0 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO. CURSO DE ADMINISTRAÇÃO KARIN RIEDNER MARKETING E COMPETITIVIDADE- ANÁLISE DAS EMPRESAS DE ELETRODOMÉSTICOS DA CIDADE DE SANTA ROSA RIO GRANDE DO SUL Documento sistematizador do Trabalho de Conclusão de Curso Santa Rosa 2015 1 KARIN RIEDNER MARKETING E COMPETITIVIDADE- ANÁLISE DAS EMPRESAS DE ELETRODOMÉSTICOS DA CIDADE DE SANTA ROSA RIO GRANDE DO SUL Documento sistematizador do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Regional do Estado do Rio Grande do Sul como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel no Curso de Administração. Prof. Orientador: Ariosto Sparemberger Santa Rosa 2015 2 KARIN RIEDNER MARKETING E COMPETITIVIDADE- ANÁLISE DAS EMPRESAS DE ELETRODOMÉSTICOS DA CIDADE DE SANTA ROSA RIO GRANDE DO SUL Documento sistematizador do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Regional do Estado do Rio Grande do Sul como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel no Curso de Administração. Banca Examinadora ________________________________________ Prof. Luciano Zamberlan ________________________________________ Prof. Santa Rosa, 16 de dezembro de 2015. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus, por ter me concedido saúde e sabedoria para seguir em busca dos meus sonhos e objetivos. A minha mãe Lúcia, que está sempre ao meu lado e não mede esforços para me auxiliar e sempre me ver feliz. A meu orientador, professor Doutor Ariosto Sparemberger, que sempre esteve disposto a me ajudar, me auxiliando em todas as etapas do meu estudo. À universidade e todo o seu corpo docente e administrativo, que me proporcionaram imensa alegria e gratidão em fazer parte desta instituição, absorvendo conhecimentos e construindo um sonho. Aos gestores das lojas de eletrodomésticos que responderam aos meus questionários, colaborando para o desenvolvimento do meu estudo. À toda a minha família e amigos, que me apoiaram durante todos estes anos, torcendo sempre pela minha vitória. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte deste percurso. Muito obrigada! 4 “Marketing não é a arte de vender o que você produz, mas de saber o que produzir.” Philip Kotler 5 RESUMO EXPANDIDO Introdução O mercado de varejo nacional está se tornando cada vez mais competitivo. Diante deste atual cenário, é preciso que o setor de lojas de eletrodomésticos se destaque frente aos demais. O equilíbrio entre os fatores de competitividade pode estar associado ao elevado nível de concorrência estabelecido entre as organizações, obrigando os gestores a estarem permanentemente adequando e ajustando suas estratégias às variáveis do ambiente. De acordo com Levy e Weitz (2000), varejo é um conjunto de atividades de negócios que adiciona valor a produtos e serviços vendidos a consumidores para seu uso pessoal e familiar. Ainda de acordo com os mesmos autores, o varejo um dos maiores setores da economia mundial, está atravessando um período de mudanças dramáticas e excitantes. Levando em consideração esse cenário, o presente trabalho teve como objetivo identificar o nível de competitividade das empresas do setor varejista de lojas de eletrodomésticos situadas no município de Santa Rosa- RS. Sendo assim, o objetivo principal que norteou o estudo foi o diagnóstico de como estas empresas aplicam o composto de marketing, também foi analisado em que estágio de marketing as lojas de eletrodomésticos encontram-se e qual é o nível de competitividade das mesmas. Além disso, o estudo também procurou identificar a importância de cada atributo pertencente às variáveis produto, preço, praça, promoção; que para os autores Blume e Ledermann (2009, p.21),“é um grupo de variáveis do ambiente interno e, portanto, controlável, que o marketing da organização emprega para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo”. Além de conhecer a forma que empresas utilizam o mix de marketing; analisar o estágio de marketing das empresas considerando o marketing 1.0, 2.0 e 3.0 e propor ações para melhorar o nível de competitividade das empresas do setor. Para Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1995), competitividade é definida como a capacidade do gestor empresarial em formular e implementar estratégias que proporcionem à empresa o aumento ou a manutenção, de maneira duradoura, de uma posição sustentável no mercado. A escolha desse estudo justifica-se pelo fato de o marketing ser uma ferramenta gerencial que pode trazer valiosos resultados para a organização, conquistando resultados qualitativos (satisfação de seus clientes) e consequentemente financeiros. Metodologia Quanto a classificação da pesquisa o estudo está estruturado em duas partes, uma de caráter exploratório e outra de tipo descritivo. Conforme Gil (2002) a pesquisa exploratória tem como objetivo aprimorar as ideias ou descobertas em determinada área que há pouco conhecimento, como a aplicação do marketing nas lojas de eletrodomésticos. Quanto à pesquisa descritiva, Vergara (2000) explica que expõe características de determinada população ou fenômeno, estabelecendo correlações entre variáveis e a definição de sua natureza. A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros, revistas especializadas com temas relacionados ao assunto. Pesquisa documental, em órgãos públicos ou privados que ofereceram materiais como ofícios, relatórios. A coleta de dados ocorreu, através de uma entrevista aplicada a seis gestores de lojas de eletrodomésticos com questionários semiestruturados que foram aplicados aos 6 empresários individualmente, em datas que foram marcadas de acordo com a agenda dos mesmos. A pesquisa que foi aplicada tem como escopo compreender as técnicas de marketing utilizadas pelas lojas de eletrodomésticos, bem como se a utilização ou não das mesmas está atrelada à competitividade destas empresas. Resultados A partir da análise dos dados, constatou-se que dentre os seis gestores entrevistados, 83% são do sexo masculino, os resultados mostram também que a maioria possui faixa etária de 21 a 40 anos, representando 66% da amostra. Quanto ao grau de escolaridade, os maiores percentuais encontram-se em formação superior (83%). Estes dados demonstram que os gestores estão buscando aperfeiçoamento constante. Referente ao tempo que atua na função, percebe-se que 50% delas estão entre 8 a 11 anos e 11 meses. Referente á renda 66% dos gestores afirmam ganhar entre R$ 1.001,00 a R$ 3.000. Com esses dados, identificamos o perfil dos gestores das lojas de eletrodomésticos. Segundo Soares e Montingelli (2001): “O composto de marketing de uma empresa representa os elementos controláveis da sua estratégia de marketing, ele consiste no desenvolvimento de estratégias em quatro áreas de decisão: produto, preço, distribuição e promoção, onde o composto de marketing ou mix de marketing é denominado então, os quatro Ps” De acordo com Berkowitz et al. (2002), O primeiro “P” relaciona-se ao Produto, que pode ser um serviço ou ideia para satisfazer as necessidades dos consumidores. O segundo “P”, a variável Preço, a qual é o que é trocado pelo produto. Já o terceiro “P” relaciona-se a Promoção que é uma forma de comunicação entre vendedor e o comprador. Por fim, o último “P” é a Praça, que se traduz em uma forma de colocar o produto na mão dos consumidores através do mercado-alvo. Depois de feita a análise sobre a média do índice de concordância das aplicações do composto de marketing nas lojas de eletrodomésticos, onde foram levados em consideração os elementos do composto de marketing (produto, promoção, preço e praça) pode-se perceber através dos resultados que eles estão sendo aplicados de maneira satisfatória pelos gestores das empresas, a variável promoção teve o maior índice de concordância com 96%, seguidos pelo preço (91,26%), produto (85,23%) e praça com 80,85%. De acordo com Coutinho e Ferraz (1994) a competitividade deve ser entendida com a capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado. Ainda conforme Coutinho e Ferraz (1994), os fatores internos à empresa - são aqueles que estão sob a sua esfera de decisão e através dos quais procura se distinguir de seus competidores. Nos fatores internos á empresa os autores avaliam as estratégias de gestão, inovação, produção, a qualidade e a produtividade dos recursos humanos adotados pelas empresas para manter e/ou ampliar vantagens competitivas que as diferenciam de seus concorrentes. Em relação a esses fatores os resultados mostram que 96,75%, das lojas de eletrodomésticos pesquisadas utilizam dos fatores de competitividade de maneira satisfatória. Os fatores estruturais mesmo não sendo inteiramente controlados pela firma estão parcialmente sob sua área de influência e caracterizam ambiente 7 competitivo. No nível estrutural os autores avaliam as especificidades dos mercados consumidores, os requisitos impostos aos produtos, a configuração da indústria (grau de concentração, sistema fiscal-tributário, práticas de importação e exportação. Quanto aos fatores estruturais, com a análise do dados, pode-se perceber que 97,87% das lojas de eletrodomésticos pesquisadas utilizam da maneira muito satisfatória os fatores de competitividade. Os fatores sistêmicos da competitividade - são aqueles que afetam as características do ambiente competitivo. Na dimensão dos fatores sistêmicos são analisados elementos como: aspectos macroeconômicos (taxa de câmbio, oferta de crédito e taxa de juros); políticos e institucionais, regras que definem o uso do poder de compra do Estado e esquemas de apoio ao risco tecnológico).Depois de analisados os dados, contatou-se que 95,06% das lojas de eletrodomésticos usam os fatores de competitividade também de forma satisfatória. De acordo com Kotler (2010) o marketing 1.0 corresponde a era industrial, é centrado no produto, no qual o objetivo principal era vender o produto para um mercado de massa. O marketing 2.0 surgiu na atual era da informação, que é o marketing voltado para o consumidor e sua satisfação. Existe uma maior oferta de produtos e de acordo com Kotler (2010) a abordagem desse marketing pressupõe que os clientes sejam alvo passivo das campanhas de marketing. Vemos as empresas expandindo seu foco dos produtos para os consumidores, e para as questões humanas. Marketing 3.0 é a fase na qual as empresas mudam da abordagem centrada no consumidor para a abordagem centrada no ser humano, e na qual a lucratividade tem como contrapeso a responsabilidade corporativa. Ainda foram analisados os estágios do marketing nas lojas de eletrodomésticos, levando em consideração as variáveis marketing 1.0 que é o marketing centralizado no produto, marketing 2.0 que é voltado para o consumidor e marketing 3.0 que é voltado para os valores/ ser humano/sentimentos. Após a análise percebeu-se que 17% das lojas está focada no marketing 1.0, outros 17% das lojas estão voltadas para o marketing 2.0 e a grande maioria (66%) já estão na era do marketing 3.0 que é um resultado muito significativo. Conclusões Conclui-se que o marketing tem papel fundamental na orientação das empresas, é de muita importância que as empresas utilizem das ferramentas de marketing, além de trabalharem de forma competitiva e aplicarem de forma correta o composto de marketing, utilizando-se também dos benefícios do marketing 3.0. A realização deste estudo possibilitou um conhecimento mais amplo sobre o tema marketing e competitividade e também sobre os estágios do marketing. Os resultados obtidos foram através de uma amostra de seis empresários do município de Santa Rosa que responderam a uma entrevista, questões sobre o perfil socioeconômico e também sobre a utilização do composto de marketing. A partir dos resultados obtidos neste estudo, de forma sistêmica pode-se concluir que as empresas estudadas conhecem e usam satisfatoriamente as técnicas de marketing. Entende-se que os objetivos do presente estudo foram cumpridos, pois pode-se fazer uma ligação entre os objetivos estipulados, a fundamentação teórica 8 utilizada e os resultados obtidos através das entrevistas realizadas, sendo de extrema importância para o conhecimento da acadêmica, que pode aprofundar seus conhecimentos na área de marketing. Palavras-chave: Marketing; Composto de Marketing; Competitividade; Estágios do Marketing. Referências: BERKOWITZ, Eric N. et al. Marketing. São Paulo: LCT, 2002. BLUME, Marcelo, LEDERMANN, Martin. Gestão de produtos e marcas. Ijuí: Ed. Unijui, 2009. (Coleção educação a distancia. Série livro-texto). COUTINHO, L.G.; FERRAZ, J.C. (coord.). Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira. Editora da Universidade Estadual de Campinas – Campinas, SP: Papirus, 1994. FERRAZ, João C; KUPFER, Devid; HAGUENAUER, Lia. Made In Brasil: desafios competitivos para a indústria. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997/1996. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Editora Atlas S.A, 4ª Edição, 2002. KOTLER, P. Marketing 3.0: As forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano / tradução Ana Beatriz Rodrigues. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 – 3ª reimpressão. LEVY, Michael; WEITZ, Barton A. Administração de varejo. São Paulo: Atlas, 2000. SOARES, Carlos Alberto Silveira Netto. MONTINGELLI, Jr. Marketing: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3ª edição. São Paulo: Editora Atlas S.A, 2000. 9 LISTA DE QUADROS Quadro 01: O composto de marketing ...................................................................... 22 Quadro 02: Exemplos de diversas ferramentas de promoção .................................. 28 Quadro 03: A evolução do Marketing ........................................................................ 37 Quadro 04: Fatores determinantes da competitividade brasileira ............................. 46 LISTA DE FIGURAS Figura 01: Os 4 P’s do composto de marketing......................................................... 32 Figura 02: As Fases do Marketing............................................................................. 33 Figura 03: Modelo de matriz baseada em valores..................................................... 35 Figura 04: Comparação entre os Marketing 1.0, 2.0 e 3.0 ........................................ 64 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01:Gênero ..................................................................................................... 62 Gráfico 02: Faixa Etária ............................................................................................. 63 Gráfico 03: Escolaridade ............................................................................................ 53 Gráfico 04:Renda ...................................................................................................... 62 Gráfico 05:Tempo que atua na função ...................................................................... 62 Gráfico 06: Média do Índice de Concordância das Aplicações do Composto de Marketing nas Lojas de Eletrodomésticos.................................................................. 62 Gráfico 07: O estágio do marketing nas lojas de eletrodomésticos ........................... 63 Gráfico 08: Nível de competitividade de acordo com o índice de concordância das Lojas de Eletrodomésticos......................................................................................... 70 10 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Produto .................................................................................................... 57 Tabela 02: Preço ....................................................................................................... 59 Tabela 03: Promoção ................................................................................................ 61 Tabela 04: Praça ....................................................................................................... 62 Tabela 05: Nível de competitividade- Fatores internos ás empresas ................... 65 Tabela 06: Nível de competitividade- Fatores estruturais das empresas ............ 66 Tabela 07: Nível de competitividade- Fatores sistêmicos da competitividade ..... 68 11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................... 14 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA DE ESTUDO. ....................................................... 14 1.2 QUESTÃO DE ESTUDO ..................................................................................... 15 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 15 1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 15 1.3.2 Objetivos específicos..................................................................................... 16 1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 18 2.1 CONCEITO DE MARKETING ............................................................................. 18 2.1.1 Mix de marketing ............................................................................................ 20 2.1.2 Produto............................................................................................................ 22 2.1.3 Praça................................................................................................................ 25 2.1.4 Promoção ........................................................................................................ 27 2.1.5 Preço ............................................................................................................... 28 2.2 ESTÁGIOS DO MARKETING ............................................................................. 32 2.2.1 Marketing 1.0 .................................................................................................. 33 2.2.2 Marketing 2.0 .................................................................................................. 