm, vão ter ou tiveram (MAINARDES et al., 2010). Assim, evidencia-se o surgimento e a importância dos atores envolvidos nesse contexto, os quais são denominados stakeholders. Corroborando com o exposto, Sabino et al. (2005) argumentam que os stakeholders possuem grande potencial de influência no ambiente e na estrutura das organizações, devendo estas se preocupar também com todos os atores que podem influenciar na sua tomada de uma decisão. Como se observa nos parágrafos acima, muitas são as definições acerca dos conceitos dos stakeholders. Porém, ressalta-se a teoria proposta por Freeman (1984), em que o autor afirma que stakeholders se relacionam com uma forma mais atual do conceito de origem, como qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou ser afetado pela realização dos objetivos da empresa, desempenhando um papel vital no sucesso de seus negócios. Freeman acrescenta que os stakeholders são grupos que têm direito legitimado sobre a organização. Dessa forma, cabe ressaltar os profissionais envolvidos nas instituições de ensino (Quadro 2), bem como os respectivos autores. Quadro 2. Stakeholders em Instituições de Ensino Superior Autores/Ano Stakeholders em Instituições de Ensino Superior Taylor e Reed (1995) Caracterizam como Stakeholders atores envolvidos, tais como: Docentes, conselhos de educação, conselho universitário, concorrentes, fornecedores, comunidade empresarial, agências governamentais, fundações, antigos membros da instituição, comunidade local, público em geral, meios de comunicação, potenciais estudantes, atuais alunos, instituições de acreditação e órgãos fiscalizadores, pais de alunos, gestão e funcionários. Sandison (1996) Alunos ou estudantes, professores, pessoal administrativo, pessoal de serviço, fornecedores, pais, governo, comércio e indústria, e outros sistemas de ensino. Reavill (1998) Alunos e familiares, empregadores, funcionários e professores, fornecedores de bens e serviços para a universidade, o setor do ensino Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 89 secundário, outras universidades, o comércio e a indústria, a nação, o governo, os contribuintes locais e nacionais, ordens profissionais. Baldwin (2002) Atuais e potenciais alunos, corpo diretivo e acadêmico, empregadores, governo, familiares, agências de acreditação, fundações, sociedades profissionais, comunidade local, sociedade em geral. Zait (2006) Estudantes do ensino médio (futuros candidatos da universidade), atuais estudantes universitários, ex-alunos, professores universitários, empregadores e opinião pública em geral. Jongbloed, Enders e Salerno (2008) Internamente: estudantes, funcionários, comunidade de pesquisadores e gestão; Externamente: comunidades de pesquisa, ex-alunos, empresas, movimentos sociais, organizações de consumidores, governos e associações profissionais. Nishimura e Okamuro (2009) Empresas, outras universidades, institutos de pesquisa, incubadoras, instituições financeiras. Fonte: Adaptado de Mainardes et. al. (2010) Freemann e McVea (2006) destacam que há necessidade de a organização conhecer quem são os stakeholders, identificar o seu grau de relevância para a organização, seus objetivos e necessidades, além da capacidade de conciliá-los para atingir objetivos estratégicos. Outra característica encontrada na teoria dos stakeholders está relacionada com seu caráter relacional. Porém, e relacionado a isso, observou-se, na literatura encontrada nos diversos canais, apenas alguns dos construtos que estão relacionados ao relacionamento entre os stakeholders envolvidos e as organizações, dando maior ênfase aos construtos relacionais: Confiança, Satisfação e Lealdade. Dessa forma, ressalta-se a importância de entender as relações entre tais construtos e os stakeholders envolvidos. 