Diapositive 1

Propaganda
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens
Motivações para ensinar e aprender línguas estrangeiras
Professoras: Raquel Bambirra e Climene Arruda
A EXPERIÊNCIA COMO PONTO DE
PARTIDA
L AU R A M IC C OL I (2 0 1 0) P 1 7 - 3 2
Apresentado por:
Mahulikplimi O. B. Agossa
OBJETIVOS DO LIVRO
Oferecer ao leitor alguns meios para conhecer a sua sala de aula
Defende que a aprendizagem de línguas estrangeiras em sala de
aula é uma possibilidade viável
Transformação da realidade que conhecemos do ensino de línguas
PONTO DE PARTIDA: AS EXPERIÊNCIAS
Os relatos de estudantes e professores remetem-se a uma variedade
de experiências que podem estar relacionadas tanto a eventos de
sala de aula quanto a acontecimentos distantes desse espaço.
DIFICULDADE PARA DEFINIR O CONCEITO
DE EXPERIÊNCIA
Circularidade de sua compreensão
experiência
vivência
experiência
DEFINIÇÕES DO DICIONÁRIO AURÉLIO
Etimologia: experintia – experiri (experimentar)
1- Ato de experimentar(-se), experimento, experimentação
2- Prática de vida
3- Habilidade, perícia e prática adquiridas com o exercício constante
de uma profissão, arte ou ofício
4- Prova, demostração, tentativa, ensaio
5- Experimentação
6- Conhecimento que nos é transmitido pelos sentidos
7- O conjunto de conhecimentos individuais ou específicas que
constituem aquisições vantajosas acumuladas historicamente pela
humanidade
EXPERIÊNCIA NA FILOSOFIA (ANTIGA)
Primeiras definições – Platão e Aristóteles
Platão: Experiência ≠ Razão
 Conhecimento “puro” exige um afastamento de toda experiência
Aristóteles: conhecimento depende da experiência dos sentidos
DUAS CONCEPÇÕES CONFLITANTES E
LIMITADAS
Concepção de platão: uma experiência só é possível porque temos
conhecimento daquilo que vivenciamos?
Concepção de Aristóteles: Será que aquilo que vivenciamos é
responsável pelo conhecimento que desenvolvemos da realidade que
nos cerca?
EXPERIÊNCIA NA FILOSOFIA MODERNA
Friedrich Hegel (1770-1831): o conteúdo da consciência é o real e a
consciência de tal conteúdo é a experiência.
John Dewey (1859-1952): experiência é um conceito orgânico
EXPERIÊNCIA NA FILOSOFIA MODERNA
para Dewey, uma experiência reflexiva pode levar a tranformação
experiência + consciência/reflexão = transformação
experiência - consciência/reflexão = tentativa sem sentido
DOIS PRINCÍPIOS QUE REGEM O CONCEITO
DE EXPERIÊNCIA SEGUNDO DEWEY
- O princípio da continuidade ou da experiência contínua: hábito
como fato biológico que modifica o indivíduo fazendo com que, por
suas experiências, ele se torne um outro indivíduo a cada etapa;
- O princípio da interação: um indivíduo vive sua experiência, em
contato com ele ele próprio, os objetos e outros indivíduos
 “Ambos concembem a experiência como fenômeno que decorre da natureza
biológica dos seres vivos, em seus meios físicos e sociais.”
EXPERIÊNCIA NAS CIÊNCIAS COGNITIVAS
Aspectos “fáceis” de se pesquisar: aqueles que investigam a relação
entre mecanismos neuronais e a explicação de funções cognitivas.
Aspectos “difíceis” de se pesqusiar: aqueles que tentam estabelecer
de que maneira qualquer forma de atividade neuronal pode levar ao
fenômeno da experiência consciente.
EXPERIÊNCIA NAS CIÊNCIAS COGNITIVAS
Essa dificulade decorre da abordagem da ciênca tradicional (CT)
“Do ponto de vista tradicional, a experiência é concebida como um
fenômeno que acompanha a cognição, sendo, portanto, uma
interpretação da realidade.”
