Introdução e objetivo

Propaganda
Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária
Belo Horizonte – 12 a 15 de setembro de 2004
Oficina da Cidadania: Experiência do Serviço Social na Alfabetização de Jovens e
Adultos no CEFET/Campos
Resumo
Este artigo aborda a experiência do serviço social na alfabetização de jovens e adultos no
CEFET/Campos concretizada na Oficina da Cidadania. O projeto visa à construção de um
espaço que oportunize a participação, a reflexão e a auto conscientização dos alfabetizandos
rumo à efetivação de uma cidadania plena. Através de oficinas temáticas os educandos trocam
experiências e reelaboram seus saberes por meio de movimentos de criticidade e
dialogicidade. A Educação de Jovens e Adultos é um espaço de construção do cidadão e da
formação do sujeito ético que vislumbre uma sociedade mais justa.
Autoras
Queila Cristina da Silva Moraes - Assistente Social e Mestre em Educação
Vânia Cortes Poubel - Estagiária de Serviço Social
Instituição
Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos dos Goytacazes - CEFET/CAMPOS-RJ
Palavras-chave: alfabetização de jovens e adultos; cidadania; educação
Introdução e objetivo
A alfabetização de jovens e adultos no CEFET/Campos foi implantada em julho de
2003, por meio de uma proposta feita por servidores aposentados à Gerência de
Desenvolvimento de Recursos Humanos. O projeto de “Alfabetização de Jovens e adultos –
Educando Jovens e Adultos para o Exercício da Cidadania” é mais um desdobramento no
sentido do reconhecimento desta instituição como centro de referência em projetos
educacionais de abrangência social e cultural que inclinam na direção do desenvolvimento
humano e regional. Visa assegurar a jovens e adultos o direito humano de adquirir o estado ou
condição de se apropriar da leitura e da escrita o “letramento”; possibilitar a jovens e adultos à
realização do saber-fazer, uso do ler-escrever; atender as necessidades do educando a fim de
prepará-los para viver num mundo em constantes transformações; fornecer aos alunos a
prática da leitura e da escrita, meios necessários para progredir no trabalho e em estudos
posteriores.
Conta hoje com uma equipe multidisciplinar (professores aposentados e ativos,
pedagogo, assistente social) empenhada em promover o desenvolvimento de jovens e adultos
nos níveis educacional e social, a fim de que possam usufruir o direito à educação, direito esse
assegurado pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) 9.394/96 no parágrafo 1o do
art.37 que diz: “Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos, que
não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho,
mediante cursos e exames.”
A alfabetização de jovens e adultos possui 57 alunos matriculados, distribuídos em
cinco turmas, com níveis diferenciados de aprendizagem. As aulas acontecem em dois
horários, às 16 horas e trinta minutos e às dezoito horas. São ministradas por quatro
professores, cuja formação está atrelada à área de linguagem e códigos, matemática, ciências
da natureza. Partindo da observação e da compreensão de cada aluno como ser único inserido
no cotidiano onde se desenham práticas que envolvem conhecimentos de matemática, leitura,
estudos sociais e ciências, o CEFET/Campos fez uma opção por uma alfabetização crítica,
que busque nos elementos do dia-a-dia o material para ser trabalhado em sala de aula para a
construção do processo da leitura e escrita. Com uma prática pedagógica contextualizada e
integradora de conteúdos o aluno é estimulado, e também se sente responsável pelo saberfazer. Desta forma, os professores criam o “como fazer” mediando o processo de
conhecimento e a realidade vivida pelo educando, incluindo atividades agradáveis e
prazeirosas que estimulem, desafiem, apóiem os alunos a ler, escrever, pensar, calcular e falar.
A preocupação central é com uma educação que rompa com a memorização e se ancore numa
perspectiva compreensiva.
A Oficina da Cidadania é uma ação do serviço social inserida no projeto de
alfabetização de jovens e adultos do CEFET/Campos. Tomando como pressuposto básico que
o exercício da cidadania – a) não se restringe apenas ao acesso aos direitos civis, políticos e
sociais, ou seja, não está somente ligada ao reconhecimento de direitos; b) que este exercício
não é concedido, mas construído; c) e que se constrói com participação social, com ética, com
autonomia, com solidariedade – a intervenção do serviço social está direcionada para a
criação de espaços para participação e reflexão.
