Edição de Dezembro 2015 . Semana I [email protected] www.adjorisc.com.br são de investimento do Sescoop em educação, para 2016? Entrevista: Marcos Antônio Zordan, presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina Teremos resultado positivo, mesmo que em menor escala Em entrevista à Agência Adjori de Jornalismo, o presidente da Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc/Sescoop), falou sobre como a crise afetou o setor em Santa Catarina. Ele destaca que, apesar de não repetir os bons resultados do ano anterior, as cooperativas não tiveram prejuízos. Agência Adjori de Jornalismo – O ano foi difícil para diversos setores da economia. Como foi o desempenho das cooperativas catarinenses? cional bruta das cooperativas cresce entre 6% e 8%. O crescimento da inflação, com o aumento geral dos principais insumos da produção foi nosso maior problema. Marcos Antônio Zordan - O ano foi difícil para as cooperativas que, no mercado, enfrentam as mesmas dificuldades e desafios das empresas mercantis. As cooperativas não repetirão o crescimento de 2014, mas terão resultado positivo, mesmo que em menor escala. A receita opera- Adjori - Qual foi o setor que mais cresceu neste ano, no ramo cooperativo? E qual foi o mais afetado pela crise econômica? Zordan - De um modo geral, todos os ramos foram afetados. As cooperativas agropecuárias e as de crédito são aquelas com melhor desempenho. As cadeias produtivas da avicultura industrial, da suinocultura industrial, do leite e dos grãos geraram um grande movimento econômico, estimuladas pelas exportações e pelo comportamento do câmbio. O aumento geral dos custos, entretanto, reduziu as margens de resultado. Por outro lado, as cooperativas de crédito aumentaram seu protagonismo no mercado financeiro, com crescimento do número de associados e no volume das captações e das operações de crédito. Adjori - E para 2016, qual é a previsão? Zordan - Infelizmente, as projeções não são boas. O consumo vai diminuir e o desemprego vai aumentar. O ambiente de negócios no Brasil não é bom. O nível de confiança de todos os agentes econômicos – especialmente dos empresários – está baixo. Entretanto, quem estiver operando, trabalhando com uma cooperativa tem chance de se sair melhor. Adjori - Qual é a previ- Zordan - O Sescoop/ SC deve investir R$ 22 milhões. Os principais programas incluem formação e capacitação profissional, promoção social, monitoramento e desenvolvimento de cooperativas, ações centralizadas, ações delegadas, auxílio educação, programa Cooperjovem, Programa Jovens Lideranças Cooperativistas (JovemCoop), mulheres cooperativistas, jovem aprendiz, auxílio-educação, programa de desenvolvimento da gestão de cooperativas (PDGC), formação para conselheiros administrativos e fiscais para cooperativas de crédito (FORMACRED) e monitoramento e auditoria em pequenas cooperativas. Adjori - Sobre programas voltados a jovens e mulheres, estão previstas novidades para o ano que vem? Zordan - A participação feminina no quadro social das cooperativas de Santa Catarina chegou a 37,2% (são 651.422 mulheres) e deve crescer mais: até o fim deste ano de 2015, as mulheres SC www.adjorisc.com.br representarão cerca de 40% do quadro de associados, com a ampliação do Programa Mulheres Cooperativistas . Também é expressiva a participação de jovens: eles são 14,6% ou 255.400 jovens. Também serão ampliados os programas JovemCoop e o Cooperjovem, em parceria com a rede de escolas públicas. RCN - 342 - B adjori A notícia que você lê aqui, mais de 800 mil pessoas também leem em toda Santa Catarina adjorisc adjori Edição de Dezembro 2015 . Semana I [email protected] www.adjorisc.com.br pela Fecomércio/SC? Caio Cezar RCN - 342 - A adjorisc Divulgação A notícia que você lê aqui, mais de 800 mil pessoas também leem em toda Santa Catarina Adjori - Em breves palavras, qual a mensagem que o senhor gostaria de deixar aos milhares de associados de todo o Estado para o final deste ano? Zordan - Nós, os cooperativistas, estamos acostumados com desafios. Respondemos por 11% do PIB catarinense. A força do cooperativismo barriga-verde está nas suas 253 cooperativas que reúnem mais de 1,7 milhão de famílias associadas. Continuaremos trabalhando de forma cooperada, para que sejamos cada vez mais os protagonistas da mudança. Que o associado, que é o objetivo da existência das cooperativas, opere cada vez mais com elas, que suas diretorias com a autogestão continuem este trabalho democrático. Entrevista: Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio/SC e 2° diretor secretário da Confederação Nacional do Comércio Nossa situação é positiva, comparada aos outros estados Em entrevista à Agência Adjori de Jornalismo, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de Santa Catarina e 2° diretor secretário da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Bruno Breithaupt, faz uma avaliação de 2015 e fala sobre perspectivas para 2016, para o setor. O catarinense