PROTOCOLO DE VIGILÂNCIA DA SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ E OUTRAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS AGUDAS GRAVES PÓS-INFECCIOSAS VERSÃO 3.0 - PARANÁ 03/05/2016 Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 1 Governador do Paraná Beto Richa Vice-Governadora Cida Borghetti Secretário Estadual de Saúde Michele Caputo Neto Diretor Geral Sezifredo Paz Superintendência de Vigilância em Saúde Cleide Oliveira Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde Mirian Marques Woiski Centro de Vigilância Ambiental Ivana Lucia Belmonte Centro de Epidemiologia Julia Valéria Ferreira Cordellini Laboratório Central do Estado Célia Fagundes da Cruz Equipe Técnica Ana Paula Stelmach da Silva Hagedorn Daniele Akemi Arita Elizabeth El Hajjar Droppa Laurina Setsuko Tanabe Marion Burger Renato Antonio Teixeira Lopes Colaboradores Letícia Coutinho Alcides Augusto de Oliveira Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 2 SUMÁRIO I. ANTECEDENTES E JUSTIFICATIVA: ........................................................................................................... 4 II. OBJETIVOS ............................................................................................................................................... 4 III. MÉTODO .................................................................................................................................................. 5 a) DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO ....................................................................................................... 5 b) FLUXO DE INFORMAÇÃO ................................................................................................................. 5 c) FLUXO DE ENVIO DE AMOSTRAS PARA O LACEN-PR....................................................................... 5 FLUXO I – VIGILÂNCIA DA SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ E OUTRAS DOENCAS NEUROLÓGICAS AGUDAS GRAVES PÓS-INFECCIOSAS ............................................................................................... 7 QUADRO I – COLETA DE AMOSTRAS PARA INVESTIGAÇÃO DE CASOS DE SÍNDROME DE GUILLAINBARRÉ OU OUTRAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS AGUDAS GRAVES PÓS-INFECCIOSAS ................... 8 d) VIGILÂNCIA DA PARALISIA FLÁCIDA AGUDA (PFA)/POLIO ............................................................ 14 e) VIGILÂNCIA DAS MENINGITES E MENINGOENCEFALITES ................................................................ 14 f) REAVALIAÇÃO DO CASO EM 60 DIAS ............................................................................................... 14 g) ENCERRAMENTOS DOS CASOS ........................................................................................................ 14 IV. RESULTADOS ESPERADOS ..................................................................................................................... 16 V. INFORMAÇÕES E CONTATOS................................................................................................................. 16 VI. REFERÊNCIAS CONSULTADAS ................................................................................................................ 17 VII. ANEXOS ................................................................................................................................................. 18 ANEXO 1 – FORMULÁRIO DE REGISTRO E INVESTIGAÇÃO DE CASOS DE SÍNDROME DE GUILLAINBARRÉ OU DOENÇAS NEUROLÓGICAS AGUDAS GRAVES PÓS-INFECCIOSAS, SESA-PR, 2016 ...... 