3 METODOLOGIA O artigo tem como objetivo buscar na literatura as relações entre as orientações para o mercado, as orientações para stakeholders e os construtos do marketing de relacionamento no contexto de IES. Para sanar o objetivo proposto, optou-se pela realização de uma pesquisa bibliográfica. Para Jung (2004, p. ), o estudo bibliográfico tem como objetivo “conhecer as diversas formas de contribuições científicas existentes que foram realizadas sobre determinado assunto ou fenômeno”. Segundo Macedo (1996), a pesquisa bibliográfica constitui-se no primeiro passo de qualquer pesquisa científica, visto tratar-se da revisão da literatura existente sobre o assunto, buscando assegurar a não-redundância do tema, ou seja, sua originalidade. Nesse sentido, foram coletados dados a partir de pesquisas já aplicadas na área por meio de busca em teses, artigos, periódicos e outras publicações, em que tais materiais foram selecionados das bases dos principais journals internacionais da área estratégica e dos anais dos principais encontros nacionais da mesma área. 4 ANÁLISE DE RESULTADOS Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 90 As operações de uma empresa podem ser definidas como o exercício de um conjunto de relações, internas e externas, com clientes, empreendedores, colaboradores, fornecedores, entidades representativas de classe e da comunidade, governo, entidades religiosas, políticas, educacionais, empresas concorrentes, etc. (ARANTES, 1994). Da mesma forma, Anderson e Narus (1999) propõem que as organizações deveriam analisar a posição de seus clientes sobre um contínuo de trocas transacionais a colaborativas. Esses autores argumentam que uma organização pode necessitar seguir tanto o marketing transacional quanto o relacional simultaneamente porque nem todos os clientes desejam o mesmo tipo de relacionamento. Os gestores das IES, devido à política de expansão, adotaram uma nova postura que inclui foco no mercado, no negócio, no consumidor, na gerência dos serviços para evitar a queda na produtividade, na manutenção de alunos, na gestão da rentabilidade, na manutenção de participação no mercado educacional (MAINARDES et. al. 2010). Eles relatam que a mudança de paradigma para o ensino superior significa, na linguagem da qualidade, uma nova orientação para consumidores internos (professores, funcionários de todos os setores), para consumidores externos (alunos, familiares, comunidade e fornecedores), para a prestação do serviço (educação) e para a aprendizagem. Relacionado a isso, em seu artigo, Hides, Davies e Jackson (2004) afirmam que, devido a pressões dos stakeholders para uma melhoria da qualidade na gama de serviços oferecidos pelo ensino superior, unido a uma pressão crescente na melhoria da utilização de recursos, as universidades estão enfrentando desafios de reorientar seu foco para os clientes, administrando as atividades de ensino de uma forma mais profissional. Da mesma forma, o artigo de Walter, Tontini e Domingues (2005) relatou que, devido a grande abertura de Instituições de Educação Superior (IES) proporcionada pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, o mercado educacional tornou-se mais competitivo. Portanto, apesar da regulação do governo, o ambiente educacional cada vez mais exige qualidade nos serviços e satisfação dos clientes, itens fundamentais para a sobrevivência das IES (MAINARDES, 2007). Com relação à orientação para mercado, entende-se que empresas que desejam gerar valor superior para seus clientes e obter vantagens competitivas sustentáveis devem ter um negócio capaz de ter uma cultura geradora de comportamentos orientados ao mercado (Gonçalves et al. 2009). Nesse sentido, os autores definem orientação para o mercado como sendo uma cultura organizacional que objetiva criar, de forma eficiente e efetiva, comportamentos que gerem valor representativo para os clientes e, consequentemente, maiores resultados no mercado. Da mesma forma, Day (2001) afirma que a organização orientada para o mercado tem uma capacidade elevada em relacionamento com o mercado, a qual consiste numa maior lealdade dos clientes e, por consequência, em vantagens sustentáveis, baseadas na reciprocidade, compromissos mútuos, confiança e elos, passando pelo compartilhamento de informações, parceria cooperativa e coordenação conjunta de processos para o