Distorções Cognitivas e Avaliação Cognitivo

Propaganda
Distorções Cognitivas e Avaliação
Cognitivo-Comportamental
PROFA. JOANA BÜCKER
Abordagem Cognitivo-Comportamental
—  É uma abordagem colaborativa e pedagógica de
tratamento, que visa
• Monitorar cognições e emoções;
• Reconhecer as relações entre cognição, afeto e
comportamento;
• Testar a validade das cognições;
• Substituir os pensamentos distorcidos por mais realistas;
• Identificar e alterar crenças ou esquemas subjacentes aos
padrões de pensamentos distorcidos
• Desenvolver estratégias de respostas a problemas mais
adaptativas
Distorções cognitivas
—  Quando as pessoas têm problemas, algumas vezes é
porque interpretam os eventos inadequadamente e,
em consequência, reagem de forma inadequada.
—  Outras vezes, a pessoa enxerga a situação de uma
forma acertada, mas não sabe lidar com ela de
maneira adequada.
Ex: Maria encontra casualmente uma amiga que
não a cumprimenta
Pensamento
“Ela não quer mais ser
minha amiga”
“Será que ela está
aborrecida comigo?”
“Quem ela pensa que é
para não me
cumprimentar? Ela que
me aguarde!”
“Não me cumprimentou..
Acho que não me viu”
Emoção
Comportamento
Distorções cognitivas
—  Raciocínio Emocional
-Presumir que sentimentos são fatos. Pensar que algo
é verdadeiro porque tem um sentimento muito forte a
respeito. Deixar as emoções guiarem as interpretações.
—  Ex.: “sinto que minha mulher não gosta mais de
mim. “sinto que vou enfartar”.
Distorções cognitivas
—  Leitura mental
-Presumir sem evidências que sabe o que os outros estão
pensando, desconsiderando outras hipóteses possíveis.
Centragem ou Egocentrismo no qual uma pessoa não
diferencia sua perspectiva das dos outros
Ex.: “ele está me achando inconveniente”
-O Fóbico Social possui dificuldade de entender, já que ele
é extremamente crítico, que os outros podem não o estar
criticando.
-O depressivo presume, já que ele é ruim, que os outros
devem pensar na mesma forma dele
Distorções cognitivas
—  Adivinhação
-Prever o futuro. Antecipar problemas que talvez não
venham a existir. Expectativas negativas são tidas
como fatos.
Ex.: “não vou me divertir nessa viagem”
Distorções cognitivas
—  Rotulação
-Colocar um rótulo global, rígido em si mesmo, numa
pessoa ou situação, em vez de rotular a situação ou
comportamento específico.
Ex.: “eu sou atrapalhado”, “ela é uma pessoa ingrata”.
—  Desqualificação do positivo
-Experiências positivas que confrontam com a visão
negativa são desvalorizadas, subestimadas.
Ex.: “eu só consegui porque era fácil”. “só elogiaram
meu trabalho porque ficaram com pena de mim”.
Distorções cognitivas
—  Imperativos (os “deverias” e “tenho-que”)
-Interpretar eventos e termo de como as coisas deveriam
ser, ao invés de simplesmente considerar as coisas como
são. Exigências rigorosas feitas a si mesmo ou aos outros.
-Conclui-se que, se um evento ruim aconteceu, então ele foi
intencional.
¡Eventos negativos são feito por pessoas más
¡Não há relativização moral
Ex.: “não posso cometer nenhum erro”, “tenho que lavar as
mãos 80 vezes por dia, senão me contaminarei”,
Distorções cognitivas
—  Questionalização (E se?)
-Focar o evento naquilo que poderia ter sido e não foi.
Culpar-se pelas escolhas do passado e questionar-se
pelas futuras.
Ex.: “se eu tivesse aceitado o outro emprego, estaria
melhor”, “e se o novo emprego não der certo?”, “se eu
não tivesse viajado nada disso teria acontecido”.
Distorções cognitivas
—  Vitimização
-Considerar-se injustiçado ou não entendido. A fonte
dos sentimentos é algo ou alguém, havendo recusa ou
dificuldade de se responsabilizar pelos próprios
sentimento ou comportamentos.