18 Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 3 I. ANTECEDENTES E JUSTIFICATIVA: Considerando o aumento da ocorrência de casos com manifestação neurológica e história prévia de infecção viral em Estados que apresentam circulação importante do vírus Zika e circulação concomitante dos vírus da dengue e/ou chikungunya; Considerando que a Infecção por Zika Vírus é uma doença emergente no Brasil e que pode cursar com complicações neurológicas, principalmente a Síndrome de Guillain-Barré1 (SGB); Considerando também um registro prévio de aumento de casos de Síndrome de Guillain-Barré em Cascavel/PR nos anos de 2007 e 2008, ultrapassando o limite esperado de 1 caso/100.000 habitantes (os coeficientes registrados foram 2,1 e 4,5 casos por 100.000 habitantes nos períodos de agosto/2006 a julho/2007 e de agosto/2007 a julho/2008, respectivamente); A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, frente a este contexto, implanta o presente protocolo estadual para vigilância de casos de Síndrome de Guillain-Barré e outras doenças neurológicas agudas graves pós-infecciosas, visando caracterizar o cenário no Estado e identificar possíveis fatores de risco associados. II. OBJETIVOS Geral Identificar as possíveis causas infecciosas desencadeantes da Síndrome de Guillain-Barré e outras manifestações neurológicas pós-infecciosas no Estado do Paraná. Específicos Investigar e descrever os casos por pessoa, tempo e lugar; Identificar as possíveis causas infecciosas relacionadas ao comprometimento neurológico; Indicar para a vigilância e rede de assistência municipais e estadual, as situações mais frequentes relacionadas à ocorrência da Síndrome de Guillain-Barré e demais manifestações neurológicas pós-infecciosas no Estado do Paraná, a fim de preparar os profissionais de saúde para prover maior atenção, nível de cuidado e assistência terapêutica aos pacientes. 1 Doença rara do sistema nervoso em que o próprio sistema imunológico causa danos às células nervosas, causando fraqueza muscular e, por vezes, paralisia. (CDC, 2016: https://translate.google.com.br/translate?hl=ptBR&sl=en&u=http://www.cdc.gov/zika/qa/gbs-qa.html&prev=search, acesso em 08/03/16 äs 19:13 hs) Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 4 III. MÉTODO A vigilância será de forma universal, independente de idade, sexo, etnia ou município de residência. a) DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO Paciente com quadro clínico compatível com Síndrome de Guillain-Barré (polirradiculopatia aguda) idiopática ou imunomediada, possivelmente pós-infecciosa, e que não apresenta outras condições etiológicas não infecciosas sabidamente relacionadas a esta manifestação neurológica como linfomas, traumas, gravidez, cirurgias, AVC, acidose diabética, entre outras. Paciente que apresente outras doenças neurológicas agudas graves pós-infecciosas como, por exemplo, quadros de mielite transversa, encefalite ou ADEM (encefalomielite disseminada aguda). Nos casos destas outras doenças neurológicas é imprescindível a presença de sinais ou sintomas (ou diagnóstico laboratorial) compatíveis com alguma doença infecciosa nos últimos 60 dias, isto é, em até dois meses que precedem o início das manifestações neurológicas. b) FLUXO DE INFORMAÇÃO O serviço de saúde responsável pelo atendimento do paciente deve notificar o caso suspeito por telefone à vigilância epidemiológica municipal, que por sua vez notificará ä Regional de Saúde (RS) e o CIEVS-PR. A seguir, o serviço de saúde preenche o documento constante no Anexo 1 e então e insere os dados do caso suspeito no formulário online disponível no link http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=24947. O serviço de epidemiologia do município e/ou da regional auxiliará na orientação da coleta das amostras clínicas do paciente e organização do transporte e envio ao LACEN-PR. O serviço de atendimento ou a vigilância epidemiológica municipal