UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO DIANA BRAZ PETTA FATORES DETERMINANTES NA COMUNICAÇÃO VERDE DA PERSPECTIVA DE CONSUMIDORES USUÁRIOS DAS REDES SOCIAIS Natal 2012 DIANA BRAZ PETTA FATORES DETERMINANTES NA COMUNICAÇÃO VERDE DA PERSPECTIVA DE CONSUMIDORES USUÁRIOS DAS REDES SOCIAIS Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Estratégia e Competitividade. Orientadora: Profa. Dra. Tereza de Souza Co-Orientador: Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto. Natal 2012 DIANA BRAZ PETTA FATORES DETERMINANTES NA COMUNICAÇÃO VERDE DA PERSPECTIVA DE CONSUMIDORES USUÁRIOS DAS REDES SOCIAIS Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Estratégia e Competitividade. Data da aprovação: ___ / ___ / ___. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Profª. Dra.Tereza de Souza Orientadora Universidade Potiguar – UNP _______________________________________________ Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto, Dr. Co-orientador Universidade Potiguar – UNP _______________________________________________ Profª. Dra. Patrícia Whebber S. de Oliveira Membro Examinador Universidade Potiguar – UNP _______________________________________________ Prof. Dr. Daniel Rodriguez de Carvalho Pinheiro Membro Examinador Externo Universidade Estadual do Ceará - UECE Dedico este trabalho aos meus sobrinhos: Valentina, Benício, Júlia e Maria Beatriz, por terem feito dos meus dias mais alegres durante a difícil caminhada de chegar até aqui. AGRADECIMENTOS A minha equipe da FCDL/RN por ter de forma tão profissional suprido minha ausência em muitos momentos necessários para a dedicação do meu mestrado. Em especial a amiga Janaína Firmino, quem primeiro me incentivou a me aventurar nesse desafio. Ao meu chefe, Marcelo Rosado, por ter me proporcionado essa experiência e pela confiança e parceria de sempre. Aos professores do mestrado, em especial a Prof. Dra. Tereza de Souza e ao Prof. Dr. Alípio Veiga, por toda a paciência e sabedoria em me conduzir nesse processo de aprendizagem. A minha vó, Josefina Braz, sempre presente na trajetória dos netos, é pra mim exemplo de superação e dedicação à família. Ao meu maior exemplo de pesquisador, meu pai, Prof. Dr. Reinaldo Petta, que me inspirou na realização desse desafio com sua paixão e dedicação pela busca do conhecimento. Além de pesquisador também um pai exemplar, sempre me guiando e orientando. A minha mãe, Ana Beatriz, fortaleza da família, que acreditou em mim desde o começo e me incentivou nos momentos de maior angústia. Sem o amparo dela não seria possível chegar até aqui. Aos meus irmãos Solano (Buburi) e Pedro (Pedrinho) por fazerem parte da minha vida e a minha irmã Dra. Tirzah Petta (Mimi), também pesquisadora, que em muitos momentos viveu a pesquisa desse mestrado junto comigo. Aos meus sobrinhos Valentina, Benício, Julia e Maria Beatriz. Vocês são a alegria de minha vida. Por fim, meu agradecimento especial ao Prof. Dr. Samuel Xavier de Souza, pessoa que tenho a honra de chamar de marido. Quando chegou em minha vida o desafio do mestrado já fazia parte dela, mas absorveu como objetivo também seu e em todo momento esteve ao meu lado, se mostrando paciente e tolerante mesmo nos momentos mais difíceis. Credito a você a realização desse trabalho. RESUMO O Marketing Verde vem se tornando tema bastante discutido na literatura científica e utilizado por empresas e organizações que buscam vantagem competitiva. Paralelo a esse cenário, cresce no mundo dos negócios o uso das redes sociais e das diversas ferramentas que elas disponibilizam como um novo meio de comunicação com os consumidores. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi identificar fatores determinantes da comunicação verde na perspectiva de consumidores usuários das redes sociais. Para isto, como objetivos secundários foram definidos: Selecionar variáveis de mensuração da comunicação verde no ambiente das redes sociais, Analisar a ordem de importância das variáveis observadas na perspectiva dos usuários das redes sociais, Analisar os agrupamentos de variáveis comuns explicadas pelos fatores e por fim, analisar a correlação entre fatores determinantes com o Constructo Central “Comunicação Verde”. O método utilizado foi de pesquisa de campo por meio de uma survey disponibilizada através de link nas redes sociais Twitter e Facebook. Considerando-se o alcance global das redes sociais, o questionário foi traduzido para o inglês e disponibilizado para os interessados de outros países em participar da pesquisa. Ao final foram coletados 525 questionários válidos, entre respondentes nacionais e internacionais. Utilizou-se do tratamento estatístico multivariado com uso de análise fatorial exploratória, para análise das variáveis, e correlação de Pearson para análise da influência dos fatores no Constructo Central, Comunicação Verde. Os resultados indicaram a divulgação do estilo de vida menos danoso ao meio ambiente como item de maior importância para uma comunicação verde no ambiente das redes sociais. Identificou-se a presença de quatro fatores determinantes da comunicação verde intitulados: Presença do apelo ecológico; Uso de dispositivos interativos; Atributos da veracidade/credibilidade da propaganda e Decisão de compra influenciada pela comunicação verde, sendo o primeiro o de maior impacto e o último o de menor impacto para uma comunicação verde ser considerada positiva neste ambiente. Este estudo contribui no sentido de orientar empresas verdes que se interessem em ingressar no ambiente das redes sociais. Palavras-chave: Marketing verde. Comunicação. Publicidade Verde. Redes Sociais. Twitter. Facebook. ABSTRACT Green Marketing is becoming a widely discussed topic in the scientific literature and widely used by companies and organizations seeking competitive advantage. Meanwhile, use of social networks, and the various tools that they offer, increases as a new way of communicating with consumers in the business world. In this context, the aim of this study was to identify the determinant factors of green communication from the perspective of consumers that are users of social networks. For this, we defined the following secondary objectives: select variables measuring green communication in the environment of social networks; analyze the order of importance of the examined variables from the perspective of users of social networks; analyze the clusters of common variables that are explained by the factors; and finally, analyze the correlation between the determinant factors and the central construct "Green Communication". The method used was field research through a survey available in the social networks Twitter and Facebook. Given the global reach of social networks, the questionnaire was made available in Portuguese and English to enable people from other countries to participate. Exactly 525 valid questionnaires were collected, including participants of the survey in English and in Portuguese. We used multivariate statistical analysis with exploratory factor analysis, to analyze the variables, and Pearson correlation analysis, to analyze the influence of the central construct. The results indicated that the dissemination of a lifestyle that is less damaging to the environment is the most important item for green communication on the environment of social networks. We identified the presence of four determinant factors, ordered as follows from the most to the least important for the communication to be considered positive in this environment: presence of ecological appeal; use of interactive devices; attributes of the advertising veracity / credibility; and purchasing decision influenced by the green communication. This study contributes to guide green companies that consider entering the social networking environment. Keywords: Green Marketing, Communication Green, Advertising, Social Networks, Twitter, Facebook. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Tela do Twitter. ......................................................................................... 35 Figura 2 - Gráfico Social do Facebook. ..................................................................... 37 Figura 3 - Tela do Facebook com feed de notícias. .................................................. 38 Figura 4 - Esquema da Pesquisa. ............................................................................. 51 Figura 5 - Esquema resumido para a identificação dos fatores................................. 59 Figura 6 – Fatores determinantes da comunicação verde ........................................ 85 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Distribuição dos usuários de internet ao redor do mundo - 2011 ............ 24 Tabela 2 – Lista dos 10 países com maior número de usuários de internet ............. 25 Tabela 3 – Caracterização dos entrevistados quanto ao sexo .................................. 61 Tabela 4 – Caracterização dos entrevistados quanto à faixa etária .......................... 61 Tabela 5 – Caracterização dos entrevistados quanto à formação............................. 61 Tabela 6 – Respondentes dos questionários em português e em inglês .................. 62 Tabela 7 – Médias obtidas por variável de acordo com o nível de importância dos fatores. ...................................................................................................................... 69 Tabela 8 – Frequências obtidas por variável de acordo com nível de importância para os sujeitos ......................................................................................................... 72 Tabela 9 – Resultado teste KMO e teste de Bartlett ................................................. 74 Tabela 10 – Matriz dos componentes do Constructo Central .................................... 75 Tabela 11 – Média de comunalidade entre as variáveis. .......................................... 77 Tabela 12 – Total da variância explicada do reagrupamento das variáveis .............. 78 Tabela 13 – Rotação da matriz de componentes ...................................................... 79 Tabela 14 – Variáveis pertencentes ao Fator 1 – Presença do apelo ecológico ....... 80 Tabela 15 – Variáveis pertencentes ao Fator 2 - Uso de dispositivos interativos...... 81 Tabela 16 – Variáveis pertencentes ao Fator 3 – Atributos da veracidade / credibilidade do anúncio ............................................................................................ 82 Tabela 17 – Variáveis pertencentes ao Fator 4 – Decisão de compra influenciada pela comunicação verde ........................................................................................... 83 Tabela 18 – Média do Constructo Central e dos Fatores. ......................................... 83 Tabela 19 – Análise Pearson da correlação dos Fatores. ......................................... 84 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Checklist variáveis dimensão 1 .............................................................. 43 Quadro 2 – Checklist variáveis dimensão 2. ............................................................. 43 Quadro 3 – Checklist variáveis dimensão 3 .............................................................. 44 Quadro 4 – Checklist variáveis dimensão 4. ............................................................. 45 Quadro 5 – Checklist variáveis dimensão 5 .............................................................. 46 Quadro 6 – Checklist variáveis dimensão 7. ............................................................. 47 Quadro 7 – Checklist variáveis dimensão 8. ............................................................. 49 Quadro 8 – Checklist variáveis dimensão 9. ............................................................. 50 Quadro 9: Variáveis de estudo identificadas na literatura ......................................... 54 Quadro 10: Inclusão de novas variáveis e dimensões. ............................................. 67 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................................................................... 13 1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 16 1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 16 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 16 1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 16 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................ 19 2.1 COMUNICAÇÃO PUBLICITÁRIA ...................................................................... 19 2.2 A PUBLICIDADE NA INTERNET ....................................................................... 20 2.2.1 Dados Gerais da Internet e Publicidade Online...................................... 24 2.3 O PAPEL DA PUBLICIDADE NO MARKETING ................................................ 26 2.4 MARKETING BOCA-A-BOCA, MARKETING VIRAL E BUZZ MARKETING ..... 28 2.5 REDES SOCIAIS DIGITAIS E MUDANÇAS NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ......................................................................................................... 31 2.5.1 Twitter ........................................................................................................ 34 2.5.2 Facebook ................................................................................................... 36 2.6 MARKETING VERDE......................................................................................... 39 2.7 ATRIBUTOS DA COMUNICAÇÃO VERDE NAS REDES SOCIAIS .................. 42 2.7.1 Influência Do Conteúdo Gerado Por Usuários (D1) ............................... 42 2.7.2 Crença na Propaganda Verde (D2) .......................................................... 43 2.7.3 Impacto da Comunicação com Base no Emocional (D3) ...................... 43 2.7.4 Apelos Ecológicos (D4) ............................................................................ 44 2.7.5 Dimensão Impacto Experiências Reais (D5) ........................................... 45 2.7.6 Influência Do Uso Dos Dispositivos Das Redes Sociais (D7) ............... 46 2.7.7 Influência da Comunicação Verde na Decisão de Compra (D8) ........... 47 2.7.8 Dimensão Atuação Das Empresas Verdes Nas Redes Sociais (D9)..... 49 3 METODOLOGIA ................................................................................................ 51 3.1 TIPO DE PESQUISA.......................................................................................... 51 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA .................................................................................. 52 3.2.1 Pesquisa Qualitativa ................................................................................. 52 3.2.2 Pesquisa Quantitativa............................................................................... 52 3.3 VARIÁVEIS DE ESTUDO .................................................................................. 53 3.4 PLANO DE COLETA DE DADOS ...................................................................... 54 3.4.1 Instrumento e Coleta de Dados da Pesquisa Qualitativa ...................... 55 3.4.2 Instrumento e Coleta de Dados da Pesquisa Quantitativa .................... 56 3.5 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................ 57 3.5.1 Pesquisa Qualitativa ................................................................................. 57 3.5.2 Pesquisa Quantitativa............................................................................... 58 4 RESULTADOS .................................................................................................. 60 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS ............................................................... 60 4.1.1 Sujeitos da Entrevista de Profundidade ................................................. 60 4.1.2 Sujeitos da Pesquisa de Campo .............................................................. 60 4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................... 62 4.2.1 Entrevista de Profundidade ..................................................................... 62 4.2.2 Análise Descritiva das Variáveis da Comunicação Verde ..................... 67 4.3 ANÁLISE DOS FATORES ................................................................................. 73 4.3.1 Análise do Constructo Central................................................................. 74 4.3.2 Análise dos Fatores Determinantes da Comunicação Verde ................ 76 5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 86 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 90 APÊNDICE A – ROTEIRO ENTREVISTA DE PROFUNDIDADE ............................. 97 APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE PESQUISA..................................................... 98 APÊNDICE C - MATRIZ DE ANTI IMAGEM........................................................... 104 APÊNDICE D - MATRIZ COMUNALIDADE - ANÁLISE 1 ..................................... 109 APÊNDICE E - ROTAÇÃO COMPONENTES MATRIZ ANÁLISE - 1 .................... 111 APÊNDICE F - IDENTIFICAÇÃO DE FATORES – ANÁLISE 3 ............................. 113 13 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO Nas últimas décadas, reflexões acerca de problemas relacionados a fatores ambientais vem gerando uma mudança de comportamento na sociedade como um todo. Dessa forma, questões relacionadas ao crescimento sustentável vêm ganhando espaço cada dia mais crescente. Entretanto, o estímulo ao consumo é uma das grandes causas da degradação ambiental, tanto pelo uso das riquezas naturais, como pela produção de resíduos industriais. A preocupação dos consumidores com os impactos da cadeia de desenvolvimento de produto sobre a sustentabilidade do meio ambiente aparece para as empresas como uma nova oportunidade. Assim, as empresas vêm sendo desafiadas a elaborar estratégias cada dia mais inovadoras para que possam atender as reais ambições dos consumidores, visando também à minimização da degradação ambiental, e reunir vantagem competitiva. É nesse contexto que tem emergido no ambiente empresarial as estratégias e conceitos de Marketing Verde, que tem por objetivo a melhoria da imagem institucional da organização por meio de práticas ambientalmente favoráveis, visando influenciar a decisão de compra do consumidor e assim aumentar sua lucratividade (LAMBIN, 2002). Para Silva (2009), o marketing verde aparece como um composto de estratégias utilizadas para a comunicação para a conquista de um determinado público, para a obtenção de aumento de participação no mercado e melhor posicionamento estratégico pela diferenciação de seus produtos e serviços. Um dos grandes desafios para os profissionais que trabalham com publicidade e marketing é o de manter-se atualizado e capacitado sobre novas mídias e a quantidade de novos recursos que surgem diariamente para auxiliar no desempenho de uma boa campanha publicitária. Visando obter resultados em termos de lucratividade, empresários recorrem ao papel da publicidade, mas exigem alternativas com baixos custos e de alto impacto. Cabe ao profissional do marketing apontar soluções atualizadas e que atendam a demanda de seu cliente. A publicidade on-line já aparece hoje como a principal alternativa para as empresas que buscam diferenciação e melhor relacionamento com seu cliente. 14 Tornou-se a ferramenta mais popular de comunicação de marketing e vem ocupando lugar de destaque entre organizações independente do porte. Rapidamente, invenções tecnológicas promissoras, junto com profissionais com ideias geniais, tem feito com que pessoas e empresas enriqueçam com ações hoje com custos menores. Softwares, aplicativos ou plataformas aparecem para oferecer soluções capazes de integrar toda área do conhecimento humano, tornando ágeis as operações e facilitando a vida da sociedade como um todo (SIQUEIRA, 2007). Segundo dados do IBOPE Net/Ratings1 (2011), no Brasil 73,9 milhões de pessoas têm acesso à internet. Dessas, 41,4 milhões eram usuários ativos em fevereiro de 2011 com uma média de tempo de uso de 62 horas por mês. Esses números mostram um universo consolidado e de amplas oportunidades para atuação da publicidade on-line, podendo ser considerada relativamente pouco dispendiosa e rápida ao transferir a mensagem. Percebe-se que as novas tecnologias trazem uma mudança na maneira tradicional de como a publicidade era antes trabalhada. Assim, a publicidade online aparece com uma ferramenta valiosa na comunicação persuasiva e interativa, e ainda com a possibilidade de ser dirigida de modo personalizado, tanto para os consumidores, como para prospecção de produtos, serviços e marcas (PINHO, 2000). Nenhuma outra mídia proporciona a grande vantagem da web: a interatividade. Com o advento da web 2.0, surge uma das mais poderosas ferramentas já desenvolvidas, que diariamente vem atraindo a atenção de estudiosos do mundo virtual, e que passaram a fazer parte do dia a dia do bilhão de usuários da web: as Redes Sociais Digitais. Trata-se de sistemas que permitem a interação entre pessoas, o compartilhamento de informações e a formação de grupos, consolidando-se como uma maneira de se relacionar e aprender vinculada ao exercício de viver em sociedade. O impacto das Redes Sociais Digitais no cotidiano dos usuários vem mudando a forma de interação e comunicação dos indivíduos, e tem, cada dia mais, atraído pessoas para o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs (SANTANA, 2011). Com a liberdade de poderem abordar qualquer assunto e 1 Instituto que pesquisa a utilização da internet utilizando um software, instalado em computadores de colaboradores escolhidos, de maneira a compor um painel representativo do universo de internautas brasileiros. 15 permitir trocas em esferas além do cotidiano, aproxima essa tecnologia do cidadão comum contribuindo assim para sua socialização. Segundo Castells (2009) o consumo da mídia é a segunda maior categoria de atividade, perdendo apenas do trabalho, e é também a atividade predominante nas casas. Assim, o que se observa, é que a massificação que a web 2.0 vem proporcionando na conhecida “sociedade em rede” está gerando grandes mudanças em diferentes escalas da sociedade contemporânea. Dessa forma, o surgimento desse sistema eletrônico de comunicação, que é de alcance global e que vem possibilitando a integração de todos os meios de comunicação, possuindo interatividade potencial, vem mudando a nossa cultura. Serviços disponibilizados pelos sistemas, convocam os usuários a participarem ativamente nas redes, produzindo e consumindo diferentes mídias. Esse contexto apresentado possibilita opções diversas para a atuação do marketing publicitário nesse universo. Assim, as ferramentas sociais aparecem como um grande sucesso em comunidades globais na internet e passam a serem escolhas de muitas empresas que as enxergam como uma alternativa às tradicionais ferramentas em que não querem investir, sem obterem os retornos esperados. Isso porque a interatividade gerada pelas Redes Sociais Digitais amplia e intensifica os relacionamentos, aproximando pessoas de pessoas, e inevitavelmente as empresas dos clientes. Desse modo, a web 2.0 aparece como uma alternativa para fortalecer o fenômeno mercadológico que vem se constituindo as Redes Sociais, onde o consumidor possui informação e pode interagir com outros clientes ou interessados no produto ou marca, e assim torna-se propenso a influir e ser influenciado, de forma negativa ou positiva, no processo de tomada de decisão. Surge então, uma nova possibilidade para as organizações no ambiente da web 2.0 em termos de relacionamento com clientes, parceiros e fornecedores. Neste cenário, percebe-se então um boom em relação à utilização das ferramentas de mídias sociais no mundo empresarial. Muito se tem defendido que as empresas podem se beneficiar dessa nova relação com seus públicos e que as mídias sociais abriram a possibilidade para as empresas fomentarem a discussão em torno de seus serviços e produtos. Porém não se conhece os reais resultados desse tipo de veículo. Em se tratando de marketing verde a comprovação de resultados é ainda mais escassa. 16 Diante disso surge o seguinte questionamento: Quais os fatores determinantes da comunicação verde na perspectiva de consumidores usuários das redes sociais? 1.2 OBJETIVOS Com intuito de responder a questão de pesquisa deste estudo, foram definidos objetivo geral e específicos deste trabalho. 1.2.1 Objetivo Geral Investigar os fatores determinantes da comunicação verde na perspectiva de consumidores usuários das redes sociais. 