34 2.2.3 Marketing 3.0 .................................................................................................. 34 2.3 O MARKETING E AS ORGANIZAÇÕES............................................................. 38 2.4 MARKETING DE VAREJO E SERVIÇOS ........................................................... 39 2.5 COMPETITIVIDADE ........................................................................................... 39 3 METODOLOGIA ................................................................................................... 47 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 47 3.2 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 48 3.3 UNIVERSO AMOSTRAL ..................................................................................... 49 3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .................................................... 50 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 52 4.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS GESTORES ENTREVISTADOS ................ 52 4.2 UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE MARKETING ............................................ 55 4.2.1 Produto .......................................................................................................... 55 4.2.2 Preço ............................................................................................................... 57 4.2.3 Promoção ........................................................................................................ 59 4.2.4 Praça................................................................................................................ 61 4.3 ESTÁGIOS DO MARKETING ........................................................................... 63 4.4 NÍVEL DE COMPETITIVIDADE ....................................................................... 64 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 71 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74 APÊNDICE ............................................................................................................... 78 12 INTRODUÇÃO O presente estudo trata-se de um documento sistematizador do trabalho de conclusão de curso, realizado pela acadêmica Karin Riedner, do curso de Administração da UNIJUÍ, no 2º semestre de 2015, tendo como orientador o Professor Ariosto Sparemberger. O documento sistematizador do trabalho de conclusão de curso tem como objetivo estabelecer relações entre o tema da pesquisa, definido como análise do marketing e o nível de competitividade das lojas de eletrodomésticos do setor do varejo e os objetivos para chegar aos resultados. O varejo é uma orientação de gerenciamento que faz o varejista enfocar a determinação das necessidades de seus mercados- alvo e a satisfação dessas necessidades mais eficaz e eficientemente que seus concorrentes (LEVY E WEITZ, 2000). Neste sentido o marketing contribui para elevar a competitividade do setor de lojas de eletrodomésticos. Portanto, o objetivo geral é: identificar o nível de competitividade e de aplicabilidade do marketing nas lojas de eletrodomésticos do município de Santa Rosa. E os objetivos específicos são: Caracterizar as organizações do estudo; conhecer a forma que empresas utilizam o mix de marketing; analisar o estágio de marketing das empresas considerando o marketing 1.0, 2.0 e 3.0; identificar o nível de competitividade das lojas do setor de eletrodomésticos. Para atender a este objetivo o projeto está estruturado em quatro capítulos. Inicia, com a contextualização do estudo em que se apresenta o tema, a questão de estudo, a justificativa e os objetivos gerais e específicos. No segundo capítulo, apresenta-se o referencial teórico em que são abordados estudos realizados com base em autores sobre o referido tema. O terceiro capítulo ocupa-se dos procedimentos metodológicos, onde se caracteriza o tipo de estudo que será realizado, apresenta-se o objeto de estudo e os sujeitos da pesquisa, e explica-se como será realizada a coleta, o tratamento e a análise dos dados, bem como a sua sistematização. E o quarto e último capítulo consiste na apresentação dos resultados. Após coletados os dados, a quarta parte apresenta a análise do marketing e do nível de competitividade das empresas de eletrodomésticos da cidade de Santa Rosa apresentando os resultados obtidos através das informações coletadas na pesquisa, 13 em relação aos vários atributos apresentados. Fazem parte do trabalho a conclusão, as referências e anexo. 14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Este capítulo tem por intuito apresentar o tema, a formulação do problema, a definição dos objetivos geral e específicos, seguidos da justificativa do estudo. 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA DE ESTUDO. Marketing pode ser conceituado como um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam com a criação, oferta e a troca de produtos de valor com outros (TOLEDO, 1994). Desta forma, as lojas de eletrodomésticos são do setor de varejo e vendem móveis, aparelhos eletrônicos e eletroeletrônicos para todos os tipos de clientes, as lojas de eletrodoméstico estão focadas na arte de comprar e vender e se dedicar ao cliente proporcionando aos seus consumidores atuais qualidade de serviços, presteza na concessão de crédito e assistência contínua no pós venda. É fato que as lojas de eletrodomésticos estão inseridas em um cenário cada dia mais competitivo, onde clientes são mais perspicazes e observadores, procuram preços mais baixos e melhor qualidade, são conhecedores de seus direitos, e constantemente são abordados por diversos concorrentes com ofertas semelhantes ou melhores. Para Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1996), a competitividade vista como eficiência é definida pela habilidade da organização em fabricar produtos melhores que os de seu concorrente, de acordo com os limites impostos por sua capacitação tecnológica, gerencial, financeira e comercial. Ou seja, pela capacidade da empresa de converter nas relações insumos-produtos com o máximo de rendimento e ao menor custo. Porém, ao atentarmos somente para o que acontece no mercado acabamos por esquecer algumas ações fundamentais dentro da própria empresa que daria “fôlego” para as lojas desse setor estarem cada vez mais fortes e enfrentarem a concorrência de forma ética e eficaz. Pensando nisso, que as empresas estão investindo cada vez mais, em novos meios e conceitos de conquista e conservação do cliente, nessa busca deparam-se com o marketing que é um elemento de grande importância para a sobrevivência e sucesso das empresas no mercado atual. 15 Diante desse cenário de competitividade que se instala no cenário nacional, está cada vez mais difícil para as empresas sobreviverem, cabe à elas diferenciar-se na sua forma de se relacionar com o mercado, especialmente o varejo, pressionado pela concorrência globalizada e isso é possível através da implementação de estratégias do marketing que atendam as necessidades dos clientes tendo o produto certo, na hora desejada, de valor acessível, localização perfeita e com comodidade e formulando mecanismos de fidelização, antevendo o mercado, criando mecanismos de relacionamento, através de ferramentas do marketing como: propaganda, descontos, promoções, ofertas, entre outras, têm sido o diferencial para condução de grandes e pequenas empresas. 1.2 QUESTÃO DE ESTUDO No contexto acadêmico este trabalho, além de fornecer dados referentes às ferramentas de marketing que estão sendo empregadas no comércio varejista de eletrodomésticos local e o nível de competitividade entre as lojas desse setor, possibilitará que, pesquisas mais abrangentes, abordando novos temas e conceitos na área do marketing sejam realizados posteriormente. De acordo com a temática apresentada no presente projeto, teve-se como questão central: Qual o nível de competitividade das empresas do setor varejista e da aplicabilidade do marketing nas lojas de eletrodomésticos do município de Santa Rosa? 1.3 OBJETIVOS Costuma-se definir, para os estudos de natureza acadêmica, um objetivo geral e alguns objetivos específicos, que operacionalizam o objetivo geral. 1.3.1 Objetivo geral Identificar o nível de competitividade e de aplicabilidade do marketing nas lojas de eletrodomésticos do município de Santa Rosa. 16 1.3.2 Objetivos específicos Para a consecução do objetivo geral, espera-se atingir os seguintes objetivos específicos: a) Caracterizar as organizações do estudo; b) Conhecer a forma que empresas utilizam o mix de marketing; c) Analisar o estágio de marketing das empresas considerando o marketing 1.0, 2.0 e 3.0; d) Identificar o nível de competitividade das lojas do setor de eletrodomésticos. 1.4 JUSTIFICATIVA O marketing tem por função identificar as necessidades das pessoas, desenvolvendo um produto que os satisfaça com o objetivo de gerar lucros para a organização. É a arte de descobrir oportunidades e manter clientes, desenvolvendo relacionamentos lucrativos. O marketing está por toda parte, e afeta profundamente nossas vidas todos os dias. As demais áreas da empresa estão diretamente ligadas com o marketing, qualquer outro departamento da organização não terá sucesso caso o marketing não souber qual o produto deverá lançar, a qual momento, a qual preço, e de que forma, sem ao menos compreender o mercado em que atua. A escolha desse estudo justifica-se pelo fato de o marketing ser uma ferramenta gerencial que pode trazer valiosos resultados para a organização, conquistando resultados qualitativos (satisfação de seus clientes) e consequentemente financeiros, é impensável que em pleno século XXI ainda existam organizações que não usem dessa poderosa ferramenta. Além de a acadêmica ter sido bolsista do PROGEV(Programa de Extensão em Gestão de Varejo) por vários anos, participando das pesquisas, através da coleta de dados do índice de confiança do empresário varejista, intenção de compras para datas comemorativas como o Natal, Páscoa e Dia das Mães e ter participado com submissão de artigos sobre o varejo no Salão do Conhecimento da Unijuí. E também justifica-se pelo fato do mercado nacional estar se tornando cada vez mais competitivo. Diante deste atual cenário, é preciso se destacar frente aos 17 demais. O equilíbrio entre os fatores de competitividade pode estar associado ao elevado nível de concorrência estabelecido entre as organizações, obrigando os gestores a estarem permanentemente adequando e ajustando suas estratégias às variáveis do ambiente. Para a acadêmica este estudo é de grande valia, pois oferece condições de entender com mais detalhes o setor de eletrodomésticos, que passa por grandes transformações e inovações no seu relacionamento com os consumidores, tendo que aplicar as técnicas do marketing para satisfazer a necessidade dos clientes e competir com a concorrência, por isso, justifica-se esse estudo. E também pela importância do setor de eletrodomésticos para o varejo e pela importância do ponto de vista econômico. O estudo visa proporcionar às organizações a oportunidade de identificar os fatores que afetam a sua competitividade, de forma a permitir a proposição de ações coletivas e individuais visando a melhoria de performance das empresas do segmento. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo trata da apresentação do referencial teórico, também denominado revisão de literatura. Foi desenvolvido para legitimar os objetivos e o tema abordado. Neste capítulo é abordado o embasamento teórico de autores com relação ao tema estudado através de diversas bibliografias, conceituando o marketing, mostrando a importância do uso do mix de marketing nas organizações, adaptação para nos novos estágios do marketing, competitividade nas organizações, o marketing e as organizações, marketing de varejo e serviços. 2.1 CONCEITO DE MARKETING O marketing tem sido definido de várias maneiras: a definição que atende ao nosso propósito é a seguinte: Marketing é um processo social e gerencial pelo qual os indivíduos e grupos obtém o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com os outros (Kotler, 1998). Segundo Sparemberger e Zamberlan (2008) o marketing lida com a identificação e o atendimento das necessidades humanas e sociais. Sendo que uma das definições mais sucintas do mesmo é atender as necessidades de maneira lucrativa. Marketing é uma palavra em inglês derivada de market, que significa mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado. Assim entendese que a empresa que pratica o marketing tem o mercado como a razão e o foco de suas ações (Dias et al, 2003). O marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais. Pode-se dizer que ele supre as necessidades lucrativamente. Segundo a American Marketing Association (apud KOTLER; KELLER, 2006), o marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. A administração de marketing acontece quando pelo menos uma parte (fornecedor) em uma relação de troca potencial procura maneiras de 19 obter as respostas desejadas das outras partes (consumidores). Sendo assim, é a arte e a ciência da escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e fidelização de clientes por meio da criação, da entrega e da comunicação de um valor superior para o cliente. A forma como a empresa se comunica com o consumidor é o que faz a diferença, a mensagem que ela passa também, não estamos falando só de um P de promoção não, mas sim dos 4 P´s e muito mais, pois na realidade todos os aspectos que envolvem o processo de troca com o consumidor é uma forma de comunicação, e quanto mais eficiente, e positiva esta comunicação for, mais a empresa será beneficiada pelo favorecimento dos consumidores dado à ela, preterindo as concorrentes. Para Cobra (1992), é mais do que uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos e serviços – é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas. De acordo com Kotler (2010) inicialmente, o marketing era visto apenas como uma entre as várias funções importantes de apoio á produção, ao lado dos recursos humanos e das finanças. Segundo Kotler e Keller (2006) o marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais, sendo definido de uma maneira simplista pelo autor, como uma forma de suprir necessidades lucrativamente. Kotler (1999) afirma que: marketing é o processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Muitas pessoas veem o marketing de modo como a arte de procurar e encontrar formas inteligentes de dispor dos produtos de uma organização, ou seja, o marketing é visto apenas como propaganda ou venda de produtos. No entanto, a arte do verdadeiro marketing é a arte de saber o quê fazer. Kotler (1998) afirma que normalmente o marketing é visto como a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes. A definição de Marketing baseia-se nos conceitos centrais de necessidade, desejos e demandas; produtos; valor, custo e satisfação; troca e transações, relacionamentos e redes; mercados; e empresas e consumidores potenciais. Nessa mesma dimensão, Westwood (1996) complementa que o marketing tem como função identificar as necessidades das pessoas, desenvolvendo um produto que os satisfaça com o objetivo de gerar lucros para a organização. Para 20 Kotler(2003) a definição mais simples de marketing diz que é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício. Comenta também que os dois objetivos dele são: atrair novos clientes (com valor superior) e manter os clientes atuais (com satisfação). Então o marketing não é só obter uma venda, mas deve satisfazer as necessidades. Em suma, organizações e pessoas utilizam desta ferramenta para agregarem valor ao seu produto ou serviço ofertado. De acordo com a literatura apresentada, o marketing tem a função de tornar a venda mais fácil. Quão melhor elaborado a abordagem dos seus compostos, mais fácil pode se tornar a venda. 