desenvolvimento de tecnologia e produtos. O autor entende que empresas orientadas para o mercado estão mais capacitadas para perceber as oportunidades e, também, para compreender o mercado e com isso atrair e manter clientes valiosos (DAY, 2001). Relacionado a isso, Langerak (2001) conclui que a diminuição da lacuna de orientação passa por uma mudança na maneira como as empresas se relacionam no mercado, ou seja, de um gerenciamento de transações para um gerenciamento de relacionamentos (LANGERAK, 2001). Nesse sentido, alguns resultados foram encontrados acerca das relações entre as orientações para o mercado e as orientações para stakeholders, e ambas as orientações e Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 91 os construtos do marketing relacional, tendo como destaque os construtos confiança, satisfação e lealdade (Quadro 3). Quadro 3. Relações e Resultados entre as Orientações e os Construtos do Marketing de Relacionamento Autor/Ano Relações Resultados Shapiro (1988) Orientação para Mercado X Construtos do Marketing de Relacionamento Afirma que orientação para o mercado representa uma gama de processos que passam por todos os aspectos de uma companhia, e seria composta por três características: a compreensão por todos os membros da organização de seus mercados-alvo e as influências de compra envolvidas; a tomada de decisões táticas e estratégicas de forma interfuncional e interdivisional; as divisões e funções organizacionais devem tomar decisões coordenadas e executá-las com comprometimento. Narver e Slater (1990) Orientação para Mercado X Orientação para Stakeholders Os autores defendem que a orientação ao mercado consiste de três componentes comportamentais: orientação para o cliente, orientação para os competidores e coordenação interfuncional e orientação para o mercado com base em dois critérios de decisão: foco no longo prazo e na lucratividade. Kohli e Jaworski, 1990). Orientação para Mercado X Orientação para Stakeholders Os autores consideram que o construto (Orientação para o mercado) é influenciado por aspectos como o envolvimento do time de diretores/gerentes e pelos conflitos departamentais, moderado por variáveis ambientais (turbulência tecnológica, turbulência de mercado e intensidade competitiva) e manifestado no espírito de corpo da equipe e no resultado da empresa. Deshpandé, Farley e Webster (1993) Orientação para Mercado X Orientação para Stakeholders Os mesmos defendem que a orientação para o mercado é o conjunto de crenças que coloca em primeiro lugar os interesses do consumidor, não excluindo todos os demais públicos relevantes, tais como proprietários, gerentes e empregados, a fim de desenvolver uma empresa lucrativa no longo prazo. Deshpandé, Farley e Webster (1998) Orientação para Mercado X Construtos do Marketing de Relacionamento Os autores redefiniram a orientação para mercado como um conjunto de processos voltados à criação e satisfação dos clientes. Day (1999) Orientação para Mercado X Construtos do Marketing de Relacionamento Segundo o autor, uma das razões para surgir interesse no relacionamento com clientes é que relacionamentos comprometidos estão entre os mais duráveis em vantagens porque eles são difíceis para a concorrência compreender, copiar, ou substituir. Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 92 Steinman, Deshpandé e Farley (2000) Orientação para Mercado X Construtos do Marketing de Relacionamento Os autores concordam que a administração com sucesso de relacionamentos entre fornecedores e clientes é a essência da orientação para o mercado. Dessa forma, entende-se que empresas orientadas para o mercado deverão ter um relacionamento mais próximo com seus clientes, proporcionando relacionamentos de longo prazo. Day (2001) Orientação para Mercado X Construtos do Marketing de Relacionamento Afirma que a organização orientada para o mercado tem uma capacidade elevada em relacionamento com o mercado, a qual consiste numa maior lealdade dos clientes e, por consequência, em vantagens sustentáveis, baseadas na reciprocidade, compromissos