1.2.2 Objetivos Específicos • Selecionar as variáveis de mensuração da comunicação verde no ambiente das redes sociais. • Analisar a ordem de importância das variáveis observadas na perspectiva dos usuários das redes sociais. • Analisar os agrupamentos de variáveis comuns explicadas pelos fatores. • Analisar a correlação entre os fatores determinantes com o Constructo Central “Comunicação Verde”. 1.3 JUSTIFICATIVA Cada vez mais no mercado publicitário, a pressão por gastos eficientes crescem na mesma medida em que crescem os custos para se anunciar. Para se ter uma ideia, atualmente um comercial de TV de trinta segundos na mídia nacional, chega a custar centenas de milhares de reais. Ao se depararem com valores tão elevados, as empresas procuram alternativas mais eficientes para investir a verba publicitária e alcançar o retorno esperado. Paralelamente a este cenário, a internet vem ganhando papel de destaque cada vez maior como mídia publicitária. Conceitos relacionados ao mundo virtual e suas implicações, assim como a interconexão entre o mundo real e o virtual, vêm sendo bastante explorados desde o 17 final do século XX. Para Safko e Brake (2010) percebe-se que as organizações estão cada vez mais antenadas às mudanças comportamentais da sociedade, e consequentemente dos clientes, e assim estão em permanentes busca de novos mercados e oportunidades. Em 1962, um grande estudioso da comunicação, Marshall McLuhan2, utilizou a expressão “Aldeia Global” como definição de um mundo onde todos estão interconectados a um sistema nervoso eletrônico. Hoje, com a proliferação da internet, o que se percebe é que a teoria tornou-se realidade. São mais de 2 bilhões de usuários em todo mundo usufruindo de informação, entretenimento, publicidade, comércio e comunicação através desta rede (UIT3, 2011). Desde o final do século passado, conceitos relacionados ao mundo virtual e real vêm sendo bastante explorado mostrando mudanças comportamentais na sociedade. Paralelamente a isso, as organizações, em busca de novos mercados e oportunidades, estão cada vez mais atentas às essas mudanças. Observando essa geração formada após a proliferação de acesso à internet, as empresas deparam-se com pessoas que não mais saberiam viver sem estar conectado à rede, como se o mundo virtual fizesse parte indissociável de sua vida (BARCELLOS, 2010). A internet é agora parte integrante do mundo em que vivem, está inserida na vida real dessas pessoas (TAPSCOT, 2010). Fica claro identificar que a evolução da sociedade em relação ao mundo virtual abre um leque de oportunidades comerciais, principalmente em relação ao ambiente das Redes Sociais Digitais. Da mesma forma, o monitoramento das mídias sociais vem mudando a maneira com que as empresas lidam com os dados disponíveis na internet, ajudando-as a criarem inteligência de mercado e estratégias específicas para relacionamento nas Redes Sociais Digitais. Dessa maneira, a publicidade e o marketing vêm buscando alternativas adequadas à rede para suas estratégias de ação. De acordo com dados da Google (2011) divulgados na internet, o varejo online está crescendo 4 vezes mais rápido que o off-line. Esse dado faz com que a internet seja o meio que mais cresce em investimento publicitário no Brasil. A 2 Filósofo canadense e teórico dos meios de comunicação introduziu a expressão “Aldeia Global” como metáfora para a sociedade contemporânea, que quer dizer que o progresso tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia. 3 União Internacional de Telecomunicações. Entidade vinculada à União das Nações Unidas (ONU). 18 Google também divulgou que o e-commerce no Brasil cresceu 40% em 2010, que o país já possui mais de 23 milhões de e-consumidores e que brasileiros gastam 30% do seu tempo online, mas os anunciantes investem apenas 4,6% do orçamento publicitário na web. Sobre as Redes Sociais Digitais, a Google mostra que, o usuário do Orkut permanece por 8,5 minutos no site; 3,8 no Facebook e 2,8 minutos no Twitter. Diante do cenário apresentado é que surge o interesse por essa pesquisa. No momento em que a tecnologia perpassa todos os espaços da sociedade atual, atuando com grande disponibilidade de informação e facilidade de comunicação, percebe-se na academia a necessidade por estudos vinculados às novas formas de comunicações digitais. Com o interesse na publicidade online, partiu-se de inquietações relacionadas à área do marketing, com foco na publicidade verde. Dessa forma, combinando o interesse acadêmico no tema com a possibilidade de explorar o ambiente virtual das Redes Sociais Digitais e o potencial dessa mídia em proporcionar uma posição de vantagem competitiva superior ante a concorrência, surge a justificativa para o desenvolvimento do presente trabalho. A relevância do estudo pode ser confirmada pelo espaço que o tema “redes sociais” vem ocupando no mundo dos negócios e entre os profissionais de marketing. Não há como ficar indiferente diante da evolução e do surgimento de novas e surpreendentes oportunidades decorrentes do mundo virtual. A partir disso, esta pesquisa visa identificar de que forma a publicidade, focando nesse estudo na publicidade verde, vem sendo percebida pelos usuários das redes sociais digitais. O tema faz-se relevante neste momento por abordar questões de mercado, tendo em vista o interesse das organizações em investir em Redes Sociais Digitais, e por unir essa questão à prática de marketing verde, tema que também vem proporcionando diferencial competitivo no mundo dos negócios. 19 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1 COMUNICAÇÃO PUBLICITÁRIA O termo publicidade pode ser definido como o conjunto de técnicas de ação coletivas utilizadas no sentido de promover lucro de uma atividade comercial, além de conquistar, manter e aumentar clientes (MALANGA, 1979). Por ser a forma mais conhecida e mais amplamente utilizada no mix promocional, é uma técnica útil para empresas cujos produtos e serviços são direcionados ao consumo de massa (BELCH e BELCH, 2007; SANT’ANNA, 1998). Por ser, sobretudo um grande meio de comunicação com a massa, a mais reconhecida de suas funções é a de contribuir para o desenvolvimento econômico, ajudando a conquistar e manter mercados para um determinado produto ou serviço formando um mercado consumidor (PINHO, 2001; SANT’ANNA 1998). Segundo Gomes (2008) a publicidade é um processo de comunicação persuasiva, considerando a persuasão um ato de convencimento através da motivação. Ou seja, a publicidade informa, mas também atua no comportamento do receptor. Thompson (1998) mostra que o conceito de publicidade, antes de estar relacionado às novas ou tradicionais mídias, tem início nas sociedades antigas, partindo da ideia de tornar algo público. Assim, entendemos que a comunicação publicitária tem como objetivos globais informar e persuadir, possibilitando que um grande número de consumidores receba informações sobre um determinado produto ou serviço (GOMES, 2008; GODINHO, 2010). Faz-se necessário ao falar de publicidade, esclarecer seu conceito e sua diferença em relação à propaganda, já que comumente são usados como sinônimos. Sandmann (1999) denominou que o termo publicidade é utilizado no Brasil para venda de produtos ou serviços, e que propaganda, é para a propagação de ideias e também como sinônimo de publicidade. Já Gomes (2008) não apresenta os termos como sinônimos, mas mostra que tal uso ocorre, pois ambos possuem processos com técnicas de comunicação persuasivas em comum. O autor não define propaganda, mas conceitua publicidade como “um processo de comunicação persuasiva, de caráter impessoal e controlado que, através dos meios massivos e de forma que o receptor identifique o emissor, dá a conhecer um produto ou serviço, 20 com o objetivo de informar e influir em sua compra ou aceitação” (GOMES, 2008 p. 42). Sant’anna (1998) define que, genericamente, publicidade significa divulgar, tornar público, e propaganda compreende a ideia de implantar, de incluir uma ideia, uma crença na mente alheia. Porém, de acordo com o termos do art. 2º do Dec. nº 57.690/66, publicidade ou propaganda é qualquer forma remunerada de difusão de ideias, mercadorias, produtos ou serviços por parte de um anunciante identificado (CENP, 1998). Desta forma, no presente estudo como iremos abordar apenas a situação de empresas que visam promover no ambiente das redes sociais o seu produto ou serviço, optamos pelo uso do termo publicidade para definir a sua atividade. O resultado de uma boa publicidade, no entanto, só será percebido quando a mesma for veiculada de forma estratégica. De pouco valerá uma boa peça publicitária se os veículos escolhidos para divulgá-la não forem adequados ao seu meio e não atingirem o público capaz de se interessar pela coisa anunciada. Por veículo, entendam como sendo todo meio, forma ou recurso capaz de levar ao conhecimento do grupo consumidor a mensagem publicitária (SANT’ANNA, 1998). Os veículos publicitários convencionais, segundo Sampaio (1997), podem ser divididos em dois grandes grupos. São eles: a mídia eletrônica (TV, rádio e cinema) e a mídia posições (revistas, listas e guias, jornais e mala direta). Entretanto, no meio publicitário, já se consolidou como prioritário, um novo e emergente veículo de comunicação publicitária: a web, isso porque nenhuma outra mídia proporciona a grande vantagem da internet, a interatividade. 2.2 A PUBLICIDADE NA INTERNET Desde seu surgimento, a Internet tornou-se uma biblioteca cibernética universal capaz de dinamizar a recuperação da informação. Criada como um veículo de comunicação alternativa, a internet, também conhecida como Rede, proporcionou ao mundo a divulgação pública de informações que nunca antes estiveram ao alcance do cidadão comum. Neste ambiente, segundo Castells (1999), usuários e criadores podem tornar-se a mesma coisa. Atualmente, com menos de um quarto de século de existência, a Internet penetrou de maneira impressionante todas as esferas da atividade humana, desde as mais íntimas às mais públicas, transformando a sociedade e as relações conhecidas até então. 21 Este fato transforma de forma radical o ambiente da comunicação de massa, oferecendo uma comunicação democrática, onde minorias e maiorias agora podem compartilhar da mesma informação, no mesmo espaço. Diante de tal transformação, Castells (1999), aponta a formação de uma sociedade informacional "francamente fundamentada na capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimento". É nesse ponto que a internet aparece com características revolucionou realmente hábitos, revolucionárias. costumes e Em estabeleceu outras novas palavras, regras a internet de convívio socioeconômico e político. A rede foi capaz de criar ao seu redor, uma rede de informação, conhecimento e saberes, a partir da ligação de acontecimentos, e da disseminação e repercussão desses acontecimentos de uma forma nunca antes imaginada. Para Carvalho (2006), disseminar a informação é a palavra ordem nessa atual sociedade da informação. Para Kuniyoshi (2000) a curva de difusão da internet entre população quando comparada com de outras mídias, é algo que impressiona. A expansão da rede é quase que em progressão geométrica. Por outro lado, a virtualidade trouxe consigo prazos de validade mais curtos, fazendo com que, mais do que gerar e armazenar informações se torne necessário tratá-las e fazê-las circular em uma verdadeira rede de saberes e valores (CARVALHO, 2006). Dessa forma, a disseminação da informação tem sido realizada numa velocidade espantosa através de redes de relacionamento. Levy (1998) já defendia que como na origem, mas segundo outra escala, a humanidade forma novamente uma só sociedade. Isso porque, segundo o autor, a consideração do espaço prático é mais importante de que a de um "espaço físico ou geográfico objetivo e imutável". Ou seja, estamos todos interligados. E o epicentro de todo esse movimento é aperfeiçoamento acelerado e o crescimento exponencial que hoje vive o ciberespaço, o sistema com desenvolvimento mais rápido de toda a história das técnicas de comunicação. Trata-se de comunicação conforme um dispositivo de "todos para todos". Percebe-se então que o deslumbre com a internet á uma constante na vida social desde o início da década de 1990. A rede exerce impacto transformador sobre diversas áreas do cotidiano e o mesmo se percebe em relação à atividade da publicidade, já que a Galáxia da Internet é um novo ambiente de comunicação (CASTELLS, 2003). Se a publicidade tem o propósito de disseminar informações, na 22 web tal objetivo será atingido ainda de forma muito mais eficaz, pois, além de orientar o comportamento do consumidor de compra e as preferências do consumidor para um determinado produto ou marca, ela também irá permitir a interação direta com o anúncio (PINHO, 2000). Hoje, a ferramenta do mix da comunicação de marketing em maior destaque no ciberespaço é a publicidade. Isso porque, a internet permite estabelecer uma comunicação bidirecional e interativa em regime de multimídia entre a empresa e os seus clientes, numa perspectiva one-to-one (RITA, 2005). Assim, por possuir características próprias, a internet vem oferecendo ao mercado publicitário uma gama de oportunidades no relacionamento com cliente e consumidores, muitas dessas ainda pouco exploradas. Segundo Zeff e Aronson (2000) a grande vantagem da internet para o mercado publicitário é o de permitir a interação do consumidor com a peça publicitária, o que não acontece com outras mídias. Tal veículo, apesar de ser uma mídia de massa no que diz respeito a sua abrangência, pode ser também uma mídia segmentada já que proporciona ao anunciante a possibilidade de direcionar sua ação. Para Zeff e Aronson (2000) a publicidade online possui quatro diferentes vantagens distintas. São elas: Focalização, sendo possível tanto geograficamente como psicograficamente, isso através da hora de acesso ou do site onde a publicidade está inserida. Assim, existe a possibilidade de utilização das ferramentas de marketing direto, como os mailling list; Monitoramento, onde o marketing pode monitorar a interação de atuais ou potenciais clientes de sua marca, acompanhando o real interesse deles em relação ao produto ou serviço oferecido; Entrega e Flexibilidade, pois somente na internet é possível que uma campanha esteja disponível o tempo todo, e que a mesma possa ser suspensa ou alterada em tempo real, com custo baixo de desenvolvimento e alteração de uma peça publicitária para o meio online; e por fim Interatividade, pois a internet é a única mídia que permite transformar o papel do consumidor, do papel de receptor da informação, para agente de busca e compra. Com essas características, a publicidade online facilita o propósito publicitário que buscam a inovação diante do grande número de anúncios que são veiculados diariamente pelos mais diversos meios de comunicação (GODINHO, 2010). Um estudo realizado em 1999 por Schlosser Shavitt e Kander, denominado “Survey of internet user: attitudes toward internet advertising”, identificou que 23 enjoyment, informativeness e utility (prazer, informatividade e utilidade), foram identificados como os três fatores que mais contribuem para a formação de opinião em relação à publicidade online. Os autores acrescentaram ainda que, a publicidade na internet é considerada mais informativa e confiável que a publicidade em geral. A força e a credibilidade que a mídia “internet” vem conquistando no mundo do marketing e de negócios é também percebida com o surgimento do e-commerce. Para Felipini (2009), o surgimento do e-commerce foi uma consequência do surgimento da internet que tornou mais ágil e eficiente a forma como as pessoas passaram a se comunicar, procurar informações, adquirirem conhecimentos, além de permitir o surgimento de um novo canal de comercialização. O e-commerce é definido como o uso da tecnologia da informação para automatizar a compra e venda de produtos, e que oferece benefícios para fornecedores e consumidores como: redução de tempo das transações, ampliação do raio de atuação da empresa, redução dos custos com pessoal, estreitamento nas relações com os clientes, além de facilidade e melhoria no controle de pedidos e gastos (LAUDON E LAUDON, 1999). Hoje as corporações passam a se sentirem forçadas a reinventarem suas cadeias de suprimento para lidarem com o fato de que, com a rede mundial de comunicação integrada, consumidores irão redefinir a todo o momento seus requisitos para as organizações ao pesquisarem suas compras e acessarem os sites buscando comparar dados (FILHO, 2000). Segundo Pinho (2000, p. 114), a presença dos anunciantes na web envolve “uma decisão de escolha entre três opções principais de formato: sites de destinação, micro-sites e realização eventual ou frequente de campanhas de banners e patrocínio”. Ainda segundo o autor, outras formas menos comuns de publicidade na web são os classificados, a página intercalada, a push advertising e os editoriais pagos. Os sites de destinação combinam informação, entretenimento e recursos tecnológicos que agregam valor ao produto, serviço ou marca que está sendo divulgada na web. Segundo o autor, o site deve ser uma extensão de toda a companhia, que trabalha a empresa na internet, ou seja, é um produto virtual que precisa ser visto e gerenciado com o foco no marketing. Os micro-sites são de menor tamanho e podem ser hospedados em provedores de conteúdo ou redes. Eles permitem comunicar os benefícios do produto e reunir informação acerca do consumidor, sem os custos dos sites de destinação. Por fim, os banners e patrocínios devem também ser interativos, permitindo aos usuários interação direta. 24 2.2.1 Dados Gerais da Internet e Publicidade Online Para Castro (2000), se no mundo real a publicidade é obrigatória para uma empresa que queira realmente crescer, no mundo virtual é uma necessidade que passa a ser a diferença entre um site visitado e um que ninguém sabe da sua existência. Isso porque, desde seu surgimento, a internet tem apresentado dados superiores às outras mídias. Entre sua descoberta e difusão, o rádio levou 40 anos; a televisão 25 anos; e a internet apenas 7 anos (PINHO, 2000). Castro (2000) cita estudos da Morgan Stanley para mostrar que a rádio precisou de 38 anos para atingir 50 milhões de usuários; a TV precisou de 13 anos; e a internet apenas de 5 anos para atingir esse número. Atualmente, de acordo com dados da Internet World Stats (2011), o número de usuários da rede já ultrapassa de 2 bilhões. Em termos mundiais, a América Latina está junto com o Caribe, em quarto lugar em número de usuários de internet (INTERNET WORLD SATS, 2011). O ranking é liderado pela Ásia, seguido pela Europa e América do Norte, conforme tabela 1. Tabela 1 – Distribuição dos usuários de internet ao redor do mundo - 2011 Regiões do Mundo População (2011 Est.) Usuários (2000) Usuários (Março 2011) %População Penetração Crescimento 2000-2011 África 118,609,620 1,037,524,058 4,515,400 11.4% Ásia 922,329,554 3,879,740,877 114,304,000 23.8% Europa 476,213,935 816,426,346 105,096,093 58.3% Oriente Médio 68,553,666 216,258,843 3,284,800 31.7% América do Norte 272,066,000 347,394,870 108,096,800 78.3% A. Latina/Caribe 215,939,400 597,283,165 18,068,919 36.2% OceaniaAustrália 21,293,830 35,426,995 7,620,480 60.1% TOTAL MUNDIAL 6,930,055,154 360,985,492 2,095,006,005 30.2% Fonte: Internet World Stats. Disponível em: http://www.internetworldstats.com/stats.htm. em 4 de setembro de 2011. 2.527.4% 706.9% 353.1% 1,987.0% 151.7% 1,037.4% 179.4% 480.4% Acessado Falando especificamente no Brasil, o país aparece, de acordo com as estatísticas, em sexto lugar em número de usuários de internet, com mais de 75 milhões de usuários, representando 3,6% de toda população mundial, conforme tabela 2 (INTERNET WORLD STATS, 2011). 25 Tabela 2 – Lista dos 10 países com maior número de usuários de internet País ou Região Usuários em 2000 Usuários em 2011 % Usuário Mundo China 22,500,000 485,000,000 23.0% EUA 95,354,000 245,000,000 11.6% Índia 5,000,000 100,000,000 4.7% Japão 47,080,000 99,182,000 4.7% Brasil 5,000,000 75,982,000 3.6% 24,000,000 65,125,000 3.1% 3,100,000 59,700,000 2.8% 15,400,000 51,442,210 2.4% França 8,500,000 45,262,000 2.1% Nigéria 200,000 43,982,200 2.1% TOTAL 10 Países 226.134,000 1.270.675,41 60,1% Total Usuários Mundo 360,985,492 2,110,765,810 100% Alemanha Rússia Reino Unido Fonte: Internet World Stats. Disponível em: http://www.internetworldstats.com/top20.htm. Acessado em 4 de setembro de 2011. Esses dados mostram o amplo mercado consumidor que está disponível no ambiente virtual. Porém, se os números citados realmente impressionam, eles podem não representar nada além de uma tendência mundial à qual teremos que nos adaptar (CASTRO, 2000). O mesmo é válido para as organizações, que terão que se adaptar ao mundo virtual ou estarão fadadas a perder vantagem competitiva. Uma empresa pode não obter lucros atrativos se estiver escolhido má posição competitiva (PORTER, 1989). Assim, investir em publicidade online passará primordial para as organizações que buscarem por um melhor posicionamento no mercado. Embora a participação da internet no meio publicitário ainda aconteça de forma pouco explorada, seu ritmo de crescimento é o maior em relação a investimento em outras mídias. Os investimentos em publicidade na internet no mês de junho de 2011 atingiram a marca de mais de 132 milhões no Brasil (PROJETO INTER-MEIOS, 2011). Em 2003, primeiro ano que o Projeto Inter-Meios pesquisou os investimentos em internet no Brasil, o volume investido na internet foi de aproximadamente R$ 164 milhões no ano. Até junho de 2011, o valor acumulado já ultrapassava R$ 625 milhões representando já um aumento de 500% em 8 anos. Já de acordo com pesquisa realizada pelo IAB Brasil (2011), na qual apresentava a evolução dos dados do mercado publicitário brasileiro e da mídia digital, em 2011 investimentos publicitários em internet chegará a R$ 3 bilhões, 26 representando 10% do bolo publicitário brasileiro. A pesquisa apresenta ainda que a internet é o veículo publicitário que mais cresce entre os demais, ultrapassando em ritmo de crescimento mídias tradicional como jornal, rádio e TV. 2.3 O PAPEL DA PUBLICIDADE NO MARKETING A importância da publicidade no marketing já é reconhecida e por isso de pouco valeria uma nova defesa ou até mesmo um levantamento histórico na tentativa de justificar a relação de dependência entre eles. Faremos então, uma reflexão apenas para situar o papel específico que a publicidade ocupa dentro do processo de marketing, no qual é peça essencial para o objetivo final de todo o processo: a venda (NASCIMENTO e LAUTERBORN, 2007). Como apresentado em itens anteriores a confusão que ocorre na utilização dos termos publicidade e propaganda, igual situação pode ser verificada com o termo marketing, sendo também utilizado de forma comumente como sinônimo em diversas situações (GOMES, 2003). Porém, embora muitas vezes entendidos como sinônimos, os termos publicidade, propaganda e marketing não têm o mesmo significado. Como visto, a publicidade é o ato de tornar público um fato ou ideia; a propaganda é a propagação de princípios e teorias; e, por fim, o marketing aparece como o processo de descobertas e interpretação das necessidades e desejos do consumidor a fim de convencer mais e mais clientes a usarem determinados produtos e serviços (GOMES, 2003). Drucker, porém, endossado pelo autor Kotler, defende que a venda é “apenas a ponta do iceberg do marketing” e que por isso o objetivo do marketing não seria exatamente a venda, mas sim desenvolver o conhecimento sobre o cliente a tal ponto que o resultado final do que a empresa tem a oferecer fosse totalmente adaptado às expectativas do cliente. Dessa forma, a venda aconteceria por si só (KOTLER, 2000). Assim, o autor define o marketing como “um processo social por meio do quais pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros” (KOTLER, 2000; p.30). Kotler apresenta o marketing como uma filosofia empresarial, sendo assim muito maior que um conjunto de atribuições e técnicas de responsabilidade de apenas um departamento da empresa. Para ser eficaz, ele deve perpassar por toda a organização. 