2.1.1 Mix de marketing Vale ressaltar que as organizações utilizam diversas ferramentas e mecanismos no intuito de posicionar seus produtos e serviços no mercado, sobretudo no que concerne à conquista de novos clientes e à manutenção dos já existentes. Para tanto, Las Casas (2006) defende que se uma empresa deseja posicionar-se perante o mercado de determinada maneira, ela deverá desenvolver o composto de marketing para atingir a esses objetivos específicos. O mix de marketing refere-se ao conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo. Dito de outra forma, o composto mercadológico pode ser entendido como o grupo de variáveis controláveis de marketing que a empresa emprega para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo. Kotler e Armstrong (1998, p. 31) afirmam: “O mix de marketing consiste em todas as ações da empresa com a intenção de influenciar a demanda do seu produto”. O mix de marketing, conforme os autores Blume e Ledermann (2009, p.21),“é um grupo de variáveis do ambiente interno e, portanto, controlável, que o marketing da organização emprega para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo”. Verifica-se que os 4 P´s formam o alicerce responsável pela otimização das vendas, uma vez que possibilitam a conquista de novos mercados através de uma abordagem estrategicamente elaborada, na qual se busca o equilíbrio entre as variáveis de produto, preço, ponto-de-venda e promoção. Mix de Marketing, de acordo com Kotler e Armstrong (1998) é definido como o grupo de variáveis controláveis de marketing que a empresa utiliza para produzir a 21 resposta que deseja no mercado-alvo. O marketing dispõe de um mix para atingir os diferentes públicos. De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008) os 4 Ps descrevem o mix de marketing e são apresentados em quatro funções básicas, os quais foram estabelecidos para atender ao mercado-alvo, ou seja, o consumidor. Segundo Churchill e Peter (2003, p. 64): Como o objetivo do marketing é criar intercâmbios lucrativos, as atividades de marketing também influenciam o processo de compra do consumidor. Cada elemento do composto de marketing produto, preço, praça (canais de distribuição) e promoção (comunicações de marketing) - tem potencial para afetar o processo de compra em vários estágios. De acordo com Berkowitz et al. (2002), tendo selecionado o consumidoralvo, a empresa precisa seguir algumas etapas para satisfazer suas necessidades, para isso usa uma combinação de quatro ferramentas, frequentemente chamada de quatro P’s. O primeiro “P” relaciona-se ao Produto, que pode ser um serviço ou ideia para satisfazer as necessidades dos consumidores. O segundo “P”, a variável Preço, a qual é o que é trocado pelo produto. Já o terceiro “P” relaciona-se a Promoção que é uma forma de comunicação entre vendedor e o comprador. Por fim, o último “P” é a Praça, que se traduz em uma forma de colocar o produto na mão dos consumidores através do mercado-alvo. Segundo Soares e Montingelli (2001): “O composto de marketing de uma empresa representa os elementos controláveis da sua estratégia de marketing, ele consiste no desenvolvimento de estratégias em quatro áreas de decisão: produto, preço, distribuição e promoção, onde o composto de marketing ou mix de marketing é denominado então, os quatro Ps” Para Las Casas (2008) existem quatro fatores principais para que haja comercialização que são: ter um produto, estabelecer o preço, decidir sobre um sistema de distribuição e promover o produto. Ainda para o autor estes elementos formam a base de comercialização e são conhecidos como composto de marketing, conceito desenvolvido na década de 50 do século passado e posteriormente modificado e passou a ser chamado de quatro P’s do maketing: produto, preço, ponto de venda e promoção. O mix de marketing, também conhecido como 4Ps, representa um conjunto de fatores-chave no marketing, visando à geração e manutenção de um posicionamento competitivo de mercado para um produto ou serviço. 22 Como explica Cobra (1997), todos os elementos do composto de marketing foram criados e estabelecidos para atender ao consumidor, desta forma cada um deles pode ser interdependente ou exclusivo, mas a prática tem demonstrado uma inter-relação constante. Cobra (1992), descreve que a interação de uma organização com seus meios internos e externos realizam-se a partir do com composto de marketing chamados 4Ps (Produto, Preço, Promoção e Canais de Distribuição). O quadro 01 se refere ao composto de marketing, bem como a abrangência de cada um dos 4 Ps: Quadro 01: O composto de marketing Composto de Marketing Produto Qualidade Características Opções Estilos da Marca Nome Embalagem Tamanho Garantias Serviços Preço Lista de Preços Subsídios DescontosPeríodo de Pagamento Termos de crédito Promoção Propaganda Pessoal Venda Vendas Promoção de Públicas Relações Merchandising Canal de distribuição Cobertura Canais Localização Inventário Transporte Fonte: Adaptado de Cobra (1992). 2.1.2 Produto Conforme Kotler (1995, p.190) define-se produto como sendo “qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para atenção, aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer a um desejo ou necessidade”. A base de qualquer negócio é o produto. O produto é tido como aquilo que a empresa produz ou desenvolve, e posteriormente oferece ao cliente. Churchill e Peter (2000) salientam que um produto não inclui somente bens e serviços, é um composto mais amplo e envolve marca, embalagem, serviços aos clientes, e tudo que agregue valor ao consumidor. Os produtos vão além de bens tangíveis, incluem objetos físicos, serviços, pessoas, locais, organizações, ideias ou combinações desses elementos. A base de qualquer negócio é um produto ou serviço. Produto é qualquer coisa que possa ser objeto de troca entre indivíduos ou organizações (CHRISTENSEN e ROCHA 1999). Produto é algo que possa ser oferecido a um mercado para satisfazer a um desejo ou 23 necessidade (KOTLER, 1998). Na visão de Etzel, Walker e Stanton (2001), produto é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis os quais podem incluir embalagem, cor, preço, qualidade e marca, mais os serviços e a reputação do vendedor. Segundo Kotler (2000), produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo. Podem ser tangíveis (físico, podem ser tocados) e intangíveis (são os serviços que não podem ser tocados), para organizações e para consumidores. O produto é um dos P’s que tem uma significativa importância para as estratégias e para os negócios. Pois ele pode desenvolver o negócio de forma eficaz levando ao sucesso da empresa. Uma vez colocado o produto como alternativa capaz de permitir que uma empresa atinja seus objetivos, verifica-se que uma empresa deverá conhecer muito bem seu produto para desenvolver uma tática adequada, pois todos os componentes de um produto podem ser desenvolvidos ou mudados de acordo com as situações de um mercado (LAS CASAS, 2006). Segundo Soares e Montingelli (2001) o termo produto refere-se a bens, serviços, pessoas, lugares e ideias. Ressalta-se a preocupação das empresas com esse elemento do composto de marketing, pois, segundo Churchill e Peter (2003), os produtos que são compatíveis com as necessidades específicas dos compradores possuem a imagem de alto valor, podendo influenciar a compra no processo decisório por uma marca. Para Kotler e Armstrong (2003), o produto pode ser considerado como a combinação de bens e serviços que a empresa oferece ao mercado-alvo, ou seja, qualquer coisa que pode ser oferecida a um mercado em atenção, aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer a um desejo ou necessidade. Segundo Levitt (1990), “um produto não é um produto a não ser que seja vendido. Do contrário, é apenas uma peça de museu”. De acordo com Kotler (2004), o produto é a base para a existência das empresas e seus negócios, que visam oferecer algo cada vez melhor para suprir as necessidades de seus clientes, superando a concorrência. Segundo Madruga et. al. (2004), o produto “além de corresponder às necessidades e aos desejos dos consumidores, oferece benefícios e valores como conforto, prestígio e segurança”. Produto é qualquer coisa que possa ser objeto de troca entre indivíduos ou organizações (CHRISTENSEN e ROCHA 1999) 24 Um bom produto e um preço adequado não são suficientes para assegurar vendas. É necessária também a existência de uma forma eficiente de conduzir os produtos até os compradores finais. Caso contrário, o plano de marketing será deficiente, pois os consumidores estão acostumados e muitas vezes exigem comprar seus produtos em locais que lhe sejam acessíveis, convenientes e disponíveis quando necessitarem. (LAS CASAS, 2006). De modo geral Inafuco (1997), diz que o mix de produtos no varejo deve ter foco no consumidor, ser voltado à maximização das vendas potencializando ao máximo as oportunidades de vendas e o atendimento às expectativas dos consumidores e objetivar a minimização dos estoques através de sua correta gestão. É preciso que sejam desenvolvidas estratégias e ações relacionadas ao produto, é necessária a análise e avaliação das várias decisões sobre produtos individuais. Segundo Kotler e Armstrong (1999), as decisões mais importantes estão relacionadas com os atributos do produto, marcas, embalagens, rótulos e serviços de apoio ao produto. Segundo Sparemberger e Zamberlan (2008) os atributos são elementos importantes, pois para desenvolvermos um produto ou serviço, precisamos definir os benefícios que ele oferecerá. Esses benefícios são comunicados e entregues por meio de atributos como qualidade, características, estilo e design. De acordo com Kotler e Armstrong (2003), a qualidade é uma das mais importantes ferramentas de posicionamento de que o profissional de marketing dispõe. Deste modo, ao desenvolver um produto, é de fundamental importância definir o nível de qualidade que dará apoio à posição do produto no mercado-alvo. Um produto pode ser oferecido com características variáveis, mas sempre devemos observar o ponto de partida, que é um modelo básico. Porém, a empresa deve criar novos modelos de nível mais alto acrescentando mais características. De acordo com os autores Sparemberger e Zamberlan (2008) podemos ainda agregar valor para o cliente por meio de estilo e design de produto. Algumas empresas se posicionam em razão da reputação de seu estilo e design notáveis. O design pode ser uma das armas mais competitivas de marketing de uma empresa. Outra decisão importante está relacionada com a marca. Neste caso, é fundamental que os profissionais de marketing tenham capacidade de criar, manter, proteger e melhorar as marcas de seus produtos e serviços. Uma marca, segundo 25 Kotler e Armstrong (2003), é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho – ou uma combinação desses elementos – que identifica o fabricante ou vendedor de um produto ou serviço. Portanto, os consumidores veem uma marca como parte importante de um produto e o estabelecimento da marca pode agregar-lhe valor. 2.1.3 Praça Praça refere-se ao caminho que o produto vai percorrer até chegar ao seu consumidor final, onde se faz uma análise de onde vender, expor, canais de distribuição que serão necessários e qual a estrutura que vão se utilizar para expor seu produto que venha a chamar atenção do cliente. De acordo com Levy e Weitz (2000, p. 210) “por várias vezes a localização da loja é, muitas vezes, a decisão mais importante tomada por um varejista. Primeiro, a localização normalmente é a primeira consideração na escolha de uma loja pelo cliente”. Segundo Levy e Weitz (2000, p. 210) “as decisões sobre o local se tornara ainda mais importante nos últimos anos. Primeiro, existem mais varejistas abrindo novos locais, fazendo com que seja mais difícil obter os melhores locais”. Kotler (2000, p. 510) afirma que, os canais de distribuição são conjuntos de organizações independentes envolvidas no processo de disponibilização de um produto ou serviço para uso ou consumo. Dessa maneira, um canal de distribuição ou praça pode ser entendido como uma rede organizada de órgãos e instituições que, em combinação, executam todas as funções necessárias para ligar os produtores aos usuários finais a fim de realizar a tarefa de marketing. A ferramenta praça, definida também como canal de distribuição, diz respeito ao caminho que o produto percorre desde sua produção até o consumo. O canal de distribuição, que também pode ser indicado como “ponto de venda”, precisa levar o produto certo ao lugar certo através dos canais de distribuição adequados, com uma cobertura que não deixe faltar produto em nenhum mercado importante, locando em fábricas, depósitos, distribuidores e dispondo ainda de um inventário de estoques para suprir as necessidades de consumo através de transporte convenientes (COBRA 1992). O ponto-de-venda, seja uma prateleira de supermercado ou um site, representa o verdadeiro centro do universo fabricação-venda varejista. Por isso, é 26 importante que tanto fabricantes como varejistas reconheçam o “poder da prateleira” e se disponham a explorar esse potencial – algo que só é possível por meio do esforço conjunto. (KAUFFELD e SAUER, 2008) A praça ou distribuição inclui as decisões estratégicas de tornar os produtos da empresa disponíveis para os consumidores, englobando o processo de armazenagem, transporte e centros de distribuição. Para Churchill e Peter (2003), essa é a estratégia para tornar um produto disponível ao cliente, o que pode influenciar, e onde os consumidores o encontrarão. Kotler (1999) ressalta que, cada fornecedor deve decidir como tornar suas mercadorias disponíveis ao mercado-alvo. As duas escolhas são vender os bens diretamente ou vendê-los por meio de intermediários. Existem basicamente dois tipos de distribuição, a direta, onde o fabricante vende diretamente para o consumidor, e a indireta, quando o fabricante se utiliza de intermediários para colocar o produto ao alcance de seus consumidores. Qualquer ação de marketing só tem resultado se o produto comercializado estiver acessível no local e tempo desejado. Cumprir esta tarefa é o papel da distribuição. Lima (2007) explica que a distribuição trata de fazer os produtos chegarem até os clientes com eficiência e eficácia e que para atender este objetivo é utilizado um canal de distribuição, que é o conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de tornar-se um produto ou serviço disponível para uso ou consumo. Quanto à localização do ponto-de-venda, salienta-se a importância da visibilidade oferecida em cada situação, sendo as esquinas os locais mais valorizados nesse aspecto, seguidas dos trechos de rua voltados para praça, largo ou final e começo de rua (UGAYA, 1993). Kotler e Armstrong (2007) definem praça como “um conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de oferecimento de um produto ou serviço para uso ou consumo de um consumidor final ou usuário empresarial”. Sendo assim, as decisões de praça refletem nos mais diversos aspectos que englobam o marketing, em decisões importantes que envolvem o preço e até mesmo a promoção do produto. 27 2.1.4 Promoção A promoção é a comunicação das informações entre quem vende algo e quem compra algo. A promoção não se limita a simplesmente informar o mercado acerca de um produto/serviço, o que se pretende é desenvolver uma comunicação a fim de levar o consumidor a realmente adquirir o produto, satisfazendo a sua necessidade e maximizando o lucro da empresa. Para Chaston (1992, p. 96) “os profissionais de marketing argumentarão, com frequência, que as promoções de vendas são um instrumento importante do mix promocional”. Para os autores McCarthy e Perreault (1997) a promoção é tida como “a comunicação da informação entre vendedor e comprador potencial ou outros do canal para influenciar atitudes e comportamento”. A promoção é definida como comunicação de marketing e engloba todas as formas como a empresa comunica-se com seus consumidores. Segundo Kotler (1998), o composto de marketing promoção é formado por quatro componentes: propaganda, promoção de vendas, publicidade e relações públicas, força de vendas e marketing direto. Esse aspecto engloba inúmeras ações de marketing como participações em feiras e eventos, distribuição de panfletos, mala direta, endereço eletrônico na internet, vendas pessoais diretas, confecção de cartazes, painéis, banners, promoções de brindes, etc. Na visão de McCarthy e Perreault (1997), promoção é a comunicação da informação entre vendedor e comprador potencial ou outros do canal para influenciar atitudes e comportamento. O principal trabalho da promoção é dizer aos consumidores-alvos que o produto certo esta disponível, no preço certo e no canal de distribuição certo. Las Casas (1992) defende que, promoção em sentido mais amplo significa a comunicação do lojista com seu referido mercado e ocorre através de várias técnicas, como a promoção de mercadorias, programas educacionais, prêmios e concursos, promoções institucionais, entre outras. De acordo com Kotler (2000) o quarto P, promoção comporta todas as ferramentas de comunicação que fazem chegar uma mensagem ao consumidor. Já Etzel; Walker; Stanton dizem que a promoção é o elemento do mix de marketing que objetiva exercer influência sobre as crenças ou comportamentos do consumidor, 28 informando, persuadindo e lembrando o mercado de um produto ou organização que o vende. Segundo Kotler (1998), promoção é o conjunto de ações que estarão incidindo sobre certo produto e/ou serviço, de forma a estimular a sua comercialização ou divulgação. Las Casas (2006) define como outra variável controlável do composto de marketing que recebe o significado de comunicação. Na visão de McCarthy e Perreault (1997), promoção é a comunicação da informação entre vendedor e comprador potencial ou outros do canal para influenciar atitudes e comportamento. Para Kotler e Armstrong (2007) o marketing moderno exige mais do que apenas desenvolver um bom produto, colocar um preço competitivo e à disposição dos clientes. As empresas também precisam se comunicar com os clientes existentes e potenciais, e aquilo que comunicam não deve ser deixado ao acaso, todos os seus esforços de comunicação devem ser combinados em um programa de comunicação de marketing consistente. A composição dos instrumentos de comunicação pode ser definida como as principais ferramentas de promoção, tais como: propaganda, promoção de vendas, relações públicas e/ou publicidade, força de vendas e marketing direto. Quadro 02: Exemplos de diversas ferramentas de promoção Publicidade Anúncio impresso Embalagem (parte externa) Encartes na embalagem Promoção de vendas Torneio, jogos Relações públicas Kits de imprensa Prêmios e brindes Feiras e congressos Força de vendas Apresentações de vendas Reuniões de vendas Amostras Marketing direto Catálogos Filmes Exposições Seminários e palestras Doações para obras assistenciais Patrocínios Folhetos e catálogos Display no ponto de venda Letreiros Demonstração Publicações E-mail Entretenimento Relações com a comunidade Identidade visual Listas de mala direta Correio de voz Feiras e congressos Programas de fidelidade Fonte: Adaptado de Kotler, 2009. Telemarketing Venda pela tv Fax 2.1.5 Preço Preço é o valor monetário aplicado ao produto, conforme a percepção de valor que o consumidor atribui a ele. Quanto maior o benefício percebido do produto 29 para a satisfação de sua necessidade, maior o preço que o consumidor estará disposto a pagar para ter acesso a ele. Churchill e Peter (2005) concebem o preço como “a quantidade de dinheiro, bens ou serviços que deve ser dada para se adquirir a propriedade ou uso de um produto”. O preço, de acordo com Blume e Ledermann (2009, p. 22), é um elemento muito complexo e extremamente sensível, pois afeta diretamente a receita e o lucro das empresas. É o montante de dinheiro ou outros recursos cobrados por um produto, com propósito de troca. É a soma de valores que os consumidores trocam pelo beneficio de possuírem ou usarem um produto. Lima (2007) diz que: o preço é uma das variáveis mais relevantes do marketing, significa a quantia em dinheiro a ser cobrada por um produto ou serviço, em geral, é a soma de todos os valores que os clientes trocam pelos benefícios de comprar o produto. E ainda tem impacto no nível de vendas, na margem de contribuição e na posição estratégica de um produto. “O preço é o único elemento do composto de marketing que produz receita; outros elementos geram custos. O preço é também um dos elementos mais flexíveis do composto de marketing por que pode ser rapidamente modificado, o que não ocorre com as características de um produto ou com os compromissos assumidos com os canais de distribuição” (KOTLER, 1998, p. 435) Em consequência disso, as empresas trabalham arduamente para elevar seus preços ao máximo que o nível de diferenciação permitir, ao mesmo tempo, a empresa deve considerar o impacto do preço sobre o volume de vendas, torna-se fundamental que a empresa saiba orientar seus preços de maneira coerente, uma vez que este elemento é fundamental para maximizar as receitas e alcançar os resultados almejados. Kotler (1998) lembra que a empresa deve estabelecer preço pela primeira vez quando desenvolve ou adquire um novo produto. Segundo Soares e Montingelli (2001) as decisões de fixação de preço deveriam satisfazer múltiplos objetivos, como apoiar a estratégia de marketing de um produto; realizar as metas financeiras da organização e ajustar-se as realidades do ambiente de mercado. Ressalta-se ainda que é através de um preço adequado que a empresa pode atingir seus propósitos. Segundo Las Casas (1992), o retorno do investimento em mercadorias é obtido através de uma política eficiente de preços. 