C i n é t i c a Professora: Erika Liz E n z i m á t i c a Elementos da Enzimologia • Reações Químicas – Termodinâmica – estuda a viabilidade e a reversibilidade das reações, a partir da análise do conteúdo energético inicial e final de uma transformação. – Cinética – Trabalha com a velocidade com que as reações acontecem. – Teoria das colisões – As moléculas para reagirem em uma solução devem colidir com orientação apropriada na qual levará a um estado de transição. Elementos da Enzimologia • Energia livre de ativação – É a energia inicial necessária para que a reação ocorra. • Estado de transição – É o ponto da reação que possui a maior energia de ativação. – A reação está no ponto máximo da barreira energética que separa os reagentes e os produtos. Elementos da Enzimologia • Catalisadores - Compostos capazes de aumentar a velocidade da reação sem alterar a proporção entre reagentes e produtos. – Criam novos caminhos para que a reação ocorra com uma menor energia de ativação. Reação não catalisada Reação catalisada Enzimas são agentes de função metabólica Sua função é a de acelerar as reações do metabolismo Também chamados de catalisadores biológicos C aracterísticas 1) As enzimas possuem um enorme poder catalítico; podem acelerar reações em até 1016 vezes em relação à reação não catalisada 2) Uma enzima é bastante seletiva, tanto em relação à substância com a qual ela interage, como em relação à reação que ela catalisa 3) A atividade enzimática pode ser regulada de acordo com as necessidades da célula A noção de que há uma complementaridade entre a enzima e o substrato é fundamental na enzimologia Mas, enzimas são moléculas grandes e os substratos moléculas pequenas, na maioria das vezes. Assim, a complementaridade está restrita a um locus especifico, o chamado sítio ativo. É ali que a enzima liga o sustrato para formar o complexo enzimasubstrato. Emil Fischer (1894): alto grau de especificidade das enzimas originou → Chave--Fechadura Chave Fechadura, que considera que a enzima possui sitio ativo complementar ao substrato. Koshland (1958): Encaixe Induzido,, enzima e o substrato Induzido sofrem conformação para o encaixe. O substrato é distorcido para conformação exata do estado de transição. 9 ENZIMAS – CLASSIFICAÇÃO Classificação das enzimas segundo a Comissão de Enzimas. 1. Oxido-redutases 1.1.atuando 1.2.atuando 1.3.atuando 1.4.atuando 1.5.atuando 1.6.atuando (reações de oxidação-redução ou transferência de elétrons) em CH-OH em C=O em C=Oem CH-NH2 em CH-NHem NADH, NADPH 2.Transferases (transferem grupos funcionais entre moléculas) 2.1.grupos com um carbono 2.2.grupos aldeído ou cetona 2.3.grupos acil 2.4.grupos glicosil 2.7.grupos fosfatos 2.8.grupos contendo enxofre 3.Hidrolases (reações de hidrólise) 3.1.ésteres 3.2.ligações glicosídicas 3.4.ligações peptídicas 3.5.outras ligações C-N 3.6.anidridos ácidos 10 ENZIMAS – CLASSIFICAÇÃO Classificação das enzimas segundo a Comissão de Enzimas. 4.Liases (catalisam a quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água, amônia e gás carbônico) 4.1. =C=C= 4.2. =C=O 4.3. =C=N- 5.Isomerases (transferência de grupos dentro da mesma molécula para formar isômeros) 5.1.racemases 6.Ligases (catalisam reações de formação de novas moléculas a partir da ligação entre duas pré-existentes, sempre às custas de energia) 6.1. C-O 6.2. C-S 6.3. C-N 6.4. C-C ENZIMAS – CLASSIFICAÇÃO Subclasses Exemplos de Tipo de reação catalisada Subclasses Hidratases Adicionam H2O à ligas duplas Quinases Transferem fosforilas do ATP Mutases Movem fosforilas dentro da mesma molécula Sintases Síntese independente de ATP Sintetases Síntese dependente de ATP Classe Liases Transferase Isomerase Transferases Ligases 11 Muitos agentes inibem (diminuem) a atividade de enzimas Estes agentes recebem o nome genérico de INIBIDORES Muitas drogas são inibidores de atividade enzimática (os anti-inflamatórios não-esteróides, por exemplo, inibem a ciclo-oxigenase) Muitos reguladores metabólicos são inibidores IRREVERSÍVEL ⇒ causada em geral por agentes (inibidores) que reagem covalentemente com a enzima. REVERSÍVEL ⇒ os inibidores ligamse à enzima através de interações não-covalentes (interação iônica, por exemplo) Inibição competitiva Inibição não-competitiva Inibidores Reversíveis Competitivos • Há competição pelo centro ativo do enzima • O inibidor é estruturalmente semelhante ao substrato • A inibição pode ser revertida adicionando mais substrato ao meio Inibidores Reversíveis Não competitivos • O inibidor liga-se a um local específico da enzima (que não o centro ativo) • O inibidor liga-se tanto a enzima livre como ao complexo ES Fatores que influenciam a atividade enzimática