27 Das definições citadas, pode-se extrair o importante papel que possui a comunicação e, dentro dela, à publicidade no processo de marketing. Em Kotler (2000), definindo marketing, se atribui a comunicação o papel de propiciar o encontro intencional entre pessoas favorecendo uma oportunidade de troca e de satisfação de necessidades. Para Silva (2008), tal processo pode se dar num encontro face a face, tido como característica principal das relações econômicas anteriores à Revolução Industrial, ou então essa comunicação pode se dar mediada pelos meios de comunicação, que passou a cumprir um papel essencial na nova organização social surgida a partir das grandes mudanças do século XVIII, com destaque para a Revolução Industrial. Assim, a produção em massa, a urbanização e a nova forma de inserção do indivíduo na sociedade, implicarem e consolidaram a forma de comunicação mediada, que numa visão de marketing participou diretamente do processo de abertura e ampliação de novos mercados consumidores. É por esse ponto relatado que, Gomes (2003), caracteriza o marketing em relação a sua origem afirmando que “o marketing nasceu da necessidade de adaptar a atuação da nova empresa capitalista em economias baseadas no predomínio da oferta a outras fundamentadas no predomínio da demanda” (GOMES, 2003; p.49). Já para Di Nallo (1999), é no ano de 1954 que acontece o nascimento do marketing, ano esse em que o livro The Practice of Marketing, de Peter Drucker, foi lançado. Para o autor, a guinada da década de 50 acontece em consequência do modelo de produção em série adotado até a primeira metade do século XX, onde naquele momento, “a expansão e massificação do mercado deixaram impraticável uma estratégia fundamentada somente na pressão do consumidor para que compre produtos”. O autor defende que agora o percurso se inverte e que, ao invés do consumidor ter que ser convencido a adquirir um produto, é o produto que deve primeiramente satisfazer as exigências e necessidades do consumidor. Ainda segundo Di Nallo, foi entre os anos 60 e 70 que o marketing teve o seu grande período de difusão. O autor mostra que, o mercado a partir de 1950, tinha como focalização as necessidades do consumidor e já se utilizava do instrumento de mix de marketing, definido por Kotler (2000, p,30) como “conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo”, para conquistar esse mercado. Dentro do Mix de Marketing, aparece a Teoria dos 4, composto por: produto, preço, praça e promoção. Muito já foi escrito 28 sobre tal modelo, fácil de encontrar em qualquer manual básico sobre o mix de marketing. O que pretendemos ao abordar tal assunto é nos ater a ferramenta promoção na qual a publicidade está inserida. Segundo Kotler (2000, p. 31) o P de promoção é o “mix de comunicação de marketing, composto de cinco formas essenciais de comunicação: propaganda, promoção de vendas, relações públicas e publicidades, vendas pessoais e marketing direto”. Percebemos assim, que a promoção trata de dar visibilidade às estratégias de marketing, o que explica os termos publicidade, propaganda e marketing serem utilizados por muitas vezes como sinônimos. 2.4 MARKETING BOCA-A-BOCA, MARKETING VIRAL E BUZZ MARKETING Conversar ou até mesmo pedir recomendações sobre marcas, produtos e serviços é um hábito antigo. Para o consumidor, tal investigação indica que seguir o conselho de um amigo ou de conhecidos é uma estratégia que desenvolvemos para quem sabe diminuir o risco de uma compra (Todt, 1991). Com esse ato, o que não percebemos é que, quando indicamos uma marca ou compartilhamos nossas experiências com determinado serviço ou produto, estamos fazendo publicidade. Esse trabalho de publicidade espontânea, feito de um a um, é chamado de publicidade boca a boca (WINSON, 1996). Em se falando de publicidade, pouca prática tem sido tão eficiente na disseminação da comunicação de determinado produto ou serviço quanto o marketing “boca a boca”, termo utilizado nos negócios para se referir a um comentário como um fator de disseminação da reputação de uma companhia (WILSON, 1996). O que se percebe é que o comentário tem sido reconhecido como um fator importante em cada empreendimento humano, e não há como deter as histórias que as pessoas contam. Diante disso, o comentário aparece como fator de sucesso ou fracasso para a organização. O problema, segundo Wilson (1996), não é os consumidores insatisfeitos queixarem-se ao proprietário ou gerente do negócio que os deixou insatisfeito. Queixam-se às famílias, aos amigos e aos colegas de trabalho, e esse tipo de má publicidade é extremamente prejudicial. Kotler (2000) definiu o boca-a-boca como canal de comunicação pessoal, e o classificou em três tipos: canais defensores, especialistas e sociais. Os canais defensores são constituídos de vendedores da empresa que entram em contato com 29 os compradores no mercado-alvo. Os canais especialistas são constituídos de especialistas independentes que fazem apresentações para os compradores-alvo. E por fim, os sociais, são constituídos de vizinhos, amigos, familiares e colegas que falam com os compradores-alvo (2000, p.580). O boca-a-boca também é utilizado com frequência quando o consumidor deseja expressar sua insatisfação com uma marca, produto ou serviço. Os pesquisadores de marketing apontam que um cliente descontente tá sempre mais apto a repassar sua insatisfação a sua rede de relacionamento do que o contrário. Segundo Chetochine (2006) o boca-a-boca sempre existiu, mesmo que não tão intenso como hoje, pelo fato de estarmos cada vez mais interligados por computadores e telefones celulares. Para o autor, no boca-a-boca, o cliente aparece como o “meio” e empresta sua credibilidade, reconhecida pelo interlocutor, ao assunto que passa a diante. Paralela a essa realidade, o papel exercido pelos consumidores tem se modificado no contexto midiático. Se antes havia um emissor e um receptor estabelecidos e em posições praticamente estanques, os papéis agora exercidos pelos interagentes se mesclam e se confundem em meio à interatividade possibilitada pela internet, que confere ao indivíduo maior controle da linguagem (BARICHELO e OLIVEIRA, 2010). É nesse contexto, que tem se propagado e conquistando bastante atenção no meio publicitário, o Marketing Viral, também chamado de boca-a-boca eletrônico (SILVA, 2008). O marketing viral tem despertado a atenção de publicitários que se deparam com os novos desafios e mudanças surgidas com o crescimento da internet como meio de comunicação. Já mostramos que a digitalização da mídia, trouxe maior interatividade para a comunicação entre os indivíduos. Barrichelo et Oliveira (2010) dizem que muito mais que mudanças técnicas nos meios de comunicação, a digitalização das mídias permitiu aos indivíduos que eles se tornassem produtores e disseminadores de conteúdo. O fenômeno boca-a-boca ganhou nova dimensão com as ferramentas de comunicação online oferecidas pela internet. Neste novo ambiente midiático, já não existe apenas um centro produtor e difusor da informação, mas inúmeros indivíduos com a mesma autonomia de inserir conteúdos a qualquer momento nos ambientes virtuais. O que se percebe com esse fenômeno, é que os anúncios publicitários veiculados em meios tradicionais 30 passaram, aos poucos, a não interessar aos consumidores da mesma forma que antes. É a partir desse contexto, que muitas agências de publicidade começaram a repensar suas estratégias a fim de aproximar novamente o consumidor. É na tentativa de conquistar e envolver os consumidores que os publicitários tem feito uso da estratégia de marketing viral neste ambiente digital. É preciso ressaltar que, na antiga propaganda, o consumidor era o ponto final de uma comunicação baseada numa relação emissor versus receptor, onde a preocupação se encerrava com a assimilação da mensagem pelo consumidor. Já na propaganda moderna, o que se verifica é que o consumidor é reconhecido como o principal potencializador e propagado da mensagem para outros grupos (FIGUEIRA, 2006). Face ao exposto, surge um novo e potencial ambiente publicitário para as organizações que buscam um diferencial através de um relacionamento mais próximo com seus clientes: as Redes Sociais Digitais. A partir da necessidade que os indivíduos têm de compartilhar e gerar boca a boca espontâneo nas redes, o marketing viral se mostra em conformidade com o processo de comunicação entre comunicadores nas redes. Se beneficiando do mundo conectado via internet para potencializar a propaganda boca-a-boca, surge o Buzz Marketing, o somatório do marketing boca-aboca com o “marketing de mente a mouse” (MCCONELL et HUBA, 2006). Na tradução do inglês, a palavra buzz significa zumbido, cochicho, rumor. Silva (2008) pesquisando autores que discutiam sobre o tema, já se utiliza das palavras “buchicho e rumores” também como sinônimos de buzz. Segundo Chetochine (2006) o buzz marketing é um aperfeiçoamento do marketing boca-a-boca já que neste, acaba na quarta ou quinta interação com as pessoas, e o buzz, dotado de evangelistas, consegue ir mais além. Para McConnel & Huba (2006), conquistar clientes evangelistas é o principal objetivo do buzz marketing. Segundo os autores, estabelecer esse “buchicho” seria a forma de atrair a atenção para a marca, produto ou serviço, para assim chegar ao objetivo final de atrair a evangelização de clientes. Para eles, o buzz marketing consiste na passagem de uma mensagem de agentes influenciadores para agentes influenciáveis e por isso acreditam que não existe o buzz marketing sem o boca-aboca. Já Salzman et al. (2003) associam ao buzz marketing a ideia de alarde dentro de um grupo, mostrando a necessidade de se gerar algo intrigante para ser 31 propagado. Para eles, o poder do buzz está diretamente ligado à mensagem e que esta deve ser capaz de falar por si. Porém, muitos autores se utilizam das expressões marketing boca-a-boca, viral e buzz como sinônimos (WEBER, 2007). A confusão também é verificada no mercado publicitário onde os profissionais se utilizam desses termos com o mesmo significado. Na próxima seção sobre Redes Sociais Digitais, iremos tratar da abrangência que o buzz marketing vem conquistando nos meios digitais, principalmente através das redes sociais digitais, e a importância para as empresas estarem atentas a esse fenômeno. 2.5 REDES SOCIAIS DIGITAIS E MUDANÇAS NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR A mídia digital do século XXI vem sendo caracterizada por uma “possibilidade de expressão pública, de interconexão sem fronteiras e de acesso à informação sem precedente na história humana” (LÉVY, 1999). Para o autor a mídia digital sofreu um boom a partir do ano 2000 acarretando com o enriquecimento da mesma com Wikipédia e Wikis em 2001, da blogosfera a partir de 2002, com Delicious e outros instrumentos de bookmarking social em 2003, Facebook e Flickr em 2004, Youtube em 2005, Twitter em 2006 e uma multidão de outras mídias sociais. Assim, Levy aponta que a mídia digital estendeu ou democratizou a liberdade de expressão por três razões. São elas: Econômica, permitindo a publicação de textos, imagens softwares, músicas e dados em geral a uma audiência potencialmente maior a custo zero ou bem baixo. Técnica, pois o uso das ferramentas digitais praticamente não requer habilidades específicas como em programação ou formatação HTML. E por fim, Institucional, uma vez que a publicação não passa mais por revisão de diretores de canais que controlavam as velhas mídias. “É uma perda gradual de monopólio dos mediadores tradicionais de informação e cultura”, relata Lévy (1999) Castells (2009), em sua publicação “A sociedade em rede”, descreveu a sociedade contemporânea como: Uma sociedade globalizada, centrada no uso e aplicação de informação e conhecimento, cuja base material está sendo alterada aceleradamente por uma revolução tecnológica concentrada na tecnologia da informação e em meio a profundas mudanças nas relações sociais, nos sistemas políticos e nos sistemas de valores. (CASTELLS, 2009, p,). 32 O autor defende que redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura (CASTELLS, 2009). Kauffman (2010) afirma que o conceito apresentado por Castells (2009), para quem a vida social e junto suas segmentações no mundo pósmoderno dependem das conexões que os indivíduos são capazes de estabelecer entre si, assume um caráter mais absoluto nos tempos atuais no contexto do ciberespaço. De forma geral, o desenvolvimento da mídia digital, e com ela das comunidades virtuais, é provavelmente um dos eventos de maior importância destes últimos anos, já que faz surgir uma nova forma de socializar. Percebendo esse novo momento como oportunidade, diversos modelos de negócio adotaram o uso de Redes Sociais digitais como forma de promover a colaboração ou participação mais ativa do usuário no negócio, pois acreditam ser possível melhorar o lucro da organização, já que aconteceria a fidelização de cliente a partir da co-criação de conteúdo por meio das Redes Sociais (Huelsen, 2008). Segundo Cooke & Buckley (2008) o surgimento das mídias sociais está intimamente ligado ao fenômeno da geração de conteúdo pelo usuário e ao crescimento das redes sociais virtuais. Do ponto de vista social, Castells (1999) define redes como um conjunto de nós interconectados que desempenham um papel central na sociedade da informação. Para o autor, as redes constituem “a nova morfologia social de nossas sociedades e a difusão lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura” (CASTELLS, 2009, p. 565). Na administração, o conceito de redes (network) é estruturado e mencionado pelo Marketing de Relacionamento (GUMMENSON, 2005), porém, se faz presente sempre referido a agrupamentos humanos. Segundo Aggarwal (2011) Rede Social pode ser definida como uma rede de interação ou de relacionamento, na qual os nós consistem em atores e as arestas em interações ou relações entre estes atores. Claramente, segundo o autor, o conceito de Rede Social não é restrito ao ambiente da internet. Tal termo vem sendo estudado há anos na sociologia para definir interações entre qualquer grupo de atores. Essas interações podem acontecer de forma convencional ou não 33 convencional, podendo ser interações face-a-face, interações telecomunicacionais, interações através de e-mail, entre outros. Para Boyd e Ellison (2007, p.21), o termo rede social pode ser definido como: Serviços oferecidos através da rede mundial de computadores que permitem aos indivíduos (1) construir um perfil público ou semi-público dentro de um sistema delimitado, (2) articular uma lista de outros usuários com os quais ele compartilha interesses e (3) visualizar e percorrer suas listas de conexões e aquelas disponibilizadas por outros dentro do sistema. Já Recuero (2009, p.25) define rede social como “um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais). Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores”. De acordo com Barcellos (2010), as comunidades virtuais são formadas com pessoas que, independente de situação social ou condição financeira, reúnem-se em torno de algum objetivo em comum. Hagel (1998) definiu comunidade virtual como espaços mediados por computadores, onde existe potencial para integrar conteúdo e comunicação, dando ênfase no conteúdo que é gerado pelos membros. Nesse contexto, Lévy (1999) defende que o atual mercado da comunicação será influenciado cada vez mais pelas variáveis da internet e com isso restará se adaptar para que consiga estabelecer comunicação com seus clientes e consumidores. As organizações se deparam com um consumidor não mais passivo à espera de informação, mas cada vez mais proativo no mercado. Aquele que antes ocupava a posição de mero observador, hoje tem nas mãos uma poderosa ferramenta que são as redes sociais digitais. O público agora está inserido num contexto colaborativo, se organizando ao redor da marca e influenciando na formação da imagem da mesma, pois interage, gera conteúdo e influencia pessoas, com ou sem a permissão da organização. A cultura de participação, oferecida pelas redes sociais, impõe um novo paradigma ao marketing, onde o consumidor aparece como um dos recursos de maior valor para a empresa. Para Vargo e Lusch (2010), tal paradigma é reconhecido como a Lógica do Serviço-Dominante (S-D), onde o consumidor participa da co-criação de valor para as marcas, participando como um parceiro para a empresa. Para a Lógica S-D, o conceito de valor pode ser único para cada consumidor, e depende da experiência que teve com o uso do produto em 34 determinado contexto. Dessa forma, toda vez que um consumidor compartilhar relatos sobre as suas experiências de consumo, estará acrescentando valor aos produtos e marcas. Assim, as empresas que buscam se beneficiar de tal nova lógica do marketing, precisa entender o consumidor e compreender o que os motiva a interagirem com os demais no ambiente das redes sociais. Dessa forma, Fernandes et al. (2009) argumenta que as redes sociais digitais devem ser vistas como um novo canal de proximidade e relacionamento com o cliente e, por fim, de promoção de vendas, visto que a credibilidade da propaganda está cada vez mais baixa. Porém, apesar do indiscutível impacto causado pela internet como mídia interativa e consequentemente no ambiente dos negócios, existe ainda a necessidade de se discutir como se avaliar o desempenho das redes sociais como canal de marketing. Defende-se que os “marqueteiros” devem estar cada vez mais atentos a esse fenômeno na produção de conteúdo curto e interativo para sucesso na publicidade e na construção de uma marca. Hoje as três maiores redes sociais ativas no Brasil são: Facebook, com 30,9 milhões de usuários; Orkut, com 29 milhões de usuários e Twitter com 14,2 milhões de usuários (IBOPE, 2011). Esses resultados provam que o Brasil se consolida como um mercado onde a utilização das redes sociais é bastante elevada, refletindo o interesse dos brasileiros pela internet e a oportunidade para o mercado publicitário de um novo meio de comunicação e, consequentemente, de divulgação. A pesquisa em questão irá explorar dos dados coletados nas redes: Twitter e Facebook por entender que com sua abrangência e, como veremos a seguir, velocidade de aderência de novos usuários, são representativas das demais. 2.5.1 Twitter Conhecido como um “micro-blogging” que permite a postagem de mensagens, para que outras pessoas possam visualizar, utilizando até 140 caracteres, o Twitter se transformou em uma rede social pela rápida adesão a esta nova ferramenta. Um dos fatores que podemos apontar como de sucesso do Twitter é sua capacidade e velocidade em informar, tornando-o uma ferramenta eficiente de comunicação a nível global. Criado em outubro de 2006 por Jack Dorsey, Biz Stone e Eva Williams como projeto da empresa Obvious Corp, é uma das redes sociais 35 que mais ganhou notabilidade nos últimos anos. A ideia nasceu na tentativa de encontrar melhores formas para uso unificado de SMS à internet. Figura 1 - Tela do Twitter. Fonte: www.twitter.com/BarackObama De acordo com pesquisa realizada pela Global Language Monitor (2009), a palavra Twitter foi eleita a palavra mais usada em 2009, deixando para trás “Obama” e “H1N1”, fatos também bastante populares neste ano em questão. Tendo em vista tamanha repercussão, torna-se instigante para o meio acadêmico estudo relacionado às postagens neste ambiente, já que se considera como reflexo das mentes dos consumidores. De acordo com dados do Twitter (2011) existem 175 milhões de contas registradas no site, das quais, 100 milhões encontram-se ativas. A forma de utilização desta rede social permite que seus usuários tenham conta própria (ver figura 2) onde possam escrever mensagens com até 140 caracteres, conhecidas como tweets, para descrever o que estão fazendo no momento. Neste ambiente, é permitido ao usuário “seguir” outros usuários, classificados na categoria de following (seguindo), e também conquistar followers (seguidores). Uma vez adicionado um tweet em sua página, aquela informação 36 estará acessível a todos aqueles que te seguem. As atualizações podem ser lidas e enviadas por meio de SMS via celular, pela web ou aplicativos específicos que são instalados em alguns aparelhos móveis, como os tablets. Estudiosos atribuem como decisivo para a propagação do Twitter a utilização na campanha do então candidato a presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, em 2008. O perfil do candidato foi criado em 29 de abril de 2009 e sua primeira mensagem, “Pensando que só nos falta uma assinatura para pôr fim à guerra no Iraque”, foi postada com link para o site de Obama. Pelo Twitter, o então candidato informava onde estava, o que faria em determinado dia e também quando iria aparecer na televisão, mobilizando a população de antemão (GOMES et al., 2009). Na véspera da eleição, Obama enviou apenas duas mensagens pedindo votos e informando contatos de como descobrir um local para votar. No dia do resultado das eleições, 5 de novembro, Obama escreveu um tweet que foi lido pelos 144 mil seguidores que sua conta tinha na época. Hoje o Presidente já possui mais de 10 milhões de seguidores. A participação de Obama nas redes sociais gerou tendência atraindo também a classe política para o universo das redes sociais digitais. 2.5.2 Facebook Originalmente titulado de The Facebook, este site de rede de relacionamento foi projetado em 2004 pelo americano Mark Zuckerberg na Universidade de Harvard. Quando criado, o sistema tinha como foco principal oferecer um canal de integração entre veteranos e calouros da Universidade de Harvard. No início, apenas os usuários que possuíam um endereço de correio eletrônico harvard.edu podiam fazer parte do sistema, fazendo com que essa limitação mantivesse o sistema de certa maneira fechado. O próximo passo foi aceitar cadastros de outras instituições de ensino, desde que os usuários possuíssem endereços eletrônicos das mesmas, e por fim, em 2005, o Facebook abre o sistema para que o público em geral e diversas instituições profissionais também pudessem abrir conta no sistema. Segundo Gusmão (2010), uma das inovações do Facebook, que o diferenciou de seus concorrentes mais próximos como o Orkut, é a plataforma de desenvolvimento de aplicativos externos ao sistema. Essa plataforma amplia as possibilidades de participação e assim, o envolvimento dos membros da rede, expandindo o que o 37 Facebook chama de “gráfico social”, que representa todas as conexões sociais que constroem a rede de determinado usuário do sistema (figura 3). Figura 2 - Gráfico Social do Facebook. Fonte: GOLDMAN, 2009, p.3; Apud Gusmão 2010. Atualmente o Facebook é o site de relacionamento com maior número de usuários cadastrados, com 750 milhões de usuários no mundo e cerca de 30 milhões no Brasil (FACEBOOK, 2011). Para se tornar membro do Facebook, o usuário deve se cadastrar preenchendo formulário na interface principal do site. Após seguir as etapas de adicionar amigos, localizar amigos, informações do perfil e escolha da primeira foto; o usuário está apto para acessar sua conta no site. Ao efetuar o login o usuário é logo direcionado para a página de feed de notícias (figura 4) onde ali pode acompanhar o perfil de seus amigos conectados, visualizar as atividades e acompanhar o dia-a-dia dos membros da rede. O feed de notícias apresenta as atualizações de notícias e novidades do “gráfico social” daquele usuário. A atualização da seção é feita quando o usuário escreve no campo “No que você está pensando agora?”. Além do recurso do feed de notícias, o Facebook ainda possui a possibilidade de mensagens privadas, só visível ao dono da página; Jogos, possibilitando a interação com amigos; Eventos, que informa os próximos encontros sociais; Status, fornece informações referentes aos usuários; classificados, possível para anunciar imóveis entre outras coisas; Aplicativos, softwares internos que 38 executam tarefas específicas dentro do Facebook; além de vídeos que podem ser carregados do computador ou do celular. Figura 3 - Tela do Facebook com feed de notícias. Fonte: www.facebook.com/Obama O Facebook possui também uma infraestrutura apenas para empresas ou marcas que querem garantir presença adequada nesta rede social, são as fan Page (página de fãs). Segundo o próprio Facebook, fan Page é uma interface específica para a divulgação de uma empresa, marca, banda entre outros que querem se promover neste ambiente. Ao realizar a criação é possível escolher o objetivo dela, conseguindo melhor segmentação do público que deseja alcançar. Como qualquer outra mídia social, o sucesso da Fan Page depende do engajamento dos usuários perante a marca ou empresa. As Fan Page aparecem para as empresas como opção mais vantajosa do que os perfis, pois não possuem limites de conexões, podendo conquistar a quantidade de fãs sem restrição; as mensagens podem ser direcionadas a todos os fãs de uma vez só; a página pode ser customizada com fotos, vídeos, fóruns de discussão, informações sobre produtos específicos e avaliações; e é possível realizar uma análise de dados apresentando dados demográficos (idade e sexo dos fãs) e repercussão da página (quantas pessoas 39 visitaram, posts mais comentados, quantas fotos e vídeos foram vistos) (SIQUEIRA, 2011). 