30 Kotler e Armstrong (2004) estabelecem que antes de estipular um preço, a empresa deve definir sua estratégia para o produto, de modo que se ela escolheu cuidadosamente o seu mercado-alvo e o seu posicionamento, então sua estratégia para o mix de marketing, incluindo o preço, será de certa forma descomplicada. Historicamente, o preço tem sido o principal fator a afetar a escolha do comprador. Isso ainda é válido para as nações e os grupos mais pobres e para mercadorias genéricas (commodities). Contudo, fatores não ligados ao preço têm se tornado mais importantes para o comportamento de escolha do comprador nas últimas décadas. (KOTLER e ARMSTRONG, 2004) De acordo com Cobra (1997), a estratégia de marketing de qualquer empresa associa-se sempre ao preço. Um produto de baixa qualidade, baixo esforço promocional, deve ter sempre preço baixo. Um produto de alta qualidade, diferenciado, com um alto esforço promocional, justifica um preço alto. Conforme os autores Sparemberger e Zamberlan (2008) existem diversas estratégias de preço que são: • Estratégia premium – com um produto de alta qualidade, pode-se praticar um preço alto, visando atingir a faixa alta do mercado, a chamada faixa premium. • Estratégia de penetração – com um produto de alta qualidade, visa-se obter uma prática rápida de penetração de mercado, praticando-se um preço médio, isto é, um pouco abaixo do normal. • Estratégia de superbarganha – um produto de alta qualidade a um preço baixo só pode significar rápida introdução no mercado, à custa da concorrência e sobretudo oferecendo condições vantajosas ao distribuidor • Estratégia de preço alto – para uma qualidade média, um pre- ço alto pode significar uma tentativa de valorização do produto e rápida lucratividade. • Estratégia de qualidade média ou comum – a prática de um preço condizente com a qualidade objetiva uma parcela justa do mercado, nem mais, nem menos. • Estratégia de barganha – oferecer um produto de qualidade média a um preço baixo só pode significar uma barganha com distribuidores e consumidores. • Estratégia de “bater e correr” – nada mais é do que tirar uma vantagem inicial e sair rapidamente do mercado, pois um preço alto com qualidade baixa é uma ação predatória. • Estratégia de artigos de qualidade inferior – Um preço médio para um produto de baixa qualidade só pode estar associado a uma política de tirar uma 31 vantagem da imagem de marca. • Estratégia de preços baixos – a produtos de baixa qualidade corresponde a uma estratégia de preços baixos, para vender quantidade Para Levy e Weitz (2000), os clientes de hoje estão procurando um bom valor no que compram. Para algumas pessoas, um bom valor significa um preço baixo. Muitos diferentes tipos de consumidores tornaram-se muito mais sensíveis ao preço. Outros estão dispostos a pagar mais, contanto que acreditem que estão obtendo valor com seu dinheiro em termos de qualidade ou de serviço. A estratégia de preços é de importância para o mercado se posicionar. Os preços servem para competir com o concorrente e atrair novos clientes para dentro da loja. Na percepção de Christensen e Rocha (1999), o preço é um dos atributos usados pelo consumidor para avaliar a qualidade de produto. Segundo Cobra (1992) produto de baixa qualidade, baixo esforço promocional, deve ser sempre preço baixo, ao menos que a demanda esteja reprimida. Mas um produto de boa qualidade diferenciado, com alto esforço promocional, justifica o preço alto. Lima (2007) argumenta que o desafio das organizações é oferecer um pacote de benefícios tangíveis e intangíveis que seja atraente para o cliente a ao mesmo tempo definir um preço que permita o equilíbrio entre as necessidades do cliente, as alternativas concorrentes disponíveis e as metas de lucratividade da organização. No marketing varejista percebe-se uma tendência no estabelecimento de preços. A maioria dos comerciantes toma a postura de seguidores, ou seja, analisam os preços de seus concorrentes e a partir daí determinam os seus. Las Casas (1992) destaca que para vender ao consumidor é importante que haja flexibilidade de preços para acompanhar a variação do mercado de atuação. De acordo com Kotler e Armstrong (2003), o preço é uma ferramenta do composto de marketing que a empresa utiliza seus objetivos. Em sentido mais restrito, “o preço é o volume de dinheiro cobrado por um produto ou serviço”. Em um sentido mais amplo, o preço é a soma dos valores que os consumidores trocam pelo benefício de possuírem ou usarem um produto ou serviço. De acordo com Serrentino (2009), o valor que o consumidor atribui ao produto é a relação entre seu benefício percebido e o seu custo. Carneiro et al. (2006) aduz que o preço faz parte de um posicionamento maior da empresa definido por suas estratégias e pelo seu composto de marketing, portanto, as decisões sobre ele devem ser coerentes com as demais 32 decisões de marketing e com a orientação estratégica da empresa, permitindo assim que o preço contribua para o posicionamento desejado no mercado. O conhecimento e o bom emprego do composto de marketing permitem a adequação das estratégias, manutenção de um sistema de informação de marketing e um retorno ao mercado antes da concorrência. Á partir disso percebe-se a importância de cada vez mais o marketing fazer parte das organizações, pois, as constantes mudanças no mercado exigem uma resposta rápida por parte das empresas para, no mínimo, mantes suas posições competitivas. Figura 01: Os 4 P’s do composto de marketing 2.2 ESTÁGIOS DO MARKETING Cada vez mais o marketing vem mostrando sua relevância nos dias de hoje. Antigamente a única preocupação era em colocar o produto no mercado, e pensavase que assim o consumidor iria atrás. O comportamento do consumidor mudou e as empresas precisam se adaptar aos novos tempos. As pessoas se importam mais com as empresas que se importam com elas. As estratégias convencionais de marketing já não estão funcionando como antes. Para uma boa gestão da empresa é preciso conhecer os estágios do marketing e utilizar corretamente de suas técnicas estratégicas. De acordo com Kotler (2010) "Tem-se assistido ao longo dos anos a uma evolução do Marketing em 33 três fases: Marketing 1.0, Marketing 2.0 e Marketing 3.0. “Muitos profissionais de Marketing de hoje continuam praticando Marketing 1.0, alguns praticam o Marketing 2.0 e outros ainda estão entrando na terceira fase, o Marketing 3.0.” (Kotler,2010). Figura 02: As Fases do Marketing Fonte: Adaptado de Kotler (2010). 2.2.1 Marketing 1.0 O marketing 1.0 corresponde a era industrial, é centrado no produto, no qual o objetivo principal era vender o produto para um mercado de massa. Kotler (2010) descreve que o principal objetivo era padronizar e ganhar em escala, a fim de reduzir ao máximo os custos de produção, para que essas mercadorias pudessem ter um preço mais baixo e serem adquiridas por um número mais elevado de compradores. Um exemplo de marketing 1.0 foi o de Ford que disse em relação ao Ford modelo T: “O carro pode ser de qualquer cor, desde que seja preto”., A concorrência não era tão acirrada como hoje em dia, e o acesso à informações referentes aos produtos de mesma linha, com as mesmas características eram muito mais difíceis, portanto, facilitando a colocação do produto no mercado de uma forma positiva e sem muita concorrência. 34 2.2.2 Marketing 2.0 O consumidor inteligente sabe da sua importância e de seu poder de barganha, e por isto, satisfazer suas necessidades e estabelecer um relacionamento com ele duradouro é o intuito de toda organização no Marketing 2.0. O marketing 2.0 surgiu na atual era da informação, que é o marketing voltado para o consumidor e sua satisfação. Existe uma maior oferta de produtos e de acordo com Kotler (2010) a abordagem desse marketing pressupõe que os clientes sejam alvo passivo das campanhas de marketing. Ainda de acordo com Kotler (2010) “A tarefa do marketing já não é mais tão simples. Os consumidores de hoje são bem informados e podem facilmente comparar várias ofertas de produtos semelhantes. O valor do produto é definido pelo cliente. As preferências dos consumidores são muitíssimo variadas. O profissional de marketing precisa segmentar o mercado e desenvolver um produto superior para um mercado-alvo específico. Os consumidores estão em melhor situação porque suas necessidades e desejos estão sendo atendidos.” No Marketing 2.0 ainda os clientes escolhem o que querem, mas, de certa forma, eles são alvos passivos das campanhas de marketing e publicidade. Ainda não tem tanto discernimento das estratégias que estão sendo utilizadas que afetam sua escolha de compra. Já Cobra (1992) defende que é preciso descobrir o que o consumidor necessita e a partir daí orientar uma produção mais racionalizada, esse é o enfoque centrado no marketing para identificar as necessidades dos consumidores. Ao longo dos últimos 60 anos, o marketing deixou de ser apenas centrado no produto, evidenciando somente os aspectos tangíveis – o que é denominado Marketing 1.0 - e passou a ser centrado no consumidor e em suas satisfações também emocionais – o chamado Marketing 2.0. 2.2.3 Marketing 3.0 Houve uma mudança no perfil do consumidor que não é mais passivo, e tem preocupações sociais e ambientais, com isso estamos testemunhando o surgimento do marketing 3.0 que é voltado para os valores. Que tem como objetivo oferecer soluções para os problemas da sociedade e fazer do mundo um lugar melhor. 35 Hoje, vemos o marketing transformando-se mais uma vez, em resposta à nova dinâmica do meio. É a era onde o marketing requer atrair e extrair do consumidor o que ele quer. Quem dita as regras são os desejos e necessidades dos consumidores. Conforme Kotler (2010) vemos as empresas expandindo seu foco dos produtos para os consumidores, e para as questões humanas. Marketing 3.0 é a fase na qual as empresas mudam da abordagem centrada no consumidor para a abordagem centrada no ser humano, e na qual a lucratividade tem como contrapeso a responsabilidade corporativa. O Marketing 3.0, voltado para os valores e na transformação do mundo em um lugar melhor. É fundamental tratar o consumidor como “seres humanos plenos: com mente, coração e espírito.” Mais do que nunca, os valores precisam ser vivenciados, praticados por todos os profissionais da empresa e o mais importante que sejam percebidos, experimentados e valorizados pelos seus clientes. E para encantar e fidelizar clientes, é fundamental que seus produtos e serviços sejam melhores que os dos seus concorrentes, que tenham diferenciais competitivos verdadeiros e defensáveis e que realmente façam a diferença na vida dos clientes. As mudanças na esfera social estão acontecendo cada vez mais rápido e as empresas que praticam o Marketing 3.0 terão respostas mais rápidas para essas mudanças. O quadro abaixo dá um melhor entendimento a “Matriz baseada em Valores” proposta por Kotler, Kartajaya e Setiawan e que irá ajudar a colocar em prática as estratégias de Marketing 3.0 na empresa: Figura 03: Modelo de matriz baseada em valores Fonte: Adaptado de Kotler, 2010. 36 A ideia do Marketing 3.0 foi concebida originalmente na Ásia, em novembro de 2005, por um grupo de consultores da MarkPlus, empresa de serviços de marketing do Sudeste Asiático liderada por Hermawan Kartajaya. Depois de dois anos de cocriação, visando o aperfeiçoamento do conceito, Philip Kotler e Hermawan Kartajaya elaboraram uma versão inicial, lançando-a no 40o. aniversário da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN – Association of Southeast Asian Nations),em Jacarta. O Marketing 3.0 nasceu e ganhou forma no Oriente, aumentando a relevância com a ascensão do mundo digital. A era do Marketing 3.0 é aquela em que as práticas de marketing são muito influenciadas pelas mudanças no comportamento e nas atitudes do consumidor. Marketing 3.0 explicita o que as empresas precisam fazer para se destacar e ser valorizadas. O Marketing 3.0 se baseia na capacidade de os profissionais de marketing detectarem as ansiedades e os anseios humanos, profundamente enraizados na criatividade, cultura, tradição e meio ambiente e na qual a lucratividade tem como contrapeso a responsabilidade corporativa. Estamos testemunhando o surgimento do Marketing 3.0, é a era onde o marketing requer atrair e extrair do consumidor o que ele quer. Quem dita as regras são os desejos e necessidades dos consumidores. É a forma mais sofisticada da era centrada no consumidor, em que o consumidor demanda abordagens de marketing colaborativas, culturais e espirituais. (KOTLER, 2010, p. 22) Hoje, vemos o marketing transformando-se mais uma vez, em resposta à nova dinâmica do meio. Vemos as empresas expandindo seu foco dos produtos para os consumidores, e para as questões humanas. Marketing 3.0 é a fase na qual as empresas mudam da abordagem centrada no consumidor para a abordagem centrada no ser humano, e na qual a lucratividade tem como contrapeso a responsabilidade corporativa. (KOTLER, 2010, Introdução) Os consumidores estão não apenas buscando produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades, mas também buscando experiências e modelos de negócios que toquem seu lado espiritual. Proporcionar significado é a futura proposição de valor do marketing. O modelo de negócio baseado em valores é o que há de mais inovador no Marketing 3.0. (KOTLER, 2010). Kotler (2010), ainda afirma que as organizações não devem mais considerar o marketing apenas sinônimo de vendas e/ou de uma ferramenta 37 para gerar demanda. Devem ponderar agora, como a principal esperança de uma empresa para recuperar a confiança do consumidor. Igualmente, trabalhar corretamente o composto de marketing faz parte do entrelaçado para o sucesso das estratégias da empresa. A evolução para o Marketing 3.0 traz a importância de evoluir simplesmente da estratégia Do modelo clássico de posicionamento de mercado, para o conceito de “fazer a diferença” nas localidades em que a organização atua, criando práticas responsáveis que atinjam novos mercados e consumidores, contribuindo para a inclusão social e para o desenvolvimento sustentável das comunidades. O quadro 03 mostra com clareza a evolução do marketing: Quadro 03: A evolução do Marketing Análise A Evolução do Marketing Marketing 1.0: Marketing 2.0: Centrado no Voltado para o Produto Consumidor Marketing 3.0: Voltado para os Valores Objetivo Vender produtos Satisfazer e reter os consumidores Forças propulsoras Revolução Industrial Tecnologia da informação Como as empresas vêem o mercado Compradores de massa, com necessidades físicas Desenvolvimento Consumidor inteligente, dotado de coração e mente Ser humano pleno, com coração, mente e espírito Conceito de marketing Diretrizes de marketing da empresa de Proposição valor Interação com consumidores Fazer do mundo um lugar melhor Nova onda de tecnologia Diferenciação Valores de produto Especificação do produto Funcional Posicionamento do produto e da empresa Funcional e emocional Missão, visão e valores da empresa Funcional, emocional e espiritual Transação do tipo um- para-um Relacionamento umpara-um Colaboração um-paramuitos Fonte: Adaptado de Kotler (2010) Na primeira fase, o marketing era orientado pela transação, concentrava-se em como efetuar a venda. Na segunda fase, o marketing tornou-se orientado pelo relacionamento – como fazer o consumidor voltar e comprar mais. Na terceira fase, convida os consumidores a participar do desenvolvimento de produtos da empresa e de suas comunicações. O marketing colaborativo é o primeiro elemento básico do Marketing 3.0. As empresas que praticam o Marketing 3.0 querem mudar o mundo. Não conseguirão fazê-lo sozinhas. O Marketing 3.0 representa a colaboração de entidades de negócios que compartilham conjuntos semelhantes de valores e 38 desejos. (KOTLER, 2010, p. 12) Concluindo, o Marketing está evoluindo através dos processos e das formas de comunicação que estão se desenvolvendo, buscando se adaptar às novas tendências e aos novos desafios da sociedade que hoje tem muito mais consciência e muito mais informação sobre tudo e é preocupada com o seu futuro e seu bem estar. Fazer o Marketing é comunicar-se de uma forma diferente e eficiente, fazendo com que a marca permaneça na mente dos consumidores e a satisfação seja constante. 