Pretendemos trabalhar junto à ação pedagógica, numa perspectiva interdisciplinar, a
fim de atender às demandas impostas na atualidade para a alfabetização de jovens e adultos;
bem como propiciar abertura de espaços para a participação, auto-reflexão e
autoconscientização por parte do educando, visando de possibilitar a construção de sua
própria cidadania; e também permitir o exercício do livre pensamento, da livre expressão e do
diálogo.
Juntamente com o ato de “saber ler e escrever” torna-se necessária a leitura do mundo,
a leitura do real e de como se posicionar diante dele. Desta forma, o uso das habilidades da
leitura e da escrita são pré-requisitos para se exercer práticas sociais, de forma crítica e
consciente, objetivando a inclusão social.
Muito além do apenas “saber ler e escrever” é visualizada cada vez mais a necessidade
de se utilizar a leitura e a escrita a fim de exercer uma prática social. Sem contar que, pela
ótica neoliberal há todo um interesse em acabar com o analfabetismo no país, já que este
pretende se tornar competitivo no exterior e essa grande massa desescolarizada acaba por
prejudicar a lógica do sistema capitalista, ao passo que é uma realidade improdutiva; “o
analfabeto produz pouco, consome pouco e custa caro, uma vez que demanda investimentos
sociais sem retorno”. ( BRITTO, 2003 )
O que se percebe é que, de uma forma ou de outra, a extinção do analfabetismo é
elemento determinante para o desenvolvimento de cidadãos que se apropriem da realidade em
que vivem de forma a se incluírem nesta mesma realidade.
Assim, o ato de aprender e construir conhecimento constitui-se num ato democrático e
dialógico caracterizando a alfabetização de jovens e adultos como um processo de
aprendizagem participativo, “num movimento contínuo de intervenção no espaço social e de
socialização do conhecimento”. ( BRITTO, 2003 )
Isso nos mostra que o conceito de alfabetização passou por uma ressignificação
derivada da intensificação das demandas sociais e profissionais de leitura e escrita, ou seja,
surge a necessidade de ser dar “um passo a frente” no que se refere não só à aprendizagem da
leitura e da escrita, mas também no domínio de suas habilidades de uso em práticas sociais.
Torna-se necessário dar um novo sentido à alfabetização, não a reduzindo ao apenas
“saber ler e escrever”, mas trabalhando-a a fim de ser exercida em todos os aspectos e
diferentes contextos da vida cotidiana, traduzindo-se num conhecimento que vai permitir ao
próprio educando buscar além, instigando-o a querer mais e a continuar. “Estar atento e
inquieto quanto a isso, é uma forma de colocar em prática, o ‘Alfabetizar para a cidadania e o
Mundo’ (...) uma educação, que de fato, seja ‘instrumento’para que homens e mulheres,
jovens e adultos, possam exercer, em seus direitos e deveres, a verdadeira cidadania”.
(CORRÊA, 2003 )
Metodologia
Com o intuito de intervir na realidade do educando e em prol de uma alfabetização que
possibilite mudança em sua vida, a ponto dele mesmo produzir transformação na sua
realidade, o Serviço Social vem trabalhar diversas temáticas que possibilitem o educando
buscar a construção de uma cidadania plena. Uma construção advinda de momentos de
reflexão e autoconscientização sobre si mesmo e sobre a realidade na qual está inserido
despertando-o para uma postura mais madura de si, superando o seu conhecimento baseado
no senso comum para a elaboração de saberes num outro patamar de compreensão e
entendimento.
Para isso, tornar-se necessário criar condições não só pedagógicas, mas também
sociais para que o educando reflita sobre sua condição de vida e, a partir dessa reflexão, seja
capaz de buscar mudanças sobre e na sua realidade.
O Serviço Social pretende trabalhar numa perspectiva interdisciplinar. Para isso, unese à ação pedagógica, objetivando propiciar abertura de espaços para a participação, autoreflexão e autoconscientização por parte do educando.
A intervenção se concretiza na realização de oficinas, assumindo juntamente com os
educadores uma postura crítica e comprometida com a alfabetização de jovens e adultos,
aceitando o desafio que se coloca para esta diante das demandas impostas pela sociedade
atual. É de extrema importância para o cotidiano do educando os conhecimentos necessários
que o prepare a agir frente a essas demandas, conhecimentos adquiridos com a prática da
leitura e escrita tão exigida na atualidade.