2.6 MARKETING VERDE Segundo Motta (2007), uma crítica constante à atividade do marketing é que, as empresas satisfazendo as necessidades e desejos dos consumidores, o consumo das ofertas é multiplicado, o que compactua com alguns problemas sociais, demográficos e até ambientais. Dessa forma, as empresas não estão contribuindo para o bem-estar em longo prazo do consumidor e tampouco para a qualidade de vida da sociedade como um todo. Para Silva et al. (2009), as empresas têm sido desafiadas à elaboração de estratégias inovadoras, tanto de produção quanto de comercialização de seus produtos, o que tem incentivado para que elas possam explorar as reais ambições dos consumidores como uma forma de reunir vantagem competitiva e, simultaneamente, minimizar a degradação ambiental. Felix (2004), diz que se o marketing tenta buscar a satisfação dos desejos e das necessidades do consumidor, natural será aos poucos acrescentar em sua conduta posturas ambientais que não comprometam a possibilidade de se ver os desejos e as necessidades dos seus consumidores atendidos também no futuro. Nesse contexto, surge então uma nova parcela de consumidores mais conscientes de suas responsabilidades, tentando conciliar qualidade de vida com um mundo sustentável (MARTINEZ, 2010; ROMEIRO, 2006). Agora, na atuação do marketing, os produtos passam a ser avaliados também na responsabilidade social dos seus fabricantes, e não apenas com base em desempenho ou preço, diz Ottman (1994). Segundo o autor, valor agora inclui também a salubridade ambiental do produto e da embalagem, e isso cada vez mais irá envolver o impacto em longo prazo de um produto na sociedade após seu consumo. Porter e Kraemer (2006) relata que o fator ambiental vem mostrando a necessidade de adaptação das empresas e consequentemente direciona novos caminhos na sua expansão. A autora sugere que as empresas devem mudar seus paradigmas, mudando também a sua visão empresarial, objetivos e estratégias de investimentos, e, consequentemente, o marketing, tudo isso voltado para que haja o 40 aprimoramento de seu produto para adaptá-lo à nova realidade do mercado global, esse corretamente ecológico. Com o surgimento de um consumidor preocupado com as questões ambientais, surge também uma nova vertente do marketing que buscará focar na relação consumo-meio ambiente. Dias (2007) relata que essa nova vertente está envolvida com as necessidades recentes do cliente cidadão, consciente da importância da preservação da natureza. Empresas que desenvolvem práticas nocivas ao meio ambiente, começam então a se preocupar com a imagem que passam para seus consumidores, e para formadores de opinião em geral, e por isso desenvolvem estratégias de marketing que auxiliem a minimizar os efeitos dessa prática, aponta Zenone (2006). Surge então o marketing verde que para Guimarães (2006), essa modalidade do marketing, incorpora uma junção de atividades, que inclui desde a modificação de produtos, mudanças no processo de produção, mudanças nas embalagens, até adequação das propagandas. O termo então começa a ser abordado no mundo dos negócios como um movimento das organizações para criarem e lançarem no mercado produtos e serviços responsáveis com relação ao meio ambiente (BENEVIDES, 2005; PRAKASH, 2002). Dias (2007), aponta que o marketing verde, também conhecido como marketing societal, surge para ser utilizado pelos fabricantes e distribuidores de produtos verdes e que esse poderá ser utilizado não somente para atender às demandas imediatas dos consumidores, mas também servir como uma postura educativa buscando a melhoria da qualidade de vida a médio e longo prazo da sociedade, conscientizando consumidores que ainda não se alertaram para a necessidade de se adotar posturas ambientalmente corretas. Com isso, surge também uma crescente preocupação das empresas com questões socioambientais e faz com que as organizações adotem um novo desafio: o de relacionar responsabilidade social e ambiental com competitividade. O desafio para as empresas começa a ser planejar as atividades para que a satisfação das necessidades e desejos dos clientes ocorra com o mínimo impacto sobre o meio ambiente (POLONSKY, 1994). Para Prakash (2002), uma empresa pode se tornar “verde” de três formas: (1) através da otimização de seus processos, eliminando algum deles, modificando tecnologia ou até introduzindo novas tecnologias com o objetivo de reduzir o impacto ambiental. (2) Por Sistemas de gerenciamentos, criando condições de reduzir o dano ambiental através do gerenciamento dos 41 processos ou (3) Através de produtos, esse podendo contribuir ao meio ambiente de 6 maneiras: sendo reparado, recondicionado, remanufaturado, reciclado, através do reuso, ou mesmo pela redução do uso de matéria prima para confecção do produto. O conceito do marketing verde questiona, porém o conceito do marketing tradicional, discutindo se é adequado a uma época onde problemas ambientais e também a escassez de recursos naturais estão cada vez mais presentes na realidade das organizações. Segundo o conceito do marketing ambiental, o conceito tradicional de marketing deixa de perceber os possíveis conflitos existentes entre os desejos do consumidor e seu bem-estar em longo prazo (BENEVIDES, 2005). Sabe-se que uma empresa obtém vantagem competitiva sustentável quando uma estratégia que cria valor é implementada e não é simultaneamente adotada por outros concorrentes. Em termos de marketing, ter uma imagem corporativa forte implica influenciar a predisposição do consumidor em comprar os produtos da empresa, falar favoravelmente dela, acreditar em suas declarações e até desejar trabalhar nela (WORCESTER, 1986, apud MARTINEZ 2010). Por outro lado, a responsabilidade social das empresas surge a partir das exigências dos consumidores e stakeholders, sendo percebidas como organizações sociais pluralistas. Dessa forma a responsabilidade social aparece como uma variável estratégica e competitiva. Assim, empresas que adotam o marketing verde conseguem uma vantagem competitiva por estarem focando as atividades do marketing, com os recursos limitados destinados a satisfazer aos desejos tanto dos consumidores quanto das organizações, podendo assim ir ao encontro aos objetivos de vendas das organizações. 42 2.7 ATRIBUTOS DA COMUNICAÇÃO VERDE NAS REDES SOCIAIS Após a análise da literatura, chegou-se à formulação de dimensões que aliadas aos estudos prévios, servirão de subsídios a fim de responder à questão chave dessa pesquisa: Quais os atributos da comunicação verde veiculada nas redes sociais que influenciam positivamente o consumidor? 2.7.1 Influência Do Conteúdo Gerado Por Usuários (D1) Na dimensão um (D1), tratou-se da influência do conteúdo gerado por usuários, foram identificadas na literatura variáveis que estejam relacionadas às comunicações veiculadas por diferentes perfis nas redes sociais (Quadro 2). Para Kane et al. (2012) a recomendação de amigos sobre determinada marca ou produto tem papel fundamental para o envolvimento de consumidores com essas marcas verdes no Facebook. Em pesquisa realizada recentemente, fevereiro de 2012, mostrou-se que quase 15% dos entrevistados seguiam uma marca verde no Facebook por recomendação do perfil de um amigo. A pesquisa que buscava explorar as “eco-atitudes” e comportamento de compra de usuários do Facebook pesquisou como as mídias sociais pode influenciar a percepção dos usuários e o comportamento de compra relacionado a categorias de produtos ecológicos e serviços. Partindo disso, a variável “Influência do perfil do amigo” será utilizada como item de mensuração da nossa pesquisa. Já Batista (2011) destaca que as organizações estão estabelecendo um relacionamento com seus clientes por meio do uso das redes sociais. Para o autor, as marcas precisam desenvolver atuações de relacionamento junto aos seus consumidores e as redes sociais aparecem como a ferramenta ideal para tal prática. Desta forma, optamos também por mensurar em nossa pesquisa a “Influência do perfil da empresa”. 43 Quadro 1 – Checklist variáveis dimensão 1 Dimensão Variável Explicação da Variável Influência Chama minha atenção anúncios/publicidade Influência do perfil amigo verde publicados por perfis de amigos. conteúdo Chama minha atenção anúncios/publicidades gerado por Influência ambientalmente corretos publicados por usuários. perfil empresa perfis de empresas Fonte: Elaborado pela autora. Autor Kane et al. (2012) Batista (2011) 2.7.2 Crença na Propaganda Verde (D2) Segundo Martinez (2010) o ceticismo diante dos apelos ambientais prejudica a concretização das intenções de compra, e muitas vezes decorrem da falta de credibilidade do consumidor perante a mensagem recebida ou da imprecisão de informações. A autora, baseada no estudo de Morh et al. (1998), propõe as variáveis quanto à veracidade, frequência e credibilidade da propaganda, buscando obter dos sujeitos a percepção quanto a estes fatores. Baseado na pesquisa da autora, utilizaremos as variáveis “Influência da veracidade da propaganda”, “Influência frequência da propaganda” e “Credibilidade da propaganda” para analisar de forma estes itens influencia, na perspectiva dos usuários das redes sociais, a comunicação verde veiculada neste ambiente. Quadro 2 – Checklist variáveis dimensão 2. Dimensão Variável Influência da veracidade da propaganda. Ceticismo na propaganda verde. Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) Credibilidade da propaganda. Explicação da Variável Creio que sejam verdadeiras as mensagens sobre meio ambiente existentes na maioria das propagandas. Quanto maior a quantidade de propagandas com apelos ambientais, menor é sua credibilidade. A maior parte das propagandas ambientais tem por objetivo informar e poucas são as que enganam. Autor Mohr et al. (1998), Martinez (2010) Mohr et al. (1998), Martinez (2010) Mohr et al. (1998), Martinez (2010) Fonte: Elaborado pela autora. 2.7.3 Impacto da Comunicação com Base no Emocional (D3) Guimarães (2006) relata que existe a tendência do consumidor relacionar aspectos de uma comunicação de marketing com sua situação pessoal, caso ele seja realmente envolvido com essa mensagem. Segundo o autor, nessa 44 comunicação, o consumidor pode se ver, ligar-se ao produto e às pessoas daquela comunicação e experimentar com empatia, emoções positivas ou emoções negativas. Assim, sob essas circunstâncias, as atitudes em relação à marca anunciada possui boa chance de alterarem-se em direção à emoção experimentada. Dessa forma, o autor relata que o emocional pode influenciar de forma negativa ou positiva o consumidor. Partindo desse princípio, optou-se por mensurar de que forma o apelo emocional pode influenciar o consumidor usuário das redes sociais. Levando em consideração o ambiente a ser pesquisado, optamos por adaptar a variável em questão e mensurar o impacto do emocional através do uso de “imagens”, comunicação mais adequada para as redes sociais. Quadro 3 – Checklist variáveis dimensão 3 Dimensão Variável Explicação da Variável Impacto da Apelo Quando um anúncio verde veiculado nas comunicação emocional no redes sociais usa imagens emocionalmente com base no anúncio verde. chocantes, chama minha atenção. . emocional Fonte: Elaborado pela autora. Autor Adaptada de Guimarães (2006). 2.7.4 Apelos Ecológicos (D4) Guimarães (2006), ao analisar o conteúdo de propagandas ambientais, identificou três tipos de apelos ecológicos utilizados por anunciantes que serviriam para sensibilizar o consumidor. O primeiro deles é mostrar a relação entre produto ou serviço e o meio biofísico, no caso o meio ambiente. Em seguida, o autor identificou o atributo promover um estilo de vida verde sem destacar um produto ou serviço. Por fim, apresentar uma imagem corporativa de responsabilidade social. Segundo o autor, todos esses argumentos são utilizados como forma de sensibilização, de apelo, para dar forma à ação persuasiva da propaganda. Porém, reforça o autor, podem ser também de um caráter informativo ou educativo. Silva e Santos (2011) apresenta também como atributo de apelo ecológico nas propagandas a presença de dizeres como “certificação pela norma ISO 14001”, “Índice de sustentabilidade”, “ambientalmente correto”, “desenvolvimento sustentável”, “responsabilidade ambiental”, entre outros. Com base em Guimarães (2006) e Silva e Santos (2011), formulou-se a dimensão 3, “Apelos ecológicos” e as variáveis que compõem a dimensão: “Anúncio 45 produto verde”; “Divulgação estilo de vida menos danoso ao meio ambiente”; “Dizeres de responsabilidade ambiental”. Quadro 4 – Checklist variáveis dimensão 4. Dimensão Variável Explicação da Variável Agradam-me anúncios que destacam Anúncio produto atributos de um produto benéfico ao meio verde ambiente. Divulgação estilo Aprecio anúncios que promovam ideias e de vida menos comportamentos voltados para um estilo de danoso ao meio vida menos danoso ao meio ambiente. Apelos ambiente. Ecológicos. Sou favorável a anúncios que passam uma imagem de responsabilidade ambiental por Dizeres de meio de dizeres como “índice de responsabilidade sustentabilidade”, “empresa verde”, ambiental “ambientalmente correto”, “desenvolvimento sustentável”, entre outros. Fonte: Elaborado pela autora. Autor Guimarães (2006) Guimarães (2006) Silva e Santos (2011) 2.7.5 Dimensão Impacto Experiências Reais (D5) Em pesquisa realizada recentemente por Kane et al. (2012), experiências positivas com marcas verdes na vida real deixa o consumidor mais propenso para se envolver com essas marcas e serviços no Facebook. De acordo com a pesquisa 18% dos entrevistados costumam compartilhar no Facebook comentários ou relatos após uma experiência agradável com produtos ou serviços verdes na vida real. Os autores relatam que, de acordo com sua pesquisa, as marcas consideradas ecológicas não estão sabendo aproveitar o espaço das redes sociais para usarem em seu benefício. Tal informação é comprovada na mesma pesquisa que aponta que 43% dos entrevistados nunca haviam interagido com nenhum serviço ou produto verde até o momento. Os respondentes da pesquisa de Kane et al. (2012) afirmaram que gostariam de interagir com marcas verdes nas redes sociais mas que o mesmo ainda não havia acontecido por falta de presença das mesmas. A partir das variáveis medidas por Kane et al. (2012), elaborou-se três variáveis para tentar mensurar de que forma o impacto de experiências reais influência na percepção da comunicação verde veiculada nas redes sociais. As variáveis para essa dimensão são: “Experiência real com uma ecobrand x 46 Experiência virtual”; “Atuação nas redes sociais digitais” e “Compartilhamento de experiências com produtos verdes”. Quadro 5 – Checklist variáveis dimensão 5 Dimensão Variável Explicação da Variável Procuro nas redes sociais informações Experiência real com uma sobre uma marca ecológica após ter tido ecobrand x experiência agradável com a mesma na Experiência virtual vida real. Impacto Atuação nas Gosto de interagir com marcas verdes experiências Redes Sociais atuantes nas redes sociais. reais. Digitais Compartilhamento Compartilho no meu feed de mensagens de experiências experiências que tive com com produtos produtos/serviços considerados “verdes” verdes (ambientalmente corretos) Fonte: Elaborado pela autora. Autor Kane et al. (2012) Kane et al. (2012) Kane et al. (2012) 2.7.6 Influência Do Uso Dos Dispositivos Das Redes Sociais (D7) Para Serra (2011) os aplicativos do Facebook acrescentam prazer às práticas de difusão de conteúdo. Segundo a autora, tais aplicativos se mostram fatores de incentivo para o boca a boca, mas não podem ser considerados como fatores motivacionais. A autora argumenta que, do ponto de vista do marketing, no Facebook as marcas encontram milhões de pessoas em busca de informação e em constante vigilância social. Portanto, a relação do Facebook com as marcas pode ser uma relação de troca de benefícios uma vez que ao praticar consciente e intencionalmente (ou não) a publicidade boca a boca, o consumidor associaria a sua imagem aos significados culturais e aos valores das marcas e usaria dessa associação negociando sua identidade através das interações sociais (Serra, 2011). Fonseca (2011) buscou em sua pesquisa identificar os recursos e estratégias mobilizados para a construção de uma identidade online, ssim como as formas de interação possíveis no Facebook. A partir dos itens apontados pelos entrevistados como “interativos” para o facebook, e ainda com base na pesquisa de Kane et al. (2012) , incluímos variáveis com o intuito de avaliar a influência do uso dos dispositivos das redes sociais digitais. As variáveis são: “Comunicação gerada por anúncio patrocinado”, “Comunicação gerada por grupo de mensagens”, 47 “Comunicação gerada pelo feed de mensagens”, “Comunicação gerada pelo envio de convites” e “Uso de aplicativos”. Quadro 6 – Checklist variáveis dimensão 7. Dimensão Variável Explicação da Variável Comunicação Sinto-me atraído pelas informações gerada por anúncio colocadas nos anúncios pagos que aparecem na lateral do Facebook. patrocinado Comunicação Aceito convites para participar de gerada por grupo grupos que promovam debates ecológicos no Facebook. de mensagens Influência do Comunicação Atrai minha atenção as informações uso de gerada pelo feed dispositivos sobre questões ambientais divulgadas no feed de mensagens do Facebook de mensagens das redes sociais digitais. Comunicação Convites enviados no Facebook para gerada por envio participação de eventos ecológicos me de convites agradam. Gosto de baixar, nas redes sociais, Uso de aplicativos aplicativos interativos sobre meio ambiente. Fonte: Elaborado pela autora. Autor Kane et al. (2012), Fonseca (2011). Kane et al. (2012), Fonseca (2011). Kane et al. (2012), Fonseca (2011). Kane et al. (2012), Fonseca (2011). Kane et al. (2012), Fonseca (2011). 2.7.7 Influência da Comunicação Verde na Decisão de Compra (D8) Pesquisa citada por Guimarães (2006), realizada por Heiner Imkamp (2000), buscou levantar dados sobre a importância dos fatores ambientais na decisão de compra do consumidor americano. Nas surveys realizadas em dois momentos, 1989 e 1998, verificou-se a mudança nos consumidores na demanda por informações sobre produtos ecológicos. As duas pesquisas revelaram um grande acréscimo na demanda por este tipo de informação no período de 1989 e 1998. Também foi possível verificar na mesma pesquisa, que os consumidores, após receberem qualquer tipo de informação pertinente ao meio ambiente, mostram maior sensibilidade aos problemas ecológicos. Para Guimarães (2006) isso mostra um aumento de conscientização do consumidor e as empresas, portanto devem decidir quais problemas ambientais devem ser analisados. O autor reforça que a questão chave é decidir quais preocupações são viáveis de serem trabalhadas e então implementar as estratégias de marketing adequadas, porém, as empresas não devem utilizar falsos apelos ecológicos. Segundo Ottman (1994) o marketing verde deve ter como objetivo principal criar uma imagem diferenciada da empresa. Isso inclui uma maior sensibilidade 48 ambiental quanto aos atributos do produto e ao posicionamento da empresa com relação ao seu respeito ao meio ambiente. Guimarães (2006) cita também outra pesquisa realizada por Shrum, McCarty e Lowery (1995) onde concluiu-se que o consumidor verde é cuidadoso e procura informar-se sobre o produto que está comprando, e isso inclui também informações sobre a propaganda. Os resultados mostraram que a percepção de apelos falsos na propaganda afeta negativamente a credibilidade do anúncio e a atitude em relação à propaganda. Isso faz com que afete também negativamente em relação à marca e, consequentemente, quanto à intenção de compra. Ainda segundo Guimarães (2006) o processo de Decisão de Compra do consumidor passa por um processo mental onde o comportamento é afetado por dois conjuntos de influências: as interpessoais e as não pessoais. Ésomente após fazer frente a processos e essas influências que o consumidor se defronta com uma decisão crítica: comprar ou não comprar. O autor destaca que as empresas entenderam a necessidade de criar nos consumidores a percepção de que determinadas marcas eram menos danosas ao meio ambiente do que as de seus concorrentes. Baseado nos autores Guimarães (2006) e Ottman (1994) obteve-se as variáveis que irão medir a influência da comunicação verde na decisão de compra, que são: “Comparativo com a concorrência”, “Comprometimento ambiental da empresa”, “Influência de amigos sobre o produto ambientalmente responsável na decisão de compra” e “Influência da propaganda verde na internet”. 49 Quadro 7 – Checklist variáveis dimensão 8. Dimensão Variável Explicação da Variável Decido pela compra de um produto depois Comparativo que vejo propagandas que mostrem os com a diferenciais ecológicos de um produto em concorrência relação ao concorrente. Sou positivamente sensibilizado quando Comprometim vejo notícias que são divulgadas nas redes Influência da ento ambiental sociais sobre o comprometimento comunicação da empresa ambiental da empresa. verde na Decisão de Influencia de Informações sobre o impacto ambiental de Compra. amigos sobre um produto divulgada por perfis de amigos prod amb resp nas redes sociais influenciam na minha na DC decisão de compra. Influência da Propagandas de produtos verdes nas RSD propaganda na influenciam na minha decisão de compra internet Fonte: Elaborado pela autora. Autor Guimarães (2006) Ottman (1994) Guimarães (2006) Guimarães (2006) 2.7.8 Dimensão Atuação Das Empresas Verdes Nas Redes Sociais (D9) Percebe-se que a crescente conscientização ambiental está fazendo com que as organizações preocupem-se cada vez mais em passar imagem ecologicamente correta para seus consumidores. Sabe-se também que a maioria das organizações que preocupam-se em propagar discurso de responsabilidade ambiental, está diretamente ligada a atividades que agridem o meio ambiente (Silva et Santos, 2011) É dentro desse contexto que essas organizações se utilizam de um discurso publicitário para estabelecer um diálogo com os públicos de seu interesse e assim persuadi-los. Para Guimarães (2006) as empresas que se beneficiam com o marketing verde são aquelas que conseguem mostrar um comprometimento para resolver reais problemas e direcionar suas ações no intuito de suprir as necessidades e expectativas do consumidor. Desta forma, o uso da propaganda de forma verdadeira influencia na construção da imagem da empresa. Segundo o autor, o fator chave para se obter lucratividade com o marketing verde, é a imagem criada pela empresa. Uma boa imagem pode criar as bases para a conquista de uma vantagem competitiva sustentável (Guimarães, 2006). 50 Quadro 8 – Checklist variáveis dimensão 9. Dimensão Variável Explicação da Variável Propaganda verde Agrada-me a propaganda que divulgue institucionala empresa como ecologicamente Atuação das Imagem da correta. empresas empresa verdes nas A divulgação das ações ambientais das redes Divulgação ações empresas nas redes sociais me leva a sociais ambientais comprar seus produtos. Fonte: Elaborado pela autora. Autor Guimarães (2006) Guimarães (2006) 51 3 METODOLOGIA Esse capítulo apresenta o tipo de pesquisa e trata da delimitação do universo e seleção da amostra, seleção das variáveis e métodos de coleta e tratamento dos dados. Para melhor orientação desse estudo, foram estabelecidas etapas a serem seguidas na realização dessa pesquisa, conforme figura 4. Figura 4 - Esquema da Pesquisa. Fonte: Elaborado pela autora. 3.1 TIPO DE PESQUISA Esta pesquisa foi realizada em duas etapas: na primeira foi realizada um estudo qualitativo, através de análise de conteúdo, para detectar e confirmar novas variáveis não identificadas na literatura científica; na segunda etapa um estudo quantitativo com o objetivo de identificar os fatores determinantes da comunicação verde. Por se tratar de um novo modelo de estudo, optou-se por uma investigação exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado, visando proporcionar uma visão geral de um determinado fato (MALHOTRA, 2001). Já a análise descritiva, é 52 utilizada para poder verificar a relação que pode existir entre duas ou mais variáveis e analisa a frequência com que o fenômeno ocorre (GIL, 1999; AAKER, 2010). Os objetivos da pesquisa exploratória podem ser atingidos através de técnicas quantitativas ou qualitativas (COOPER; SHINDLER, 2003). A pesquisa qualitativa foi necessária para averiguar, junto à amostra selecionada, diferentes atributos da comunicação verde que pudessem influenciar consumidor, tendo em vista a dificuldade de se encontrar tais atributos somente na literatura. A pesquisa quantitativa foi utilizada para dar significância aos resultados deste trabalho. Quanto aos meios, utilizou-se de pesquisa de campo (survey), tendo como ambiente de investigação as principais redes sociais da internet (VERGARA, 2009; GIL 2009). A survey foi realizada no mês de agosto de 2012, com coleta pela internet feita pela autora, através das redes sociais. 