2.3 O MARKETING E AS ORGANIZAÇÕES Em pleno século XXI é impensável que ainda existam organizações que não utilizem o poder do marketing e os valiosos resultados que esta ferramenta gerencial pode trazer. Atualmente o marketing é considerado uma ferramenta importante para o planejamento desenvolvimento das do organizações, negócio de buscando forma sempre lucrativa e o crescimento promissora. e Muitos empreendedores se preocupam com as diversas áreas da empresa, mas esquecem de reservar parte de seus orçamentos para gerar novos negócios. Cuidar do marketing da empresa é muito importante para que tem visão a longo prazo. Para muitos gestores de empresa, o marketing não costuma ser considerado de grande importância para a organização e esse é um grande problema quando vivemos em um mundo globalizado e temos cada vez mais que lidar com concorrentes extremamente estratégicos no mercado. Uma organização que queira ter sucesso no mercado deve usar o marketing conquistando resultados qualitativos como a satisfação de seus clientes e resultados financeiros. O marketing é parte importante para gerenciar a comunicação interna da empresa, criar ações para melhorar a satisfação dos clientes e principalmente definir as ações para gerar novas vendas. Kotler (2000) afirma que “As Organizações trabalham sistematicamente para construir uma imagem sólida e positiva na mente de seu público.” Através de inúmeros empreendimentos nacionais e internacionais, o mercado brasileiro vem se tornando cada dia mais competitivo, e as organizações devem estar preparadas para competir com a concorrência, destacando-se diante dos demais. E é aí que o marketing entra e ele está por toda parte e afeta 39 profundamente nossas vidas diariamente. O sucesso de todas as áreas de uma organização está diretamente ligado ao sucesso do departamento de marketing da empresa. O sucesso financeiro de uma empresa está diretamente ligado ao sucesso do departamento de marketing da organização. Qualquer outro área da empresa (logística, financeiro, operações...), não terá sentido, caso a empresa não tenha demanda, ou que entre em mercados com estratégias erradas de posicionamento, com preço incompatível, em local errado, e de maneira inconsistente. É através do marketing que a empresa vai encontrar o mercado em que terá sucesso na sua atuação. De acordo com Kotler (2000) “A principal meta da orientação de marketing é auxiliar organizações a atingir seus objetivos. [...] Empresas privadas não devem puramente objetivar lucros, mas alcançar lucros como consequência da criação de valor superior para o cliente. Uma empresa ganha dinheiro ao satisfazer as necessidades dos clientes melhor do que a concorrência o faz.” 2.4 MARKETING DE VAREJO E SERVIÇOS Hoje a prática do marketing de varejo e serviços se concentra em observar e captar informações e movimentos do mercado e, a partir disto, formular a proposta que mais lhe renda vantagens dentro de todos os seus objetivos e propósitos do negócio. De acordo com Bateson e Hoffman (2001) serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte à outra. Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, o desempenho é essencialmente intangível e normalmente não resulta em propriedade de nenhum dos fatores de produção. O serviço é uma única atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível, que normalmente, mas não necessariamente, acontece durante as interações entre clientes e empregados de serviço ou recursos físicos ou bens ou sistemas de fornecedor de serviços que é fornecida como solução aos problemas dos clientes. (GRONROOS, 1993, p.36) Ainda para o mesmo autor estamos em uma sociedade de serviços ou em uma “economia de serviços”, isto quer dizer que “estamos em uma sociedade onde sua economia é caracterizada pelo fato do setor de serviços gerarem um maior 40 número de empregos e ter uma participação maior no Produto Interno Bruto (PIB) em relação aos outros setores da economia”. “Á medida que as economias evoluem, uma proporção cada vez maior de suas atividades se concentra na produção de serviços [...]. Muitas ofertas ao mercado consistem em um mix variável de bens e serviços.” (KOTLER, 2000, p. 25) Ao elaborar planos de marketing, a empresa deve examinar as características principais dos serviços e do varejo partindo da importância desses setores para as organizações e da crescente que eles vem tendo no cenário econômico atual. O varejo é uma das atividades mais antigas que a sociedade conhece, pois desde os primórdios da humanidade os varejistas desempenham papel importante na distribuição de mercadorias. O ser humano há muito tempo, negocia mercadorias, desde os tempos primitivos, até chegar às formas de comercialização modernas, com a utilização de dinheiro. O varejo engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente aos consumidores finais. O varejo é o tipo de empresa ou negócio que tem como uma das principais características estar relacionado diretamente ao cotidiano das pessoas. Podemos conceituar varejo a partir do que Kotler (2000, p. 540) que nos propõe: “o varejo inclui todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente aos consumidores finais, para uso pessoal e não-comercial”. Uma varejista ou uma loja de varejo é todo empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo. O varejo é um dos segmentos mais competitivos, inovadores, dinâmicos e fragmentados do mundo dos negócios. Constitui-se em um calidoscópio de desafios envolvendo comportamento do consumidor, produtos, serviços, mídias, tendências, pessoas, estilo de vida, preços, tecnologia e lucros. A principal função do varejo é a prestação de serviço ao consumidor, pois leva produtos e serviços ao alcance dele e adiciona-lhes valor (Doin & Sillas, 2007). Podemos considerar que o varejo tem a responsabilidade de comprar uma variedade de produtos para colocar à mão dos consumidores, na forma de mercadorias ou serviços. Las Casas (2004, p. 17) cita uma definição de varejo onde considera o varejo como “uma unidade de negócio que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros distribuidores e vende diretamente a consumidores finais e eventualmente aos outros consumidores”. 41 Segundo Las Casas (2004), as principias funções do varejo são as seguintes: vendas: promover o produto junto a clientes atuais e potenciais; compras: comprar uma variedade de produtos de um ou vários vendedores, usualmente para a venda; seleção: fazer sortimento de produtos, geralmente inter-relacionados, para os clientes; financiamento: oferecer crédito aos clientes, além de buscar providenciar recursos para os vendedores financiarem seus negócios; armazenamento: estocar o produto, guardando suas condições de consumo ideais distribuição: comprar as mercadorias em quantidades e fracioná-las para consumo por parte dos consumidores; controle de qualidade: avaliar os produtos e oferecer sugestões de melhoria; transportes: é o ato de levar o produto do fabricante para o consumidor; informações de Marketing: auxiliar os fabricantes na obtenção de informações sobre potencial de mercado, tendências etc; riscos: absorver parte dos riscos dos negócios seja pela guarda das mercadorias, seja pela possibilidade de os produtos tornaremse obsoletos. O setor varejista tem procurado encontrar mecanismos para superar barreiras e solucionar qualquer problema com respostas criativas. O varejo, por suas próprias características, possui a vantagem de estar permanentemente próxima ao consumidor o que possibilita mais agilidade na detecção de tendências e na percepção de toda e qualquer mudança no perfil do consumidor, razão pela qual pode promover mudanças quase que simultâneas às necessidades percebidas. Levy e Weitz (2000, p. 26) definem varejista como um “negociante que vende produtos e serviços de uso pessoal e familiar aos consumidores”, sendo o “último negociante de um canal de distribuição que liga fabricantes a consumidores”. Os varejistas são os responsáveis pelo atendimento aos consumidores e devem colocar os produtos e serviços ao alcance deles, para melhor satisfazê-los. Já a definição de serviço é satisfazer as necessidades e gostos dos clientes. Os clientes são críticos com respeito ao serviço que se oferece, porque não só desejam um bom serviço, esperam ser atendidos com prontidão e da melhor forma. Uma das principais características dos serviços é que são realizações intangíveis, ou seja, não se pode tocá-los e, para prová-los, somente após seu consumo. De acordo com Kotler (1998) “Qualquer atividade ou benefício que uma parte possa oferecer a uma outra, que seja essencialmente intangível e que não 42 resulte propriedade de alguma coisa. Sua produção pode ou não estar ligada a um produto físico.” Para Lovelock e Wright (2000), serviços são difíceis de definir devido à sua grande diversidade. Mas, essencialmente, são atos ou desempenhos que criam benefícios para os clientes ao provocar uma mudança desejada ou no destinatário ou em seu favor. Para Grönroos (2003), a maioria das definições de serviços que se apresentam são ultrapassadas e enganadoras, porque negligenciam os serviços ocultos na indústria e agricultura e, ainda, veem serviços como um setor da economia, não como uma perspectiva de como criar uma vantagem competitiva. Ainda, segundo o autor, “clientes não compram bens ou serviços, compram os benefícios que os bens e os serviços lhes proporcionam. Compram ofertas consistindo em bens, serviços, informações, atenção pessoal e outros componentes. Tais ofertas lhes prestam serviços e é esse serviço na oferta percebido pelos clientes que cria valor para eles” Como afirmam Lovelock e Wright (2000), as organizações de serviço variam de tamanho podendo ser grandes corporações internacionais como as bancárias, as de transportes e de telecomunicações como também as locais, possuídas e operadas pelo cliente, e as empresas de serviços para outras empresas, como copiadoras, dentistas e agências de empregos temporários. Independente da perspectiva que se empregue para definir serviços, o importante é reconhecer seu crescente papel na economia mundial. Uma das principais tendências no mundo dos negócios nos últimos anos é o crescimento sensacional dos serviços. A prestação de serviços inclui não apenas pessoas que trabalham em empresas de serviços, mas abrange também pessoas que prestam serviços dentro das indústrias, como advogados, equipes médicas e instrutores de vendas. 2.5 COMPETITIVIDADE Diante das constantes mudanças que afetam as organizações, torna-se indispensável avaliar o desempenho das empresas em relação às forças competitivas do mercado, observando o processo de gestão, seus concorrentes e a maneira competitiva no setor em que se atua. Ser competitivo é ter qualidade nos 43 produtos e/ou serviços, e bons preços. O aumento da competitividade empresarial vem representando uma forte pressão em todos os tipos de organização, fazendo com que os paradigmas clássicos de concorrência sejam remodelados, onde as empresas que possuem competências distintivas sejam diferenciadas no mercado. Vista como um desafio ao comportamento organizacional, a competitividade pode ser encarada tanto como causa quanto como efeito de uma dinâmica que proporciona crescimento e desenvolvimento das organizações. De acordo com Coutinho e Ferraz (1994), o sucesso competitivo de uma organização depende da avaliação do ambiente e do conhecimento de seus adversários. Na visão de Azevedo (2000) a competitividade pode ser entendida como a capacidade de uma empresa crescer e sobreviver de modo sustentável, sendo, portanto, a característica de um agente (a empresa). Para Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1995), competitividade é definida como a capacidade do gestor empresarial em formular e implementar estratégias que proporcionem à empresa o aumento ou a manutenção, de maneira duradoura, de uma posição sustentável no mercado. A partir disso observamos que é necessário observar quais são as prioridades competitivas que circundam sobre as diversas áreas da organização e que levam a organização a atingir patamares superiores, criando e implementando estratégias que remetam desta forma a busca constante de práticas que gerem vantagem competitiva à organização. Para Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1996), a competitividade vista como eficiência é definida pela habilidade da organização em fabricar produtos melhores que os de seu concorrente, de acordo com os limites impostos por sua capacitação tecnológica, gerencial, financeira e comercial. Ou seja, pela capacidade da empresa de converter nas relações insumos-produtos com o máximo de rendimento e ao menor custo. As prioridades ou vantagens competitivas podem ser definidas como sendo um conjunto consistente de características de desempenho que a empresa terá, e através da qual contribuirá para um aumento da competitividade da organização (CASTRO et al 2008). As empresas buscam criar meios para manter sua competitividade, de maneira a permitir a sustentação de o maior retorno possível sobre o investimento 44 realizado, o que pode ser feito de duas formas: aumentando o desempenho da oferta ou reduzindo o custo para o consumidor. Slack (1997) define cinco fatores que contribuem para a vantagem competitiva das organizações: Confiabilidade, que significa produzir e entregar bens e/ou serviços, em tempo hábil e nos prazos prometidos, comunicar as datas com clareza ao cliente, fazer a entrega pontualmente; Custo, que significa a capacidade de produzir bens e serviços, a custos mais baixos do que os concorrentes conseguem administrar; Flexibilidade, que significa ser capaz de atender a mudanças de produtos ou serviços, prazos de entregas, volumes de produção, ampliação ou redução da variedade de produtos ou serviços, aptidão a mudanças quando for necessário e com rapidez suficiente; Qualidade, que significa fazer as coisas certas, entregar bens ou serviços conforme as especificações ou necessidades dos clientes, fazer produtos que realmente os clientes desejam sem cometer erros e de boa qualidade; Velocidade, que significa o tempo que o cliente deve esperar desde a emissão do pedido até o recebimento efetivo do produto. De acordo com o autor, ao alcançar esses cinco objetivos, a organização consegue patamares superiores de competitividade no mercado. De acordo com Coutinho e Ferraz (1994) a competitividade deve ser entendida com a capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado. O sucesso competitivo passa, assim, a depender da criação e da renovação das vantagens competitivas por parte das empresas, como por exemplo, preço mais baixo, melhor qualidade, maior habilidade de servir a clientela. Para avaliar a capacidade de formular e implementar estratégias, é fundamental identificar os fatores relevantes para o sucesso competitivo. O sucesso da empresa depende da gestão de três grupos de fatores: internos á empresa, estruturais e sistêmicos. Os fatores internos à empresa - são aqueles que estão sob a sua esfera de decisão e através dos quais procura se distinguir de seus competidores. Nos fatores internos á empresa os autores avaliam as estratégias de gestão, inovação, produção, a qualidade e a produtividade dos recursos humanos adotadas pelas empresas para manter e/ou ampliar vantagens competitivas que as diferenciam de seus concorrentes. Pode-se citar também a capacitação tecnológica e produtiva; 45 o conhecimento do mercado; a qualidade e a amplitude de serviços pós-venda; as relações privilegiadas com usuários e fornecedores. Os fatores estruturais mesmo não sendo inteiramente controlados pela firma estão parcialmente sob sua área de influência e caracterizam ambiente competitivo. No nível estrutural os autores avaliam as especificidades dos mercados consumidores, os requisitos impostos aos produtos, a configuração da indústria (grau de concentração, sistema fiscal-tributário, práticas de importação e exportação. Fazem parte deste grupo: As características dos mercados consumidores- demanda e oferta; oportunidade de acesso a mercados internacionais, as formas e os custos de comercialização predominantes; a configuração da empresa em que atua; tais como grau de concentração, escalas de operação, atributos dos insumos; a concorrência; no que tange as regras que definem condutas e estruturas empresariais em suas relações com consumidores, meio ambiente e competidores; tecnologia de produto e; barreiras alfandegárias. Os fatores sistêmicos da competitividade - são aqueles que afetam as características do ambiente competitivo. Na dimensão dos fatores sistêmicos são analisados elementos como: aspectos macroeconômicos (taxa de câmbio, oferta de crédito e taxa de juros); políticos e institucionais, regras que definem o uso do poder de compra do Estado e esquemas de apoio ao risco tecnológico), regulatórios, como as políticas de proteção á propriedade industrial, infra-estruturais (disponibilidade, qualidade e custo de energia, transportes, telecomunicações e serviços tecnológicos), sociais, como a situação da qualificação da mão-de-obra, referentes á dimensão regional, como os aspectos relativos a distribuição espacial da produção e internacionais (tendências do comércio mundial, fluxos internacionais de capital, de investimento de risco e de tecnologia e políticas de comércio exterior) . Neste caso, a empresa é mera observadora do cenário para avaliar e adequar o posicionamento estratégico para ações futuras. 