Ex.: “minha mulher não me entende, não me ajuda”,
“faço tudo que eu posso e não sou reconhecido”.
Distorções cognitivas
—  Hipergeneralização
-Perceber num evento específico um padrão universal.
Uma única característica é avaliada como presente em
todas as situações. Utiliza termos como nunca, sempre,
todos, ninguém.
Ex.: “só acontece comigo”, “sou sempre o último”, “
—  Minimização e maximização
-Características e experiências positivas em si mesmo, no
outro ou nas situações são minimizadas.
Ex.: “tenho um bom emprego, mas todo mundo tem”
“obter notas altas não significa que sou inteligente, afinal
outros colegas tiram nota maiores”
Distorções cognitivas
—  Personalização
-Assumir a culpa/responsabilidade por
acontecimentos negativos, falhando em ver que outras
pessoas/fatores também estão envolvidos
-Centragem no self como a única causa para um evento
Muitas cognições de culpa entram nesta classificação;
não há relativização de elementos positivos que podem
ter acontecido e responsabilidade de outros
Ex.: “o chefe tá de cara feia, devo ter feito algo errado”.
Distorções cognitivas
—  Pensamento dicotômico ou absolutista (tudo ou
nada)
-Ver a situação em apenas duas categorias
mutuamente excludentes, em vez de um continnum.
Perceber em termo absolutos.
Ex.: “ou algo é perfeito ou não vale a pena”. “Se eu não
for
um sucesso total, eu sou um fracasso”.
Distorções cognitivas
—  Catastrofização
-Pensar que o pior irá acontecer, sem considerar a
possibilidade de outros desfechos. O acontecimento foi
ou será insuportável. Coisas negativas que podem
ocorrer são tratadas como desastres intoleráveis.
Ex.: “perder esse emprego será o fim da minha
carreira”, “não sobreviverei sem meu marido”.
Distorções cognitivas
—  Abstração Seletiva (visão em túnel)
-Um aspecto de uma situação é o foco da atenção,
enquanto ouros aspectos relevantes da situação são
ignorados. Somente uma parte é realçada.
Ex.: “acharam meu projeto defeituoso” (foca uma
avaliação ruim e negligencia todos os outros
comentários positivos).
Situação
Pensamento
Automático
Ligação para ficante cai
na caixa postal
“Ele cansou de mim.”
Após apresentar um
trabalho. Maior parte das
pessoas prestou atenção,
mas algumas não
“Ninguém prestou
atenção em mim.”
“Minha apresentação foi
uma porcaria!”
Toma um “fora” em uma
festa
“Nunca ninguém vai
querer ficar comigo!”
Recebe feedback positivo
do chefe, mas com
sugestões para melhorar.
“Ser elogiado é o mínimo.
Precisar melhorar em
algum detalhe é horrível!”
Marido chega em casa
triste, se queixando do
trabalho.
“Se ele me amasse não
estaria assim.”
Um aluno com média
“Eu sou muito burro!”
geral 9 tira uma nota 6
(padrão médio da turma).
Distorção cognitiva
Formulação de caso
—  Se elabora uma teoria sobre o paciente.: relaciona-se
todas suas queixas entre si de uma forma lógica e
significativa, tenta explicar porque desenvolveu tais
dificuldades e o que as mantém.
—  T a m b é m f o r n e c e p r e d i ç õ e s s o b r e s e u
comportamento dadas certas condições e possibilita
um plano de trabalho.
Formulação de caso
—  Tal como um mapa, uma formulação precisa:
-especificar os elementos (sentimentos,
comportamentos, cognições, estímulos),
-suas distâncias (intensidade, magnitude, frequência),
-como se relacionam (análise funcional),
-onde se quer ir (metas)
Avaliando os problemas
—  História e situação atual de vida do paciente.
• Experiências significativas, traumáticas na vida do
paciente.
• Estado geral de saúde do paciente (farmacologia)
Avaliando os problemas
—  História psiquiátrica e psicoterapêutica pregressa e
atual:
• Exame do estado mental e verificação do humor.