deve enviar uma cópia digitalizada do documento preenchido constante no Anexo 1 para a respectiva Regional de Saúde. c) FLUXO DE ENVIO DE AMOSTRAS PARA O LACEN-PR Para todos os casos suspeitos de Síndrome de Guillain-Barré devem ser coletadas amostras para pesquisa de arbovírus (Dengue; Chikungunya e Zika). Se o caso suspeito tiver Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 5 apresentado nos últimos 60 dias um quadro clínico compatível com diarreia; exantema ou febre, coletar também amostras para pesquisa dos diagnósticos diferenciais, segundo fluxo a seguir: Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 6 FLUXO I – VIGILÂNCIA DA SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ E OUTRAS DOENCAS NEUROLÓGICAS AGUDAS GRAVES PÓS-INFECCIOSAS No campo “Observações” do GAL, informar sempre: Elucidação de Síndrome de Guillain-Barré ou outras Doenças Neurológicas Agudas Graves Pós-Infecciosas CASO SUSPEITO Coletar amostras para: ARBOVÍRUS (Dengue, Chikungunya e Zika) DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Se nos últimos 60 dias apresentou quadro clínico compatível com: DIARREIA Solicitar exame para: EXANTEMA Solicitar exame para: FEBRE Solicitar exame para: Campylobacter sp Citomegalovírus Doença de Lyme Listeria monocytogenes Epstein Barr Herpes vírus Enterovírus (Echovírus) Dengue IgM Febre do Nilo Ocidental Chikungunya IgM Saint Louis Enterovirus (Coxsackie) Rocio Oropouche Encefalites eqüinas Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 7 QUADRO I – COLETA DE AMOSTRAS PARA INVESTIGAÇÃO DE CASOS DE SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ OU OUTRAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS AGUDAS GRAVES PÓS-INFECCIOSAS EXAMES SOLICITADOS PARA DIAGNÓSTICO MATERIAL COMO CADASTRAR NO GAL (GERENCIADOR DE AMBIENTE LABORATORIAL) MÉTODO RT-PCR EM TEMPO REAL SORO PROCEDIMENTO DE COLETA ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE Coletar 10 a 15 mL de sangue sem anticoagulante. Centrifugar o sangue para separar o soro. Transferir o soro para 2 microtubos com tampa de rosca específicos para Biologia Molecular fornecidos pelo Lacen/PR, sendo 1 mL de soro em cada microtubo. Arboviroses (Dengue, Chikungunya e Zika) 1 LÍQUOR (Líquido céfalo raquidiano - LCR) Pesquisa de Arbovírus – Biologia Molecular URINA Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. RT-PCR EM TEMPO REAL RT-PCR EM TEMPO REAL Coletar Líquor. Transferir o líquor para 2 microtubos com tampa de rosca específicos para Biologia Molecular fornecidos pelo Lacen/PR, sendo 1 mL de líquor em cada microtubo. Coletar 10 mL de urina em tubo tipo Falcon, fornecido pelo Lacen/PR Página 8 Congelar a –20°C (de preferência, imediatamente) Em caixa de isopor com bastante gelo reciclável. Enviar ao Lacen/PR preferencialmente no mesmo dia da coleta EXAMES SOLICITADOS PARA DIAGNÓSTICO MATERIAL COMO CADASTRAR NO GAL (GERENCIADOR DE AMBIENTE LABORATORIAL) MÉTODO PROCEDIMENTO DE COLETA ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE Refrigerar entre 2 a 8°C por até 72 horas. Em caixa de isopor com gelo reciclável. Coletar sangue sem anticoagulante. Citomegalovírus SORO Epstein Barr Vírus OBS.: deverá ter um único cadastro no GAL por paciente e uma requisição para cada grupo de exames. Herpes (HSV) Dengue Chikungunya Outros Arbovírus (Febre do Nilo Ocidental; Saint Louis; Oropouche; Rocio; Encefalites Equinas) Cadastrar cada exame individualmente SORO 2 Sorologia (Enzimaimuno ensaio) Síndromes Neurológicas - Pesquisa de Vírus Obs.: solicitar somente se houver suspeita clínicoepidemiológica Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Centrifugar o sangue para separar o soro. Transferir o soro para tubos de poliestireno de tampa amarela fornecidos pelo