As oficinas propõem um trabalho de resgate e construção do conceito de cidadania e
de como exercê-la na vida diária dos educandos enquanto uma prática social. São realizadas
duas oficinas a cada mês durante o tempo de execução do projeto (setembro de 2003 a agosto
de 2004), onde os temas são trabalhados através da troca de conhecimentos e participação
ativa dos educandos, não só no ouvir e falar, mas também na realização de tarefas - propostas
por cada oficina – e, também, na vida cotidiana, já que o conhecimento adquirido reflete-se na
prática social de cada um.
A divulgação de cada oficina é feita com antecedência, informando aos professores e
alunos sobre a data da mesma. Para isso são feitos contatos com os educandos e visitas nas
salas de aula.
Em cada oficina serão utilizadas dinâmicas de grupo com o intuito de mobilizar os
alunos para participação e reflexão e, também, para a realização das atividades propostas,
estimulando-os a exporem o que sabem, pensam e sentem.
E como forma de instigar maior participação dos educandos neste processo de
aprendizagem, estes terão liberdade para escolher novas temáticas a serem trabalhadas,
atendendo assim aos seus interesses em relação ao que querem ouvir, debater e refletir e, com
isso, contribuírem para o desenvolvimento desse projeto pedagógico e social.
Resultados e discussão
“...Fim de tarde. Seria uma sexta-feira como outra qualquer, não fosse a Oficina da
Cidadania... Aos poucos, os alunos foram chegando. Alguns já com a experiência de outros
encontros; outros com a sensação do novo, do inesperado. Da vivência já realizada à nova
sensação experimentada, a surpresa e a perplexidade diante de revelações, antes impensadas:
tabus, críticas, preconceitos que cercam aqueles que buscam mudar “o roteiro de suas vidas
como num filme em que o roteirista do cinema sabe que uma boa luta precisa de alguém à
frente, que entusiasme o grupo, alguém invencível, que nos faça acreditar que a batalha vale a
pena...” (Mensagem de Páscoa /Alfabetização de Jovens e Adultos do CEFET/Campos, 2004)
Esta é a síntese do significado da Oficina da Cidadania, traduzida no trecho da
mensagem de Páscoa elaborada pelos professores para os alunos. Desta forma, certificamos
que esses encontros tornaram-se espaços onde os alunos e professores contam suas histórias
de vida, compartilham suas experiências, registram suas práticas sociais, revelam o “não-dito”
no cotidiano da sala de aula, além de resgatarem sua auto-estima.
Freire (2000) a todo o momento faz referência à necessidade de rompermos com uma
educação que privilegia uma dimensão mecanicista e tecnicista revestida com caráter de
neutralidade. Portanto, “... a prática educativa será tão eficaz quanto, possibilitando aos
educandos o acesso a conhecimentos fundamentais do campo em que se formam os desafie a
construir uma compreensão crítica de sua presença no mundo.” (FREIRE, 2000, p.92). É com
esta convicção que pautamos o nosso trabalho.
Os alunos que participam do projeto são jovens e adultos com faixa etária dos 25 aos
60 anos, e de ambos os sexos. Não dominam o saber-fazer da leitura e escrita. No que diz
respeito à profissão dos usuários encontramos: manicure, empregadas domésticas, eletricistas,
jardineiros, catador de papelão, acompanhante de idosos e serventes. Outros não trabalham:
são aposentados e donas de casa. A renda familiar dos alunos variou, na maioria, de um a dois
salários mínimos. Em relação à situação pedagógica verificou-se que, em parte, os usuários
passaram por experiência escolar, em média, durante um a três anos; a outra parte não domina
as habilidades da leitura e da escrita, porém sabe assinar o próprio nome. As suas expectativas
com relação ao curso e à vida futura, incluem a concretização do sonho de aprender a ler e
escrever, o desejo de ser alguém, conseguir um emprego melhor, continuar os estudos,
aprender informática, cursar enfermagem, entre outros.
Abordamos quatro temáticas – Auto-estima, Construindo Cidadania, Ética e Como nos
relacionamos em Grupo? - em dez oficinas realizadas (elas são realizadas uma vez por mês
em dois horários diferentes, com a mesma temática).
