RESULTADOS DE APRENDIZAGEM Tema: “Alfabetização de Pessoas Jovens e Adultas” Autoras: Luciane de Oliveira Penna; Maria Eunice da Silva; Maria Rita Passamani da Silva Projeto: Brasil Alfabetizado - Universidade Federal de São Carlos e Secretaria Municipal de Educação e Cultura O objetivo deste trabalho é demonstrar as hipóteses de escrita pelas quais os alunos, jovens e adultos, passam durante o processo de alfabetização. O mundo que rodeia o adulto é um mundo gráfico. Eles vêem objetos reais, representações e signos diversos. A grande maioria dos adultos, ao chegar à escola, já estabeleceu a diferença entre desenhar e escrever. Entretanto, alguns adultos, em suas primeiras tentativas de escrita, produzem alguns signos que são grafismos primitivos (desenhos com figuração e sem figuração, garatujas), que não são letras convencionais. Posteriormente a esta fase, o adulto passa a apresentar uma grafia próxima das letras e números: são as pseudoletras. Mais tarde, ele passa a diferenciar letras e números e usá-los distintamente. Todo esse processo inicial de aquisição da escrita é denominado de fase présilábica. Nela o educando ainda não percebe que a escrita é a representação da fala, por isso sua escrita não tem correspondência entre grafema e fonema. Usa qualquer letra em qualquer ordem, sua escrita não é estável. Com a superação da primeira fase, o educando passa a perceber a sílaba como unidade sonora, então sua escrita se caracteriza por uma certa lógica, onde se coloca uma letra para cada sílaba que pode ou não ter valor sonoro convencional. É a fase silábica. E quando o educando entra nela passa a apresentar alguns conflitos: quando tenta escrever palavras monossílabas, pois hesita em aceitar palavras escritas com uma só letra; quando escreve palavras com todas as letras iguais, como AAA para BATATA; quando palavras diferentes são escritas da mesma maneira AEA/PANELA, AEA/JANELA; quando os nomes próprios não podem ser escritos pela metade. Para encontrar a solução desses conflitos o educando precisa negar sua lógica de escrita, a silábica. Quando ele descobre que uma sílaba pode ser escrita com a vogal ou a consoante, acaba escrevendo com ambas. Com isso combina o critério silábico com uma escrita parcialmente alfabética. Coexistindo essas hipóteses, a fase é a silábico-alfabética. O valor sonoro é uma característica freqüente, e o educando passa então a acrescentar letras à sua escrita. Vencendo as hipóteses anteriores, chega-se a escrever com todas as letras que nós alfabetizados escrevemos para representar uma palavra. A escrita já é definitivamente alfabética, pois há a reconstrução do sistema lingüístico e a compreensão da sua organização, por parte do educando, o que permite a ele a leitura e expressão gráfica do que pensa ou fala. A partir desse momento, o desafio é caminhar rumo à correção ortográfica e gramatical. BIBLIOGRAFIA: CURTO, L. M. ; MORILLO, M. M. ; TEIXIDÓ, M. M. Escrever e ler. Vol. 1. Porto Alegre Artmed. 2000. CÓCCO, M. F. ALP: alfabetização, linguagem e pensamento: um trabalho de linguagem numa proposta sócioconstrutivista (anotações para o professor) São Paulo. FTD. 1995.