Lacen/PR, sendo 1 tubo para cada grupo de exames abaixo: 0,5 mL de soro para Citomegalovírus, Epstein Barr; 0,5 mL de soro para Herpes; 0,5 mL de soro para Dengue, Chikungunya. Após este prazo, congelar a –20°C Enviar ao Lacen/PR preferencialmente no mesmo dia da coleta. Coletar sangue sem anticoagulante. Centrifugar o sangue para separar o soro. (Os métodos serão definidos pelo Laboratório de Referência) Transferir o soro para 3 microtubos com tampa de rosca específicos para Biologia Molecular fornecidos pelo Lacen/PR, sendo 1 mL de soro em cada microtubo. Página 9 Congelar a –20°C (de preferência, imediatamente) Em caixa de isopor com bastante gelo reciclável. Enviar ao Lacen/PR preferencialmente no 5 mesmo dia da coleta EXAMES SOLICITADOS PARA DIAGNÓSTICO MATERIAL SORO Doença de Lyme (se o paciente tiver história epidemiológica compatível, isto é, contato com carrapatos, cavalos ou outros animais) COMO CADASTRAR NO GAL (GERENCIADOR DE AMBIENTE LABORATORIAL) MÉTODO PROCEDIMENTO DE COLETA ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE Refrigerar entre 2 a 8°C por até 72 horas. Em caixa de isopor com gelo reciclável. Após este prazo, congelar a –20°C Enviar ao Lacen/PR preferencialmente no mesmo dia da coleta. 3 3 LÍQUOR (Líquido cefaloraquidiano - LCR) Lyme Encaminhar junto com as amostras clínicas: O protocolo preenchido de Borreliose Humana Brasileira ou Síndrome de Baggio Yoshinari que está disponível online nos anexos 4 do Manual do Lacen/PR ; Resultados citoquímicos do LCR (incluindo nº de leucócitos e resultado da dosagem das proteínas totais) Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Sorologia (Enzimaimuno ensaio) Coletar sangue sem anticoagulante. Centrifugar o sangue para separar o soro. Transferir 2 mL de soro para 1 tubo de poliestireno de tampa amarela fornecido pelo Lacen/PR. Sorologia (Enzimaimuno ensaio) Coletar 3 mL de Líquor em um tubo tipo Falcon fornecido pelo Lacen/PR. Página 10 EXAMES SOLICITADOS PARA DIAGNÓSTICO MATERIAL COMO CADASTRAR NO GAL (GERENCIADOR DE AMBIENTE LABORATORIAL) Enterovírus – Isolamento viral LÍQUOR (Líquido céfaloraquidiano - LCR) MÉTODO ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO Coletar Líquor. 5 Encaminhar junto os dados citoquímicos e bacteriológicos do líquor PROCEDIMENTO DE COLETA Isolamento Viral Transferir o líquor para 2 microtubos com tampa de rosca específicos para Biologia Molecular fornecidos pelo Lacen/PR, sendo 1 mL de líquor em cada microtubo. Congelar a –20°C (de preferência, imediatamente) Coletar Líquor. Pesquisa de Enterovirus – Biologia Molecular Enterovírus PCR em Tempo Real Transferir o líquor para 2 microtubos com tampa de rosca específicos para Biologia Molecular fornecidos pelo Lacen/PR, sendo 1 mL de líquor em cada microtubo. Congelar a –20°C (de preferência, imediatamente) 5 Enterovírus – Isolamento Viral Detecção de Coxsackie FEZES A pesquisa deste vírus deverá ser solicitada no campo “Observações” do GAL: Suspeita de Coxsackie Paralisia Flácida Aguda Detecção de Poliovírus Isolamento Viral Coletar 8 gramas de fezes em frasco limpo e seco (coletor universal), vedar bem. Congelar a –20°C (de preferência, imediatamente) 5 A coleta das fezes deve ser realizada na fase aguda até o 14º dia do início da deficiência motora (PFA) Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Isolamento Viral Coletar 8 gramas de fezes em frasco limpo e seco (coletor universal), vedar bem. Página 11 Congelar a –20°C (de preferência, imediatamente) ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE Em caixa de isopor com bastante gelo reciclável. Enviar ao Lacen/PR preferencialmente no 4 mesmo dia da coleta Em caixa de isopor com bastante gelo reciclável. Enviar ao Lacen/PR preferencialmente no mesmo