Conselho Regional de Economia do RS Economia em Dia Os desafios da economia americana de sustentação do dólar como moeda mundial Menção honrosa do Prêmio do Conselho Regional de Economia CORECON/ RS – Monografias 2008, patrocinado pela CaixaRS e CEEE, Marco Marchiori da Luz, fala sobre o trabalho premiado abordando os desafios da economia americana para manter o dólar como moeda mundial. 1) Quais os desafios da economia americana para sustentar o papel do dólar como moeda chave no sistema financeiro mundial que você trata em seu trabalho? Os desafios mais importantes a serem destacados são: o déficit americano em conta corrente (que evidencia a necessidade de financiamento externo), o desaquecimento da economia em função da crise financeira e imobiliária, o baixo nível das taxas de juros, o tamanho da divida pública e a fragilidade de algumas de suas principais instituições financeiras. Algumas dessas dificuldades só ficaram evidentes na segunda metade de 2008, quando a crise financeira acelerou e obrigou os principais governos e bancos centrais do mundo a intervir a fim de evitar o colapso do atual sistema financeiro. 2)Quais os riscos apresentados à moeda americana frente à crise no mercado de capitais? A crise no mercado de capitais é apenas uma das conseqüências já perceptíveis da atual crise financeira. Essa crise evidencia a fragilidade das instituições frente às dificuldades do cenário que se desenha. Os diversos planos de incentivo econômico lançados pelas principais economias do mundo não acalmaram os investidores. A crise abala a confiança na maioria dos ativos, o que explica o colapso dos preços de muitos deles. Ainda sim, os títulos do tesouro americano parecem estar livres dessa espiral deflacionaria já que estão sendo negociados até mesmo com taxas de juros negativas, demonstrando que o dólar ainda é considerado o porto seguro por muitos investidores. Essa confiança no mercado de títulos públicos não se replica no mercado de capitais, para isso basta analisar a desvalorização dos principais índices acionários americanos. A desvalorização do mercado de capitais até pode ser considerada um indício de desconfiança na economia de um país, mas essa crise é global e, portanto, a desvalorização das bolsas norte americanas não parece ser um indício do fim da hegemonia do dólar como moeda mundial. 3) Qual a situação do euro no mercado europeu e o papel que ele pode assumir no cenário internacional? O euro mantém-se sólido com uma alternativa de moeda forte. Entretanto, se compararmos o impacto da crise financeira na Europa e em países como o Brasil, percebe-se que o impacto nas principais economias européias, como Alemanha e França, está sendo consideravelmente superior. A falta de uma postura conjunta para enfrentar as dificuldades levanta dúvidas sobre as chances de recuperação rápida dessas economias e também sobre o euro assumir sozinho o papel do dólar e se tornar o principal ativo de referência no sistema financeiro mundial. É interessante notar que a cada dado econômico positivo divulgado o dólar se desvaloriza, o que indica a possibilidade de uma reversão rápida da atual trajetória de valorização da moeda americana nos últimos meses assim que a crise estiver sob controle. O que parece certo é o surgimento de um novo sistema financeiro, mais regulamentado e menos assimétrico, onde conseqüentemente, o euro deverá desempenhar um papel mais relevante. Entrevista concedida em 19 de dezembro de 2008. Obs.: As opiniões inseridas na coluna são de responsabilidade do entrevistado. José Luiz Amaral Machado é o novo presidente do Corecon/RS O economista José Luiz Amaral Machado foi eleito e empossado, no dia 15 de janeiro, como novo presidente do Corecon/RS. Para a vice-presidência, foi escolhido o economista Geraldo Fonseca. Os dirigentes terão mandato de um ano, ou seja, até 30 de dezembro de 2009. Na ocasião, também foram empossados os novos conselheiros eleitos em outubro de 2008. Juntamente com os novos dirigentes, tomaram posse e passam a integrar o Plenário, os conselheiros efetivos Sílvia Horst Campos, Judite Sanson de Bem e Fernando da Silva Ramos Filho, e os suplentes Everton André Batista Lopes, Carlos Alberto da Rosa Abel e Adiló Ângelo Didomênico, eleitos em outubro. Esses conselheiros terão mandato para o triênio 2009/2011.