• Recursos de enfrentamento (psíquicos e materiais).
Variáveis relacionadas aos problemas
1.  Desencadeadores Situacionais.
2.  Desencadeadores Comportamentais.
3.  Fatores Cognitivos.
4.  Variações Afetivas.
5.  Alterações Fisiológicas.
6.  Desencadeadores Interpessoais.
7.  Fatores Mantenedores.
8.  Respostas de Evitação.
Diagrama de conceituação cognitiva
Dados relevantes da História
Crenças Centrais
Crenças intermediárias/regras
Estratégias Compensatórias
Diagrama de conceituação cognitiva
Situação
Pensamento Automático
Significado do pensamento automático
Emoção
Reações Fisiológicas
Comportamento
Avaliação
—  O(s) problema(s)!
-Os disparadores e as consequências do problema!
-As reações (emocionais, fisiológicas, cognitivas,
comportamentais)!
-Padrões atuais de enfrentamento e de evitação!
-Déficits de habilidades, falta de conhecimento!
-Suporte social, preocupações da família!
-Problemas interpessoais ou sexuais !
-Outros problemas atuais!
-O desenvolvimento e a trajetória dos problemas!
-Histórico de tratamento
Formulação
—  O que a pessoa está fazendo, de maneira manifesta
ou encoberta que gostaria de modificar?!
—  Quais são os precipitantes (situacionais, mentais ou
internos) do comportamento problema, e em quais
contextos ele ocorre?!
—  Quais são as consequências do comportamento
problema?!
—  O que mantém o problema!
—  Que mudanças poderiam ser feitas para se produzir
mudanças no comportamento problema?
Vulnerabilidade cognitiva
—  Uma predisposição individual a fazer construções
cognitivas específicas (distorções cognitivas)
desenvolvida a partir de relação entre fatores
genéticos, ambientais, culturais, físicos, familiares,
de desenvolvimento e de personalidade.!
—  As vulnerabilidades cognitivas específicas
predispõem as pessoas a síndromes específicas.
Caso exemplo (Pereira & Rangé, 2011)
—  Carla, 32 anos, secretária, solteira, curso superior
completo, procurou tratamento por sentir-se
deprimida desde que seu namorado rompeu a
relação há 3 meses. Está insone, pessimista e sem
ânimo. Relata em sessão seu encontro com o exnamorado em uma festa no final de semana
• T – O que você pensou quando encontrou seu exnamorado na festa?
• P – Pensei que ninguém nunca vai gostar de mim e
que não deveria ter ido à festa, me senti uma boba
Caso exemplo (Pereira & Rangé, 2011)
• T – Você pensou então: “ninguém nunca mais vai
gostar de mim”; “não deveria ter vindo à festa”; “sou
uma boba”?
• P – Sim
• T – E como você se sentiu ao pensar isso?
• P – Ansiosa e triste... Tão triste que resolvi ir embora
• T – Quanto acredita realmente nisso, de 0 a 100%?
• P – 100%
Caso exemplo (Pereira & Rangé, 2011)
T – E ninguém mais vai gostar de você, significa o que
a seu respeito?
• P – Que sou um fracasso
• T – Então... Pessoas que não tem parceiros são
fracassadas?
• P – Sim, ter alguém é algo muito importante para
mim
• T – Porque pessoas que tem parceiros ...
• P – São felizes, dão certo na vida, são bem sucedidas
Caso exemplo (Pereira & Rangé, 2011)
• T – Então, dentro dessa lógica, parece que existe uma
regra, não? Caso você não concorde, me corrija: “pessoas
que têm um relacionamento afetivo são bem-sucedidas e
pessoas que não tem um relacionamento afetivo são
fracassadas”?
• P – Acho que é assim mesmo que eu penso
(...) outra situação...
• P – Sou professora. Essa semana 3 alunos dormiram em
minha sala de aula. Logo pensei que realmente não consigo
fazer as coisas direito, senti um desânimo. Terminei a aula
mais cedo e fui chorar no banheiro
Diagrama de Conceituação Cognitiva.
Beck, J. S. (1993)
Download