Espaço para expansão fiscal e PIB um pouco melhor

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Espaço para expansão fiscal e PIB um pouco melhor no Brasil
Publicamos nesta semana nossa revisão mensal de cenários (acesse aqui). No Brasil, entendemos que o espaço
para expansão adicional da política fiscal e parafiscal está menor. A possibilidade de piora da classificação de risco do País
reduzem o espaço de manobra. Diante disso, elevamos a projeção para o superávit primário em 2014 de 1,1% para 1,3% do PIB.
Para 2013, mantivemos em 1,7% do PIB, dada a piora recente. Projetamos menor crescimento das despesas de investimento e
custeio nos próximos anos. A atividade econômica, por sua vez, vem se mostrando um pouco melhor do que esperávamos.
Elevamos ligeiramente nossa estimativa para a variação do PIB no terceiro trimestre deste ano. Essa mudança contribuiu para um
aumento das projeções de crescimento do PIB em 2013 de 2,3% para 2,4%, e em 2014 de 1,7% para 1,9%. (Tabela 1).
Taxa de câmbio volta a superar 2,30 reais por dólar
As incertezas com relação à política monetária norte-americana e o debate acerca dos resultados fiscais no Brasil
vêm pressionando a taxa de câmbio. O real voltou a superar 2,30 reais por dólar, mantendo a alta volatilidade que vem marcand o
o comportamento do câmbio neste ano (Gráfico 1).
Para o fim deste ano, mantivemos a projeção da taxa de câmbio em 2,35 reais por dólar. Para 2014 esperamos que
o câmbio continue depreciando, para 2,45 reais por dólar – um pouco menos do que projetávamos anteriormente, 2,55
IPCA subiu 0,57% em outubro
O IPCA apresentou variação de 0,57% em outubro (ante 0,35% em setembro), resultado um pouco abaixo da nossa
projeção e da mediana das expectativas de mercado (ambas em 0,60%). O principal desvio em relação à nossa projeção veio do
grupo alimentação. Os alimentos no domicílio registraram alta de 1,07% (nossa previsão: 1,3%), após variação nula em setembro.
Com esse resultado, o IPCA atingiu 4,38% no ano (igual ao resultado do mesmo período do ano passado), com a taxa em 12
meses recuando para 5,84% (5,86% até setembro). Os núcleos da inflação também aceleraram, com alta média de 0,56%, ao
passo que a inflação dos serviços recuou um pouco no mês, mas manteve a alta de 8,7% em 12 meses (Gráfico 2).
Fed deve manter estímulos até 1T14
Acreditamos agora que o banco central norte-americano (Fed) deva iniciar a desaceleração de seu programa de
compra de ativos apenas em março de 2014. Os dados econômicos têm mostrado recuperação apenas moderada. Esperamos
que o crescimento melhore no ano que vem, mas o Fed deve aguardar a confirmação dessa tendência para só então iniciar a
redução dos estímulos.
Durante a semana, pesquisadores do Fed publicaram dois estudos com importantes simulações de regras de política
monetária. Ambos os trabalhos indicam que o Fed não deve elevar os juros até que a taxa de desemprego esteja próxima ao
“nível estrutural” (algo em torno de 5%). Essa taxa é bastante inferior aos 6,5% de desemprego em que o Fed indicou que subiria
juros. É uma indicação de que os juros deveriam permanecer próximos a zero por um período mais longo do que se esperava
inicialmente (em uma das estimativas, os juros permanecem em zero até 2017).
PIB e criação de empregos acima do esperado nos Estados Unidos
O PIB dos EUA cresceu 2,8% em termos anualizados no terceiro trimestre, acima dos 2% esperados pelo mercado.
(Gráfico 3).
As surpresas positivas foram em estoques e gastos do governo, algo que deve ser compensado nos trimestres
seguintes. O consumo privado cresceu em linha com nossas expectativas. Dessa forma, não há mudanças significativas de
perspectiva para a economia norte-americana. Esperamos crescimento de 1,5% para 2013 e 2,5% para 2014.
Em nota separada, foi divulgada a criação de emprego no país. O número registrou 204 mil novos postos de trabalho,
bem acima das expectativas. Os meses anteriores foram revisados para cima, reforçando a surpresa positiva. O fortalecimento do
mercado de trabalho aumenta a probabilidade de que o Fed inicie a redução do programa de compras de ativos nos primeiros
meses de 2014.
BCE reduz taxa de juros e mantém viés de baixa
O Banco Central Europeu (BCE) reduziu sua taxa de juros na reunião dessa quinta-feira de 0,50% para 0,25%. O
BCE já vinha indicando um viés de baixa para os juros devido aos riscos para a atividade e a baixa inflação. (Gráfico 4).
O recuo da inflação em outubro incentivou a nova queda.
O BCE manteve o viés de afrouxamento para suas políticas e pode utilizar outros instrumentos, como injeção de
liquidez, para estimular a economia. Mas, após a redução de juros, consideramos esse cenário pouco provável.
S&P rebaixa nota da França de AA+ para AA
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota da França de AA+ para AA, com perspectiva
estável. A S&P afirmou que a abordagem adotada nas propostas orçamentárias e nas reformas estruturais de impostos, produtos,
serviços e mercado de trabalho não deve melhorar substancialmente as perspectivas de médio e longo prazo da economia
francesa. Além disso, a agência vê pouca flexibilidade fiscal no país depois de sucessivos aumentos de impostos pelo governo,
que também demostrou ser pouco hábil em reduzir os gastos. Agora a avaliação da S&P está um ponto abaixo da classificação
das outras duas principais agências (Fitch e Moody’s).
Liquidez global abre espaço para estímulos em países da América Latina
México, Chile e Peru reduziram os juros nas últimas semanas. Esperamos reduções adicionais de juros no Chile e na
Colômbia ainda neste ano. A resposta da política monetária deve ajudar a reverter a tendência de desaceleração do crescimento
observada na região. Fatores específicos também contribuem com a melhora da perspectiva de crescimento adiante, como a
aprovação da reforma tributária no México, o possível acordo de paz com as Farc na Colômbia e a recuperação da confiança dos
empresários no Peru. Assim, projetamos uma melhora do crescimento em 2014 ante 2013 nesses países (Tabela 2).
Fonte: Banco Itaú – Jornal A Semana em Revista
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