explica que, mesmo com crescimento bem abaixo do esperado, o Estado tem mais condições de se recuperar do cenário de retração econômica do que os demais estados. Agência Adjori de Jornalismo - O ano de 2015 foi difícil para diversos setores da economia. Como foi para os setores de comércio, bens, prestação de serviços e turismo? Bruno Breithaupt - No aspecto econômico, o ano de 2015 foi de dificuldades. Vivemos uma desaceleração do consumo, que se expressa na queda das receitas e na retração das vendas no comércio. Atualmente, as vendas no Estado crescem a uma taxa mínima de 0,4% no acumulado de 12 meses. Esse resultado é muito pequeno comparado ao período de 2012 e 2013, quando as vendas cresciam a uma taxa de 9%, 10%. No entanto, nossa situação em Santa Catarina ainda é positiva, quando comparada com os demais estados, que já apresentam números muito negativos. O que explica esse resultado é que aqui os fatores que determinaram a queda no consumo, como a desaceleração da renda e aumento do desemprego, tiveram um impacto mais reduzido do que no resto do país. O desemprego, por exemplo, ainda continua sendo o mais baixo do Brasil. Isso é importante, pois dá condições para o Estado se recuperar deste cenário de retração econômica, antes que os demais estados. Adjori - O anúncio de cortes no Sistema S ameaça a prestação de serviços por programas como o Sesc e o Senac em todo o país. Como estão as negociações com o governo federal? Breithaupt - A Fecomércio/S esc /S enac , bem como os sindicatos de nossa base, trabalharam exaustivamente no combate ao possível confisco dos 30% do Sistema S. Obtivemos uma grande vitória não só no Sistema S, mas para o país. Por meio desta proposta aventada pelo governo federal, abriu-se uma conjuntura em que pudemos reforçar à sociedade catarinense o belo trabalho que nos- sas estruturas executam em todas as regiões do Estado. A pressão social e a empresarial fizeram com que o governo desistisse do confisco naquele momento. Este recrudescimento do governo não foi enviado ao Congresso conforme prometido, e abriu-se uma negociação, que até o momento não avançou. No processo de diálogo, a última reforma ministerial também chegou ao Ministério da Casa Civil, alterando os atores que até aquele momento faziam este diálogo. Adjori - Diante das dificuldades encontradas pelos comerciantes em 2015, que tipo de ações estão sendo propostas Breithaupt - O Brasil só irá progredir se grandes reformas forem realizadas, entre elas uma reforma tributária, que reduza e simplifique os impostos pagos, e uma trabalhista, que equalize os ganhos salariais com os crescimentos da produtividade. É necessário aprofundar a desburocratização (reduzir tempo para abrir uma empresa) e realizar mais investimentos em inovação, infraestrutura e educação para aumentar a produtividade da economia brasileira e reduzir os juros no médio prazo, o maior gargalo da economia brasileira atualmente. Portanto, a solução passa invariavelmente por gerar maior incentivo aos investimentos privados, melhorar a infraestrutura dos transportes e das telecomunicações e incentivar uma maior concorrência dentro dos setores, para estimular investimentos em tecnologia e elevar a produtividade, que historicamente permanece estagnada, nos impedindo de atingir melhores níveis de desenvolvimento econômico e social. Adjori - O que os comerciantes e prestadores de serviço podem esperar para o ano que vem? A expectativa é de crescimento ou mais dificuldades para o setor? Breithaupt - O ano de 2016 será um ano com um resultado no PIB ainda negativo, mas que poderá nos apontar para períodos melhores, uma SC www.adjorisc.com.br vez que os fundamentos da economia brasileira retornem aos trilhos. Tudo indica que no próximo ano a inflação perderá força, proporcionando a recuperação do poder de compra das famílias. Neste cenário, o comércio terá papel fundamental na recuperação do país, especialmente em nosso Estado, que já apresenta sinais de crescimento. Adjori - Que mensagem o senhor gostaria de deixar para os comerciantes e prestadores de serviço catarinenses neste final de 2015? Breithaupt - Apesar de preocupante, o ano de 2016 abre espaço para o avanço de muitas bandeiras históricas do setor produtivo, superando a agenda de ajustes recessivos para entrada em um círculo virtuoso na economia. O setor de comércio e serviços é capaz de superar os atuais desafios e liderar o nascimento de um novo Brasil. Os números provam e eu acredito no empresário catarinense, no seu DNA do empreendedorismo e da inovação. A despeito de todas as dificuldades que possamos encontrar em nosso dia a dia, nossas habilidades como comerciantes e prestadores de serviços fazem com que estejamos sempre aptos a pensar em uma saída criativa para qualquer adversidade. É desta forma que encerraremos este ano e inauguramos o próximo, cumprindo e reforçando nossa função social como empresários, empregadores, geradores de renda e motores dessa economia.