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA Explica-se neste item a escolha do universo e da amostra para as duas etapas da pesquisa: a qualitativa e a quantitativa. 3.2.1 Pesquisa Qualitativa Para essa primeira etapa qualitativa, utilizou-se como amostra para identificação de novas variáveis, publicitários, redatores ou diretores de arte, atuantes no mercado. Através de um roteiro elaborado, realizou-se a entrevista de profundidade com 5 publicitários, residentes em Natal-RN. 3.2.2 Pesquisa Quantitativa Para o estudo em questão vamos analisar a comunicação verde no universo das redes sociais. Observando o crescimento do número de usuários das redes Twitter e Facebook, assim como o número de usuários que estas duas redes possuem no mundo, optou-se por delimitar a análise do conteúdo a estas redes 53 acreditando que o Twitter e Facebook seriam representativas das principais ferramentas sociais. Considerando-se o alcance global das redes sociais em questão, preferiu-se não impor critérios restritivos de idade, sexo, ocupação profissional, origem ou local de residência. Para tanto, depois de finalizado, o questionário foi traduzido e também disponibilizado em inglês, facilitando a participação de sujeitos de outros países. Para Cooper e Shindler (2003), pode-se compreender uma amostra como uma parte da população analisada. Na pesquisa exploratória deste estudo, a amostra permitiu explorar a tendência do comportamento dos sujeitos com perfil semelhante aos sujeitos pertencentes ao universo. Segundo Hair et al. (2005), multiplicando-se o número de variáveis avaliadas por no mínimo cinco vezes, obtém-se a amostra mínima de sujeitos entrevistados. Para esta pesquisa existem 35 variáveis para análise, o que representa uma amostra mínima de 175 sujeitos. Foram coletados 542 questionários, estando, portanto, coerente com o tamanho da amostra que apresenta representatividade perante a população. Dos 542 questionários respondidos, 17 foram considerados inadequados, e, portanto eliminados, por estarem parcialmente respondidos. Considerou-se uma média mínima de 90% do questionário respondido para ser considerado válido e dessa forma não prejudicar os resultados. Questionários que apresentaram um número superior a 90% respondido, mas ainda com questões não respondidas, optou-se por utilizar a média (3) para as questões em branco. Chegouse, portanto ao número de questionários válidos de 525, ainda sim bastante representativo perante o universo. A amostra foi retirada, de forma aleatória, de duas fontes: Twitter e Facebook. 3.3 VARIÁVEIS DE ESTUDO Para a definição das variáveis de estudo da pesquisa, baseou-se na busca na literatura científica, onde algumas das variáveis foram identificadas (Quadro 9), e na análise de conteúdo da entrevista qualitativa com publicitários, onde houve a identificação de outras variáveis (Quadro 11). Também se buscou encontrar algum instrumento de pesquisa que pudesse ser adaptado e aplicado a este trabalho. Como não foi encontrado nenhum instrumento adequado para aplicação em relação 54 aos atributos positivos da comunicação verde veiculadas nas redes sociais, desenvolveu-se um instrumento de pesquisa aplicável para o objeto deste estudo. Quadro 9 – Variáveis de estudo identificadas na literatura. Dimensão Variável Influência perfil amigo Influência do conteúdo gerado por usuários Influência perfil empresa Influência da Veracidade da propaganda Crença na propaganda verde Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) Credibilidade da propaganda Impacto da comunicação Apelo emocional no anúncio verde com base no emocional Anúncio produto verde Divulgação estilo de vida menos danoso ao Apelos ecológicos MA Dizeres de responsabilidade ambiental. Experiência real com uma ecobrand x Experiência virtual Impacto de experiências Atuação nas RSD reais Compartilhamento de experiências com produtos verdes Comunicação gerada por anúncio patrocinado Comunicação gerada por grupo de mensagens Influência do uso dos Comunicação gerada pelo feed de dispositivos das RSD mensagens Comunicação gerada por envio de convites Uso de aplicativos Comparativo com a concorrência Comprometimento ambiental da empresa Influencia de amigos sobre prod amb resp na DC Influência da propaganda na internet Propaganda verde institucional-Imagem da Atuação das empresas empresa verdes nas redes sociais Divulgação ações ambientais Fonte: Elaborado pelo autor Influência da comunicação verde na decisão de compra 3.4 Autor Kane et al. (2012) Batista (2011) MOHR et al. (1998); Martinez (2010) MOHR et al. (1998); Martinez (2010) MOHR et al. (1998); Martinez (2010) Adaptada de Guimarães (2006); Silva e Santos (2011 Guimarães (2006) Guimarães (2006) Silva e Santos (2011) Kane et al. (2012) Kane et al. (2012) Kane et al. (2012) Kane et al. (2012), Fonseca (2011) Kane et al. (2012), Fonseca (2011) Kane et al. (2012), Fonseca (2011) Kane et al. (2012), Fonseca (2011) Kane et al. (2012), Fonseca (2011) Guimarães (2006) Ottman (1994) Guimarães (2006) Guimarães (2006) Guimarães (2006) Guimarães (2006) PLANO DE COLETA DE DADOS Identificadas as variáveis através da literatura, passou-se para a elaboração do instrumento de pesquisa da entrevista de profundidade (roteiro), com intuito de identificar novas variáveis; e do instrumento de pesquisa da pesquisa de campo (survey) com intuito de identificar os fatores. Nesta próxima etapa, será apresentado o instrumento de cada etapa assim como se deu a coleta de dados. 55 3.4.1 Instrumento e Coleta de Dados da Pesquisa Qualitativa Malhotra (2001) analisa a pesquisa qualitativa como uma metodologia “não estruturada e exploratória baseada em pequenas amostras que proporciona percepções e compreensão do contexto do problema”. Através da pesquisa qualitativa, a análise de avaliações, sentimentos e percepções pode-se coletar informações mais ricas, diversas e detalhadas para responder ao objeto do estudo. Para Pinheiro et al. (2006) o uso da pesquisa qualitativa é recomendada quando não se dispõe de informações em relação a um determinado problema, e os seus resultados podem fornecer dados para a montagem do questionário de uma pesquisa quantitativa. Para a pesquisa qualitativa em questão, a coleta dos dados se deu através de entrevista individuais em profundidade, visando capturar a maior quantidade possível de informações (PINHEIRO et al., 2006). Foi elaborado um roteiro de entrevista (instrumento de pesquisa), com 6 perguntas abertas, que foram aplicadas a partir da técnica de entrevista de profundidade aplicada a 5 publicitários, de forma individual, entre diretores de arte ou redatores, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. O instrumento de pesquisa (Apêndice A) visava identificar nas respostas dos publicitários entrevistados, novas variáveis não identificadas na literatura assim como a confirmação daquelas que já haviam sido observadas. Durante a entrevista, primeiro apresentou-se a proposta do estudo em questão, com o objetivo de situar o entrevistado para que o mesmo pudesse contribuir de forma mais direta com suas respostas, e depois teve início a leitura das questões. Todas as perguntas foram elaboradas dentro do tema de estudo da pesquisa, dessa forma os questionamentos relacionavam-se a comunicação verde nas redes sociais, buscando-se encontrar nas perguntas, respostas dos entrevistados que se enquadrassem nas dimensões propostas nesta pesquisa. Na etapa qualitativa, o procedimento de captura dos dados deu-se através da gravação das entrevistas por áudio dos entrevistados, com autorização fornecida por todos os participantes. 56 3.4.2 Instrumento e Coleta de Dados da Pesquisa Quantitativa Percebe-se hoje o uso significativo da web e com isso o crescente número de redes sociais disponíveis. A internet é considerada um veículo que fornece os mais diversos conteúdos, que podem ser coletados a qualquer momento, muitas vezes a custo zero. Dessa forma, a pesquisa de opinião com questionário aplicado presencial ou até mesmo com entrevista sobre determinado assunto, já não é mais o único meio de obter informações do cliente. Assim, fez-se o uso da internet para coletar os dados através de um questionário auto administrado. Para Cooper e Shindler (2003), a ausência de um entrevistador, como ocorre nos questionários auto administrados, pode ser uma vantagem por poder evitar distorções. Os autores defendem que a postura e atuação de um entrevistador podem influenciar na resposta do entrevistado. Ainda, o instrumento survey via internet apresentou-se como o mais adequado para esta pesquisa devido ao universo a ser pesquisado, usuários de redes sociais. O instrumento utilizado, portanto, foi um questionário eletrônico e online, auto administrado, contendo questões fechadas, utilizando o modelo de resposta proposto por Rensis Likert, escala Linkert, no qual os sujeitos indicam não somente a sua concordância ou discordância com as questões, mas também o grau de sua escolha, atribuindo de forma independente e sequencial para cada questão, notas de um a cinco. O questionário aplicado (Apêndice B) foi estruturado em dois blocos, sendo o primeiro acerca do perfil sócio demográfico dos respondentes, com a finalidade de melhor caracterizar os sujeitos da pesquisa (4 questões), e o segundo bloco composto por questões elaboradas a partir das variáveis da pesquisadas (35 questões). Para induzir o respondente a assinalar as questões sem preocupar-se com que se pretende medir, assim como não permitir que uma questão da mesma dimensão tivesse influência em outra, optou-se por fazer um sorteio entre as variáveis para disponibilizá-las no questionário. Além dessa precaução, utilizou-se também a estratégia de escala reversa em quatro questões com o objetivo de impedir que o respondente criasse um padrão automático e assumisse que a nota mais alta fosse sempre a de número cinco (ARANHA e ZAMBALDI, 2008). 57 Para a validação do questionário, foi aplicado um pré-teste online, com a presença do pesquisador, para identificar possíveis falhas e limitações no questionário e corrigi-las. Com o instrumento finalizado, através do sistema do Google Docs, disponibilizamos o questionário na internet através de um link: próprio para o questionário em português, e outro link: para o questionário em inglês. Os links foram divulgados no Facebook e no Twitter, através do feed de mensagens das redes e via mensagens diretas, alcançando portanto a visualização de milhares de usuários, não sendo possível contabilizar. Após o preenchimento do questionário o sujeito automaticamente era encaminhado a uma tela de agradecimento confirmando assim sua participação na pesquisa. Os links ficaram a disposição até o alcance do número pretendido de questionários respondidos, o que aconteceu no prazo de uma semana entre os dias 24 a 30 de agosto de 2012. 3.5 TRATAMENTO DOS DADOS Com os dados coletados, passou-se para a etapa de processamento das informações para, através de dados estatísticos, facilitar a analise e entendimento dos resultados. 3.5.1 Pesquisa Qualitativa Após a aplicação do roteiro de entrevista com os sujeitos, procurou-se identificar novas variáveis que poderiam ser implementadas ao questionário que irá medir os atributos da comunicação verde que influenciam positivamente o consumidor. Para isso, transcreveram-se na íntegra todas as informações registradas por áudio da gravação durante a entrevista de profundidade. A análise da pesquisa qualitativa geralmente é mais complexa e requer grande capacidade de interpretação, já que as informações consideradas relevantes da pesquisa estão dispersas entre os dados coletados (AAKER et al., 2001). Procurou-se verificar a relevância de cada resposta, mesmo existindo alguns depoimentos fora do padrão dos demais. Aaker et al. (2001) alerta para o cuidado de 58 evitar que a coleta e interpretação dos dados sigam em demasia o ponto de vista do pesquisador e não dos objetos de estudo. 3.5.2 Pesquisa Quantitativa No tratamento dos dados da pesquisa quantitativa, utilizou-se a forma de análise fatorial descritiva, através do software SPSS (Statistical Package Social Science), cujo objetivo foi o de representar ou descrever um número de variáveis iniciais a partir de um número de fatores (REIS, 2001). Nesta etapa buscou-se verificar de que forma as variáveis identificadas inicialmente no estudo, se agrupavam após rotação da matriz dos principais componentes. Para mensurar a adequação da amostra e avaliar se os dados coletados permitem a utilização da análise fatorial de forma satisfatória, utilizou-se do teste de Kaiser-Meyer-Olkin, conhecido como o testo de KMO, o teste de Esfericidade de Bartlett e da Anti Imagem (CORRAR et al., 2009). Foram necessárias a realização de 4 quatro análises fatoriais para a identificação dos fatores. Para uma melhor compreensão das etapas realizadas para identificação dos fatores determinantes da comunicação verde na perspectiva de consumidores usuários das redes sociais, objetivo principal deste trabalho, foi elaborado um esquema (Figura 5) que de forma resumida apresenta o passo a passo realizado na análise fatorial do estudo. 59 Figura 5 - Esquema resumido para a identificação dos fatores. Fonte: Elaborado pela autora. 60 4 RESULTADOS Este tópico irá tratar dos resultados coletados pela pesquisa de profundidade e pela pesquisa de campo. Serão apresentadas as variáveis identificadas pela análise de conteúdo, a análise dos fatores, a análise de correlação entre os fatores e o grau de influência de cada um deles no Constructo Central. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS Primeiramente fez-se necessário a análise dos dados demográficos para melhor identificação dos sujeitos participantes da pesquisa. 4.1.1 Sujeitos da Entrevista de Profundidade Na pesquisa qualitativa, participaram da entrevista, publicitários (diretores de arte ou redatores), todos na faixa etária de 21 a 35 anos, com o gênero predominantemente masculino. Todos os entrevistados participaram voluntariamente da pesquisa e autorizaram a gravação das respostas. 4.1.2 Sujeitos da Pesquisa de Campo Na etapa de caracterização dos entrevistados da pesquisa de campo buscouse identificar dados demográficos dos indivíduos tais como: idade, gênero, escolaridade e profissão. No caso do questionário traduzido para o inglês, incluiu-se também o item país de residência como um item demográfico. Para todos os questionários respondidos em português, considerou-se o Brasil o país de residência dos respondentes. Quanto ao gênero dos sujeitos, verificou-se na caracterização que 58% dos respondentes eram do sexo feminino conforme pode ser visto na tabela abaixo (Tabela 3). Verificou-se, portanto, uma maior tendência de interesse do sexo feminino por assuntos relacionados ao meio ambiente nas redes sociais, uma vez que o questionário era divulgado abertamente nas redes sociais pesquisadas (Twitter e Facebook), e disponibilizado em um link, e os interessados participavam voluntariamente da pesquisa. 61 Tabela 3 – Caracterização dos entrevistados quanto ao sexo Sexo Masculino Frequência (nº) Porcentagem (%) Fonte: Dados da pesquisa Feminino 221 42 304 58 Em relação à faixa etária dos sujeitos que participaram da pesquisa, verificouse que a maioria dos indivíduos possui idade entre 31 a 40 anos, com 42%, seguido da idade média entre 21 a 30 anos com 38% (Tabela 4). No total, a média de idade dos respondentes é de 32 anos. Tabela 4 – Caracterização dos entrevistados quanto à faixa etária Idade/anos Até 20 21 a 30 31 a 40 Frequência (nº) 16 198 220 Porcentagem (%) 3 38 42 Fonte: Dados da pesquisa 41 a 50 >50 52 10 39 7 Quando analisados os dados referentes à qualificação profissional dos sujeitos, constatou-se elevado grau de qualificação dos participantes indicando a porcentagem de 45% dos sujeitos com o titulo de pós-graduado e 30% com nível superior completo (Tabela 5). Isso demonstra o a tendência de pessoas mais qualificadas a se sensibilizarem a questões relacionadas ao meio ambiente no universo das redes sociais. Tabela 5 – Caracterização dos entrevistados quanto à formação Formação Ensino médio Superior Incompleto Superior Completo Frequência (nº) Porcen. (%) Fonte: Dados da pesquisa 31 6 99 19 156 30 Pós-Graduado 236 45 Conforme explicado na metodologia, optou-se por disponibilizar uma versão do questionário em inglês, considerando-se o alcance global das redes sociais. A proposta era de facilitar a participação de sujeitos de outros países que se interessassem por questões ambientais e quisessem participar da pesquisa. Mesmo assim, verificou-se baixa participação de sujeitos de outros países totalizando apenas 9% dos respondentes do questionário em inglês contra 91% de sujeitos que participaram respondendo o questionário em português (Tabela 6). 62 Tabela 6 – Respondentes dos questionários em português e em inglês Questionário Português Frequência (nº) 480 Porcentagem (%) 91 Fonte: Dados da pesquisa 4.2 Inglês. 45 9 ANÁLISE DOS RESULTADOS Com o perfil dos respondentes analisados, passou-se para a interpretação dos resultados das pesquisas. 4.2.1 Entrevista de Profundidade Durante a aplicação da técnica de entrevista de profundidade, foram realizadas perguntas abertas sempre dentro do tema de marketing verde e atuação de tal prática nas redes sociais. A primeira pergunta buscava o entendimento dos profissionais sobre marketing verde através da primeira lembrança que o tema lhe trazia. Verificou-se que a grande maioria possuía conhecimento sobre o tema marketing verde , conforme depoimentos abaixo: Marketing verde é, sobretudo o marketing sustentável feito a partir de 4 estratégias com produtos verdes e ações sustentáveis. (Informação Verbal) . Empresa que se utiliza de ações ecologicamente corretas. Que não só não agridam, mas que também colaborem de alguma maneira para a preservação 5 do meio ambiente e que tirem proveito disso. (Informação Verbal) . Estratégias das empresas atualmente para cativar um público formador de opinião e mais engajado. As empresas elas reforçam a marca delas agregam valor extremamente positivo a marca delas com o objetivo de aumentar o valor da marca e vender mais. Eu vejo as marcas investindo nesse marketing verde para poder passar uma imagem de amiguinhos da natureza e vender a 6 marca delas. (Informação Verbal) . Percebe-se nas primeiras respostas dos entrevistados, conforme depoimentos acima, a presença de variáveis pertencentes às dimensões apontadas conforme revisão da literatura, como a “influência da veracidade da propaganda” (V4) e “propaganda verde institucional – imagem da empresa” (V30). A segunda pergunta buscou identificar fatores gráficos que, segundo os profissionais, seriam importantes para a criação de um anúncio verde veiculado no 4 Depoimento Sujeito 1. Depoimento Sujeito 2. 6 Depoimento Sujeito 3. 5 63 ambiente da internet. Através da análise dos depoimentos, verificou-se para os entrevistados a importância da “imagem” de uma comunicação verde através do uso de elementos gráficos e também visuais, conforme depoimentos: Os elementos gráficos têm que corresponder com o que o consumidor espera sobre um anúncio de marketing verde. Então ausência de certos elementos, como a ausência de papel impresso se utilizando da internet, pode agradar o consumidor. Eu utilizaria elementos ligados a natureza, cores ligadas a terra, cores naturais, elementos do conhecimento coletivo de marketing verde. Faria uma comunicação através de diferentes peças que utilizassem essas cores 7 (Informação Verbal) . Para internet eu acho que preferiria utilizar cores que lembra-se a natureza como o marrom, cores terrosas, o próprio verde. Uma linguagem leve preocupada em não falar nada que pudesse contradizer esse conceito de 8 ecologicamente correto. (Informação Verbal) . O anúncio teria que ser limpo, com um visual limpo e poucos elementos para passar uma ideia de limpeza, de algo não poluído e de uso consciente dos recursos. Teria que ter cores associadas a natureza como o verde, o azul como cores âncoras, teria que ter o branco de alguma forma sendo componente importante. E aí depende do tema, se você falar sobre preservação de mata, o verde ganha importância numa peça, se falar de economia de água, o azul deve aparecer como predominante no anúncio. 9 (Informação Verbal) . Através desses relatos, foram identificadas variáveis não encontradas na literatura tais como “Comunicação através de peças publicitárias” (V16) e “Presença de cores ligadas a natureza” (V18). Quando questionados sobre qual estratégia utilizariam para uma campanha de marketing verde se tornar comentada na internet, um dos depoimentos dos entrevistados chamou a atenção pela relação que havia com variáveis já identificadas na literatura, conforme depoimento: Utilizaria sobre tudo redes sociais e grandes portais como vetores de comunicação. Pesquisaria nas redes sociais pessoas e comunidades que fossem defensoras desses conceitos ecologicamente corretos. ONGs defensoras de animais, de causas ligadas ao meio ambiente. Depois estudaria como eles agem, preferências, que tipo de site costumam frequentar, para, a partir disso, criar ações campanhas, utilizando essas pessoas e esses perfis para comunicar ao meu público. (Informação 10 Verbal) . Percebe-se uma relação com as variáveis da dimensão 1 (D1) “influência do conteúdo gerado por usuários”, que são as variáveis “Influência do perfil do amigo” (V1) e “Influência do perfil da empresa” (V2). Através da análise de conteúdo do depoimento acima, por relatar a opção estratégica de se utilizar perfis de ONGs, 7 Depoimento Sujeito 1. Depoimento Sujeito 2 9 Depoimento Sujeito 3 10 Depoimento Sujeito 1 8 64 optou-se por criar uma nova variável pertencente a dimensão 1 que pudesse medir a “Influência do perfil de ONGs e Entidades Sociais” (V3). Seguindo as questões do roteiro, a pergunta quatro buscou identificar qual tipo de comunicação o entrevistado utilizaria para sensibilizar o consumidor sobre um produto verde nas redes sociais. Através dos depoimentos abaixo outras variáveis foram identificadas Cada rede social tem sua especificidade, seu poder de atingir determinado público. Mas no Facebook eu trabalharia muito vídeo de curta duração, de até 45 segundos e fácil visualização emitidos a partir de um site. Trabalharia também através de imagens para sensibilizar e mostrar engajamento coletivo. 11 (Informação Verbal) . Não trabalharia com nada que possa contradizer o conceito verde. Talvez um vídeo e qualquer meio de comunicação que pudesse falar de meio ambiente. Mas meu preferido são ações. Divulgar ações em que você trabalha no próprio local arborizado, em ambiente verdes para comunicar mensagens de preservação. Usaria como carro chefe o marketing de guerrilha, apoiado num vídeo-case, uma espécie de documentário, para soltar nas redes. (Informação 12 Verbal) . Pode-se perceber pelos depoimentos, que novamente o uso de elementos gráficos e visuais voltava a ser indicado como estratégico ou como forma de comunicar. Destes discursos, identificamos novas variáveis como “Comunicação através de vídeos” (V15) e “Comunicação através de casos ambientais” (V17). Diante a importância que tais elementos apresentaram nas entrevistas, resultou na criação de uma nova dimensão (D6) intitulada “Uso de elementos gráficos e visuais”. Na D6, além das variáveis V15 e V17, as variáveis V16 e V18 já identificadas anteriormente, também fizeram parte da dimensão. Ainda na questão quatro, em outro depoimento, verificou-se a presença da variável “Apelo emocional” (V7), na literatura aponta por Guimarães (2006), conforme discurso abaixo: As mesmas estratégias usadas no marketing convencional podem servir para a internet. Você pode pegar as pessoas pela emoção. Se você estiver divulgando uma causa pertinente, um argumento forte para defender essa causa e algo concreto para solução, você vai poder a partir dela criar argumentação para convencer a pessoa. Aí você pode pegar pela emoção por uma imagem que seja chamativa. As redes sociais ela é muito imagética. Então se você tem uma imagem que chama atenção das pessoas já é um elemento bem forte. E aí você pode utilizar o humor funciona muito nas redes 13 sociais. Humor e emoção juntos funcionam. (Informação Verbal) . 