mútuos, confiança e elos, passando pelo compartilhamento de informações, parceria cooperativa e coordenação conjunta de processos para o desenvolvimento de tecnologia e produtos. Carter e Jennings (2002) Orientação para Stakeholders X Construtos do Marketing de Relacionamento Os resultados mostram que o envolvimento da empresa que adota uma conduta socialmente responsável e se compromete a passar esses valores para seus fornecedores resulta no aumento do compromisso e confiança nessa relação. Shanahan e Gerber (2004) Orientação para Stakeholders X Construtos do Marketing de Relacionamento A qualidade educacional pode ser entendida como conformidade com padrões na prestação dos serviços (padronização), como efetividade no alcance das metas institucionais, como a identificação e o atendimento das necessidades dos estudantes, ou a oferta de um serviço que atinja ou supere as expectativas dos alunos. Ou seja, os autores afirmaram que são vários os entendimentos do conceito de qualidade no serviço educacional. Lambin e Caceres (2006) Orientação para Mercado X Orientação para Stakeholders Tratam a orientação para mercado sob o enfoque de uma abordagem sistêmica, pois entendem o ambiente empresarial como um conjunto de atores cujas atividades estão inter-relacionadas. Desse modo, na visão dos autores, a orientação para mercado deve abranger toda a cadeia produtiva. Mainardes et al. (2010) Orientação para Stakeholders X Construtos do Marketing de Relacionamento A qualidade educacional está baseada em infraestrutura, corpo docente, equipe administrativa da IES, e práticas de aulas e dos trabalhos administrativos na instituição, as quais foram identificadas nas respostas dos stakeholders entrevistados. Fonte: Dados da Pesquisa 5 CONCLUSÃO Para ser um concorrente efetivo na economia global, é necessário que a empresa seja um cooperador confiável em alguma rede. As empresas podem efetuar trocas relacionais ou manter relacionamentos com fornecedores (de mercadorias e serviços), Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 93 parceiros laterais (concorrentes, organizações não lucrativas e governo), parceiros internos (empregados, departamentos funcionais e unidades de negócio) e parceiros de compra (clientes intermediários e clientes finais) (MORGAN e HUNT, 1994). Segundo Kanter (2000), haverá mais alianças, parcerias e colaboração externa, e mais atenção será dada à gestão dos relacionamentos para se obter deles o máximo valor e certificarse que os parceiros obtenham o valor que lhes cabe. Com relação a isso, Freemann e Mcvea (2006) destacam que há necessidade da organização conhecer quem são os stakeholders, identificar o seu grau de relevância para a organização, seus objetivos e necessidades, além da capacidade de conciliá-los para atingir objetivos estratégicos. Com relação ao acirramento da concorrência e o relacionamento, observa-se que no setor educacional não é diferente. Segundo Schwartzman (2003), a evasão constituise num dos problemas mais importantes na sobrevivência das IES. Nesse sentido, Kotler e Fox (2004) afirmam que reter alunos matriculados é tão importante quanto atrai-los e matriculá-los, sendo esse um assunto relevante para uma instituição de ensino orientada para o mercado. Conforme o exposto, tanto as estratégias de orientação para o mercado e orientação a stakeholders, quanto a construção de relacionamentos em longo prazo com os clientes, são alternativas que podem ser utilizadas pelas empresas para a realização de uma vantagem competitiva sustentável e consequentemente a obtenção de um melhor desempenho. Dessa forma, conforme apresentado nos resultados (Quadro 3), as orientações para mercado e stakeholders possuem relações entre si, pois levam em consideração para seu êxito os mesmos atores (NARVER e SLATER, 1990; KOHLI e JAWORSKI, 1990; DESHPANDÉ, FARLEY e WEBSTER, 1993; LAMBIN e CACERES, 2006). Ambas as orientações são desenvolvidas levando em consideração a importância dos atores envolvidos e levam em consideração, também, as inter-relações entre os envolvidos. Essas orientações