A primeira temática foi a Auto-estima. Trabalhamos a auto-aceitação, o que sentimos
sobre nós e a importância da valorização de si mesmo. Utilizando material de sucata os alunos
construíram a sua própria imagem. A partir da imagem construída falaram sobre si mesmos.
Constatamos a dificuldade que tinham de se ver no presente, pois sempre se remetiam a um
passado de direitos negados, aos períodos de sofrimento e aos sonhos de infância - Eu não
perdôo meu marido porque ele me traiu com uma prima. Nunca vou perdoar!”(Aluna
C.);“Você deve perdoar porque isso te torna uma pessoa amarga.” (Aluna C. P.); “ O meu
sonho de infância era um uniforme de escola.” (Aluna G.).
Construindo Cidadania consistiu numa oficina de reflexão sobre o que é ser cidadão.
Cidadania foi definida da seguinte forma pelos alunos: é o envolvimento das pessoas, é o
discurso do Lula – ninguém sem saber ler e escrever, é o direito ao Registro Civil, à saúde e
ao transporte gratuito para os alunos. Desta forma, os alunos foram sistematizando suas
vivências sobre o que vem a ser cidadania e também relatando criticamente as formas de
preconceito e discriminação. Portanto, a partir de seus próprios saberes desenvolvemos
competências acerca do seu reconhecimento enquanto sujeito portador de direitos e deveres,
da valorização do comportamento solidário e da participação social, da importância de se
respeitar às diferenças e combater preconceitos.Entre várias citações importantes, destacamos:
“Entrei no ônibus e o motorista implicou comigo quando mostrei a carteirinha de estudante,
disse que eu era velha demais para estudar.” (Aluna C. P.); “Além de ser negra eu era
analfabeta.”(Aluna E); “ Quem não tem registro é ninguém para a sociedade.” (Aluna G.).
Aproximamo-nos da temática Ética com o intuito de estimularmos a reflexão acerca
das condutas humanas, dos valores e das normas que regem essas condutas. Tomamos como
referência regras de condutas impostas pelo narcotráfico que constavam em artigo publicado
em revista de atualidades. Daí os educandos foram tecendo seus pensamentos acerca da
liberdade, da autonomia, da cidadania, da moral num verdadeiro exercício de pensar
eticamente. Questões como: o que devo fazer? Como devo ser? Como agir perante os outros?
ganhavam centralidade nas discussões. Caminhamos por conceitos importantes para um agir
ético como: o respeito mútuo, a justiça, a solidariedade e o diálogo. Neste sentido, os alunos
foram estimulados a posicionarem-se de acordo com seus próprios juízos de valor,
respeitando diferentes olhares, a reconhecerem o diálogo como elemento crucial na resolução
de conflitos e tomadas de decisões coletivas, como também, sensibilizar quanto à importância
da construção de uma sociedade mais justa. Construímos com os educandos o que vem a ser
um sujeito ético. Falamos de uma “ética a serviços das gentes, a do ser mais e não de uma
ética estreita e malvada, como a do lucro, a do mercado” (FREIRE, 2000, p.102).
Por último a temática do Relacionamento em Grupo ganha ênfase. Tomamos
novamente como ponto de partida a realização de dinâmicas de grupo e reflexões sobre as
práticas vivenciais. Os sentimentos de pertencimento aos grupos, o aprendizado em grupo, os
papéis desempenhados, a cooperação, a comunicação, a liderança e o clima do grupo
nortearam as discussões. Os participantes relatavam suas práticas cotidianas em grupo,
ressaltando as relações no grupo familiar, escolar, da vizinhança, da igreja, construindo
olhares críticos a respeito de si e do outro. “Às vezes falo demais, exijo que as pessoas fazem
aquilo do jeito que quero... não paro pra ouvir o que elas têm a dizer ... preciso mudar esse
meu jeito.” (Aluna G.); “Na turma tudo tem que ser conversado, ela não podia falar em nome
do grupo, a opinião dela.” (Aluna M.F.)
A avaliação do projeto está dividida em dois momentos distintos. Primeiro, o processo
avaliativo acontece informalmente ao final de cada oficina, onde os educandos e professores
exprimem suas opiniões com relação à temática, à participação de cada um, à metodologia
utilizada. Segundo, semestralmente, os coordenadores do projeto realizam avaliação das
atividades em função dos objetivos e metas traçadas, reelaborando a partir daí o curso do
projeto.