EXPERIÊNCIA NAS CIÊNCIAS COGNITIVAS
Qual a função da Ciência?
Explicar qualquer função cognitiva
Como isso é feito pela CT?
Por meio da especificação dos mecanismos que desempenham uma
função qualquer
Funções cognitivas que não obedecem a essa abordagem: o senso
comum ou o humor
EXPERIÊNCIA NAS CIÊNCIAS COGNITIVAS
5 dogmas estão na origem desse pensamento tradicional
Dogma 1: Concepção da existência de uma realidade que independe da
compreensão do ser humano – Metafísica (Platão, Kant, Locke)
Dogma 2: A subordinação da Epistemologia à Ontologia
Dogma 3: Dicotomia entre objetivismo (comprovação da verdade a partir
de fatos que transcendem nossa existência) e subjetivismo (o aspecto
individual da experiência)
Dogma 4: A exclusão do organismo no estudo de fenômenos – origem:
concepção segundo a qual a razão como fenômeno independe do
organismo – efeitos dos processos biológicos (neurônios, sinapses,
receptores) nos processos cognitivos
Dogma 5: Obsessão com um sujeito individual, independente e isolado –
distinção entre corpo e mente
Asserção defendida pela autora: enxergar a experiência como
fenômeno vivo
TEORIA DE MATURANA
Argumentação fortemente influenciada pela teoria Biologia do
Conhecer do biólogo e filósofo chileno Humberto Maturana
A teoria em dois aforismos:
“tudo é dito por um observador a outro observador que pode ser ele
mesmo” – autopoiese
“viver é conhecer, conhecer é viver”
CONSTITUIÇÃO DO CONHECIMENTO A
PARTIR DA EXPERIÊNCIA
Autoreflexão sobre nossa experiência, como observadores, induz que
a experiência é aquilo que observamos
A nossa espécie é moldada pela nossa história (filogênese) e nos faz
desenvolver nossa própria história (ontogenia) nas interações com
outros indivíduos. O conhecimento a partir da experiência constitui-se
nos limites permitidos pela história filo ou ontogenética de nossa
humanidade.
SÍNTESE DA TEORIA DE MATURANA
As interações e as emoções são elementos importantes para nós e
tornam-se os fundamentos da racionalidade – ideia revolucionária
nas ciências cognitivas
A EXPERIÊNCIA COMO PONTO DE
PARTIDA DO CONHECIMENTO
“As contribuições da Filosofia e das ciêncas cognitivas indicam a
evolução do pensamento ocidental, passando a conceber uma
experiência como um fenômeno vivo, próprio de nossa herança
biológica e de nossa existência em comunidades, em processo no
qual, dialeticamente, modificamos e somos modificados” (Miccoli,
2010)
FORMULAÇÃO DE UMA DEFINIÇÃO PARA
EXPERIÊNCIA
“A experiência é um processo por ter a ver com relações, dinâmicas e
circunstâncias vividas em um meio particular de interações na sala de
aula, a qual ao ser narrada deixa de ser um acontecimento isolado
ou do acaso. O processo reflexivo da narrativa oferece a
oportunidade de ampliar o sentido dessa experiência e de definir
ações para mudar e transformar seu sentido original bem como
aquele que a vivenciou.”
RELEVÂNCIA DO CONCEITO PARA
PESQUISA EM SALA DE AULA
A experiência como base do conhecimento constitui-se em processos
que envolvem dinâmicas relacionais e interacionais que permitem
oportunidades de mudança e transformação, não apenas de quem
relata, mas também daquilo que é relatado.
condição importante: reflexões conscientes
INSTRUMENTOS DE PESQUISA
autobiografias, diários, narrativas, sessões de visionamento de vídeos,
entrevistas, fotografias ou desenhos ou projetos de pesquisa-ação,
com a mediação de um interlocutor e questionador (o pesquisador)
THANKS! 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MICCOLI, L. A experiência como ponto de partida. In: MICCOLI,
L. Ensino e aprendizagem de inglês: experiências, desafios e
possibilidades. São Paulo: Pontes Editora, 2010. p. 17-32.
Download