46 Quadro 04: Fatores determinantes da competitividade brasileira Fonte: Adaptado de Coutinho e Ferraz (1994). 47 3 METODOLOGIA Gil (1999) conceitua “método como caminho para se chegar a determinado fim” Nesse sentido, a metodologia corresponde a como se pretende atingir os objetivos. Nesta seção apresentam-se os processos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa. Descrevendo a classificação da pesquisa, universo amostral, coleta de dados e a análise dos dados. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA A pesquisa foi realizada nas lojas de eletrodomésticos localizadas na cidade de Santa Rosa Rio Grande do Sul. O estudo está estruturado em duas partes, uma de caráter exploratório e outra de tipo descritivo. Na etapa exploratória buscou-se gerar informações com a finalidade de fornecer conhecimentos mais aprofundados sobre o tema pesquisado. Foi empregado na construção do referencial teórico o uso de livros, artigos e estudos relacionados às técnicas de marketing, caracterizando assim a pesquisa bibliográfica. A pesquisa exploratória tem por objetivo prover o pesquisador de maior conhecimento do tema ou problema de pesquisa em perspectiva (Vergara, 2001). De acordo com Sampieri et al. (1991), os estudos exploratórios são feitos, normalmente, quando o objetivo da pesquisa é examinar um tema ou problema de investigação pouco estudado ou que não tenha sido abordado antes. Conforme Gil (2002) a pesquisa exploratória tem como objetivo aprimorar as ideias ou descobertas em determinada área que há pouco conhecimento. Para Gil (2002) a pesquisa exploratória tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições, envolvendo, na maioria dos casos, levantamentos bibliográficos, entrevista com pessoas relacionadas ao tema pesquisado e análises de exemplos para facilitar a compreensão do assunto. Na pesquisa descritiva foram coletados dados primários, por meio do método de survey. Foram aplicados questionários para a coleta de dados. Malhotra (2001) diz que, utiliza-se de um questionário estruturado proposto a uma amostra de uma população e destinado a obter informações específicas dos entrevistados, com perguntas sobre seu comportamento, intenções, 48 atitudes, percepções, características demográficas e estilo de vida. Quanto à pesquisa descritiva, Vergara (2000) explica que expõe características de determinada população ou fenômeno, estabelecendo correlações entre variáveis e a definição de sua natureza. 3.2 COLETA DE DADOS Segundo Vergara (2000), no plano de coleta de dados deve ser informado como se pretende obter os dados da pesquisa para que os mesmos respondam ao problema, correlacionando os objetivos aos meios para obter o resultado esperado, justificando a adequação de um e outro. A pesquisa foi realizada com empresários do setor de eletrodomésticos do município de Santa Rosa. Os dados foram coletados por meio de: Pesquisa bibliográfica em livros, revistas especializadas com temas relacionados ao assunto. Pesquisa documental, em órgãos públicos ou privados que ofereceram materiais como ofícios, relatórios, memorandos, etc; Inclusive registros estatísticos que foram buscados na Prefeitura Municipal, localizados na cidade de Santa Rosa, ou outros documentos não publicados. Pesquisa de campo, através de uma entrevista com questionários semiestruturados que foram aplicados aos empresários individualmente, em datas que foram marcadas de acordo com a agenda dos mesmos. De acordo com Vergara (2000) o questionário é uma série de perguntas apresentadas ao respondente por escrito, podendo ser ele aberto, pouco ou não estruturado, fechado ou, ainda, estruturado; e a entrevista, ainda nos entendimentos de Vergara (2000), é um procedimento onde são feitas perguntas a alguém que oralmente irá responder. Para o presente estudo foi escolhido ser realizado o questionário aberto, em forma de entrevista, onde as respostas dadas pelos respondentes serão livres, sem nenhuma opção de escolha ou alternativa. Antes de ser realizada a entrevista, foi explicada a relevância da pesquisa, bem como a importância da participação da entrevistada, garantindo extrema segurança em suas respectivas respostas. A pesquisa que foi aplicada tem como escopo compreender as técnicas de marketing utilizadas pelas lojas de eletrodomésticos, bem como se a 49 utilização ou não das mesmas está atrelada à competitividade destas empresas, levando em consideração os fatores internos á empresa, fatores estruturais e fatores sistêmicos. As questões abordadas no questionário foram elaboradas reunindo os 4 Ps (produto, preço, praça, promoção), e também a evolução do marketing (1.0, 2.0, 3.0). 3.3 UNIVERSO AMOSTRAL Já com relação à população, a pesquisa envolveu os gestores das lojas, de ambos os sexos e, que se disponibilizaram a responder a pesquisa. A população é definida como a totalidade de indivíduos com as mesmas características definidos para um estudo (RUDIO, 2001). Para Mattar (1996), população é definida como sendo o agregado de todos os casos que se enquadram num conjunto de especificações previamente estabelecidas. Para Vergara (2000), a população é o conjunto de elementos que possuem as características que serão objetos do estudo, e a amostra é a parte do universo (população) que será escolhido segundo algum critério de representatividade. A amostragem, considerada não-probabilística por julgamento, foi constituída por 06 lojas de eletrodomésticos. De acordo com Oliveira (2002), este tipo de amostra possibilita ao pesquisador extrair um elemento do universo que achar conveniente de forma aleatória e não- especificada. Como afirmam Sousa (2005), o pesquisador escolhe em função das questões de interesse do estudo e também das condições de acesso e permanência no campo e disponibilidade de sujeitos. Quanto a amostragem por julgamento, esta é comum em pesquisas não-probabilísticas, pois, a amostra é feita com base no julgamento do pesquisador, ou seja, este escolhe a amostra de acordo com critérios pessoais e de seu interesse (MALHOTRA, 2001). O questionário, que encontra-se em anexo, foi estruturado com o emprego da escala intervalar tipo Likert, com 5 categorias de resposta (Discordo Totalmente “DT”, Discordo “D”, Não Discordo / Não Concordo “ND/NC”, Concordo “C”, Concordo Totalmente”). E, apresenta 82 questões divididas em seis sessões, incluindo a caracterização do entrevistado, na qual empregou-se a escala nominal de múltipla escolha com resposta única. Para Rea e Parker (2000) a elaboração do questionário é elemento essencial à pesquisa, mas 50 apesar disso nenhum questionário pode ser considerado ideal e quase todos apresentam vantagens e falhas, cabendo utilizar sua experiência e critério profissional na construção deste instrumento. As entrevistas ocorreram entre os dias 21 de Agosto a 01 de Setembro do ano de 2015, na cidade da Santa Rosa. O questionário foi impresso e deixado em mãos aos gestores. 3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Nesta etapa explica-se como os dados coletados foram tratados, justificando, assim, por que tal tratamento é adequado aos objetivos do presente relatório. De acordo com Vergara (2000), os objetivos são alcançados com a coleta, o tratamento e a interpretação dos dados estabelecendo uma correlação entre os objetivos e as formas de atingi-los. O autor também define, duas formas pelas quais o estudo pode ser tratado, sendo elas: quantitativa, quando são utilizados procedimentos estatísticos, e qualitativa quando os dados são apresentados de forma mais estruturada e analisados. Para Gil (1999); a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos (Gil, 1999, p. 168). Para Gil (2002), a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos. No presente relatório, os dados coletados receberam inicialmente um tratamento quantitativo, através de gráficos, que se referem ao perfil socioeconômico dos gestores das lojas, inserindo os resultados em gráficos com análises de questões como: grau de escolaridade, idade, renda e tempo que atua na função. Após, foi realizado um tratamento qualitativo nas questões pertinentes sobre técnicas do marketing utilizadas no segmento de eletrodomésticos, onde foram analisadas questões sobre produtos, preço, promoção, canal de distribuição e sobre 51 a área gerencial. Após as análises, os dados foram apresentados, contendo comentários explicativos destes, por parte do autor, buscando estabelecer uma relação com os estudos teóricos realizados sobre o tema. Os dados foram coletados através das pesquisas bibliográficas e também dos questionários que foram aplicados nas entrevistas. Após a realização das entrevistas, os dados foram transcritos e todas as informações coletadas no decorrer do estudo foram utilizadas para fazer a análise do conteúdo das respostas para atender aos objetivos do estudo, para realizar a análise, os dados foram divididos de acordo com o tema relacionado, em seguida receberam uma análise qualitativa seguidas de fundamentações teóricas que comprovam a informação divulgada. 52 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo é apresentado o perfil socioeconômico dos gestores entrevistados bem como os resultados das pesquisas qualitativas realizadas, que abrangem questões pertinentes sobre técnicas do marketing utilizadas no segmento de eletrodomésticos, onde foram analisadas questões sobre produtos, preço, promoção, canal de distribuição e sobre a área gerencial. 4.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS GESTORES ENTREVISTADOS Os dados obtidos para a caracterização da amostra levaram em conta as variáveis: sexo, faixa etária, escolaridade, renda e tempo de atuação da função de gestor da loja de eletrodomésticos. A amostra analisada foi composta por um total de 06 questionários válidos, sendo 100% de lojas matriz. Gráfico 01: Gênero Gênero Feminino Masculino 17% 83% Fonte: dados da pesquisa, 2015 Levando em conta a variável gênero, percebe-se um predomínio de respondentes do sexo masculino (83%), diferença significativa em relação ao sexo feminino (17%). 53 Gráfico 02: Faixa etária Faixa Etária Menos de 20 anos De 21 a 40 anos De 41 anos a 60 anos 17% 17% 66% Fonte: dados da pesquisa, 2015 A maior parte da amostra pesquisada é composta por indivíduos com idade de 21 a 40 anos (66%), seguido de pessoas de 41 a 60 anos de idade (17%) e menos de 20 anos (17%). Gráfico 03: Escolaridade Escolaridade 2° grau completo 3° grau completo 17% 83% Fonte: dados da pesquisa, 2015 No que se refere ao grau de escolaridade, pode-se constatar um elevado percentual de gestores que possuem o 3° grau completo (83%) e 17% com o 2° grau completo. 54 Gráfico 04: Renda Renda R$ 1.001,00 a R$ 3.000,00 R$ 3.001,00 a R$ 5.000,00 Superior a R$ 5.001,00 17% 17% 66% Fonte: dados da pesquisa, 2015. Considerando a amostra coletada, verifica-se que a renda de 66% deste público encontra-se na faixa de R$1.000,00 a R$3.000,00 mensais. Com 17% está a faixa de R$3.001,00 a R$5.000,00 e a faixa superior a R$5.001,00 17%. Gráfico 05: Tempo que atua na função Tempo que atua na função 5 a 7 anos e 11 meses 8 a 11 anos e 11 meses Mais de 12 anos 17% 33% 50% Fonte: dados da pesquisa, 2015. A metade dos gestores entrevistados está atuando a 8 a 11 anos e 11 meses nesta função (50%), 33% da amostra de 5 a 7 anos e 11 meses e, 17% a mais de 12 anos na função. Ainda constatou-se que os gestores entrevistados são 100% das lojas de eletrodomésticos filiais. 55 4.2 UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE MARKETING Esta pesquisa serviu de subsídio para conhecer e compreender de que maneira as lojas de eletrodomésticos aplicam o mix de marketing, considerando os aspectos relacionados ao produto, ao preço, a promoção e a praça. Conhecer e entender como estas empresas trabalham o marketing é de suma importância para compreender a razão ou não do sucesso das mesmas. 4.2.1 Produto Churchill e Peter (2000 p.20) informam, que “o elemento produto referese ao que os profissionais de marketing oferecem ao cliente”. De modo geral, a aplicação do “P” produto pelas lojas de eletrodomésticos é percebida de forma satisfatória (tabela 1). Kotler (1998) afirma que precisamente um produto é projetado para servir aos usuários e proporcionar resultados evidentes e identificáveis. Todavia, o sucesso de um produto no mercado está geralmente relacionado não aos seus atributos tangíveis, mas à percepção do seu valor pelos consumidores. Dentre o grau de discordância as empresas em estudo apresentaram um alto índice de carência no que diz respeito à necessidade de assistência técnica dos produtos (67%). A assistência técnica é um serviço de apoio ao consumidor muito importante, pois, ao comprar um produto que posteriormente dê algum tipo de defeito, o consumidor espera uma solução e ajuda personalizada por parte dos fabricantes. Cabe destacar também que não há deficiência na realização de pesquisas de opinião (100%). A pesquisa de opinião é um recurso estratégico para a empresa, pois, a partir da realização das mesmas é possível conhecer melhor o seu público e o que ele pensa sobre a empresa. A partir de levantamento de dados acerca da opinião, é possível redirecionar as ações estratégicas dos setores, apontando caminhos mais inovadores. Destaca-se também que o gestor está sempre presente nas decisões referente à definição dos produtos a serem comercializados (100%). Referente ao público-alvo, 100% dos entrevistados possuem clareza de seu público, e ainda 100% utilizam de um cadastro de clientes onde procuram 56 identificar seus desejos e suas necessidades. Desta forma, 100% das lojas possuem um relacionamento estreito com seus clientes a fim de melhorar seus produtos. A pesquisa mostrou que 100% da amostra oferecem produtos diversificados a seus clientes. E, se acontecer do cliente procurar pelo produto e não encontrar na loja, 83% responderam que procuram imediatamente colocá-lo no ponto de venda. Kotler (2000) afirma que “Qualidade é a totalidade dos atributos e características de um produto ou serviço que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou implícitas.” Assim, quanto à qualidade 100% das empresas afirmaram que a loja disponibiliza produtos de qualidade a seus clientes. Caso haja necessidade de troca ou devolução, 67% das lojas afirmaram que existe esta alternativa. No que tange a marca, 100% dos gestores disseram que a marca tem influência sobre as vendas e a totalidade colocaram que existe variedade de marcas por item comercializado. A marca é um nome, um sinal ou um símbolo com o propósito para identificação do produto (ZYLBERSZTAJN E NEVES, 2000). Os produtos de lançamento recebem tratamento especial seja de preço e ou promoção (67%). Os vendedores conhecem as especificações técnicas dos produtos (83%) e orientam o cliente sobre o uso correto para com os mesmos (83%). As lojas de eletrodomésticos pesquisadas praticam o pós venda (83%), contudo procuram saber a satisfação do cliente com a compra realizada. O pós- venda é um ciclo de relacionamento com os clientes. Um dos objetivos do pós venda é a fidelização de clientes. É preciso certificar-se de que os clientes estejam satisfeitos com a mercadoria que compraram. 57 Tabela 01: Produto PRODUTO DT D ND/ NC C CT 2- Diversificação 83% 17% 3-Produtos de qualidade 50% 50% 33% 50% 5- Variedade de marcas 83% 17% 6-Variedade 83% 17% 4- Consulta ao cliente 7- Assistência técnica 17% 67% 33% 8- Lançamento 33% 67% 9-Acompanhamento pós-venda 17% 83% 10-Uso correto 17% 83% 11- Especificações 17% 66% 17% 12- Clareza do público-alvo 67% 33% 13- Cadastro de clientes 67% 33% 14- Pesquisas de opinião 83% 17% 15-Participação do gerente 100% 16- Disposição do produto 17% 17- Troca ou devolução 33% 18- Relacionamento com o cliente Fonte: Dados da pesquisa, 2015. 66% 17% 67% 100% Diante dos principais componentes do produto, afirma-se que o produto é o elemento principal a ser oferecido e que venha satisfazer ou atender as necessidades e desejos dos consumidores. “Podemos dizer que a empresa fornece qualidade sempre que seu produto ou serviço atende às expectativas dos clientes ou as excede. Uma empresa que satisfaz a maioria das necessidades de seus clientes durante a maior parte do tempo é denominada empresa de qualidade.” (KOTLER, 2000, p.79) O produto estando em nível exigido pelo mercado contém todos os predicados e condições que o cliente espera e aceita como sendo um produto que supera as expectativas do comprador. 4.2.2 Preço Segundo Kotler e Armstrong (2003), o preço é a quantia em dinheiro que se cobra por um produto ou serviço. É a soma de todos os valores que os consumidores trocam pelos benefícios de obter ou utilizar um produto ou serviço. 