possuem em comum o foco em construir e manter os relacionamentos por períodos longos. Além dos relacionamentos longos (lealdade) encontrados, observou-se uma forte relação entre as orientações e outros construtos do marketing de relacionamento, como: confiança (DAY, 2001; CARTER e JENNINGS, 2002), qualidade (Shanahan e Gerber, 2004; MAINARDES et al., 2010), comprometimento (SHAPIRO, 1988; DAY, 1999; 2001; CARTER e JENNINGS, 2002) e satisfação (DESHPANDÉ, FARLEY e WEBSTER, 1998). Sendo assim, este estudo, que teve como objetivo verificar as relações entre as orientações para mercado, orientação para stakeholders e os construtos do marketing de relacionamento em IES, encontrou relações positivas entre as orientações e entre elas e os construtos do marketing de relacionamento. Porém, poucas foram as relações no contexto sugerido, no qual observou-se uma baixa quantidade de estudos desenvolvidos na área de ensino. Por fim, observa-se como sugestões para próximos trabalhos o desenvolvimento de relações entre os stakeholders envolvidos em determinada IES, tendo como objetivo verificar seu o grau de importância na instituição, bem como o grau de interferência entre um ator e outro na IES, conforme modelo sugerido abaixo (figura 1). Figura 1. Categorização por influência dos stakeholders na IES. Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 94 Clientes Mercado Sociedade Empregadores Corpo Docente Governo (Leis) IES Família dos Alunos Fornecedores Instituições de Nível Secundário Parceiros Funcionários Não Docentes Grau de Relação: Relação Fraca (Não possui influência na estratégia da IES) Relação Média (Grande importância para a IES, porém não influencia na estratégia) Relação Forte (Grande poder na estratégia da IES) (Fonte: Adaptado de Mainardes et al. 2010) Referências ANDERSON, J.C.; NARUS, J.A. Business market management, Understanding, creating and delivering value. New Jersey: Prentice Hall, 1999. ANTONI, V.L.; DAMACENA, C.; LEZANA, A.G.R. Um modelo preditivo de orientação para o mercado: um estudo no contexto do ensino superior brasileiro. In: ENANPAD, 28, 2004, Curitiba, PR. Anais... Curitiba: Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Administração, 2004. ARANTES, N. Sistemas de gestão empresarial: conceitos permanentes na administração de empresas válidas. São Paulo: Atlas, 1994. BAKER, T. L., SIMPSON, P. M., SIGUAW, J. A. The impact of suppliers’ perceptions of reseller market orientation on key relationship constructs. Journal of the Academy of Marketing Science, Greenvale, v. 27, n. 1, p. 50-57, 1999. BARNEY, J. B.; HANSEN, M. H. Trustworthiness as a source of competitive advantage. Strategic Management Journal, vol. 15, 1994. BERRY, Leonard; PARASURAMAN, A. Serviços de Marketing: competindo através da qualidade. São Paulo: Editora Maltese, 1995. 238 p. CARROLL, A. Corporate social responsibility: evolution of a definitional construct. Business and Society, v. 38, p. 268-295, 1999. CARTER, C. R.; JENNINGS, M. Social responsibility and supply chain relationships. Transportation Research Part E 38. Pergamon, p.37-52, 2002. Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 95 CHANG, T. Z., CHEN, S. J. Market orientation, service quality and business profitability: a conceptual model and empirical evidence. The Journal of Services Marketing, 12(4), 246-261, 1998. CLARKSON, M. B. E. A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate social performance. Academy of Management Review, New York: Jstor, v. 20, p. 92-117, jan. 1995. CURI, Denise P. Orientação para o Mercado: a relação entre a orientação para a tecnologia e o marketing relacional. 