Eventos adversos a medicamentos

Propaganda
Aula 12:
Eventos adversos a medicamentos
O que é evento adverso?
O termo evento adverso (EA) refere-se ao aparecimento de um problema de saúde
causado pelo tratamento e não pela doença, ou seja, alguma situação em que a saúde
do indivíduo pode ser prejudicada pelo próprio tratamento e não pela doença que está
sendo tratada. São observados eventos adversos oriundos de procedimentos
cirúrgicos, de utilização de medicamentos, de procedimentos médicos, de tratamento
não medicamentoso, de demora ou incorreção no diagnóstico. Dentre os EAs, aqueles
relacionados ao uso de medicamentos são responsáveis por cerca de 20% do total de
casos observados, atrás apenas daqueles associados a procedimentos cirúrgicos.
Evento adverso relacionado a medicamentos (EAM) é qualquer dano apresentado pelo
paciente que possa ser atribuído a medicamentos. Os EAM podem decorrer da
utilização adequada, inadequada ou mesmo da falta de acesso àqueles fármacos
clinicamente necessários.
Evento adverso a medicamentos
Os EAM são subdivididos em dois grupos:
Reações adversas a medicamentos: diz respeito ao risco inerente frente à utilização
adequada de medicamentos; portanto, inevitáveis. Os medicamentos possuem
substâncias, o princípio ativo, o qual é biologicamente ativo. Entretanto, nem sempre
as substâncias ativas são seletivas, isto é, nem sempre são capazes de atuar somente
naquele lugar proposto. Por isso, algumas vezes aparecem efeitos que não eram
desejados, caracterizando as reações adversas – aquelas descritas nas bulas dos
medicamentos.
Erros de medicação: são entendidos como qualquer evento que pode ser prevenido,
mas decorrentes do uso incorreto ou da não utilização de medicamentos necessários;
portanto, possivelmente relacionados com falhas nos procedimentos. Alguns exemplos
são: dispensação de medicamentos errados; prescrição incorreta ou ilegível; e
administração incorreta.
Tabela I: Fatores que podem causar ou contribuir para a ocorrência de um
evento adverso a medicamento
· Falha da qualidade do produto;
· Defeito de fabricação;
· Mau funcionamento;
· Rotulagem, instruções de uso e embalagem impróprias ou inadequadas;
· Desenvolvimento impróprio/inadequado de projeto;
· Erro do usuário quando da utilização dos produtos para saúde.
Reação adversa a medicamento (RAM)
De acordo com a gravidade, as RAMs podem ser classificadas como:
Leve: Não requer tratamentos específicos ou antídotos e não é necessária a
suspensão do medicamento.
Moderada: Exige modificação da terapêutica medicamentosa, apesar de não ser
necessária a suspensão do medicamento causador. Pode prolongar a hospitalização e
exigir tratamento específico.
Grave: Potencialmente fatal, requer a interrupção da administração do medicamento e
tratamento específico da RAM, a hospitalização ou o prolongamento do tempo de
internação.
Letal: Contribui direta ou indiretamente para a morte do paciente.
De acordo com a frequência, as reações adversas podem ser classificadas em:
Há fatores que predispõem às reações adversas a medicamentos (RAMs). Alguns
grupos da população são particularmente susceptíveis ao aparecimento de RAMs. O
uso de medicamentos por indivíduos que pertencem a esses grupos exige cuidadosa
monitoração e rigorosa avaliação da relação risco-benefício.
Grupos susceptíveis ao aparecimento de RAMs:
I – Idade: Bebês e idosos possuem alterações fisiológicas comparadas aos indivíduos
adolescentes e adultos, o que pode gerar aumento ou diminuição de sensibilidade aos
efeitos adversos. Tais alterações exigem que o uso de medicamentos nesses
extremos de idade mereça cuidadosa orientação e acompanhamento.
II – Gestantes: uso de medicamentos deve ser avaliado considerando as alterações
fisiológicas que ocorrem durante a gravidez, assim como deve-se tomar cuidado com
os efeitos que os medicamentos possam ter sobre os fetos.
III – Doenças: Pacientes que apresentam doenças renais, hepáticas e alergias devem
ser cuidadosamente acompanhados, pois estão mais propensos ao aparecimento de
RAMs.
IV – Variabilidade genética: As variações genéticas podem causar respostas anormais
a determinados medicamentos, ou seja, o corpo de um indivíduo pode processar o
medicamento de forma diferente de outro indivíduo, devido a alterações em sua
genética. Para saber se o indivíduo possui essa variabilidade genética, devem ser
feitos exames específicos, quando for necessário. Na grande maioria da população,
essas alterações genéticas não se manifestam.
V – Polifarmácia: Polifarmácia é o uso de dois ou mais medicamentos por um mesmo
indivíduo num mesmo espaço de tempo. Esse fato pode aumentar a incidência de
reações adversas de forma assustadora, e isso é em parte devido às interações entre
os fármacos que podem ocorrer no nosso corpo.
Os efeitos nocivos decorrentes do uso de medicamentos ainda acarretam grande
impacto à saúde dos indivíduos. Por esse motivo, torna-se de grande importância a
utilização racional de medicamentos. A utilização adequada de medicamentos,
também denominada uso racional de medicamentos (URM), compreende indicação
apropriada à situação clinica, distribuição/dispensação de acordo com as
necessidades individuais e administração/uso correto. O termo acesso a
medicamentos, por sua vez, indica a relação entre a necessidade de medicamentos e
a sua oferta com qualidade.
Download