58 As aplicações do “P” preço pelas empresas estudadas também se apresentam de forma satisfatória (tabela 2). Existe parceria com os fornecedores para a fixação de preços, sendo esta prática utilizada por todos os entrevistados, destaca-se que os preços dos produtos são definidos nas compras da matriz, também com base na concorrência e, uniformes para matriz e filial. Assim, 93% responderam que os preços funcionam como um atrativo no mercado e compatíveis com a concorrência. Uma das estratégias de preços mais utilizadas pelas lojas de eletrodomésticos é o de penetração. Na visão de Kotler (1998) esta estratégia serve para promover o aceleramento da empresa, é usada de forma intencional num patamar mais baixo do possível para estimular o mercado. As empresas também utilizam o preço psicológico (50%) usando em bens de compra comparada. Kotler (1998) afirma que os vendedores devem considerar os aspectos psicológicos do preço e não apenas seus aspectos econômicos. Ainda ressalta que o preço de imagem é especialmente eficaz com produtos sensíveis ao ego dos consumidores. É praticado com ênfase maior pelas lojas de eletrodomésticos o premium price praticando-o diferenciados (100%). quando se trata de produtos altamente De acordo com Sparemberger e Zanberlan (2008), a estratégia premium pode ser usada com um produto de alta qualidade, pode-se praticar um preço alto, visando atingir a faixa alta do mercado, a chamada faixa premium. O tipo de preço com menor ênfase é o price leader (83%) que diz respeito ao preço mais baixo do mercado. Praticando o price leader as empresas buscam retorno financeiro na venda de quantidades elevadas (KOTLER, 1998). De forma unânime, as lojas praticam descontos promocionais mensalmente. Oferecendo assim também diversas formas de pagamento a seus clientes e, ainda o cliente é consultado em relação a satisfação com os preços praticados (83%). A busca da satisfação dos consumidores, é importante para que as organizações alcancem seus objetivos de crescimento e lucratividade. Pois um cliente satisfeito voltará a comprar na loja. 59 Tabela 02: Preço PREÇO DT D ND/ NC C CT 19- Preços e a concorrência 33% 67% 20-Descontos promocionais 50% 50% 21- Preços uniformes 83% 17% 22-Definição dos preços 23-Preços já são definidos com base na concorrência 83% 17% 83% 17% 24-Formas de pagamento 50% 50% 25-Preços praticados 83% 17% 26-Consulta ao cliente 17% 27- Parceria com os fornecedores 28- Preço mínimo e preço máximo 83% 100% 33% 29- Preço de penetração 50% 17% 83% 17% 17% 30- Preço psicológico 50% 33% 31-Price leader 17% 83% 32- Premium price 67% 33% Fonte: Dados da pesquisa, 2015 Observando-se os resultados da tabela 2 constatou-se que para as organizações o preço é um fator fundamental no marketing, pois ajuda o consumidor na escolha do produto e estabelece a participação ativa da empresa no mercado. No momento em que é decidida a política de preço, a organização deve ter muita prudência, porque indiretamente ela estará fazendo uma prévia de seus lucros e do retorno desejado sobre os investimentos, a sustentação e a aplicação de sua participação no mercado e a posição de seus produtos em relação à concorrência. 4.2.3 Promoção Para Etzel, Walker e Stanton (1997), a promoção, sob qualquer forma, tem como objetivo exercer influência. Mais especificamente, a promoção é o elemento, no mix de marketing de uma empresa, que serve para informar, persuadir e lembrar o mercado que uma organização vende um produto, tendo em vista influenciar os sentimentos, crenças ou comportamento do público. É bastante aceitável também as aplicações do “P” promoção (tabela 03). Todas as empresas pesquisadas praticam técnicas de promoções na loja de eletrodoméstico e, estas técnicas são utilizadas mensalmente. As técnicas 60 usadas seguem tendências do atual mercado. As técnicas de promoção utilizadas pelas lojas pode ser propaganda, promoção de vendas, publicidade, relações públicas, venda pessoal. Para Dias (2003), a propaganda é a comunicação impessoal de uma mensagem dirigida ao público-alvo do produto, paga por um patrocinador identificado, veiculada em meios de comunicação de massa, por exemplo a televisão, que visa criar imagem e estimular a aquisição do produto. Nestas empresas 100% da propaganda concentra-se na divulgação e criação de imagem para produtos e ou marcas. Las Casas (1997) diz que os clientes satisfeitos constituem-se no principal aspecto de consideração do setor de relações públicas. Formam a base se qualquer empresa, principalmente aquelas orientadas para o marketing e que valorizam esta condição. Os resultados mostraram que a totalidade das empresas pesquisadas possuem assessoria de imprensa e ou de relações públicas, também as lojas utilizam do suporte de uma agência de propaganda. Através da imprensa é divulgado informações sobre atividades e produtos (100%). Quando tratamos da divulgação de um produto, estamos falando de comunicação. A comunicação é a forma como o empreendedor irá informar ao mercado sobre seu produto. É preciso aproveitar a oportunidade dos pontos de contatos com seu cliente para transmitir a mensagem adequada a ele. Diagnosticou-se que a venda pessoal para estas empresas é muito eficaz para gerar a satisfação nos clientes, ainda estas empresas usam-na para buscar informações sobre seus clientes. Para divulgar as iniciativas da loja, 100% das empresas da amostra responderam que se utilizam de catálogos, sites, palestras e ou patrocínio em eventos e, para acelerar as vendas de um produto novo 83% das empresas afirmaram que efetuam ações promocionais. Dentre os tipos de propaganda mais utilizados destaca-se: comunicação no ponto de venda por meio de folhetos, cartazes e pôsteres (100%); propaganda promocional visando comunicar a promoção de vendas para o público-alvo do produto (100%); Segundo Dias (2003), a promoção de vendas é a oferta de incentivos imediatos, de curto prazo, como brindes e descontos, por um patrocinador identificado, para estimular a experimentação, aquisição ou repetição 61 de compra do produto. Além da utilização de merchandising (83%); propaganda institucional promovendo o nome, a imagem e as iniciativas da empresa (83%); marketing direto chegando aos clientes por meio de correios, contato telefônico e ou internet (100%) e propaganda de categoria procurando fazer uma associação com fabricantes visando estimular a demanda de uma categoria de produto (83%). Estas ações contribuem para informar e persuadir os consumidores visando um aumento nas vendas Tabela 03: Promoção PROMOÇÃO DT D ND/ NC C CT 33- Técnicas de promoção 50% 50% 34-Utilização das téc. de promoção 83% 17% 35- Técnicas de promoção 100% 36- Assessoria de imprensa 67% 33% 37-Divulgação de informações 83% 17% 38- Divulgação das iniciativas 33% 67% 39- Venda pessoal 83% 17% 40-Utilização da venda pessoal 67% 33% 41- Agência de propaganda 83% 17% 42- Propaganda da empresa 83% 17% 43- Lançamento de produto 17% 50% 33% 44- Propaganda institucional 17% 67% 17% 45- Propaganda promocional 100% 46-Propaganda de categoria 17% 83% 47- Merchandising 17% 83% 48- Comunicação no ponto-de-venda 67% 33% 49-Marketing direto 50% 50% Fonte: Dados da pesquisa, 2015 Para a utilização da promoção é necessário que as empresas criem seus objetivos, selecionem ferramentas, desenvolvam programas, realizam pré-teste – implementando, controlando e avaliando os resultados. Assim é possível diagnosticar o grau de aceitação e participação de determinados produtos no mercado. 4.2.4 Praça Através do sistema de distribuição o marketing proporciona utilidade de lugar e tempo. O fabricante elege os distribuidores de tal modo que possam vender seus produtos nos locais certos e também no tempo certo (LAS CASAS, 62 1997). Das empresas estudadas conforme o tabela 04, constatou-se que 33% possuem o transporte próprio. As lojas de modo geral, recebem produtos semanalmente (83%). Referente à entrega dos produtos a domicílio, 83% das lojas oferece este serviço. A maioria dos estabelecimentos em estudo não trabalha somente com pedidos (67%). Sendo assim 100% destes negociam exclusivamente com fabricantes e outros 100% negociam também com atacadistas e distribuidores. O fato de negociar com fabricantes pode resultar em preços mais baixos para os consumidores. Tabela 04: Praça CANAL DE DISTRIBUIÇÃO DT 50- Transporte próprio 17% D ND/ NC 50% C CT 33% 51- Negocia com atacadistas 83% 17% 52-Negocia com fabricantes 83% 17% 53- Trabalha com estoque 83% 17% 54-Trabalha com pedidos 33% 55- Serviço de entrega a domicílio 56- Recebimento de produtos 67% 17% 67% 17% 17% Fonte: Dados da pesquisa, 2015 67% 17% Gráfico 06: Média do Índice de Concordância das Aplicações do Composto de Marketing nas Lojas de Eletrodomésticos Média do índice de Concordância das Aplicações do Composto de Marketing nas Lojas de Eletrodomésticos 96 91,26 85,23 80,85 Produto Preço Promoção Praça Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Com a análise do gráfico sobre a média do índice de concordância das aplicações do composto de marketing nas lojas de eletrodomésticos, onde foram levados em consideração os elementos do composto de marketing (produto, 63 promoção, preço e praça) que conforme Boone e Kurtz (2009) esses elementos tem como objetivo atender às necessidades e desejos de um mercado específico. Podese perceber através dos resultados que eles estão sendo aplicados de maneira satisfatória pelos gestores das empresas, Observa-se que existe conformidade entre as aplicações do composto o que mostra o marketing se faz presente de forma ativa, tanto em estratégias relacionadas á promoção (96%) quanto á produto (85,23%), preço (91,26%) e praça (80,85%). 4.3 ESTÁGIOS DO MARKETING O Marketing está evoluindo muito ao longo dos anos. As estratégias tradicionais já não estão funcionando como antes. O comportamento do consumidor mudou e as empresas precisam se adaptar a esse novo cenário em que o marketing está inserido. Para diagnosticarmos em qual estágio do marketing as lojas de eletrodomésticos em estudo encontram-se, as empresas foram questionadas no aspecto metodologia seguida pela organização. Quando questionadas as lojas de eletrodomésticos responderam da seguinte forma (gráfico 07): Gráfico 07: O estágio do marketing nas lojas de eletrodomésticos O estágio do marketing nas lojas de eletrodomésticos 80% 66% 60% 40% 20% 17% 17% Marketing 1.0 Marketing 2.0 0% Marketing 3.0 Fonte: dados da pesquisa, 2015. Os resultados da pesquisa apontaram que 17% das lojas de eletrodomésticos trabalham de forma centralizada no produto (marketing 1.0), onde o objetivo era simplesmente vender produtos. 64 Outros 17% são lojas voltadas exclusivamente no consumidor (marketing 2.0), fase que tem por objetivo satisfazer e reter consumidores. Surgiu na atual era da informação. Com consumidores mais bem informados, o valor do produto é definido pelo cliente. Os profissionais de marketing tem de chegar ao coração e mente do consumidor. A abordagem centrada no consumidor pressupõe implicitamente que os clientes sejam alvo passivo das campanhas de marketing. Já 66% das lojas estão voltadas para os valores, para o ser humano e seus sentimentos (marketing 3.0). Isto representa alto índice de desenvolvimento e que estas empresas estão praticando técnicas de marketing. Estamos testemunhando o surgimento da era voltada para os valores/ ser humano/ sentimentos, onde o objetivo é fazer do mundo um lugar melhor. Em vez de tratar as pessoas simplesmente como consumidoras, os profissionais de marketing estão tratando-as como seres humanos plenos: com mente, coração e espírito. As empresas estão colaborando com os consumidores, ajudando a melhorar o mundo deles. Estão chegando ao coração do consumidor, considerando suas emoções e preocupações. Figura 04: Comparação entre os Marketing 1.0, 2.0 e 3.0 Fonte: Adaptado de Kotler (2010) 4.4 NÍVEL DE COMPETITIVIDADE Na visão de Azevedo (2000) a competitividade pode ser entendida como a capacidade de uma empresa crescer e sobreviver de modo sustentável, sendo, portanto, a característica de um agente (a empresa). Dentre os fatores determinantes de competitividade, destacam-se os 65 fatores internos á empresa, fatores estruturais e os fatores sistêmicos da empresa. Relatando sobre o nível de competitividade nos fatores internos á empresa (tabela 05), percebeu-se o alto índice de concordância nos aspectos qualidade dos produtos oferecidos (100%) e que estas lojas dispõem de funcionários treinados, qualificados e comprometidos (100%). Em relação ao atributo marca, 100% afirmaram que existe variedade de marcas por item comercializado e, pode-se verificar que se o produto procurado não esta disponível, sendo que 83% das lojas procuram disponibilizá-lo o mais breve possível. Quando foi questionado sobre o público-alvo, a totalidade da amostra disse que tem clareza de quem é o seu público. Na pesquisa, diagnosticou-se que 83% realizam alguma ação pós venda com seus clientes. Dentre as organizações, 100% destas utilizam de cadastro de clientes para identificar seus desejos e suas necessidades. O atributo pós-venda é de suma importância para aumentar o nível de competitividade destas empresas, tornando-se um grande diferencial na fidelização dos clientes. Zylbersztajn e Neves (2000) destacam que serviços e garantias servem para saber o que o consumidor deseja, dando maior credibilidade na venda do produto. E ainda considerando fatores internos á empresa, 100% realizam pesquisas de opinião para avaliar o índice de satisfação em relação aos produtos comercializados. Tabela 05: Nível de competitividade- Fatores internos ás empresas NÍVEL DE COMPETITIVIDADE – Fatores internos às empresas DT D ND/ NC C CT 3- Produtos de qualidade 50% 50% 6- Variedade de marcas 83% 17% 9- Acompanhamento pós-venda 17% 83% 12- Clareza do público-alvo 67% 33% 13- Cadastro de clientes 67% 33% 14- Pesquisas de opinião 83% 17% 16- Disposição do produto 17% 66% 17% 64- Funcionários treinados 83% 17% Fonte: dados da pesquisa Os fatores estruturais estão voltados às características de mercado (tabela 06), às configurações do setor e à concorrência basicamente. Desta forma, 100% das lojas asseguraram que os preços de seus produtos são definidos com base na concorrência e também de forma unânime 100% destas 66 proferiram que estes preços são totalmente compatíveis com a concorrência propriamente dita. Os preços funcionam como um atrativo para os clientes (100%) e, estes clientes são consultados quanto a sua satisfação (83%). É estabelecido parceria com os fornecedores na fixação dos preços dos produtos (100%). Ressalta-se três atributos que merecem atenção. O primeiro relaciona-se ao fato que 100% destas lojas garantem que utilizam técnicas de promoção que seguem as tendências atuais. O segundo que 100% das empresas em questão usam de técnicas para conhecer as ações de marketing que seus concorrentes estão utilizando e, o terceiro atributo relevante é que todas as lojas realizam estudos mercadológicos a fim de definir seu público-alvo. A mercadologia sugere a análise da gestão comercial das empresas. A sua intenção é atrair seu público alvo e posicionar um produto ou uma marca na mente dos consumidores. Tabela 06: Nível de competitividade- Fatores estruturais das empresas NÍVEL DE COMPETITIVIDADE – Fatores estruturais das empresas DT D ND/ NC C CT 19-Preços e a concorrência 33% 67% 22-Definição dos preços com base na concorrência 83% 17% 25-Preços praticados 83% 17% 26-Consulta ao cliente 17% 83% 27-Parceria com os fornecedores 100% 35-Técnicas de promoção 100% 58-Marketing dos concorrentes 83% 17% 72-Definição do público-alvo 100% Fonte: dados da pesquisa Os fatores sistêmicos da competitividade são aqueles que afetam as características do ambiente competitivo (tabela 07). De modo geral os aspectos abordados apresentam-se de forma satisfatória. Por unanimidade, as lojas garantiram que o marketing desempenha um papel essencial dentro da organização. Desta forma, todas as empresas entrevistadas realizam um planejamento de marketing e, 83% possuem planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo. Conforme o autor Maximiano (2006), planejamento estratégico seria o processo de elaboração da estratégia, na qual se definiria a relação entre a organização e o ambiente interno e externo, bem como os objetivos organizacionais, com a definição de estratégias alternativas. Ressalta-se que ao definir o plano estratégico, 100% das lojas estudadas passam por uma análise 67 de cenário, considerando o macro ambiente (política, variáveis tecnológicas, políticas institucionais). Assim, todos os gestores entrevistados asseguraram que possuem consciência de que lugar ocupam no mercado atual. A totalidade das lojas de eletrodomésticos localiza-se numa área com grande circulação de pessoa. Constatou-se com a análise dos dados da pesquisa que 83% possuem loja virtual. O comércio evoluiu muito nos últimos anos e grande parte disso se deve ao surgimento do e-commerce, que rompeu barreiras territoriais e tornou os negócios mais acessíveis e globalizados . As lojas de eletrodomésticos praticam ações relacionadas a sustentabilidade (83%). A sustentabilidade empresarial é um conjunto de ações que uma empresa toma, visando o respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da sociedade é de extrema importância, pois tem a capacidade de mudar de forma positiva a imagem de uma empresa junto aos consumidores. A equipe de marketing destas empresas realizam cursos anualmente específicos da área (100%). Um aspecto que chamou a atenção é que em 100% das lojas possuem um departamento ou divisão de pesquisa de mercado e, assim realizam pesquisas para descobrir as intenções de compra do cliente. Os gestores devem realizar semestralmente uma pesquisa de satisfação dos clientes, visto que este apresentou certa carência no resultado da pesquisa (67% de concordância). Para comprovar que estas empresas são competitivas, 100% garantiram que seu faturamento vem crescendo nos últimos anos. 68 Tabela 07: Nível de competitividade- Fatores sistêmicos da competitividade NÍVEL DE COMPETITIVIDADE – Fatores sistêmicos da competitividade DT D ND/ NC C CT 37-Divulgação de informações 83% 17% 38- Divulgação das iniciativas 33% 67% 41- Agência de propaganda 83% 17% 43- Lançamento de produto 17% 50% 33% 57- Planejamento de marketing 83% 17% 59- Papel do marketing na empresa 17% 83% 61- Cursos de aperfeiçoamento 65- Localização da empresa 83% 17% 67% 33% 66-Pesquisa de satisfação 33% 67% 67- Ações de sustentabilidade 68- Planejamento estratégico 17% 50% 33% 17% 50% 33% 69-Definição do plano estratégico 67% 33% 70-Lugar que ocupa no mercado 67% 33% 71-Dpto. de pesquisa de mercado 83% 17% 73- Pesquisa intenção de compra 67% 33% 74- Faturamento 50% 50% 75- Loja virtual 17% Fonte: dados da pesquisa 17% 67% Considerando os três níveis de competitividade avaliados, as lojas estão trabalhando de forma competitiva. Nos fatores internos á empresa destaca-se o fator da variedade dos produtos, qualidade das marcas, funcionários qualificados e bem treinados e cadastro de clientes. Segundo Kotler (1998), marca é: “Nome, termo, signo ou símbolo, ou uma combinação destes que tem a função de identificar os bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los dos concorrentes” Por isso a qualidade da marca é de essencial importância para alavancar as vendas e se destacar diante aos concorrentes .O treinamento de funcionários nas organizações serve para aliar gestores e colaboradores aos procedimentos da empresa, ao mesmo tempo em que desenvolve suas habilidades, o funcionário que passa por um treinamento está apto a exercer com mais qualidade as atividades diárias. Quanto aos fatores estruturais avaliados a parceria com fornecedores e os aspectos relacionados às técnicas de promoção apresentaram-se com grande relevância. Além de ter um público-alvo bem definido. É importante identificar e definir o público-alvo da empresa é pra ele que deve-se direcionar com precisão as ações de marketing, evitando assim as perdas de tempo e recurso onde não há chance de resultados satisfatórios. 