11 Depoimento Sujeito 2 Depoimento Sujeito 4 13 Depoimento Sujeito 3 12 65 Porém, a variável apareceu nos discursos focando na presença de imagem chamativa o que se resultou na adaptação da variável V7. No mesmo depoimento, a variável “Presença do humor” (V8) foi identificada, completando, junto com a variável V7, a dimensão 3 (D3) intitulada pela autora de “Impacto da comunicação com base no emocional”. A variável apontada por Martinez (2006) “diferenciais ecológicos do produto” (V26), também apareceu no depoimento do entrevistado, conforme texto abaixo: Você propor uma solução, algo concreto, para que a pessoa se engaje, compre aquele produto que seja revertido prol de uma causa. Se você faz isso de forma clara, de simples execução, dizendo você pode fazer parte desta causa, é simples, basta fazer isso. Se você faz isso de uma forma clara e mostrando para a pessoa que ela vai ter um benefício ecológico comprando aquele produto é o melhor caminho. O engajamento nas redes sociais é muito 14 grande. (Informação Verbal) . A questão número cinco buscou analisar a opinião dos entrevistados sobre o comportamento que as empresas verdes deveriam adotar nas redes sociais. Neste momento percebemos a presença de novas variáveis: As empresas deveriam se comunicar de uma forma legal, sem muito peso, mostrando que ela pode fazer parte de um movimento maior, de algo que faz bem a comunidade dela, ou a cidade dela. Tipo, ela faça uma ação nas redes sociais para incentivar as pessoas a separar o lixo e levar numa cooperativa de reciclagem mostrando para as pessoas como é fácil fazer isso e como todo mundo pode colaborar e você se sente bem a fazer algo de bom. Como é uma causa muito simpática, marketing verde, é um tema que já causa uma empatia na sociedade como um todo eu acho que deve se insistir nessa coisa 15 da educação, da simpatia, mostrar como é fácil. (Informação Verbal) . Hoje toda empresa tem que ser verde. Antes o que era diferencial hoje passou a ser obrigação. Esse posicionamento deve acontecer muito mais no sentido de ensinar através da comunicação dos produtos que eles vendem, então se eu vendo uma lata de óleo, como essa lata de óleo pode ser reutilizada? Se eu não quero mais ela, quais os pontos que recolhem essa lata? O cliente espera essa responsabilidade das marcas. Eles gostam de se envolver e saber de que forma podem contribuir reutilizando aquele produto. Muitas vezes são ideias criativas que te mostram opções bacanas para 16 reutilizar algum produto que você tem em casa. (Informação Verbal) . Eu gosto quando a empresa se comporta de uma forma que envolve quem está na rede social. Ela tem que conseguir que as pessoas “curtam” a página dela ou a publicação dela. Aí ela vai ficando conhecida. Ela tem que conseguir divulgar coisas que não fale só dela, mas que seja algo interessante para os seguidores. Só falar dela é chato. Ela deve ter uma 17 fanpage, informativa mas de interesse. (Informação Verbal) . 14 Depoimento Sujeito 3 Depoimento Sujeito 1 16 Depoimento Sujeito 2 17 Depoimento Sujeito 5 15 66 As respostas acima coletadas resultaram nas variáveis “Divulgação de conteúdo de interesse da sociedade” (V33), “Ensinar a reaproveitar” (V35) e “Comunicação que estimula a preservação do meio ambiente” (V36). As variáveis V35 e V36 formaram uma nova dimensão (D10) intitulada como “Uso de conteúdo educativo”. Ainda, no último depoimento acima, identificamos a variável “Limitação da comunicação de forma institucional” (V34) que pretende analisar de a atuação da empresa nas redes sociais. No mesmo discurso, foi possível perceber outra variável que trata da presença da empresa nas redes sociais através de fanpages. Optamos por também incluir a variável “Utilização de fanpages” (V23) com o propósito de verificar se os sujeitos concordam ser essa a forma mais adequada para a empresa se fazer presente neste universo. Não foi apontada no discurso a ideia de que as empresas deveriam, ao invés de fanpages, ter perfis (pessoas físicas) no facebook. Porém, devido a experiência de mercado da pesquisadora nessa área, sentiu-se a necessidade de também medir a “Presença de empresas nas redes sociais através de perfil” (V24). Por fim, quando indagados sobre o que acreditavam que os usuários das redes sociais gostam de ver/ler sobre atitudes ambientalmente corretas, mais uma vez foi verificada a variável V17 “Comunicação através de cases ambientais”, conforme depoimentos: O que costuma fisgar mais esse pessoal são fatos, casos reais. Acho que ações executadas de verdade filmadas, fotografadas e você soltando nas redes sociais faz um efeito bacana. Talvez uma ideia diferente, mas o mais importante pra mim é você mostrar algo que realmente foi feito. (Informação 18 Verbal) . No Twitter eu vejo muito conteúdo, muita informação, o pessoal gosta de informação. Seria uma plataforma adequada para você compartilhar um case para que a pessoa pudesse entrar no link e ler a respeito. No Facebook acho que algo mais direto. Algo que se esgote ali. Eu acho que eles gostam de ver caso de coisas que foram feitas, de grandes feitos de pessoas que elas possam admirar e compartilhar. Mas eu acho que ao mesmo tempo você pode apresentar uma solução. Tipo: você pode fazer a sua parte. (Informação 19 Verbal) . Partindo desta análise foi possível confirmar muitas das variáveis discutidas na literatura reforçando sua relevância para a comunicação verde nas redes sociais. Ainda, a análise de conteúdo proporcionou à presente pesquisa a identificação de novas variáveis que foram adicionadas às dimensões elaboradas anteriormente. 18 19 Depoimento Sujeito 2 Depoimento Sujeito 3 67 Quadro 10: Inclusão de novas variáveis e dimensões. Dimensão Nº var. Nome da Variável Influência do Influência perfil de conteúdo gerado V3 ONGs e Entidades por usuários Ambientais Impacto da comunicação V8 Presença do humor com base no emocional Uso de elementos gráficos e visuais Influência do uso dos dispositivos das RSD. Atuação das empresas verdes nas redes sociais V15 Comunicação através de vídeos V16 Comunicação através de peças publicitárias V17 Comunicação através de cases ambiental V18 Presença de cores ligadas a natureza V23 Utilização de fanpages V24 Presença de empresa nas RSD através de perfil V33 Divulgação de conteúdo de interesse da sociedade V34 V35 Uso de conteúdo educativo V36 Limitação da Comunicação de forma institucional Ensinar a reaproveitar/reciclar produto Comunicação que estimula a preservação do meio ambiente Explicação da Variável Chama minha atenção anúncios/publicidades verdes publicados por perfis de ONGs ou Entidades Ambientais Agrada-me uma comunicação verde feita com base no humor veiculada nas redes sociais Abro vídeos curtos que mostrem ações consideradas ambientalmente corretas postadas nas redes sociais Peças publicitárias (banners, cartazes) com propósito ecológico postadas nas redes sociais atraem minha atenção A divulgação de casos relacionados ao meio ambiente nas redes sociais atrai minha atenção Acredito que uma comunicação visual verde criada para as redes sociais deva conter cores ligadas a natureza como verde (planta), marrom (terra) e azul(água). Considero adequado as empresas se comunicarem no facebook através de fanpages. Acredito que as empresas não deveriam ter perfis de pessoas físicas no facebook para fazerem sua comunicação. Gosto quando as empresas ambientalmente corretas utilizam as redes sociais para divulgarem notícias ecológicas de interesse da sociedade. Aprecio quando as empresas consideradas verdes utilizam as redes sociais apenas para divulgar informações institucionais da mesma. Agradam-me publicações com ideias criativas que me ensinem como reaproveitar/reciclar algum produto. Gosto de ler nas redes sociais informações de como posso contribuir para a preservação do meio ambiente Fonte: Elaborado pela autora. 4.2.2 Análise Descritiva das Variáveis da Comunicação Verde Inicialmente, analisando a média atribuída as variáveis pelos respondentes, verificou-se o grau de importância dos itens que influenciam positivamente a comunicação verde. Verificou-se que “Divulgação estilo de vida menos danoso ao meio ambiente” (V10) é para os indivíduos o principal atributo para considerar uma comunicação verde, nas redes sociais, positiva. Observa-se que a variável obteve a maior média 68 das respostas com 4,51. Esse dado confirma a literatura científica quando Guimarães (2006), ao analisar conteúdos de propaganda ambientais, identificou o atributo de promover um estilo de vida “verde” como forma de sensibilização da propaganda. O autor destaca ainda que as atividades de marketing que apelam para as sensibilidades ambientais tornam-se fatores importantes no posicionamento da empresa e que assim a propaganda é fator fundamental na comunicação verde. Percebeu-se que as variáveis que mais se destacaram como positiva para uma comunicação verde nas redes sociais, com média acima de 4, foram, além da V10 já indicada, as variáveis: “Ensinar a reaproveitar” (V35), “Divulgação conteúdo interesse da sociedade” (V33), “Presença do Humor” (V8) e “Comunicação que estimula a preservação ambiental” (V36) (Tabela 7). 69 Tabela 7 – Médias obtidas por variável de acordo com o nível de importância dos fatores. Variáveis Respostas Média Desvio Padrão V10- Divulgação estilo de vida menos danoso ao MA V35- Ensinar a reaproveitar V33- Divulgação de conteúdo de interesse sociedade V8- Presença do humor V36- Comunicação que estimula a preservação do MA V9- Anúncio produto verde V23- Utilização de fanpages V17- Comunicação através de cases ambientais V3- Influência perfil ONGs e Entidades V11- Dizeres de responsabilidade ambiental. V30- Propaganda verde institucional-Imagem da empresa V16-Comunicação através de Banners eletrônicos V27- Relações públicas V1- Influência perfil amigo V21- Comunicação gerada pelo feed de mensagens V28- Influencia de amigos sobre prod amb resp na DC V15- Comunicação através de vídeos V18 -Presença de cores ligadas a natureza V7- Apelo emocional no anúncio verde V2- Influência perfil empresa V24-Utilização de perfil pela empresa V26- Atributos ecológicos comparados com a concorrência V29 -Influência da propaganda na internet V14- Compartilhamento de experiências com produtos verdes V12 -Experiência real com uma ecobrand x Experiência virtual V22- Comunicação gerada por envio de convites V4- Influência da Veracidade da propaganda V32- Divulgação ações ambientais V13- Atuação nas RSD V6- Credibilidade da propaganda V34 -Limitação da comunicação de forma institucional V20- Comunicação gerada por grupo de mensagens V5- Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) V25- Uso de aplicativos V19- Comunicação gerada por anúncio patrocinado Valid N (listwise) Fonte: Dados da pesquisa. Nota: Em negrito as 6 variáveis de maior importância. 519 524 521 519 523 520 520 522 523 522 518 517 519 519 519 521 521 525 524 524 524 520 519 523 524 519 520 523 521 520 517 520 522 520 521 431 4,51 4,47 4,26 4,21 4,21 4,10 3,79 3,76 3,75 3,75 3,75 3,69 3,68 3,65 3,60 3,56 3,56 3,50 3,47 3,46 3,32 3,30 3,26 3,26 3,25 3,15 3,05 3,04 3,04 2,98 2,89 2,82 2,52 2,39 2,32 ,790 ,795 1,019 ,991 ,968 ,895 1,176 1,041 1,290 1,058 1,092 1,133 1,099 1,124 1,237 1,105 1,306 1,218 1,359 1,168 1,467 1,194 1,176 1,359 1,367 1,293 1,129 1,161 1,219 1,106 1,310 1,354 1,194 1,288 1,371 Analisando estas seis principais variáveis apontadas pelos sujeitos, percebemos que quatro delas (V35-Ensinar a reaproveitar, V33-Divulgação de conteúdo de interesse da sociedade, V8-Presença do humor e V36-Comunicação que estimula a preservação do meio ambiente), são variáveis elaboradas através análise e conteúdo da entrevista de profundidade com os publicitários. 70 Provavelmente esse resultado se deve pela baixa quantidade de estudos científicos já realizados para estudar a comunicação verde no ambiente das redes sociais, consequentemente a baixa identificação por parte da pesquisadora de variáveis na literatura que busquem medir diretamente os atributos da comunicação nas redes sociais. Ao analisar as variáveis apontadas pelos entrevistados na pesquisa qualitativa, é possível identificar que, como profissionais da área, os respondentes apontaram variáveis da comunicação diretamente aplicáveis para o público usuário das redes sociais como presença do humor, anúncios com informações criativas que ensinem a reaproveitar produtos e divulgação de conteúdo de interesse da sociedade. Esse resultado demonstra a importância, para os usuários das redes sociais, de se ter uma comunicação que não só venda um produto ou trabalhe a imagem de uma empresa, mas que passe conhecimento, de forma leve, para a população, de como eles podem se envolver para colaborar com a questão do meio ambiente. Pode-se afirmar, portanto, ao analisar os resultados, uma sensibilização dos usuários das redes sociais por questões relacionadas ao meio ambiente. Assim, verifica-se uma oportunidade para as empresas que se interessem em ingressar no universo das redes sociais, de fazer de sua comunicação, além de uma propaganda, uma comunicação educativa sobre questões ambientais. No que tange a variável 9 (V9), “Anúncio produto verde”, evidencia-se uma forte relação com a variável V10 “Divulgação estilo de vida menos danoso ao meio ambiente”, apontada pelos respondentes como a principal variável, uma vez que também se utiliza do apelo ecológico para sensibilizar o consumidor usuário das redes sociais. Vale ressaltar que V9 e V10 foram identificadas na literatura na mesma dimensão (D4) intitulada “Apelos ecológicos”, e que as duas foram apontadas por Guimarães (2006), sendo que essa última também por Martinez (2010). O resultado a importância apontada por Guimarães (2006) de que as empresas respondam às preocupações ambientais, lançando produtos voltados para a não agressão do meio ambiente e desenvolvendo um programa de comunicação de marketing para promover e divulgar tais produtos. O dado confirma ainda a teoria de Martinez (2010) de que, companhias interessadas em se posicionar junto a consumidores com favorabilidade ambientais, devem mais do que estabelecer uma comunicação consistente, iniciar um trabalho de base que resulte em compromissos endossados pela sociedade, como reconhecimento de suas práticas e processos. 71 Também foi identificado que os itens com menos influência na comunicação verde veiculada nas redes sociais foram as variáveis “Credibilidade da propaganda” (V6), “Limitação da comunicação de forma institucional” (V34), Comunicação gerada por grupo de mensagens” (V20), “Influência da frequência da propaganda (excesso de exposição)” (V5), “Uso de aplicativos” (V25) e por fim, “Comunicação gerada por anúncios patrocinados” (V19). Todas as variáveis citadas apresentaram média abaixo de 3, demonstrando que, para os sujeitos da amostra, possuem pouca significância para uma comunicação verde positiva nas redes sociais. A variável de menor média foi a V19 “Comunicação gerada por anúncio patrocinado” confirmando a literatura que afirmou o fraco impacto, nos usuários das redes sociais, do anúncio patrocinado (Kane et al., 2012). Notou-se que, as variáveis V5 e V6, apontadas na literatura por Mohr et al. (1998) e por Martinez (2010), que tratam sobre a “Influência da frequência da propaganda” e “credibilidade da propaganda”, respectivamente, foram apontadas como de pouco impacto para os usuários das redes sociais quando analisado a média atribuída a cada uma delas. Porém, quando analisado a frequência de respostas dos sujeitos (Tabela 8), notou-se que, ainda sim, a variável 5 (V5) obteve frequência significativa entre “concordo parcialmente” (14,3%) e “concordo totalmente” (6,7%) somando 21%. Outro dado de frequência significativo desta variável foi a porcentagem de respostas de pessoas que afirmaram ser “indiferentes” a essa variável, 27,2%. O mesmo pôde ser verificado na variável 6 (V6). A frequência de respostas “concordo parcialmente” foi de 25,7% e de “concordo totalmente” de 7,2%, somando 32,9% dos sujeitos que concordam com a importância desta variável. Para esta variável, uma frequência ainda maior (35,8%) das respostas foi identificada como indiferente. Dessa forma, mesmo a média atribuída as variáveis V5 e V6 apontarem como de pouca importância para os sujeitos, deve-se levar em consideração a frequência de ambas na opção “concordo” para mais de 30% dos respondentes. 72 Tabela 8 – Frequências obtidas por variável de acordo com nível de importância para os sujeitos Nº Discordo Discordo Concordo Concordo Indiferente Variável Totalmente Parcialmente Parcialmente totalmente Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % V14 81 15,5 69 13,1 126 24 127 24,2 120 22,9 V7 64 12,2 72 13,7 98 18 136 25,9 154 29,3 V15 54 10,3 65 12,4 91 17,3 159 30,5 152 29,2 V33 15 2,9 24 4,6 58 11,1 138 26,5 286 54,9 V8 14 2,7 18 3,5 73 14 153 29,5 261 50,3 V25 179 34,4 105 20,2 136 26,2 55 10,6 45 8,7 V34 104 20,1 90 17,4 156 30,2 94 18,2 73 14,1 V10 6 1,2 6 1,2 43 8,3 124 23,9 340 65,5 V3 40 7,6 58 11,1 101 19,3 116 22,2 208 39,8 V36 8 1,5 24 4,6 81 15,5 147 28,1 263 50,3 V22 80 15,5 67 12,9 161 31,0 118 22,7 93 17,9 V12 81 15,5 74 14,1 123 23,5 124 23,7 122 23,3 V4 59 11,3 99 19,0 163 31,3 156 30 43 8,3 V5 126 24,1 143 27,4 143 27,4 75 14,4 35 6,7 V29 59 11,4 63 12,1 147 28,3 182 35,1 68 13,1 V132 6,2 47 9,1 118 22,7 197 38,0 125 24,1 V23 28 5,4 49 9,4 111 21,3 150 28,8 182 35,0 V21 36 6,9 76 14,6 100 19,3 157 30,3 150 28,9 V9 7 1,3 16 3,1 95 18,3 203 39,0 199 38,3 V16 29 5,6 46 8,9 125 24,2 174 33,7 143 27,7 V19 217 41,7 89 17,0 92 17,7 77 14,8 46 8,8 V20 122 23,5 84 16,2 158 30,4 76 14,6 80 15,4 V17 20 3,8 35 6,7 134 25,7 193 37,0 140 26,8 V11 23 4,4 31 5,9 141 27,0 184 35,2 143 27,4 V13 74 14,2 85 16,3 176 33,8 117 22,5 69 13,2 V2 45 8,6 54 10,3 144 27,5 178 34,0 103 19,7 V6 63 12,1 96 18,3 188 36,2 135 26,0 38 7,3 V30 27 5,2 36 6,9 121 23,4 192 37,1 142 27,4 V26 52 10,0 69 13,3 159 30,6 150 28,8 90 17,3 V27 25 4,8 52 10,0 117 22,5 196 37,8 129 24,9 V32 69 13,2 83 15,9 178 34,0 142 27,2 51 9,8 V35 2 4 9 1,7 61 11,6 123 23,5 329 62,8 V18 42 8 59 11,2 154 29,3 132 25,1 138 26,3 V28 36 6,9 41 7,9 144 27,6 196 37,6 104 20 V24 89 17 68 13 126 24 70 13,3 171 32,6 Fonte: Dados da pesquisa Ainda, no que se refere à frequência das respostas obtidas, verificou-se que as seis primeiras variáveis apontadas como mais importante na análise das médias, aparecem com predominância de respostas que variavam entre concordo parcialmente e concordo totalmente. Assim, a variável 10 “Divulgação estilo de vida menos danoso ao meio ambiente” (V10), que primeira foi apontada na análise das médias, obteve uma frequência de 64,8% de pessoas que concordavam totalmente e 23,6% de pessoas que concordavam parcialmente. O alto grau de concordância com essa afirmativa, analisado juntamente com baixa porcentagem de discordância, 1,1% discordam totalmente e 1,1 discordam parcialmente, prova mais uma vez o alto impacto que possui para os usuários das redes sociais uma comunicação feita 73 divulgando um estilo de vida menos danoso ao meio ambiente. A variável 35 “Ensinar a reaproveitar” (V35) também se confirmou como de grande importância na análise de frequência com uma porcentagem de 62,7% dos entrevistados que concordam totalmente e 23,4% que concordam parcialmente. Convém ressaltar que as variáveis “Influência perfil ONGS e Entidades” (V3), “Dizeres de responsabilidade ambiental” (V11), “Relações públicas” (27), “Influência perfil do amigo” (V1), “Comunicação através de vídeos” (V15) e “presença de cores ligadas a natureza” (V18), mesmo aparecendo com média abaixo de quatro na análise descritiva, na análise de frequência aparecem como de grande predominância entre as opções de concordo, todas com porcentagem acima de 50% na somatória das respostas entre concordo parcialmente e concordo totalmente (Tabela 8). No que se refere a variável “Comunicação gerada por anúncio patrocinado” (V19), o mesmo é confirmado quando analisado a frequência das respostas com porcentagem de 41,3% de discordo totalmente e 17% de discordo parcialmente. O resultado comprova não ser uma boa ação estratégica de comunicação para as empresas a veiculação de informações através de anúncios patrocinados. Finalizada a apresentação dos resultados e análise estatística descritivas das variáveis, passou-se à verificação do agrupamento das variáveis em componentes, através da técnica estatística da análise fatorial. 4.3 ANÁLISE DOS FATORES Inicialmente, para a análise fatorial dos dados, foi feito o teste de adequação da amostra. O mesmo se deu através do teste KMO (Tabela 9), teste de Esfericidade de Bartlett (Tabela 9) e da Anti Imagem (Apêndice C). Constatou-se que a amostra obteve o valor de 0,945 e um nível de significância zero, o que de acordo com Hair et al. (2005) e Corrar et al. (2009), é considerado um resultado de amostra adequado. Segundo Hair (2005), quanto mais próximo de zero (0,000) for o nível de significância do teste de esferecidade de Bartlett, maior será a adequação da análise fatorial para um conjunto de dados. Já a medida KMO é entendida como um teste para avaliar o quanto adequado é a aplicação da análise fatorial, onde valores acima de 0,50 para matriz indicam tal adequação (Hair et al., 2005). Já a 74 Anti Imagem permite realizar uma análise do poder de explicação dos fatores em relação a cada indicador analisado individualmente. Tabela 9 – Resultado teste KMO e teste de Bartlett Medida de Adequação da Amostra KaiserMeyer-Olkin. Teste de Esfericidade de Bartlett Qui-Quadrado aproximado df Sig. ,945 7294,210 595 ,000 Fonte: Dados da pesquisa. 4.3.1 Análise do Constructo Central Após análise descritiva das variáveis, percebemos a presença de variáveis que mediam diretamente a comunicação verde, e não um atributo. Desta forma, optamos por denominar a Comunicação Verde como Constructo Central (CC) e também analisar, através de análise fatorial, as variáveis que diretamente mediam o constructo central. Assim, no primeiro momento, identificamos as variáveis “Influência da propaganda na internet” (V29), “Propaganda verde institucionalImagem da empresa (V30)”, “Divulgação de conteúdo de interesse da sociedade” (V33) e “Limitação da comunicação de forma institucional” (V34), como variáveis que mediam especificamente a comunicação verde, nesse caso, o constructo central desta pesquisa. Uma primeira análise fatorial considerando todas as 35 variáveis foi realizada. Verificou-se com o resultado que algumas variáveis apresentaram grau de comunalidade com as outras variáveis abaixo do considerado adequado, como por exemplo, a variável “Utilização de fanpages” (V23), que apresentou comunalidade de 0,336, e a variável “Comunicação gerada por anúncio patrocinado” (V19), com um grau de comunalidade de 0,333, conforme pode ser verificado nos apêndices (Apêndice D). Com relação ao percentual de explicação da variância, obtivemos 56,511 de explicação para 7 componentes. Dessa forma, essa primeira análise sugeriu uma redução das 35 variáveis para 7 componentes com 56% de explicação. Porém, na análise da matriz de componentes rotacionada pela varimax, verificou-se que muitas das variáveis, como por exemplo, a variável 24, “Utilização de perfil de empresa” e a variável 3, “Atenção despertada por anúncios de ONGs e Entidades”, não apresentavam comunalidade em outros grupos, ficando isoladas. Verificou-se também que outras variáveis apresentaram cargas elevadas com muitos fatores 75 apresentados. Percebeu-se que as variáveis apontadas como do Constructo Central (V29, V30, V33 e V34) apresentavam carga fatorial em diversos componentes. A variável 33, “Divulgação de conteúdo de interesse da sociedade”, por exemplo, mesmo apresentando carga mais elevada em um dos componentes, apresentou carga fatorial significativa em cinco deles, ou seja, com praticamente todos os componentes. A variável 29, “Influência da propaganda na internet”, também considerada do constructo central, apresentou carga fatorial em todos os componentes. Verificou-se, portanto que todas as variáveis do constructo central apresentaram carga fatorial com quase todos os componentes. Ainda nesta primeira análise, outras duas variáveis foram identificadas como do constructo central, pois também apresentaram carga fatorial em todos os componentes. Foram as variáveis “Influência do perfil do amigo” (V1) e “Influência do perfil da empresa” (V2). Acredita-se que o fato da publicidade de estar ou no perfil do amigo ou no perfil da empresa, não deu ênfase a questão. Notou-se, portanto que, por a questão está focando a publicação do anúncio, que as variáveis em questão medem a comunicação verde diretamente, neste caso o constructo central. Devido a esse resultado, optou-se por uma segunda análise fatorial. Tabela 10 – Matriz dos componentes do Constructo Central Componente 1 V2 -Influência perfil empresa V29 -Influência da propaganda na internet V30 -Propaganda verde institucional-Imagem da empresa V1 -Influência perfil amigo V33 -Divulgação de conteúdo de interesse sociedade V34- Limitação da comunicação de forma institucional Fonte: Dados da pesquisa. ,810 ,776 ,750 ,737 ,722 ,490 Dessa forma, sentiu-se a necessidade de uma segunda análise fatorial, desta vez confirmatória, apenas com as variáveis do Constructo Central. Na análise, verificou-se que, devido à alta carga fatorial das variáveis, confirmou-se que as variáveis apontadas eram pertencentes do Constructo Central (Tabela 10). A variável “Influência do perfil da empresa” (V2), por exemplo, que no primeiro momento foi analisada juntamente com as demais 34 variáveis e apresentou como maior carga fatorial ,485 no componente 2 (Apêndice E), quando analisada com as variáveis do Constructo Central apresentou carga fatorial bem mais significativa de ,810. Esse resultado comprova a V2 como pertencente ao Constructo Central. O 76 mesmo ocorreu com a variável “Influência perfil amigo” (V1), que na primeira análise apresentou como carga fatorial máxima ,394 no componente 1, e quando analisada com as demais variáveis do CC apresentou carga de ,737 (Tabela 10). No que tange a variável “Limitação da comunicação de forma institucional” (V34), que no CC aparece como a variável de menor carga fatorial (,490), ainda sim apresenta valor superior ao apresentado na primeira análise fatorial realizada com todas as variáveis (,451). 