E + S ES E+P Fatores decorrentes da natureza protéica (estrutura) das enzimas pH; temperatura; Fatores decorrentes da formação do complexo ES concentração das enzimas; concentração dos substratos; pH ótimo de algumas enzimas E nzim a Pepsina Tripsina C atalase A rginase Fu m arase R ibo nuc lease pH ótim o 1,5 7,7 7,6 9,7 7,8 7,8 POR QUE O pH AFETA A ATIVIDADE ENZIMÁTICA? A) a ligação do substrato pode depender de grupos dissociáveis (COOH/ NH3)no sítio ativo e no próprio substrato B) o ato catalítico pode depender de grupos dissociáveis C) a conformação da proteína varia com o pH, podendo inclusive haver desnaturação em pHs extremos Influência da temperatura do meio sobre a atividade enzimática • a taxa de reação aumenta, como se observa na maioria das reações químicas; • a estabilidade da proteína decresce devido a desativação térmica. Temperatura ótima Ativação térmica Desnaturação térmica Influência da concentração da enzima sobre a atividade enzimática Velocidade de transformação do S em P -- Quantidade de E. Recomenda-se: Enzimas com alto grau de pureza; Substratos puros; Métodos de análise confiável. [E] Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática [S] varia durante o curso da reação à medida que S é convertido em P. [S] Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática Baixa concentração de substrato S + E E E E S E E E E E E E E + Formação do produto é PROPORCIONAL à concentração de substrato P P Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática 100 % de saturação do centro ativo da enzima S S + S S E E E E S E E S E S E P E E S E E + P P P Formação do produto é PROPORCIONAL à concentração de substrato P P P P Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática [Substrato] em excesso S S S S S + S S S E E E E S E E E S E S P E E S S S S S Velocidade da reação independe da [S] E E + P P P S S P P P P S S Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática Em baixas concentrações de substrato a velocidade de reação é de primeira ordem – isto é, é proporcional a concentração de substrato Em altas concentrações de substrato, a velocidade da reação é de ordem zero – isto é, é constante e independente da concentração de substrato [S] Cofator ⇒ qualquer molécula não protéica que participa da catálise enzimática Coenzima ⇒ é um cofator orgânico que auxilia a enzima no ato catalítico (em geral transferência de grupos) Pode estar ou não ligada covalentemente à proteína Quando está ligada covalentemente constitui, adicionalmente, um grupo prostético Holoenzima Estrutura Enzimática Proteína Apoenzima ou Apoproteína Covalente Grupo Prostético Cofator Pode ser: • íon inorgânico • molécula orgânica Coenzima Cinética Enzimática • Medir as velocidades das transformações que se processam; • Estudar a influência de condições de trabalho naquelas velocidades; • Correlacionar as velocidades das transformações com alguns dos fatores que afetam; • Colaborar na otimização do processo considerado; • Estabelecer critérios para o controle do processo; • Projetar o reator mais adequado. Cinética Enzimática • Estudo do mecanismo da combinação Enzima – Substrato; • Compreensão da atividade enzimática; E + S ES E+P 1913 Leonor Michaelis -Enzimologista Maude Menten - Pediatra O que é uma “constante de velocidade”? A constante de velocidade é um número, um parâmetro, a ser determinado empiricamente e que, quando multiplicado pela concentração nos fornece a velocidade de um processo. L. M ich ae lis e M . L. M e nte n p ropu se ram um a teo ria g era l s obre a aç ão da s e nz im as em 1 91 0, prop ond o u m rá pid o e qu ilíb rio e ntre o sub stra to e a en zim a : E+S k1 k2 ES P ara um eq uilíbrio po de-s e es cre ve r: k 1 [ E ][ S ] = k 2 [ ES ] ks = [ E ][ S ] k 2 = [ES ] k1 O produ to é fo rm a do num a se gun da eta pa : E + S k1 k2 ES k3 E + P N o fina l E é libe rad o p ara lig ar o utra m o léc ula do su bs trato . Isto leva, finalmente, à EQUAÇÃO DE MICHAELIS-MENTEN: v = V= Vmax [ S ] K M + [S] Onde Vm é velocidade máxima da reação Vm . [S] Km +[S] Km+ [S] = [S]. Vm Quando V =Vm 2 V Km= [S] . Vm . 2 Vm [S] Km= [S] V max 20 15 Vmax /2 10 O KM é a concentração de substrato para o qual v = Vmax/2 5 0 0 KM 5 10 15 20 25 Concentração do substrato, [S] Numericamente, Km pode ser expresso como a [substrato] necessária para que a velocidade da reação seja metade da velocidade máxima A constante de Michaelis, KM: KM = k2 + k3 k1 KM tem as unidades da molaridade, e é uma medida da afinidade da enzima pelo substrato; quanto menor KM, maior a afinidade da enzima pelo substrato. Km Afinidade da enzima pelo substrato Km Afinidade da enzima pelo substrato O B R I G A D A !