dia da coleta Em caixa de isopor com bastante gelo reciclável. Enviar ao Lacen/PR preferencialmente no 4 mesmo dia da coleta . Em caixa de isopor com bastante gelo reciclável. Enviar ao Lacen/PR preferencialmente no 4 mesmo dia da coleta . EXAMES SOLICITADOS PARA DIAGNÓSTICO MATERIAL COMO CADASTRAR NO GAL (GERENCIADOR DE AMBIENTE LABORATORIAL) MÉTODO PROCEDIMENTO DE COLETA ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE Manter refrigerado entre 2 a 8°C. Em caixa de isopor com gelo recicável. Encaminhar o mais rápido possível ao Lacen/PR. Coletar Líquor. LÍQUOR (Líquido céfaloraquidiano - LCR) Fazer assepsia na tampa de borracha do frasco estéril, fornecido pelo Lacen/PR. Cultura e Teste de Sensibilidade a antimicrobianos Listeria monocytogenes Listeria SANGUE Cultura e Teste de Sensibilidade a antimicrobianos Com auxílio de seringa injetar 1 mL de líquor no frasco estéril. Não romper o lacre. Utilizar o frasco para líquor do Kit para Meningite Bacteriana. Coletar 2 amostras de sangue com anticoagulante (EDTA), sendo 1 amostra no braço direito e outra no esquerdo e sem intervalo de tempo entre elas, antes da administração de medicamentos e do pico febril. Coletar para adulto 20 mL de sangue e para criança de acordo com o peso, conforme tabela abaixo: PESO (KG) <4 4 a 13 13 a 25 >25 VOLUME (ML) 1 3 10 20 Fazer assepsia da tampa do frasco de hemocultura, que é fornecido pelo Lacen/PR, no Kit de Meningococcemia. Inocular no frasco de hemocultura aeróbio adulto (tampa verde) ou pediátrico (tampa amarela). Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 12 Manter à temperatura ambiente. NUNCA REFRIGERAR. Em caixa de isopor em temperatura ambiente. Encaminhar o mais rápido possível ao Lacen/PR, em até no máximo 24 horas. Coletar 2 g de fezes pastosas ou sólidas ou 2 a 3 mL de fezes líquidas. FEZES Campylobacter sp Campylobacter Bacterioscopia; Cultura e Teste de sensibilidade a antimicrobianos O material coletado deve ser recolhido com swab e imerso em meio de transporte Cary Blair, de modo a não deixar sobras de material na superfície do meio. O meio de transporte Cary Blair é fornecido pelo Lacen/PR. Manter em temperatura ambiente por até 24 horas. Após esse prazo refrigerar entre 2 a 8°C em, no máximo, 48 horas. Coletar o mais precoce possível, na fase aguda e antes do tratamento com antibióticos. Observações: O GAL deverá ter um único cadastro por paciente, mas imprimir uma requisição para cada exame ou grupo de exames. Encaminhar as amostras organizadas e identificando cada recipiente para qual exame está sendo encaminhado. As amostras deverão ser coletadas na suspeita clínica de um caso de SGB ou doença neurológica aguda pós-infecciosa. 1. A amostra de LCR será encaminhada ao Laboratório de Referência – Fiocruz/PR, para a Pesquisa de Zika por Biologia Molecular. 2. As amostras de soro serão encaminhadas ao Laboratório de Referência – IAL/SP 3. As amostras de soro e/ou LCR serão encaminhadas Laboratório Colaborador - Laboratório de Reumatologia da Universidade de São Paulo (USP) 4. O Protocolo de Borreliose Humana Brasileira ou Síndrome de Baggio Yoshinari está disponível no link http://www.lacen.saude.pr.gov.br/arquivos/File/Manuais/ProtocolodeenvioDoencadeLyme.pdf 5. As amostras de LCR e fezes serão encaminhadas ao Laboratório de Referência – Fiocruz/RJ. Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 13 Em caixa de isopor em temperatura ambiente em até 24 horas. Após esse prazo, encaminhar em gelo reciclável. Enviar ao Lacen/PR preferencialmente no mesmo dia da coleta. O tempo entre coleta e processamento não deve ultrapassar 72 horas. d) VIGILÂNCIA DA PARALISIA FLÁCIDA AGUDA (PFA)/POLIO O fluxo da vigilância da PFA em menores de 15 anos, assim como a ficha de notificação e investigação (SinanNet) desta situação permanecem os mesmos. Portanto, mesmo com a implantação do presente protocolo, todos os casos de Síndrome de Guillain-Barré em menores de 15 anos de idade continuarão a ser notificados como PFA e devem ser investigados com coleta de amostras de fezes para pesquisa de poliovírus (conforme rotina). A investigação desses casos agora passa a ser ampliada com a coleta e envio ao Lacen-PR de amostras de sangue/soro, líquido cefalorraquidiano (LCR), urina e fezes, seguindo as orientações constantes no Quadro I (Coletas para Pesquisa de Casos de Síndrome de Guillain-Barré e Outras Doenças Neurológicas Agudas Graves Pós-Infecciosas). e) VIGILÂNCIA DAS MENINGITES E MENINGOENCEFALITES O fluxo da vigilância epidemiológica das meningites e meningoencefalites, assim como a ficha de notificação e investigação (SinanNet) também permanecem os mesmos, ou seja, mesmo com a implantação do presente protocolo, todos os casos de meningite continuarão a ser notificados e investigados de acordo com o Protocolo do Ministério da Saúde. Recomenda-se que os casos de meningites virais notificados sejam monitorados semanalmente, de forma que ao se detectar uma alteração no padrão do comportamento desta doença, o município e/ou a regional de saúde devem entrar em contato com a área técnica responsável na Regional de Saúde e/ou Centro de Epidemiologia (CEPI/SESA), para que a investigação dos casos possa ser ampliada com a coleta e envio ao Lacen-PR de amostras de sangue/soro, líquido cefalorraquidiano (LCR), urina e fezes, seguindo as orientações constantes no Quadro I (Coletas para Pesquisa de Casos de Síndrome de Guillain-Barré e Outras Doenças Neurológicas Agudas Graves Pós-Infecciosas). f) REAVALIAÇÃO DO CASO EM 60 DIAS Realizar avaliação neurológica (preferencialmente por neurologista) em 60 dias do quadro neurológico avaliando prioritariamente tônus e força muscular, visando encerrar o formulário de investigação. g) ENCERRAMENTOS DOS CASOS Para encerramento dos casos, orientamos seguir as seguintes definições: Caso Provável Caso suspeito para o qual não foi possível realizar exames laboratoriais para investigação da etiologia infecciosa relacionada à Síndrome de Guillain-Barré ou outra doença neurológica aguda grave pós-infecciosa. Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 14 Caso Confirmado Caso suspeito com confirmação laboratorial da etiologia infecciosa relacionada à Síndrome de Guillain-Barré ou outra doença neurológica aguda grave pós-infecciosa. Caso Descartado Caso suspeito para o qual foi constatado outro diagnóstico etiológico não infeccioso para a manifestação neurológica, como por exemplo: linfomas, traumas, gravidez, cirurgias, vacinação anterior, AVC, acidose diabética, dentre outros. Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 15 IV. RESULTADOS ESPERADOS Esta vigilância permitirá conhecer a ocorrência, a distribuição e os determinantes da manifestação neurológica decorrentes de possível quadro infeccioso prévio, com destaque para as seguintes variáveis: 1. Pessoa: sexo, idade, sinais e sintomas, histórico de infecção e/ou vacinação prévia (se houver), distribuição dos casos segundo a manifestação neurológica apresentada, exames específicos e inespecíficos; 2. Tempo: data do início do quadro neurológico, possível sazonalidade, data do início da infecção anterior (se houver), tempo entre a infecção e o quadro neurológico (se houver), curva epidêmica com as datas de início dos sintomas da infecção prévia (se houver) e do quadro neurológico; 3. Lugar: local de residência, local de notificação, local de internação; 4. Evolução: análise do desfecho clínico das situações investigadas e da presença ou não de seqüelas após 60 dias do início do quadro neurológico; 5. Número de casos: detecção da incidência e/ou surtos em diferentes regiões do Paraná; 6. Comparação com a ocorrência das doenças infecciosas de notificação obrigatória registradas no Estado do Paraná no mesmo período. V. INFORMAÇÕES E CONTATOS Para maiores informações e/ou esclarecimento de dúvidas, entrar em contato com o CIEVS-PR pelos telefones: (41) 3330-4416/4492/4493, 3332-2602, 9117-3500, 0800 643 8484 ou email: [email protected]. Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 16 VI. REFERÊNCIAS CONSULTADAS 1. Ministério da Saúde. Brasil. Protocolo de vigilância dos casos de manifestações neurológicas de infecção viral prévia. Versão 1 – 2015. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/15/Protocolo-de-vigila--ncia-demanifestac--a--o-neurolo--gica-Vers--o-FINAL.pdf 2. Ministério da Saúde. Brasil. Dengue - diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança - 2016 - 5ª edição. 2016. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/14/dengue-manejo-adulto-crianca5d.pdf 3. Ministério da Saúde. Brasil. Febre de chikungunya: manejo clínico. 2015. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/27/febre-de-chikungunyamanejo-clinico-b.pdf 4. CIEVS-PR/SESA-PR. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia e suspeita de infecção congênita pelo vírus Zika no Estado do Paraná - 07/03/2016. Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/PROTOCOLO_CIEVSPR_INFCONGZIKA_07_03_ 2016_final.pdf 5. Veronesi, Ricardo & Focaccia, Roberto. Tratado de Infectologia. Edit. Atheneu. 5ªedição, 2015. 6. Balm MN, Lee CK, Lee HK, Chiu L, Koay ES, Tang JW. A diagnostic polymerase chain reaction assay for Zika virus. Journal of Medical Virology. 2012 Sep; 84(9): 1501-5 7. GONCALVES, Eduardo. Acute inflammatory demyelinating polyradiculoneuropathy (GuillainBarré syndrome) following dengue fever. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, São Paulo, v. 53, n. 4, Aug. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003646652011000400009&lng=en&nrm=iso 8. Campos GS, Bandeira AC, Sardi SI. Zika virus outbreak, Bahia, Brazil. Emerg Infect Dis. 2015 Oct;21(10):[5 p.]. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26401719 Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 17 VII. ANEXOS ANEXO 1 – FORMULÁRIO DE REGISTRO E INVESTIGAÇÃO DE CASOS DE SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ OU DOENÇAS NEUROLÓGICAS AGUDAS GRAVES PÓS-INFECCIOSAS, SESAPR, 2016 DADOS GERAIS Nome do paciente: __________________________________________________________________________ DN: ____/____/______ Idade: ________Sexo ( ) Masc. ( )Fem. Gestante : ( ) não ( ) sim ____semanas IG Município de residência: _________________________________________ UF: _________ RS: ____________ Endereço:__________________________________________________________Tel: ( )__________________ Data notificação: ___/___/________Data início da paralisia/parestesia/etc.: ___/___/_______ Data investigação: ___/___/_______Data 1ª consulta: ___/___/______Instituição de saúde:______________ DADOS DE INFECÇÃO AGUDA PREGRESSA Houve infecção aguda pregressa? ( ) não sabe ( ) não ( ) sim, data da infecção pregressa: ____/____/_____ Se houve uma infecção aguda pregressa, assinalar quais os sinais e sintomas que apresentou: ( ) artralgia ( ) diarreia ( ) equimoses ou hemorragia ( ) tosse ( ) cefaleia ( ) conjuntivite ( ) dispneia ( ) dor de garganta ( ) exantema ( ) febre ( ) coriza ( ) dor retro-orbital ( ) mialgia ( ) outros: _________________________ _________________________ Exames laboratoriais com resultados significativos ou positivos relacionados ao quadro de infecção aguda pregressa: Exame Resultado ( ) Cultura ( ) Isolamento viral ( ) PCR ( ) Sorologia ( ) Outros ___________________ Diagnóstico provável da infecção aguda pregressa: _______________________________________________ Houve hospitalização na infecção pregressa? ( )Não ( )Não sabe ( )Sim, data ___/___/______ Instituição _____________________________ Município: ________________________________ UF: ______ DADOS CLÍNICOS ATUAIS Sinais e sintomas: ___________________________________________________________________________ Presença de deficiência motora? ( ) Não ( ) Sim, ( ) Aguda ( ) Flácida ( ) Assimétrica ( ) Progressão após 3 dias ( ) Ascendente ( ) Descendente Diminuição de força muscular? ( ) Não ( ) Sim, ( ) MID ( ) MIE ( ) MSD ( ) MSE Diminuição de tônus muscular? ( ) Não ( ) Sim, ( ) MID ( ) MIE ( ) MSD ( ) MSE Comprometimento de musculatura respiratória? ( ) Não ( ) Sim Comprometimento de musculatura cervical? ( ) Não ( ) Sim Comprometimento de musculatura de face? ( ) Não ( ) Sim INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ATUAIS Instituição de hospitalização: __________________________________________________________________ Município da hospitalização: _________________________________________________________________ Data hospitalização: ___/___/______ Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 18 Exame quimiocitológico – Data do quimiocitológico mais recente: ___/___/_____ Hemácias (mm3): _____________ Leucócitos (mm3): ____________ Monócitos (%): _______________ Neutrófilos (%): ______________ Eosinófilos (%): _______________ Linfócitos (%): ________________ Glicose (mg): ________________ Proteínas (mg): ______________ Cloreto (mg): ________________ Exames laboratoriais coletados (referentes à investigação atual da doença neurológica): Resultados dos Exames Amostra clínica Data da coleta Exames Data do resultado ( ) Arboviroses (Dengue, Chikungunya, Zika) Sangue (soro) ___/___/___ ___/___/___ ( ) Arboviroses (Dengue, Chikungunya, Zika) Líquor ___/___/___ ___/___/___ ( ) Arboviroses (Dengue, Chikungunya, Zika) Urina ___/___/___ ___/___/___ Sangue (soro) ___/___/___ ___/___/___ Sangue (soro) ___/___/___ ___/___/___ ( ) Doença de Lyme Sangue (soro) ___/___/___ ___/___/___ ( ) Doença de Lyme Líquor ___/___/___ ___/___/___ ( ) Enterovírus Líquor ___/___/___ ___/___/___ ( ) Enterovírus Fezes ___/___/___ ___/___/___ ( ) Listeria monocytogenes Fezes ___/___/___ ___/___/___ ( ) Listeria monocytogenes Sangue ___/___/___ ___/___/___ Fezes ___/___/___ ___/___/___ ( ) Dengue, Chikungunya, Epstein Barr, Citomegalovírus, Herpes ( ) Outros arbovírus (FNO, Saint Louis, Oropouche, Rocio, Encefalites equinas) ( ) Campylobacter sp EVOLUÇÃO DO CASO Óbito ( ) não ( ) sim em ___/___/______ Alta hosp. em ____/____/_____ ( ) sem seqüela(s) Evolução: ( ) Cura sem seqüela(s) após 60dias ( ) Óbito pela doença ( ) com seqüela(s)___________________________ ( ) Cura com seqüela(s)após 60 dias__________________ ( ) Óbito por outras causas_________________________ ( ) Ignorado/Perda de seguimento (último contato em ____/____/____) Classificação final: ( ) Confirmado/compatível/provável para causa infecciosa. Qual? __________________________ ( ) Descartado para causa infecciosa. Qual? ____________________________________________ Critério de classificação: ( ) Laboratorial ( ) Clínico-epidemiológico ( ) Em investigação OBSERVAÇÕES Profissional responsável pelo preenchimento: ____________________________________________________ Telefone: ______________________________ email: _____________________________________________ Data: __________________________________ Local: _____________________________________________ Secretaria De Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Rua Piquiri, 170 – Curitiba, Paraná – CEP 80230 – 140. Fone: (41) 3330 – 4467. Página 19