4.3.2 Análise dos Fatores Determinantes da Comunicação Verde Após a confirmação das variáveis do Constructo Central, optou-se por uma terceira análise, desta vez eliminando as variáveis do Constructo Central. Verificouse nesta terceira análise um grau de comunalidade adequado em todas as variáveis, todas elas na média de 500. Pode-se verificar também que as variáveis “Comunicação gerada por anúncio patrocinado” (V19) e “Presença de cores ligadas a natureza” (V18), obtiveram baixo nível de comunalidade, o que se acredita que, pela maneira pela qual os sujeitos responderam na pesquisa, não varia de forma igual às outras questões. Assim, possuem pouca relação com as outras variáveis. Porém, quando analisados os agrupamentos das variáveis e identificados os fatores, percebeu-se que a variável 3 “Atenção despertada por anúncios de ONGs e Entidades”, mais uma vez não se enquadrava em nenhum dos fatores identificados (Apêndice F). Vale salientar que na primeira análise realizada, a mesma variável apresentou baixo grau de comunalidade com as demais, conforme relatado anteriormente. Diante deste resultado, por a mesma não possuir carga fatorial com nenhum dos fatores identificados, optou-se em retirar a variável 3 para uma próxima análise. Segundo Hair et al. (1998) cabe ao pesquisador verificar a comunalidade de cada variável para avaliar se ela atende a níveis de explicação aceitáveis. Dessa forma, quando o grau de comunalidade é considerado baixo, existem duas opções de interpretação segundo o autor: (1) interpretar a solução como ele é e simplesmente ignorar essa variável, ou (2) avaliar cada variável para possível eliminação. Os autores defendem que, se o objetivo do estudo é a redução de dados, o pesquisador deve identificar quais variáveis são pouco representativas na solução fatorial. Caso a variável se apresente como de menor importância para o 77 objetivo do estudo, ou um valor de comunalidade considerado inaceitável, ela pode ser eliminada e em seguida uma nova análise fatorial pode ser realizada (Hair et al., 1998). Na análise fatorial seguinte, a média de comunalidade entre as variáveis possuíam grau adequado, mesmo algumas variáveis como a “Utilização de fanpages” (V23) e “Comunicação gerada por anúncio patrocinado” (V19), demostrarem baixa carga fatorial. Dessa maneira, assim como verificado na análise anterior, percebeu-se, para essas variáveis citadas, baixo grau de comunalidade, ou seja, pouca relação com as outras variáveis. Tabela 11 – Média de comunalidade entre as variáveis. Comunalidade V14-q1-D5-Compartilhamento de experiências com produtos verdes V7-q2-D3-Apelo emocional no anúncio verde V15-q3-D6-Comunicação através de vídeos V8-q5-D3-Presença do humor V25-q6-D7-Uso de aplicativos V10-q8-D4-Divulgação estilo de vida menos danoso ao MA V36-q10-D10-Comunicação que estimula a preservação do MA V22-q11-D7-Comunicação gerada por envio de convites V12-q12-D5-Experiência real com uma ecobrand x Experiência virtual V4-q13-D2-Influência da Veracidade da propaganda V5-q14-D2-Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) V23-q17-D7-Utilização de fanpages V21-q18-D7-INV-Comunicação gerada pelo feed de mensagens V9-q19-D4-Anúncio produto verde V16-q20-D6-Comunicação através de Banners eletrônicos V19-q21-D7-INV-Comunicação gerada por anúncio patrocinado V20-q22-D7-INV-Comunicação gerada por grupo de mensagens V17-q23-D6-Comunicação através de cases ambientais. V11-q24-d4-Dizeres de responsabilidade ambiental. V13-q25-D5-Atuação nas RSD V6-q27-D2-Credibilidade da propaganda V26-q29-D8-Atributos ecológicos comparados com a concorrência V27-q30-D8-Relações públicas V32-q31-D9-Divulgação ações ambientais V35-q32-D10-Ensinar a reaproveitar V18-q33-D6-Presença de cores ligadas a natureza V28-q34-D8-Influencia de amigos sobre prod amb resp na DC V24-q35-D7-Utilização de perfil pela empresa Fonte: Dados da pesquisa. Inicial Extração 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,541 0,345 0,444 0,525 0,588 0,570 0,507 0,561 0,517 0,611 0,485 0,238 0,555 0,570 0,586 0,299 0,618 0,535 0,537 0,618 0,612 0,678 0,602 0,654 0,463 0,389 0,481 0,429 Para essa quarta análise, obteve-se um resultado de 54% explicação da variância em 5 grupos (Tabela 12). Entretanto, verificou-se que, mesmo reduzindo a 78 4 grupos, o grau de explicação ainda seria adequado, de acordo com Hair et al.(1998). Tabela 12 – Total da variância explicada do reagrupamento das variáveis Initial Eigenvalues Soma de rotação de cargas quadráticas Componentes % cumulativa Total % de variância % cumulativa 1 2 3 4 5 Fonte: Dados da pesquisa. 31,259 37,361 42,947 48,128 51,994 8,752 1,709 1,564 1,451 1,083 31,259 6,102 5,586 5,181 3,866 31,259 37,361 42,947 48,128 51,994 Após a rotação da matriz dos principais componentes da análise fatorial exploratória, procurou-se analisar as variáveis agrupadas nos componentes e a partir daí identificar a qual atributo cada componente correspondia (Tabela 13). A tabela Matriz de Componentes permite verificar qual dos fatores explica melhor cada uma das variáveis. Para interpretar os fatores, o autor necessita analisar a matriz computada para verificar o número de fatores apresentados. A matriz apresenta cargas fatoriais para cada variável em vários fatores, cabe ao pesquisador concentrar sua atenção na tentativa de identificar quais variáveis farão parte dos respectivos fatores (Hair et al., 1998). 79 Tabela 13 – Rotação da matriz de componentes 1 V10-q8-D4-Divulgação estilo de vida menos danoso ao MA ,743 V35-q32-D10-Ensinar a reaproveitar ,664 V9-q19-D4-Anúncio produto verde ,655 V17-q23-D6-Comunicação através de cases ambientais ,583 V36-q10-D10-Comunicação que estimula a preservação do MA ,582 V27-q30-D8-Comprometimento ambiental da empresa ,573 V16-q20-D6-Comunicação através de Banners eletrônicos ,572 V28-q34-D8-Influencia de amigos sobre prod amb resp na DC ,480 V23-q17-D7-Utilização de fanpages ,428 V25-q6-D7-Uso de aplicativos V14-q1-D5-Compartilhamento de experiências com produtos verdes ,203 V13-q25-D5-Atuação nas RSD ,308 V22-q11-D7-Comunicação gerada por envio de convites ,291 V20-q22-D7-INV-Comunicação gerada por grupo de mensagens V12-q12-D5-Experiência real com uma ecobrand x Experiência virtual ,396 V15-q3-D6-Comunicação através de vídeos ,444 V19-q21-D7-INV-Comunicação gerada por anúncio patrocinado V6-q27-D2-Credibilidade da propaganda V4-q13-D2-Influência da Veracidade da propaganda V18-q33-D6-Presença de cores ligadas a natureza V11-q24-d4-Dizeres de responsabilidade ambiental. ,465 V7-q2-D3-Apelo emocional no anúncio verde ,353 V5-q14-D2-Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) -,192 V21-q18-D7-INV-Comunicação gerada pelo feed de mensagens ,402 V24-q35-D7-Utilização de perfil pela empresa V26-q29-D8-Atributos ecológicos comparados com a concorrência ,398 V8-q5-D3-Presença do humor ,438 V32-q31-D9-Divulgação ações ambientais ,310 Fonte: Dados da pesquisa. Nota: Cargas fatoriais sombreadas correspondem aos respectivos fatores. Componentes 2 3 4 ,255 ,382 ,372 ,249 ,382 ,240 ,185 ,726 ,676 ,675 ,667 ,599 ,516 ,476 ,424 5 ,223 ,341 ,294 ,266 ,204 ,275 ,317 ,193 ,223 ,489 ,258 ,198 ,278 ,763 ,195 ,736 ,601 ,239 ,478 ,360 -,224 -,205 -,613 ,598 -,585 ,225 ,255 ,268 ,618 ,276 -,490 ,386 ,421 ,480 Na análise de agrupamento dos componentes, pode-se identificar a presença de 5 fatores. Porém, após análise das cargas fatoriais de cada variável verificou-se claramente o apontamento de 4 componentes. Nessa fase, faz-se necessário nomear os fatores para identificar qual a relação existente entre as variáveis, assim como facilitar a interpretação dos resultados da pesquisa, para entender quais fatores determinantes para a comunicação verde no ambiente das redes sociais. Na nomeação dos fatores é necessário atribuir significado a cada um deles. Hair et al. (1998) dizem que esse processo envolve concentração e interpretação do padrão de cargas fatoriais para as variáveis, em esforço para nomear cada fator. Os autores acrescentam que, as variáveis que possuem cargas fatoriais maiores, influenciam 80 mais a seleção de um nome para representar aquele fator. Dessa forma, as nomenclaturas adotadas para os fatores são: Fator 1 (F1) – Presença do apelo ecológico, Fator 2 (F2) – Uso de dispositivos interativos, Fator 3 (F3) - Atributos da veracidade/credibilidade em anúncios e Fator 4 (F4) – Decisão de compra influenciada pela comunicação verde. Tabela 14 – Variáveis pertencentes ao Fator 1 – Presença do apelo ecológico Nº do Fator Fator Nº Var. Explicação da variável V10 Divulgação estilo de vida menos danoso ao MA V35 Ensinar a reaproveitar Presença V9 Anúncio produto verde F1 do apelo V17 Comunicação através de cases ambientais. ecológico V36 Comunicação que estimula a preservação do MA V27 Comprometimento ambiental da empresa Comunicação verde gerada pelo feed de mensagens V21 V8 Presença do humor Fonte: Dados da pesquisa. Elaborado pelo autor. No Fator 1 percebeu-se o agrupamento das variáveis V10, V35, V9, V17, V36 e V27 (Tabela 14). Através do estudo, é possível afirmar que neste fator há uma forte concentração de variáveis que visam mensurar a presença do apelo ecológico na comunicação verde. Ao analisar outras variáveis que também possuíam carga significativa neste fator, verificou-se que as mesmas também podiam ser consideradas itens de mensuração da presença do apelo ecológico. Dessa forma, optou-se por incluir no Fator 1, as variáveis V21, “Comunicação verde gerada pelo feed de mensagem”, com carga de ,402 neste fator, e V8 “Presença do humor” com carga de ,438 (Tabela 13). Percebe-se que as variáveis apontadas como pertencentes ao Fator 1 possuem alta média de importância para os respondentes da pesquisa, conforme pode ser verificado na Tabela 7 mostrada anteriormente. Sob esse aspecto, pode-se afirmar que as empresas verdes que buscam se comunicar no universo das redes sociais, devem priorizar uma comunicação que possua atributos que mostre a presença do apelo ecológico, a fim de sensibilizar o consumidor. A identificação desse fator confirma a literatura apontada por Guimarães (2006) e Silva e Santos (2011) que mostram que argumentos de apelo ecológicos são utilizados como forma de sensibilização para dar forma à ação persuasiva da propaganda. Já no fator 2 observou-se o maior número de agrupamento de variáveis, com um total de 10, sugerido pela análise. O F2 é formado pelas variáveis V16, V23, 81 V25, V14, V13, V22, V20, V12, V15 e V19, todas com o propósito de medir o “Uso de dispositivos interativos”, nome dado a este fator (Tabela 15). Tabela 15 – Variáveis pertencentes ao Fator 2 - Uso de dispositivos interativos Nº do Fator Fator Nº Var. Explicação da variável V16 Comunicação através de Banners eletrônicos Utilização de fanpages V23 V25 Uso de aplicativos V14 Compartilhamento de experiências com produtos verdes Uso de V13 Atuação nas RSD F2 dispositivos V22 Comunicação gerada por envio de convites interativos V20 Comunicação gerada por grupo de mensagens V12 Experiência real com uma ecobrand x Experiência virtual V15 Comunicação através de vídeos V19 Comunicação gerada por anúncio patrocinado Fonte: Dados da pesquisa. Elaborado pelo autor. O Fator 2 comprova o que afirma Serra (2011) que os aplicativos do facebook acrescentam prazer à práticas de difusão de conteúdo. A autora acrescenta que esses dispositivos se mostram como fatores de incentivo para o boca-a-boca. A presença deste fator mostra também o quão importante se faz uma adequação à comunicação que será veiculada no ambiente das redes sociais. Deve-se lembrar que o principal diferencial das redes sociais, como apontado por diversos autores, é a interatividade. Neste ambiente, o consumidor está inserido num universo colaborativo, se organizando ao redor da marca e influenciando na formação da imagem da mesma, pois interage e assim gera conteúdo e influencia pessoas. Essa cultura de participação oferecida pelas redes sociais faz com que o consumidor apareça como um dos recursos de maior valor para a empresa. Dessa forma, percebe-se de acordo com a pesquisa, que a interatividade que oferece as redes sociais, também é esperada pelo consumidor em se tratando de uma comunicação veiculada por uma empresa neste ambiente. Analisando o Fator 3, verificou-se que todas as variáveis agrupadas neste fator tinham por objetivo mensurar os “Atributos da veracidade/credibilidade do anúncio”. O fator em questão foi formado pelas variáveis V6, V4, V18, V11, V7 e V5 (Tabela 16). A presença do Fator 3 confirma o que afirma MOHR et al. (1998) quando afirma que as empresas que têm direcionado suas campanhas publicitárias para demonstrar ações ou compromissos com questões ambientais, é beneficiada com uma atitude positiva dos consumidores. Porém, contradiz o estudo de Martinez (2010) que concluiu ser irrelevante a influência de variáveis do ceticismo junto aos 82 apelos de marketing, diante dos apelos ambientais. Para o autor, a confiança do consumidor foi confirmada apenas para os casos onde a fonte fosse uma ONG. Para as demais analisadas pelo autor (empresa, governo e universidade) ele associa que a falta de credibilidade desses possa ter prejudicado o discernimento e o julgamento do consumidor. Vale lembrar que a variável que pretendia medir a influência de ONGs na comunicação verde (V3), foi também item de mensuração dessa pesquisa, porém por não apresentar adequação a nenhum dos fatores identificados, foi excluída da nossa análise fatorial. Porém, como percebido na análise descritiva das variáveis (Tabela 8), o alto índice de respostas positivas para a Variável 3, aponta para a busca deste consumidor ambientalmente correto, por uma fonte de informações considerada mais imparcial e menos sujeita a interesses comerciais. Tabela 16 – Variáveis pertencentes ao Fator 3 – Atributos da veracidade / credibilidade do anúncio Nº do Fator Fator Nº Var. Explicação da variável Atributos V6 Credibilidade da propaganda da V4 Influência da Veracidade da propaganda veracidad V18 Presença de cores ligadas a natureza F3 e/credibili V11 Dizeres de responsabilidade ambiental. dade do V7 Apelo emocional no anúncio verde anúncio V5 Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) Fonte: Dados da pesquisa. Elaborado pelo autor. Por fim, identificou-se o Fator 4, “Decisão de compra influenciada pela comunicação verde”, composto pelas variáveis V28, V24, V26 e V32. Vale ressaltar que a V28 mesmo possuindo carga de maior significância no Fator 1 (,480), possuía também carga fatorial significativa no Fator 4 (,317). Além de que, quando analisado o conteúdo de mensuração da variável, verificou-se que a mesma pretendia medir a influência de amigos na decisão de compra. Assim, optou-se por incluir a V28 no Fator 4 (Tabela 17). Percebe-se neste fator o item “Influência de amigos sobre produtos ambientalmente responsáveis na Decisão de Compra” como item de maior relevância para os sujeitos. Isso se deve pelo próprio ambiente das redes sociais onde a recomendação de amigos sobre determinada marca ou produto tem papel fundamental para o envolvimento dos consumidores. Neste ambiente, os próprios consumidores geram conteúdo influenciando a percepção de outros usuários e consequentemente seu comportamento de compra. 83 Tabela 17 – Variáveis pertencentes ao Fator 4 – Decisão de compra influenciada pela comunicação verde Nº do Fator Fator Nº Var. Explicação da variável Decisão de V28 Influencia de amigos sobre prod amb resp na DC compra V24 Utilização de perfil (pessoa física) pela empresa F4 influenciada pela V26 Atributos ecológicos comparados com a comunicação concorrência verde V32 DC influenciada p divulgação ações amb. Fonte: Dados da pesquisa. Elaborado pelo autor. Com os fatores identificados, foi possível verificar a média atribuída, pelos sujeitos, para as variáveis do Constructo Central e as variáveis dos Fatores. Verificou-se que a média das variáveis do CC foi de 3,5 (Tabela 18). Para melhor analisarmos esse número, optou-se por fazer a média das médias dos fatores (4,03+3,10+3,20+3,29/4). Chegou-se a um número de 3,4 para a média dos fatores. Percebe-se assim que a média do CC (3,5) e a média das médias dos fatores (3,4) são bem próximas, estando de acordo uma com a outra. Vale lembrar que para a análise dos fatores não foram incluídas as variáveis do CC, ou seja, elas não tiveram peso direto nos fatores. Dessa forma, comprovou-se que o CC é realmente CC e que os fatores possuem peso no CC. Isso significa que todas as outras variáveis (29), medidas separadamente nos fatores, são realmente fatores do Constructo Central. Tabela 18 – Média do Constructo Central e dos Fatores. Número Mín. Máx. Constructo Central F1-Presença do apelo ecológico F2-Uso de dispositivos interativos F3-Atributos da veracidade/credibilidade em anúncios. F4-Decisao de compra influenciada p/ comunicação verde Números válidos (listwise) Fonte: Dados da pesquisa. 525 525 525 525 525 525 1,00 1,13 1,00 1,00 1,00 Média 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 3,5083 4,0359 3,1002 3,1953 3,2862 Desvio Padrão ,82798 ,65655 ,81462 ,64908 ,79905 Por último, para identificar a intensidade de correlação dos fatores no Constructo Central, optou-se por realizar a análise de Pearson. A análise de Pearson expressa numericamente a intensidade e a direção da correlação. Os dados variam de -1,00 e + 1,00. Na análise, sempre que o valor do coeficiente for positivo a correlação será positiva, ou seja, a correlação se dá de maneira proporcional. Por outro lado, quando negativo, a correlação será negativa, o que implica numa inversão de proporcionalidade entre as variáveis. Quanto à 84 intensidade da correlação, ela é dada através de coeficientes onde: 0,00 a 0,19 possui uma relação bem fraca; 0,20 a 0,39 possui correlação fraca; 0,40 a 0,69 possui correlação moderada; 0,70 a 0,89 possui correlação forte; 0,90 a 1,00 possui correlação muito forte e 1,00 possui correlação perfeita, de acordo com Hair et al. (2005). Ao analisar os coeficientes apresentados pelos fatores (Tabela 19) conseguiuse comprovar que todos os fatores são determinantes para a comunicação verde, na perspectiva dos usuários das redes sociais, pois todos possuem correlação significante com o constructo central. Percebeu-se que o Fator 1 “Presença do apelo ecológico” é o fator de maior peso para a comunicação verde com uma correlação considerada forte (,737), porém, o Fator 2 “Uso de dispositivos interativos” também possui correlação considerada forte com o constructo central (724). Mesmo os fatores 3 e 4 tendo apresentado correlação de 593 e 564, respectivamente, a correlação ainda é considerada moderada, ou seja, de influência no constructo central. Constructo Central Correlação de Pearson F4-Decisao de compra influenciada p/ comunicação verde F3-Atributos da veracidade/credib ilidade em anúncios F2-Uso de dispositivos interativos F1-Presença do apelo ecológico Constructo Central Tabela 19 – Análise Pearson da correlação dos Fatores. 1 Significância. (2-tailed) Número Sujeitos F1-Presença do apelo ecológico F2-Uso de dispositivos interativos F3-Atributos da veracidade/credibilidade em anúncios. F4-Decisao de compra influenciada p/ comunicação verde. Fonte: Dados da pesquisa 525 ** Correlação de Pearson ,737 Significância. (2-tailed) ,000 Número Sujeitos 525 ** Correlação de Pearson ,724 1 525 ** ,669 Significância. (2-tailed) ,000 ,000 Número Sujeitos 525 525 ** ** Correlação de Pearson ,593 ,470 1 525 ** ,483 Significância. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 Número Sujeitos 525 525 525 ** ** ** Correlação de Pearson ,564 ,494 ,504 1 525 ** ,401 Significância. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 ,000 Número Sujeitos 525 525 525 525 1 525 85 Sendo assim, conclui-se que a comunicação verde veiculada nas redes sociais é influenciada pelos fatores, sequencialmente: “Presença do apelo ecológico”, “Uso de dispositivos interativos”, “Atributos da veracidade/credibilidade da propaganda” e “Decisão de compra influenciada pela comunicação verde” uma vez que todos apresentaram coeficiente significativo com o constructo central. Figura 6 – Fatores determinantes da comunicação verde FATOR 1 – Presença do apelo ecológico FATOR 2 – Uso de dispositivos interativos 0,724 0,737 COMUNICAÇÃO VERDE 0,593 FATOR 3 – Atributos da veracidade/credibilidade da propaganda Fonte: Elaborado pela autora. 