A Oficina da Cidadania, portanto, tem desenrolado suas ações a partir de uma
concepção de educação, que segundo Freire(2000, p. 96), enquanto ato de conhecimento, não
apenas se centre no ensino de conteúdos mas que desafie o educando a aventurar-se no
exercício de não só falar da mudança do mundo, mas de com ela realmente comprometer-se”.
Assim compreender “homens e mulheres como seres não apenas capazes de se adaptar ao
mundo, mas sobretudo de mudá-lo” e ainda como “seres curiosos, atuantes, falantes,
criadores” (FREIRE, 2000, p.96) ganha relevância na nossa proposta.
No geral, as oficinas efetivaram-se como um lugar onde os alunos podem colocar seus
medos e angústias, a indignação com os outros, suas alegrias e tristezas, as dificuldades de
relacionamento. É um espaço de troca de saberes, de compartilhamento de experiências, de
ajuda mútua e, sobretudo de reflexão sobre suas vidas e sobre a realidade que estão inseridos.
Neste sentido, os educandos constroem-se como sujeitos que escrevem suas histórias, que
denunciam as injustiças e que estabelecem relações solidárias através a dialogicidade presente
nas formas de ser.
Conclusões
A experiência da “Oficina da Cidadania” tem mostrado que a Educação de Jovens e
Adultos é desafiadora. Ela é um espaço de construção do cidadão, do sujeito ético, individual
e coletivo. Romper com uma educação tuteladora, autoritária e tradicional exige de nós uma
vigilância permanente das nossas práticas. Também requer uma postura de abertura, uma
visão interdisciplinar, que permita diferentes olhares voltados para uma dimensão
totalizadora da construção do processo de conhecimento. Supõe compreender os educandos
enquanto sujeitos portadores de vontade, razão, paixões e, por isso, fazem a sua história, a
história dos homens. Entendê-los em sua singularidade e coletividade como pessoas que se
reconhecem nos seus pensamentos e nas suas ações como agentes da mudança.
Finalmente, construir coletivamente uma proposta que contemple o direito à educação
articulando-o às diversas formas de participação social, à noção de bem-comum, à
responsabilidade pelo público, à eticidade do mundo é tarefa que desponta nos nossos
horizontes. E aqui o diálogo é fundamental ...
Referências bibliográficas
Alfabetização de jovens e adultos. Revista Alfabetização e Cidadania.. Rede de Apoio à Ação
Alfabetizadora do Brasil. n˚ 16. Julho de 2003.
BRASIL. Lei n˚ 9.394, 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 23 dez.
1996.
BRITTO, Luiz Percival Leme. Alfabetização e diversidade. Palestra proferida no 3˚
Telecongresso Internacional de Educação de Jovens e Adultos. Alfabetização e Educação ao
longo da vida: uma visão renovada. Out. 2003. Disponível em: < http: //
www.telecongressosesi.org.br > Acesso em: 11 out. 2003.
CORRÊA, Paulo. Alfabetização. Leitura atual de uma antiga questão. Texto base - 3˚
Telecongresso Internacional de Educação de Jovens e Adultos – Alfabetização e Educação ao
longo da vida: uma visão renovada. Out. 2003. Disponível em: < http: //
www.telecongressosesi.org.br > Acesso em: 11 out. 2003.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Direito à educação: direito à igualdade, direito à diferença.
Cadernos de Pesquisa, n˚ 16, São Paulo, Julho 2002. Disponível em: < http: //
www.scielo.com.br > Acesso em: 17 set. 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo,
Editora UNESP, 2000.
_______. Pedagogia da Esperança. Um reencontro com a pedagogia do oprimido. São Paulo,
Paz e Terra, 2000.
PIERRO, Maria Clara. Visões da Educação de jovens e adultos no Brasil. Cadernos CEDES,
v.21, n˚ 55, Campinas, nov. 2001. Disponível em: < http: // www.scielo.com.br > Acesso em:
02 out. 2003.
VIEIRA, Evaldo. A política e as bases do direito educacional. Cadernos CEDES, v.21, n˚ 55,
Campinas, nov. 2001. Disponível em: < http: // www.scielo.com.br > Acesso em: 01 out.
2003.
Download