Análise Matemática I 2o Exame - 29 de Janeiro de 2003 LEBM, LEFT e LMAC Resolução 1. n 10 10−n +2 a) limn→∞ 22n+3 = limn→∞ 1+2 = 213 = 18 . +1 23 +2−n n n b) limn→∞ arctan 2n2 = π2 , porque limx→+∞ arctan x = π2 e limn→∞ anp = +∞ se a > 1 e p ∈ R. q √ 3 3 n n 3 c) limn→∞ 2 + n = limn→∞ 2 n 1 + 2nn = 2. De facto, limn→∞ 2nn = 0, pelo que esta sucessão é limitada; existe√uma constante L > 0 tal que 3 1 ≤ 1 + 2nn ≤ 1 + L. Como limn→∞ n 1 + L = 1, o Teorema das q 3 Sucessões Enquadradas garante que limn→∞ n 1 + 2nn = 1. x d e d) dx arctan ex = 1+e 2x . √ d 1 d 1 3 e) dx ln x = 3 dx ln x = 3x . 2 sin x(x +1)+2x cos x d cos x f ) dx x2 +1 = − . (x2 +1)2 ln x g) limx→+∞ arctan = +∞. Nota: como limx→+∞ arctan x = π2 não há x indeterminação, pelo que não se pode aplicar a regra de Cauchy. 1/x √ x = limx→+∞ √ h) limx→+∞ ln = limx→+∞ √2x = 0. x 1/(2 x) 2. n 3 a) r = limn→∞ n(n+1) × (n+1)(n+2) = limn→∞ n+2 = 13 . n+1 3 3n P∞ P∞ 1 1 1 b) Se x = 31 , vem n=2 n(n+1) ≤ n=2 n2 < +∞. Se x = − 3 , vem P∞ (−1)n P∞ 1 n=2 n(n+1) ; a série dos módulos é, justamente, n=2 n(n+1) . Concluise que a série de potências é absolutamente convergente nos extremos do convergência. 1 Pde P∞seu intervalo ∞ 1 1 1 = c) n=2 n(n+1) n=2 n − n+1 = 2 (série de Mengoli). 3. Devemos provar que ∀δ>0 ∃>0 ∀x∈R+ x > 1 1 ⇒ √ < δ. x Seja δ > 0. A condição √1x < δ é equivalente a x > então x > δ12 , pelo que √1x < δ. 1 . δ2 Se ≤ δ 2 e x > 1 , Resolução do exame de AMI - 29.1.03 2 4. Seja y = arcsinh x, ou seja, sinh y = x. Então, 1 cosh y =√ 1 1+sinh2 y = √ 1 . 1+x2 2 d arcsinh dx x= dy dx = 1 dx dy = Usaram-se os factos da função coseno hiperbólico ser positiva e de cosh y − sinh2 y = 1. 5. a) Para cada n ∈ N1 , seja P (n) a proposição xn > 2. A proposição P (1) é verdadeira pois 2 + 10−9 > 2. Suponhamos que P (n) é√verdadeira para √ um dado n ∈ N1 . Então, como 2 > 6/5, xn+1 = 5xn − 6 > 5 × 2 − 6 = 2, pelo que P (n + 1) é verdadeira. Provou-se por indução que P (n) é verdadeira para todo o n ∈ N1 . b) Vamos provar que a sucessão é estritamente crescente, ou seja, xn < xn+1 , para todo o n ∈ N1 . Como na alı́nea anterior se provou que todos os seus termos são positivos (de facto, superiores a 2), esta condição de monotonia é equivalente a x2n < x2n+1 . Como xn > 6/5, devemos provar que x2n − 5xn + 6 < 0, ou seja, (xn − 2)(xn − 3) < 0. Para cada n ∈ N1 , seja Q(n) a proposição xn < 3. A proposição Q(1) é verdadeira pois 2 + 10−9 < 3. Suponhamos que Q(n) √ é verdadeira para um dado n ∈ N1 . Então, como xn > 2, xn+1 = 5xn − 6 < √ 5 × 3 − 6 = 3, pelo que Q(n + 1) é verdadeira. Provou-se por indução que Q(n) é verdadeira para todo o n ∈ N1 . Como 2 < xn < 3, (xn − 2)(xn − 3) < 0 pelo que a sucessão é estritamente crescente. c) Como a sucessão é crescente e majorada, a sucessão converge. √ Seja l o seu limite. Aplicando limites a ambos os membros de x = 5xn − 6, n+1 √ e usando as propriedades dos limites, vem l = 5l − 6, porque (xn+1 ) é uma subsucessão de (xn ). Portanto, l = 2 ou l = 3. Como x1 > 2 e a sucessão é crescente, l 6= 2. Conclui-se que l = 3. d) A resposta à primeira alı́nea seria exactamente a mesma. Na segunda alı́nea, provar-se-ia por indução que xn > 3, para todo o n ∈ N1 , e seguidamente que a sucessão era estritamente decrescente. Finalmente, na terceira alı́nea concluir-se-ia que a sucessão convergia para um limite l = 3. 6. Se |xn |2 ≤ 65|xn | + 99, então |xn |2 − 65|xn | − 99 ≤ 0, ou √ √ 65+ 652 +4×99 65− 652 +4×99 ≤ 0, |xn | − |xn | − 2 2 ou seja, √ 65− 652 +4×99 2 ≤ |xn | ≤ √ 65+ 652 +4×99 . 2 Resolução do exame de AMI - 29.1.03 Como √ 65− 652 +4×99 2 3 < 0 e |xn | ≥ 0, |xn | ≤ √ 65+ 652 +4×99 . 2 Portanto, a sucessão (xn ) é limitada. Pelo Teorema de Bolzano-Weierstrass, tem uma subsucessão convergente. 7. a) Pelo Teorema de Lagrange, para cada x ∈ R, existe um cx , verificando x < cx < x + 2, tal que f (x + 2) − f (x) = 2f 0 (cx ). Logo, lim [f (x + 2) − f (x)] = 2 lim f 0 (cx ) = lim f 0 (cx ) = 0. x→+∞ x→+∞ cx →+∞ b) Seja f : R → R, definida por f (x) = x − 1 se x ≤ 1, log x se x > 1. Facilmente se verifica que f é diferenciável e limx→+∞ f 0 (x) = 0. No entanto, se x ≥ 1, f (x2 )−f (x) = log x → +∞, quando x → +∞. Nota: este exemplo mostra que uma função nas condições do enunciado não tem que ter limite em +∞.