0,564 FATOR 4 – Decisão de compra influenciada pela comunicação verde 86 5 CONCLUSÃO Ações voltadas para a preservação do meio ambiente é uma realidade crescente, pois cada vez mais pessoas estão preocupadas com a sustentabilidade. Dessa forma, a preocupação com o meio ambiente levou a uma modificação no perfil do consumidor e no seu padrão de escolha de um produto ou serviço no mercado. Nesse contexto, o marketing verde vem ganhando proporções de destaque entre as empresas que buscam atender a esse público e dessa forma obter vantagem competitiva. Porém, se por um lado o consumidor se tornou mais crítico na escolha do produto ou serviço, se tornou também mais cético com relação ao teor das mensagens e as propagandas criadas pelos anunciantes para promover os atributos ecológicos de seus produtos ou o comprometimento da empresa em relação à preservação ambiental. A questão levantada no início deste trabalho procurava responder quais os fatores determinantes da comunicação verde na perspectiva de consumidores usuários das redes sociais. Com base nos resultados, conclui-se que a pergunta foi respondida, consequentemente, o objetivo geral do presente trabalho alcançado. Através de análise fatorial, foi possível identificar estes atributos determinantes e verificar a correlação dos fatores. Através de revisão na literatura e da análise de conteúdo dos sujeitos que participaram da entrevista de profundidade proposta por esse trabalho, obteve-se êxito no sentido de identificar as variáveis de mensuração da comunicação verde no ambiente das redes sociais, um dos objetivos específicos pretendidos no início deste trabalho. Identificou-se 35 variáveis que agrupadas inicialmente formavam 9 componentes. Ainda, com a análise descritiva das variáveis e análise da média e frequência de cada uma delas, foi possível analisar a ordem de importância das variáveis observadas na perspectiva dos sujeitos da pesquisa, um segundo objetivo específico deste trabalho. Um constructo central foi identificado na análise descritiva das variáveis e o mesmo foi confirmado posteriormente na análise fatorial. A análise mostrou a importância para os sujeitos de uma comunicação feita com o propósito de divulgar um estilo de vida menos danoso ao meio ambiente, e a pouca 87 importância que, para esses sujeitos, possui uma comunicação gerada através de um anúncio patrocinado nas redes sociais. Com a análise fatorial das variáveis, analisou-se os agrupamentos de variáveis comuns explicadas pelos fatores, terceiro objetivo específico. Com o agrupamento feito pelo sistema e análise da autora, foi possível identificar 4 fatores determinantes para a comunicação verde. Assim, “Presença do apelo ecológico”, “Uso de dispositivos interativos”, “Atributos da veracidade/credibilidade da propaganda” e “Decisão de compra influenciada pela comunicação verde”, foram apontados como fatores de influência para as empresas que desejem realizar uma comunicação verde no ambiente das redes sociais. Fazendo uso da análise de Pearson, foi possível analisar a correlação entre os fatores determinantes com o constructo central “Comunicação Verde”. Verificouse o alto grau de importância que possui para os sujeitos entrevistados a presença do apelo emocional na comunicação verde Para a análise das variáveis sociodemográficas, percebeu-se que ter maior escolaridade é uma variável mais presente nos consumidores que se interessam por questões ambientais. Percebe-se assim que uma sociedade mais informada tende a ser mais favorável ao ambiente. Essa constatação permite que planos de marketing consigam ser mais direcionados e efetivos para esse público mais propenso a um consumo ambiental correto. A pesquisa mostrou que os consumidores usuários das redes sociais possuem interesse em questões relacionadas ao meio ambiente uma vez que se obteve num curto intervalo de tempo, uma semana, uma amostra bastante significativa para a pesquisa, 525 questionários válidos. Isso mostra que o ambiente das redes sociais é uma opção de veículo de comunicação para empresas e organizações que buscam de alguma forma estreitar o relacionamento com esse consumidor verde. Porém, é preciso compreender e adaptar a comunicação de uma forma direcionada e adequada para esse ambiente. Percebe-se com os resultados que os sujeitos esperam de uma comunicação nas redes sociais algo interativo, que possa transmitir alguma mensagem de como eles podem contribuir para o meio ambiente e mensagens que passem credibilidade do seu conteúdo. Pode-se concluir que o consumidor verde, usuário das redes sociais, está informado sobre o tema meio ambiente e se interessa pelo papel da empresa na 88 sociedade. Percebeu-se que é possível até que esse consumidor altere seu comportamento, ou decisão de compra, perante uma comunicação que comprove a atuação de uma empresa em causas ambientais. Sobre o fator de maior influência (F1), percebeu-se a presença do apelo ecológico como bastante relevante para a comunicação verde. Essa constatação pode ser utilizada como vantagem competitiva por empresas que busquem se diferenciar perante esse nicho de consumidores usuários das redes sociais. A presença do atributo de divulgação de estilo de vida menos danoso ao meio ambiente e comunicação com informações de como reaproveitar um produto, aparecem no topo da lista de preferências segundo os sujeitos. Dessa forma, tornam-se atributos interessantes para se ter numa comunicação de empresas que queiram adentrar nesse nicho de consumo. Por outro lado, o uso de anúncios patrocinadores como estratégia de marketing para o ambiente em questão, não parece ser tão relevante para esse público. Sobre as ferramentas de marketing disponíveis pelos dispositivos interativos das redes sociais, percebeu-se a utilização de fanpages como relevante para a comunicação de empresas neste ambiente. Com essa constatação pode- se concluir que, por ser um público de maior qualificação, conhece a real finalidade da utilização das fanpages, dispositivo elaborado pelo facebook para a inserção de empresas neste universo. De qualquer forma, seja como for, confirmou-se ser um diferencial quando uma empresa se envolve e consegue mobilizar seu consumidor na discussão sobre práticas ambientalmente corretas. Uma comunicação adequada nas redes sociais pode fazer com que o consumidor se sensibilize e se mobilize e torne-se agente indutor, valorizando a reputação daquela empresa, exercendo seu espírito crítico de uma forma positiva e isso se transmita para milhares de seguidores. Deve-se lembrar que no ambiente das redes sociais o consumidor possui uma postura diferenciada das demais mídias pois é participativo na difusão de informações. Cabe às empresas que buscam participar desse meio, com esse nicho de mercado, conquistar a confiança e o engajamento em suas causas. Conforme verificado nas análises realizadas para essa pesquisa, a variável que pretendia mensurar a atenção despertada por anúncios veiculados por ONGs e Entidades (V3) apareceu como não comum a nenhum dos componentes 89 apresentados sendo necessária sua exclusão para outra análise fatorial. A mesma variável aparece com carga fatorial bastante significativa, mesmo que isolada, e com frequência considerada alta, com uma média de 3,75 no nível de importância. Dessa forma, sugere-se para próximos estudos, uma pesquisa mais aprofundada que vise analisar de forma isolada a influência que esses perfis de Entidades Sociais possuem nas redes sociais. Esta pesquisa contribui no sentido de orientar empresas que se interessem em ingressar neste ambiente das redes sociais, seja para divulgar produtos ou serviços considerados verdes, e que buscam fazer sua comunicação de forma positiva. Conhecer os fatores que influenciam o consumidor das redes sociais é fundamental na definição de estratégias precisas de marketing verde. 90 REFERÊNCIAS AAKER, David A. Pesquisa de markerting. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2010. AGGARWAL, Charu C. Social Network Data Analytics. Springer Science+Business Media, LLC 2011. ARANHA, Francisco; ZAMBALDI, Francisco. Análise fatorial em administração. São Paulo: Cengage Learning, 2008. BARCELLOS, Marco Antonio Rebelo. Avaliação da eficiência de comunicação em Redes Sociais Digitais: Uma análise exploratória do cenário de empresas no Brasil. Dissertação apresentada como requisito parcial para aquisição do título de mestre. Fundação Getulio Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo. São Paulo, 2010. BARICHELLO, E. M. M. da R.; OLIVEIRA, C.C. O Marketing viral como estratégia publicitária nas novas ambiências midiáticas. Em Questão, Porto Alegre, v.16, n.1, p.29 – 44, jan/jun 2010. BATISTA, F. P. Siqueira. 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O objetivo principal é identificar os atributos da comunicação verde que influenciam positivamente o consumidor. Contamos com a sua colaboração ao responder esse instrumento de coleta de dados. Não será divulga nenhuma informação ou referência sobre os participantes desse exercício, por isso não é necessária a sua identificação. Agradeço sua colaboração, Pesquisadora responsável Diana Braz Petta – [email protected] Mestranda do programa de Mestrado Profissional em Administração UnP – Universidade Potiguar Orientadora: Profa. Dra. Tereza de Souza - [email protected] Co-orientador: Prof. Dr. Alípio Veiga - [email protected] QUESTIONÁRIO SÓCIODEMOGRÁFICO Escolaridade • Médio • Superior incompleto • Superior • Pós-graduado Idade Sexo • Masculino • Feminino 99 QUESTIONÁRIO DAS VARIÁVEIS Reflita como você se comporta, nas Redes Sociais, em relação a cada uma das situações abaixo e escolha indicando se concorda ou discorda das afirmativas. Legenda: 1 Discordo totalmente / 2 Discordo um pouco / 3 Nem um nem outro / 4 Concordo um pouco / 5 Concordo totalmente 1- Compartilho no meu feed (página) de mensagens experiências que tive com produtos/serviços considerados “verdes” (ambientalmente corretos). 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 2- Quando um anúncio verde veiculado nas redes sociais usa imagens emocionalmente chocantes, chama minha atenção. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 3- Abro vídeos curtos que mostrem ações consideradas ambientalmente corretas postados nas redes socias. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 4- Gosto quando as empresas ambientalmente corretas utilizam as redes sociais para divulgar notícias ecológicas de interesse da sociedade. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 5- Agrada-me uma comunicação verde feita com base no humor veiculada nas redes sociais. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 6- Gosto de baixar, nas redes sociais, aplicativos interativos sobre meio ambiente. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 7- Aprecio quando as empresas consideradas verdes utilizam as redes sociais apenas para divulgar informações institucionais da mesma. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 100 8- Aprecio anúncios que promovam ideias e comportamentos voltados para um estilo de vida menos danoso ao meio ambiente. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 9- Anúncios/publicidades verdes publicados Ambientais não atraem minha atenção. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente por ONGs ou Entidades Concordo totalmente 10- Gosto de ler nas redes sociais informações de como posso contribuir para a preservação do meio ambiente. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 11- Convites enviados no facebook para participação em eventos ecológicos me agradam. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 12- Procuro nas redes sociais informações sobre uma marca ecológica após ter tido experiência agradável com a mesma na vida real. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 13- Creio que sejam verdadeiras as mensagens sobre o meio ambiente existentes na maioria das propagandas. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 14- Quanto maior a quantidade de propagandas com apelos ambientais menor é sua credibilidade. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 15- Propagandas de produtos verdes nas redes sociais influenciam na minha decisão de compra. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 16- Chama minha atenção anúncios/publicidades ambientais publicados por perfis de amigos. 1 2 3 4 5 101 Discordo totalmente Concordo totalmente 17- Considero adequado as empresas se comunicarem no facebook através de fanpages. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 18- Não atrai minha atenção as informações sobre questões ambientais divulgadas no feed de mensagens do facebook. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 19- Agradam-me anúncios que destacam atributos de um produto benéfico ao meio ambiente. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 20- Peças publicitárias (banners, cartazes) com propósito ecológico postadas nas redes sociais atraem minha atenção. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 21- Não me sinto atraído pelas informações colocadas nos anúncios pagos que aparecem na lateral do facebook. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 22- Não aceito convites para participar de grupos que promovam debates ecológicos no facebook. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 23- A divulgação de casos relacionados ao meio ambiente nas redes sociais atrai minha atenção. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 24- Sou favorável a anúncios que passam uma imagem de responsabilidade ambiental por meio de dizeres como "índice de sustentabilidade", "empresa verde", "ambientalmente correto", "desenvolvimento sustentável", entre outros. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 102 25- Gosto de interagir com marcas verdes atuantes nas redes sociais. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 26- Chama minha atenção anúncios/publicidades ambientalmente corretos publicados por perfis de empresas. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 27- A maior parte das propagandas ambientais tem por objetivo informar e poucas são as que enganam. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 28- Agrada-me a propaganda que divulgue a empresa como ecologicamente correta. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 29- Decido pela compra de um produto depois que vejo propagandas que mostrem os diferenciais ecológicos de um produto em relação ao concorrente. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 30- Sou positivamente sensibilizado quando vejo notícias que são divulgadas nas redes sociais sobre o comprometimento ambiental da empresa. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 31- A divulgação das ações ambientais das empresas nas redes sociais me leva a comprar seus produtos. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 32- Agradam-me publicações com idéas criativas que me ensinem como reaproveitar/reciclar algum produto. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 33- Acredito que uma comunicação visual verde criada para as redes sociais deva conter cores ligadas a natureza como verde (planta), marrom (terra) e azul (água). 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 34- Informações sobre o impacto ambiental de um produto divulgadas por perfis de amigos nas redes sociais influenciam na minha decisão de compra. 103 1 Discordo totalmente 2 3 4 5 Concordo totalmente 35- Acredito que as empresas não deveriam ter perfis de pessoas físicas no facebook para fazerem sua comunicação. 1 2 3 4 5 Discordo totalmente Concordo totalmente 104 APÊNDICE C - MATRIZ DE ANTI IMAGEM V28-q34-D8- Anti-image Covariance V14-q1-D5Compartilhamento V18-q33-D6- Influencia de V24-q35-D7- Presença de amigos sobre Utilização de cores ligadas a prod amb resp perfil pela natureza na DC empresa ,061 ,030 -,002 -,025 -,006 ,008 ,030 -,010 -,043 -,022 -,055 -,016 do -,070 -,007 ,076 de -,047 ,020 ,026 da ,063 ,011 -,014 ,026 -,010 -,023 ,010 ,022 ,018 ,023 ,020 ,013 -,075 ,005 ,030 de experiências com produtos verdes V7-q2-D3-Apelo emocional no anúncio verde V15-q3-D6-Comunicação através de vídeos V33-q4-D9-cc-Divulgação de conteúdo de interesse sociedade V8-q5-D3-Presença humor V25-q6-D7-Uso aplicativos V34-q7-D9-cc-Limitação comunicação de forma institucional V10-q8-D4-Divulgação estilo de vida menos danoso ao MA V3-q9-d1-inv-Influência perfil ONGs e Entidades V36-q10-D10-Comunicação que estimula a preservação do MA V22-q11-D7-Comunicação gerada por envio de convites 105 V12-q12-D5-Experiência real com uma -,084 -,039 -,029 -,090 ,031 ,031 ,049 -,059 -,090 ,018 -,035 -,047 perfil ,087 -,080 -,008 de ,019 -,053 ,029 -,049 -,034 ,067 ,000 -,007 ,024 -,009 -,011 ,001 ,039 -,011 ,059 ,001 ,052 ,037 ,042 -,063 -,023 -,068 ,001 ,002 nas ,013 -,045 -,029 perfil ,010 ,023 ,031 -,101 ,001 ,025 ecobrand x Experiência virtual V4-q13-D2-Influência da Veracidade da propaganda V5-q14-D2-Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) V29-q15-D8-cc-Influência da propaganda na internet V1-q16-d1-Influência amigo V23-q17-D7-Utilização fanpages V21-q18-D7-INVComunicação gerada pelo feed de mensagens V9-q19-D4-Anúncio produto verde V16-q20-D6-Comunicação através de Banners eletrônicos V19-q21-D7-INVComunicação gerada por anúncio patrocinado V20-q22-D7-INVComunicação gerada por grupo de mensagens V17-q23-D6-Comunicação através de cases ambientais V11-q24-d4-Dizeres de responsabilidade ambiental. V13-q25-D5-Atuação RSD V2-q26-D1-Influência empresa V6-q27-D2-cc-Credibilidade da propaganda 106 V30-q28-D9-cc-Propaganda verde -,014 ,050 ,024 -,007 -,076 -,027 ,030 -,028 -,005 -,016 -,062 ,003 a -,054 -,017 -,080 de ,709 -,099 -,018 de -,099 ,575 -,002 -,018 -,002 ,891 ,093 ,051 -,002 -,035 -,010 ,010 ,048 -,017 -,061 -,036 -,100 -,023 do -,093 -,010 ,090 de -,076 ,037 ,037 da ,086 ,017 -,016 institucional-Imagem da empresa V26-q29-D8-Atributos ecologicos comparados com a concorrência V27-q30-D8-Relações públicas V32-q31-D9-Divulgação ações ambientais V35-q32-D10-Ensinar reaproveitar V18-q33-D6-Presença cores ligadas a natureza V28-q34-D8-Influencia amigos sobre prod amb resp na DC V24-q35-D7-Utilização de perfil pela empresa Anti-image Correlation V14-q1-D5Compartilhamento de experiências com produtos verdes V7-q2-D3-Apelo emocional no anúncio verde V15-q3-D6-Comunicação através de vídeos V33-q4-D9-cc-Divulgação de conteúdo de interesse sociedade V8-q5-D3-Presença humor V25-q6-D7-Uso aplicativos V34-q7-D9-cc-Limitação comunicação institucional de forma 107 V10-q8-D4-Divulgação estilo ,041 -,017 -,032 ,014 ,033 ,022 ,036 ,035 ,018 -,129 ,009 ,046 -,135 -,069 -,042 -,142 ,054 ,044 ,065 -,088 -,108 ,031 -,070 -,075 perfil ,148 -,151 -,012 de ,027 -,080 ,036 -,073 -,056 ,089 -,002 -,014 ,039 -,017 -,024 ,002 ,053 -,017 ,071 ,002 ,089 ,051 de vida menos danoso ao MA V3-q9-d1-inv-Influência perfil ONGs e Entidades V36-q10-D10-Comunicação que estimula a preservação do MA V22-q11-D7-Comunicação gerada por envio de convites V12-q12-D5-Experiência real com uma ecobrand x Experiência virtual V4-q13-D2-Influência da Veracidade da propaganda V5-q14-D2-Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) V29-q15-D8-cc-Influência da propaganda na internet V1-q16-d1-Influência amigo V23-q17-D7-Utilização fanpages V21-q18-D7-INVComunicação gerada pelo feed de mensagens V9-q19-D4-Anúncio produto verde V16-q20-D6-Comunicação através de Banners eletrônicos V19-q21-D7-INVComunicação gerada por anúncio patrocinado V20-q22-D7-INVComunicação gerada grupo de mensagens por 108 V17-q23-D6-Comunicação ,072 -,120 -,034 -,122 ,002 ,003 nas ,023 -,089 -,047 perfil ,020 ,050 ,055 -,154 ,001 ,034 -,026 ,104 ,040 -,011 -,142 -,041 ,054 -,056 -,008 -,029 -,124 ,005 a -,079 -,028 -,104 de ,873 a -,154 -,023 de -,154 ,952 a -,003 -,023 -,003 através de cases ambientais V11-q24-d4-Dizeres de responsabilidade ambiental. V13-q25-D5-Atuação RSD V2-q26-D1-Influência empresa V6-q27-D2-cc-Credibilidade da propaganda V30-q28-D9-cc-Propaganda verde institucional-Imagem da empresa V26-q29-D8-Atributos ecologicos comparados com a concorrência V27-q30-D8-Relações públicas V32-q31-D9-Divulgação ações ambientais V35-q32-D10-Ensinar reaproveitar V18-q33-D6-Presença cores ligadas a natureza V28-q34-D8-Influencia amigos sobre prod amb resp na DC V24-q35-D7-Utilização de perfil pela empresa a. Measures of Sampling Adequacy(MSA) – Medida de Adequação de Amostra. ,678 a 109 APÊNDICE D - MATRIZ DE COMUNALIDADE - ANÁLISE 1 Initial Extraction V14-q1-D5-Compartilhamento de experiências com produtos verdes 1,000 ,565 V7-q2-D3-Apelo emocional no anúncio verde 1,000 ,551 V15-q3-D6-Comunicação através de vídeos 1,000 ,482 V33-q4-D9-cc-Divulgação de conteúdo de interesse sociedade 1,000 ,533 V8-q5-D3-Presença do humor 1,000 ,556 V25-q6-D7-Uso de aplicativos 1,000 ,588 V34-q7-D9-cc-Limitação da comunicação de forma institucional 1,000 ,460 V10-q8-D4-Divulgação estilo de vida menos danoso ao MA 1,000 ,597 V3-q9-d1-inv-Influência perfil ONGs e Entidades 1,000 ,601 V36-q10-D10-Comunicação que estimula a preservação do MA 1,000 ,516 V22-q11-D7-Comunicação gerada por envio de convites 1,000 ,605 V12-q12-D5-Experiência real com uma ecobrand x Experiência virtual 1,000 ,526 V4-q13-D2-Influência da Veracidade da propaganda 1,000 ,607 V5-q14-D2-Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) 1,000 ,521 V29-q15-D8-cc-Influência da propaganda na internet 1,000 ,614 V1-q16-d1-Influência perfil amigo 1,000 ,556 V23-q17-D7-Utilização de fanpages 1,000 ,336 V21-q18-D7-INV-Comunicação gerada pelo feed de mensagens 1,000 ,558 V9-q19-D4-Anúncio produto verde 1,000 ,577 V16-q20-D6-Comunicação através de Banners eletrônicos 1,000 ,611 V19-q21-D7-INV-Comunicação gerada por anúncio patrocinado 1,000 ,333 V20-q22-D7-INV-Comunicação gerada por grupo de mensagens 1,000 ,619 V17-q23-D6-Comunicação através de cases ambientais 1,000 ,552 V11-q24-d4-Dizeres de responsabilidade ambiental. 1,000 ,603 V13-q25-D5-Atuação nas RSD 1,000 ,620 V2-q26-D1-Influência perfil empresa 1,000 ,656 V6-q27-D2-cc-Credibilidade da propaganda 1,000 ,617 V30-q28-D9-cc-Propaganda verde institucional-Imagem da empresa 1,000 ,675 V26-q29-D8-Atributos ecologicos comparados com a concorrência 1,000 ,678 V27-q30-D8-Relações públicas 1,000 ,640 V32-q31-D9-Divulgação ações ambientais 1,000 ,661 V35-q32-D10-Ensinar a reaproveitar 1,000 ,504 110 V18-q33-D6-Presença de cores ligadas a natureza 1,000 ,674 V28-q34-D8-Influencia de amigos sobre prod amb resp na DC 1,000 ,483 V24-q35-D7-Utilização de perfil pela empresa 1,000 ,502 Extraction Method: Principal Component Analysis. 111 APÊNDICE E - ROTAÇÃO COMPONENTES MATRIZ ANÁLISE 1 Component 1 V14-q1-D5-Compartilhamento de experiências 2 ,705 3 4 ,129 ,151 5 6 7 ,157 com produtos verdes V25-q6-D7-Uso de aplicativos ,689 ,232 ,157 -,109 ,142 V22-q11-D7-Comunicação gerada por envio de ,683 ,235 ,197 V13-q25-D5-Atuação nas RSD ,635 ,394 ,120 ,134 V12-q12-D5-Experiência real com uma ecobrand ,570 ,289 ,256 ,188 ,526 ,271 ,273 a ,460 ,229 ,438 -,135 ,196 cases ,424 ,328 ,319 ,101 ,312 V16-q20-D6-Comunicação através de Banners ,395 ,344 ,345 ,234 ,253 ,394 ,347 ,295 ,213 ,234 ,230 ,758 V32-q31-D9-Divulgação ações ambientais ,340 ,687 V27-q30-D8-Relações públicas ,208 ,651 ,279 ,201 ,566 ,279 ,433 ,208 ,285 ,540 ,265 ,102 -,151 ,397 ,540 ,217 ,229 ,168 -,112 ,159 V2-q26-D1-Influência perfil empresa ,380 ,485 ,316 ,221 ,180 ,200 ,234 V11-q24-d4-Dizeres ,177 ,479 ,368 ,391 ,199 ,120 ,115 ,377 ,328 ,110 ,245 ,189 convites ,144 -,123 x Experiência virtual V15-q3-D6-Comunicação através de vídeos V36-q10-D10-Comunicação que estimula ,236 preservação do MA V17-q23-D6-Comunicação através de ,233 ambientais ,108 ,296 eletrônicos V1-q16-d1-Influência perfil amigo V26-q29-D8-Atributos ecologicos comparados ,303 -,167 com a concorrência V30-q28-D9-cc-Propaganda verde institucional- ,253 ,140 ,181 ,188 Imagem da empresa V28-q34-D8-Influencia de amigos sobre prod amb resp na DC V29-q15-D8-cc-Influência da propaganda na internet de responsabilidade ambiental. V23-q17-D7-Utilização de fanpages 112 V8-q5-D3-Presença do humor V10-q8-D4-Divulgação ,120 estilo de vida menos ,668 ,238 -,133 -,108 ,208 ,113 ,300 ,661 ,104 ,260 ,612 ,307 ,230 ,557 ,229 ,120 ,254 ,411 ,483 ,160 ,176 ,122 danoso ao MA V35-q32-D10-Ensinar a reaproveitar V33-q4-D9-cc-Divulgação de conteúdo de ,124 -,115 -,138 interesse sociedade V9-q19-D4-Anúncio produto verde V6-q27-D2-cc-Credibilidade da propaganda V4-q13-D2-Influência da ,230 Veracidade da ,186 ,220 ,739 ,116 ,710 ,191 ,456 ,210 ,113 propaganda V7-q2-D3-Apelo emocional no anúncio verde ,252 V3-q9-d1-inv-Influência perfil ONGs e Entidades ,102 ,379 -,156 ,273 -,591 -,237 ,148 ,495 ,418 ,762 V5-q14-D2-Influência frequência da propaganda -,292 (excesso de exposição) V21-q18-D7-INV-Comunicação gerada pelo feed ,112 ,283 ,199 de mensagens V24-q35-D7-Utilização de perfil pela empresa -,130 V20-q22-D7-INV-Comunicação gerada por grupo ,530 ,105 por ,344 ,136 a ,130 ,169 ,238 ,513 de ,242 ,191 ,101 ,257 -,678 ,179 ,537 de mensagens V19-q21-D7-INV-Comunicação gerada ,139 ,405 -,109 anúncio patrocinado V18-q33-D6-Presença de cores ligadas -,550 natureza V34-q7-D9-cc-Limitação da comunicação -,265 ,124 forma institucional Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization. ,451 113 APÊNDICE F - IDENTIFICAÇÃO DE FATORES – ANÁLISE 3 Co mpo nent V14-q1-D5-Compartilhamento de experiências com produtos verdes 1 ,710 V25-q6-D7-Uso de aplicativos 3 4 ,708 ,199 ,181 V22-q11-D7-Comunicação gerada por envio de convites ,697 ,193 V13-q25-D5-Atuação nas RSD ,667 ,176 ,312 V20-q22-D7-INV-Comunicação gerada por grupo de mensagens ,555 V15-q3-D6-Comunicação através de vídeos ,532 ,248 ,274 V12-q12-D5-Experiência real com uma ecobrand x Experiência virtual ,530 ,288 ,289 V36-q10-D10-Comunicação que estimula a preservação do MA ,520 ,393 ,259 V17-q23-D6-Comunicação através de cases ambientais ,468 ,418 ,214 ,289 V16-q20-D6-Comunicação através de Banners eletrônicos ,453 ,452 ,181 ,272 ,243 ,645 ,239 V8-q5-D3-Presença do humor V10-q8-D4-Divulgação estilo de vida menos danoso ao MA ,176 V35-q32-D10-Ensinar a reaproveitar V9-q19-D4-Anúncio produto verde 2 5 ,182 ,234 ,479 ,208 ,201 ,634 ,215 - ,158 ,173 ,275 ,589 ,244 ,344 V23-q17-D7-Utilização de fanpages por empresas ,539 ,238 ,222 ,210 ,464 ,393 ,334 V26-q29-D8-Atributos ecologicos comparados com a concorrência ,266 ,715 ,187 ,182 V32-q31-D9-Divulgação ações ambientais na DC ,344 ,651 ,325 V28-q34-D8-Influencia de amigos sobre prod amb resp na DC ,217 ,331 ,586 ,154 V27-q30-D8-Relações públicas ,274 ,383 ,525 ,273 ,176 V6-q27-D2-Credibilidade da propaganda V4-q13-D2-Influência da Veracidade da propaganda ,775 ,185 ,727 V18-q33-D6-Presença de cores ligadas a natureza ,202 ,574 V11-q24-d4-Dizeres de responsabilidade ambiental. ,254 ,380 ,331 ,444 V7-q2-D3-Apelo emocional no anúncio verde ,278 ,287 ,417 ,278 V3-q9-d1-inv-atençao despertada por anuncios de ONGs e Entidades ,150 ,725 V5-q14-D2-Influência frequência da propaganda (excesso de exposição) V21-q18-D7-INV-informações questões ambientais pelo feed de mensagens ,262 ,224 V24-q35-D7-Presença de empresas nas RS através de perfil V19-q21-D7-INV-Comunicação gerada por anúncio patrocinado 6 ,182 ,271 ,192 ,314 ,668 ,506 ,438 ,672 ,518