2007. Dissertação (Doutorado em Engenharia). Programa de Pós- Graduação em Engenharia, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. DAY, G. S. The Capabilities of Market-Driven Organizations. Journal of Marketing. v. 58, p. 37-52, Sep/Oct, 1994. DAY, G.S. The market driven organization: understanding, attracting, and keeping valuable customers. New York: The Free Press, 1999. DAY, G. S. A Empresa Orientada para o Mercado: compreender, atrair e manter clientes valiosos. Porto Alegre: Bookman, 2001. DAY, G.S., WENSLEY, R. Marketing theory with a strategic orientation. Journal of Marketing, New York, v. 47, n. 4, p. 79-89, Fall. 1983. DESHPANDÉ, R.; FARLEY, J.U.; WEBSTER, F.E. Corporate Culture, Custumer Orientation and Innovativeness in Japanese Firms: A Quadrad Analysis. Journal of Marketing. v. 57, n. 1, p. 23-37, 1993. FALEIRO, Sandro N. A relação entre orientação para o mercado, orientação para a aprendizagem e inovação. O caso dos cursos de graduação em administração filiados a ANGRAD. 2001. Dissertação (Mestrado em Administração) – PPGA / Escola de Administração, UFRGS, Porto Alegre. FARIA, Alexandre. Repensando Orientação para o Mercado no Brasil. In.: III Encontro de Marketing da ANPAD, Curitiba – PR, 2008. FIRDAUS, Abdullah. Measuring service quality in higher education: HEdPERF versus SERVPERF. Marketing Intelligence & Planning, Bradford, v. 24, n. 1, p. 31-47, 2006. FREEMAN, E. Strategic Management: a stakeholder approach. Boston: Pitman, 1984. FREEMAN, R. E.; REED, D. L. Stockholders and Stakeholders: a new perspective on Corporate Governance. California Management Review. v. 25, n. 3, p. 88-92, Spring, 1983. FREEMAN, R. E; MCVEA, J. A stakeholder approach to strategic management. Darden Business School Working Paper, Charlottesville, n. 01-02, 2001. Disponível em: papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=263511. Acesso em: 20 nov. 2011. Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 96 FRIEDMAN, A., MILES, S. Stakeholders: theory and practice. Oxford: Oxford University Press., 2006. GONÇALVES, C.A.; FILHO, C.G.; VEIT, M.R., MONTEIRO, P.R.R. Estratégia, Orientação para o Mercado e Empreendedorismo: Proposição e Teste de Modelos Rivais de predição do Desempenho nos Negócios. In: XXXIII Encontro da ANPAD, São Paulo – SP, 2009. GORDON, I. Marketing de relacionamento: estratégias, técnicas e tecnologias para conquistar clientes e mantê-los para sempre. Tradução de Mauro Pinheiro. São Paulo: Futura, 1999. HENNIG-THURAU, T.; KLEE, A. The Impact of Customer Satisfaction and Relationship Quality on Customer Retention – A Critical Reassessment and Model Development. Psychology & Marketing, 14, p. 737-765, 1997. HENNIG-THURAU, Thorsten; LANGER, Markus, F.; HANSEN, Ursula. Modeling and managing student loyalty: an approach based on the concept of relationship quality. Journal of Service Research. V.3, n.4, 2001. HENNIG-THURAU, T.; GWINNER, K.; GREMLER, D. Understanding Relationship. Marketing Outcomes. Journal of Service Research. Vol. 4, p. 230-247, 2002. HIDES, Michael T.; DAVIES, John; JACKSON, Sue. Implementation of EFQM excellence model self-assessment in the UK higher education sector – lessons learned from other sectors. The TQM Magazine. 2004, v. 16, n. 3, p. 194-201. Disponível em: <www.emeraldinsight.com>. Acesso em: 22 nov. de 2011. HURLEY, Robert F.; HULT, Tomas. Innovation, market orientation, and organizational learning: an integration and empirical examination. Journal of Marketing, v. 62, n. 3, p. 42-54, jul. 1998. INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Disponível em: http://www.educacaosuperior.inep.gov.br. Acesso em: 20 de Nov. 2011; JAWORSKI, B.; KOHLI, A.K. Market Orientation: antecedents and consequences. Journal of Marketing. v. 57, n. 3, p. 53-70, July, 1993. JONBLOED, B., ENDERS, J., SALERNO, C. Higher education and its communities: interconnections, interdependencies and research agenda. Higher Education, 56, 303324. (2008). JUNG, C. F. Metodologia para pesquisa e desenvolvimento: aplicada a novas tecnologias, produtos e processos. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2004. KANTER, R. M. O futuro depende dos relacionamentos. HSM Management, Ano 4, n. 20, p. 112-118, maio/jun. 2000. Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 97 KOHLI, Ajay K.; JAWORSKI, Bernard J. Market orientation: the construct, research propositions, and managerial implications. Journal of Marketing, [S.l.], v. 54, p. 1-18, 1990. KOTLER, Phillip; FOX, Karen. Marketing estratégico para instituições educacionais. São Paulo: Atlas, 1994. KUMAR, K.; SUBRAMANIAN, R.; YAUGER, C. Examining the market orientation performance relationship. Journal of Management, v. 24, n. 2, 1998, p. 201-233. LAMBIN, Jean-Jacques; CACERES, R.C. L’Orientation-marché est-elle une stratégie rentable pour l’entreprise? Recherche et Applications on Marketing, v. 21, n. 2, 2006. LANGERAK, F. The relationship between customer and supplier perceptions of the manufacturer’s market orientation and its business performance. International Journal of Market Research, 43(1), 43-62, (2001, First Quarter). MACEDO, Neusa Dias de. Iniciação à pesquisa bibliográfica: guia do estudante para a fundamentação do trabalho de pesquisa. 2. ed. rev. São Paulo: Unimarco: Loyola, 1996. MAINARDES, Emerson W. Atração e retenção de alunos em cursos de graduação em administração das instituições particulares de ensino superior de Joinville, SC. 2007. 332f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Administração) – Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2007. MAINARDES, E., ALVES, H., RAPOSO, M. A relationship approach to higher education stakeholder management [CD-ROM]. Proceedings of International Network Business & Management Journals, 2. University of Valencia: Valencia, 2010. McLAUGHLIN, G. W., BROZOVSKY, P. V., McLAUGHLIN, J. S. Changing perspectives on student retention: A role for institutional research. Research in Higher Education, 39(1), 1-17, 1998. MORGAN, Robert M.; HUNT, Shelby D. The Commitment-Trust Theory of Relationship Marketing. Journal of Marketing. Vol. 58, n. 3; p. 20-19. Chicago: Jul. 1994. NARVER, John C.; SLATER, Stanley F. The effect of a market orientation on business profitability. Journal of Marketing, [S.l.], v. 54, p. 20-35, 1990. PEPPERS, D. Em busca da lealdade: a chave para um programa de marketing que constrói relações duradouras com os clientes e que protege as margens de rentabilidade. HSM Management. p. 1 – 5, jul. 1999. PILLAI, K. G.; SHARMA, A. Mature relationships: why does relational orientation turn into transaction orientation? Industrial Marketing Management, v. 32, p. 643-651, 2003. RAPP, S. Muitos para um. HSM Management, ano 3, n. 17, p. 6-10, nov./dez. 1999. Revista Negócios e Talentos – nº 13 (2014/2) 98 SABINO, B. S.; PROCOPIAK F., J. A.; HOFFMANN, R. A.; HOFFMANN, V. E. A Importância dos Stakeholders na Tomada de Decisão das Pousadas de Bombinhas. Revista Turismo, Visão e Ação, v. 7, n. 2, 2005, p. 341-354. SCHWARTZMAN, Jacques; SCHWARTZMAN, Simon. O ensino superior privado como setor econômico. Disponível em: www.schwartzman.org.br Acessado em: 17 nov. 2011. SIRDESHMUKH, Deepak; SINGH, Jagdip; SABOL, Barry. Consumer Trust, Value, and Loyalty in Relational Exchanges. Journal of Marketing. Vol. 66, n. 1; p. 15/23. Chicago: Jan 2002. SHANAHAN, Peter; GERBER, Rod. Quality in university student administration: stakeholder conceptions. Quality Assurance in Education. 2004, v. 12, n. 4, p. 166-174. Disponível em <www.emeraldinsight.com>. Acesso em: 27 nov. 2011. SHAPIRO, Benson P. What Hell is Market Oriented? Harvard Business Review, [S.l.], v. 66, n. 6, p. 119-125, Nov.-Dec. 1988. SLATER, Stanley F. e NARVER, John C. Does competitive environment moderate the market orientation performance relationship? Journal of Marekting, v. 58, p. 46 – 55, Jan. 1994. STEINMAN, C., DESHPANDÉ, R., FARLEY, J. U. Beyond market orientation: when customers and suppliers disagree. Journal of the Academy of Marketing Science, Greenvale, v. 28, n. 1, p. 109–119. Winter: 2000. VARADARAJAN, P. R. e JAYACHANDRAN, S. Marketing strategy: An assessment of the state of the field and outlook. Academy of Marketing Science. Vol. 27, n. 2. Greenvale: Primavera, 1999. WALTER, Silvana A.; TONTINI, Gerson; DOMINGUES, Maria J. C. S. Identificando oportunidades de melhoria em um curso superior através da análise da satisfação dos alunos. In: XXIX ENANPAD, Brasília – DF, 2005. WEBSTER, Jr. F. E. The changing role of marketing in the corporations. Journal of Marketing, v. 56, p. 1-17, Oct. 1992.