DÓLAR ESTÁ BALANÇANDO NO MUNDO INTEIRO Por Pedro Paulo Silveira* As moedas ao redor do mundo estão com bastante volatilidade por conta das incertezas em relação aos planos de estímulos levados a cabo pelos principais BCs do mundo. Hoje o Yen rompeu os 100 yens por dólar, depois de cinco anos se desvalorizando. A falta de sinalização de um novo pacote de estímulos no país fez sua moeda se valorizar. E não é só ela... O Yen é uma das principais moedas do mundo e reflete o estado geral dos mercados de moedas estrangeiras. Após cinco anos, a moeda voltou a cair abaixo dos 100 yens/dólar, o que reflete a percepção de que nem o Banco do Japão, nem o governo do primeiro ministro Shinzo Abe, farão alguma coisa para estimular a economia. Com isso, os juros dos títulos de dez anos, que estavam em 0,22% ao ano, “subiram” para 0,09%. A consequência é a apreciação da moeda contra o dólar, que continua se desvalorizando em relação às principais moedas do mundo. Veja os gráficos do Yen/Dólar e do Dólar/Euro: Ambas moedas estão se valorizando frente ao dólar. O Yen já se apreciou 16% e o Euro, depois de sofrer uma desvalorização de 6%, se apreciou 4%. O real é uma das moedas que mais se apreciou e já acumula 18% de apreciação. Essas moedas acabam por permitir que as exportações dos EUA ganhem competitividade em relação ao resto do mundo e isso melhora as perspectivas para a taxa de crescimento. O corre-corre das moedas ganha mais velocidade a cada dado econômico ou a cada manifestação de formuladores e política. Hoje o Yen flutuou desde o início da sessão, caindo até os 99,72, subindo agora para 100,30. O presidente do FED Nova York, William Dudley, afirmou em entrevista à TV, que o FED considerará elevar a taxa dos FED Funds (a Selic dos EUA), ainda em setembro. É pouco provável que essa ação do FED ocorre realmente em setembro, mas qualquer barulho já é suficiente para jogar mais volatilidade nesse mercado. Aqui o dólar flutuou entre R$ 3,1675 e R$ 3,1789. Mas a tendência continua: o dólar vai cair até o R$ 3,00 para que, a partir desse ponto, o mercado decida até onde vai a nova queda. *economista-chefe da Nova Futura Corretora 16/08/16