69 Na avaliação dos fatores sistêmicos diagnosticou-se a falta de pesquisas de satisfação dos clientes, poderia haver uma melhora nesse quesito, pois a pesquisa é importante para saber se o cliente está satisfeito com a compra que realizou. Além de as pesquisas realizadas dentro do mercado em que está inserido o negócio revelam informações preciosas para a elaboração de um excelente plano estratégico de ações. Como pontos positivos, os resultados mostram que as empresas pesquisa das trabalham com o planejamento de marketing de acordo com o composto de marketing. O planejamento é um elemento importante para a gestão das organizações, pois define as principais ações que devem ser tomadas, um planejamento de marketing adequado pode ajudar a alavancar a otimização do seu negócio e direcioná-lo para o caminho do sucesso de forma a melhorar a competitividade. As lojas pesquisadas de forma unânime afirmaram que o marketing é essencial. De acordo com Casas (2007, p.15) “Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduo e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que estas relações causam no bem- estar da sociedade”. É a partir do bom uso do marketing que ocorrem as vendas, investimentos, geração de demanda e consequentemente o faturamento das lojas pesquisadas vem crescendo nos últimos anos. As empresas estudadas ainda foram questionadas quanto à inovação. Para Christensen (1999), inovação é a mudança nas tecnologias para transformar mão-de-obra, capital, materiais e informação em produtos e serviços de grande valor agregado. Onde 17% das lojas responderam que a inovação é baseada no modelo de negócio e 83% no método de gestão. 70 Gráfico 08: Nível de competitividade de acordo com o índice de concordância das Lojas de Eletrodomésticos Nível de competitividade de acordo com o índice de concordância das Lojas de Eletrodomésticos 97,87 95,75 95,06 Fatores Internos Fatores Estruturais Fatores Sistêmicos Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Foi feita também uma análise do nível de competitividade de acordo com o índice de concordância das lojas de eletrodomésticos, levando em consideração os fatores internos á empresa, fatores estruturais e fatores sistêmicos. Percebe-se que os fatores da competitividade estão sendo aplicados de forma muito satisfatória pelas empresas, com alto índice de concordância, fatores internos á empresa com 96,75%, fatores estruturais com 97,87% e fatores sistêmicos com 95,06%. De acordo com os percentuais, os elementos relacionados aos fatores estruturais apresentam percentual mais elevado, esse fato pode estar relacionado com a parceria das lojas com os fornecedores, técnicas de promoção bem aplicadas e público-alvo bem definido. Coutinho e Ferraz (1994) afirmam que a competitividade deve ser entendida como a capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado. O sucesso competitivo passa, assim, a depender da criação e da renovação das vantagens competitivas. O desempenho competitivo de uma empresa, é condicionado por um conjunto de fatores que de acordo com a análise do gráfico estão sendo utilizados de maneira satisfatória, a competitividade foi introduzida nas lojas e está ocorrendo um desenvolvimento competitivo com a formulação de estratégias para crescimento no mercado. 71 CONCLUSÃO O marketing tem papel fundamental na orientação das empresas, é de muita importância que as empresas utilizem das ferramentas de marketing, fornecendo assim uma visão correta do mercado e consequentemente fornecendo dados para investimentos em produtos que são pedidos pelos consumidores e que possam vislumbrar maiores lucros, competir com qualidade, menor preço e menor prazo de entrega, proporcionando a aplicação de estratégias para que o produto obtenha reconhecimento por parte do consumidor. Quanto à aplicação do composto de marketing pode-se verificar que as lojas de eletrodomésticos possuem visão de que o marketing está em conexão a um conjunto de atributos como produto, preço, definição de preço, escolha dos melhores pontos de distribuição, divulgação, analisar a concorrência e, desta forma é de suma importância conhecer essas e outras variáveis de maneira a dar base na direção dos negócios. Referente ao “P” produto, as empresas estudadas conhecem o seu público-alvo, de modo geral, a aplicação do “P” produto pelas lojas de eletrodomésticos é percebida de forma satisfatória. A pesquisa mostrou que a totalidade da amostra oferecem produtos diversificados e de qualidade a seus clientes, existe variedade de marcas por item comercializado. A pesquisa também mostrou que as lojas de eletrodomésticos pesquisadas praticam o pós venda e possuem cadastro de clientes, oferecem produtos diversificados e de qualidade e dispõem de vendedores qualificados da mesma forma que é dada ênfase para os produtos que são lançamentos. As aplicações do “P” preço pelas empresas estudadas também se apresentam de forma satisfatória. Destaca-se que existe parceria com os fornecedores para a fixação de preços, os preços dos produtos são definidos nas compras da matriz, com base também na concorrência e, uniformes para matriz e filial. É praticado com ênfase maior o premium price praticando-o quando se trata de produtos altamente diferenciados e também de forma unânime as lojas praticam descontos promocionais mensalmente. É bastante aceitável também as aplicações do “P” promoção. Todas as empresas pesquisadas praticam técnicas de promoções na loja de 72 eletrodomésticos e, estas técnicas são utilizadas mensalmente. As técnicas usadas seguem tendências do atual mercado. As empresas pesquisadas possuem assessoria de imprensa e ou de relações públicas, também as lojas utilizam do suporte de uma agência de propaganda. Através da imprensa é divulgado informações sobre atividades e produtos. Diagnosticou-se que a venda pessoal para estas empresas é muito eficaz para gerar a satisfação nos clientes. Alusivo ao “P” praça, as empresas estudadas se apresentam de forma satisfatória. As lojas recebem produtos semanalmente. Referente à entrega dos produtos a domicílio, a maior parte das lojas oferece este serviço. Sendo assim, de forma unânime as lojas negociam e com atacadistas e distribuidores. Avaliando o estágio do marketing nas lojas de eletrodomésticos em questão, a grande maioria esta estabelecida no marketing 3.0 correspondente as empresas já focadas no ser humano, seus valores e sentimentos. Kotler (2010), afirma que é sim possível uma empresa centrada no ser humano ser lucrativa. Ressalta que o crescimento das redes sociais torna mais viável e mais fácil de as pessoas conversarem sobre empresas, produtos e marcas existentes em termos do desempenho funcional e também social. A nova geração de consumidores está levando em consideração à breve a transição dos limites antes seguros no marketing 1.0 e 2.0 para a nova era do marketing 3.0. A análise dos níveis de competitividade a partir de seus fatores internos, estruturais e sistêmicos permitiu a percepção de que as lojas estão trabalhando de forma competitiva no mercado. Porter (1993), afirma que a competitividade se origina de atividades básicas praticadas pela empresa. Assim, essa é resultante dos produtos, dos preços, da logística, da gestão, do marketing, da infra-estrutura, da tecnologia e das compras. A partir dos resultados obtidos nesse estudo, entende-se que os objetivos do presente estudo foram cumpridos, pois pode-se fazer uma ligação entre os objetivos estipulados, a fundamentação teórica utilizada e os resultados obtidos através das entrevistas realizadas, sendo de extrema importância para o conhecimento da acadêmica, que pode aprofundar seus conhecimentos na área de marketing. Pode-se concluir também que as empresas estudadas conhecem e usam satisfatoriamente as técnicas de marketing. A aplicação do composto de marketing explica o motivo de estas empresas serem ativamente competitivas no mercado, pois, marketing bem aplicado é sinônimo de competitividade. Cabe 73 destacar neste caso ainda que, os gestores conhecem o negócio, facilitando assim a elaboração do planejamento do negócio e a formulação das estratégias. 74 REFERÊNCIAS BERKOWITZ, Eric N. et al. Marketing. São Paulo: LCT, 2002. BATESON, John E. G; HOFFMAN, K. Douglas. Marketing de serviços. 4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. BOONE, Louis E; KURTZ, David L. Marketing contemporâneo. 12. ed. Rio de Janeiro: Cengage Learning, 2009. 776 p. BLUME, Marcelo, LEDERMANN, Martin. Gestão de produtos e marcas. Ijuí: Ed. Unijui, 2009. CAPPELLARI, Gabriela. Análise do Marketing e do nível de Competitividade das Empresas de Eletrodomésticos da Região Fronteira Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul: Um Estudo Exploratório. Pós Graduação Lato Senso em Marketing, Unijuí, 2014. CARNEIRO, J. M. T. et al. Formação e administração de preços. 2 Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. CASAS, A. L. L., Marketing, Conceitos exercícios casos. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2006, 324p. CASAS, A. L. L., Marketing de serviços. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2007, 257p. CASTRO, M. de; SANTOS, F. C. A.; SILVA, E. M. da. A relação entre prioridades competitivas e indicadores de desempenho: survey em empresas moveleiras. SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO, LOGÍSTICA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS. São Paulo: 2008. COBRA, Marcos. Administração de Marketing. 2ª Edição. São Paulo: Atlas, 1992. COBRA, Marcos. Marketing básico, 4 ed. São Paulo: Atlas, 1997. COUTINHO, L.G.; FERRAZ, J.C. (coord.). Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira. Editora da Universidade Estadual de Campinas – Campinas, SP: Papirus, 1994. CHASTON, Ian. Excelência em Marketing: como gerenciar o processo de marketing buscando um melhor desempenho organizacional. São Paulo: Makron Books, 1992. CHRISTENSEN, Carl.: ROCHA, Angela de. Marketing: Teoria e Prática no Brasil. 2ª Edição. São Paulo: Atlas, 1999. CHURCHILL Jr., Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing criando valor para o cliente. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 75 DIAS, Sergio R. et al. Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. DOIN, E., SILLAS, E. P. (2007). Marketing no varejo (pp. 183). Curitiba: Ibpex. ETZEL, M.J.; WALKER, B.J.; STANTON,W.J. Marketing. São Paulo: Makron Books, 2001. FERRAZ, João C; KUPFER, Devid; HAGUENAUER, Lia. Made In Brasil: desafios competitivos para a indústria. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997/1996. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Editora Atlas S.A, 4ª Edição, 2002. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 1999. GRÖNROOS, Christian. Marketing, Gerenciamento e Serviços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. GRÖNROOS, Christian. Marketing: gerenciamento e serviços: a competição por serviços na hora da verdade. Rio de Janeiro: Campus, 1993. INAFUCO, J. K. Produtos. In: MORGADO, M. G.; GONÇALVES, M. N. (org). Varejo: Administração de empresas comerciais. São Paulo: Editora SENAC, 1997. KAUFFELD, R.; SAUER, J. Sócios no Ponto-de-Venda. HSM Management. São Paulo: Savana, nov/dez. 2008. KOTLER, P. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Ediouro, 2009. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 9 ed. São Paulo: Prentice Hall do Brasil, 2004. KOTLER; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing: a bíblia do marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2006. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2003. KOTLER, P. Armstrong.G. Princípios de Marketing. 7.ed.Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1998. KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1998. 76 KOTLER, P. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. 14. ed. São Paulo: Futura, 1999. KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI. 6. ed. São Paulo: Futura, 2000 KOTLER, Philip, ARMSTRONG, Gary, Princípios de marketing. 9. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. KOTLER, Philip, ARMSTRONG, Gary, Princípios de marketing. 7 Ed. Rio de Janeiro: Pretince Hall, 1999 KOTLER, P. Administração de Marketing. São Paulo: 10. ed. 2004. KOTLER, P. Marketing 3.0: As forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. / tradução Ana Beatriz Rodrigues. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 – 3ª reimpressão. LAS CASAS, A. L., Administração de Marketing: conceitos, planejamento e aplicações á realidade brasileira, São Paulo: Atlas, 2008. LAS CASAS, A. L. Plano de Marketing para Micro e Pequena Empresa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2006. LAS CASAS, A. L. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 7 ed. 2. reimpr. São Paulo: Atlas, 2006. LAS CASAS, A. L. Marketing. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2004. 318p. LAS CASAS, A. L. Marketing de varejo. São Paulo: Atlas, 1992. LEVITT, T. A imaginação de marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990. LIMA, Miguel. Gestão de Marketing. 8 ed, revista atualizada. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007. LOVELOCK, Christopher, WRIGHT, Lauren. Serviços: marketing e gestão. São Paulo: Saraiva, 2000. MADRUGA, R. et. al. Administração de marketing no mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: FGV, 2004. MALHOTRA, N. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 3. Ed.Porto Alegre: Bookman, 2001. MATTAR, Fauze N. Pesquisa de Marketing. Ed. Compacta. São Paulo: Atlas, 1996. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2006. 77 MCCARTHY, E. Jerome; PERREAULT, William D. Marketing Essencial: uma abordagem gerencial e global. São Paulo: Atlas, 1997. OLIVEIRA, Silvio Luiz. Tratado de Metodologia Científica. São Paulo: pioneira Thomson Learning, 2002. PETER, J. P. JR, G. A. C., Marketing, Criando valor para os clientes. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2000. 626 p. PORTER, Michael Eugene. A vantagem competitiva das nações. Campus. Rio de Janeiro,1993. REA, Louis M.; PARKER, Richard A. Metodologia da Pesquisa: do planejamento à execução. São Paulo: Pioneira, 2000. ROCHA, A. CHRISTENSEN, C., Marketing, Teoria e prática no Brasil. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1999. 284p. RUDIO, Franz Victor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. SPAREMBERGER, A., ZAMBERLAN, L. (2008). Marketing estratégico. (Unijuí Ed., pp. 212). Coleção educação à distância, série livro-texto. Ijuí, RS. SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, P. B. Metodología de La investigación. México: McGraw-Hill, 1991. SLACK, Nigel et. al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997. SERRENTINO, A. et al. Mercado & consumo: O presente e o futuro no varejo volume 2. 1. ed. São Paulo: GS&M, 2009. SOARES, Carlos Alberto Silveira Netto. MONTINGELLI, Jr. Marketing: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001. SOUSA, Rossana Guerra de. Gestão de processos em serviços: estudo de dimensões de análise para mensuração de desempenho em MPE’s. Dissertação de mestrado. João Pessoa, 2005. TOLEDO, G. L. Relações Públicas e Marketing: um conceito tridimensional. ANAIS do 18º EM-ANPAD, Encontro Nacional da Associação Nacional de Programas de Pós- Graduação em Administração. Curitiba, 1994. UGAYA, E. Como Montar sua Loja: Guia Prático. São Paulo: Makron Books, 1993. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3ª edição. São Paulo: Editora Atlas S.A, 2000. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos administração. São Paulo: Atlas, 2001. e relatórios de pesquisa em 78 WESTWOOD, J. O Plano de Marketing. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1996. APÊNDICE: 79 UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RS. DEAD DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÓS GRADUAÇÃO LATU SENSU EM MARKETING Pesquisadora: Karin Riedner Orientador: Professor Ariosto Sparemberger Pesquisa sobre as aplicações das técnicas de marketing no segmento de Eletrodomésticos na cidade de Santa Rosa –RS. Um estudo exploratório. Público-Alvo: Gestores das Lojas de Eletrodomésticos. Confidencialidade: os dados desta pesquisa são confidenciais e serão processados de forma agregada de modo a não identificar nenhuma empresa individualmente. Instruções: O questionário é composto com perguntas fechadas, então assinale a resposta de acordo com a realidade da empresa. Favor avaliar a sua concordância ou discordância m relação a cada uma das questões abaixo, assinalando com um “x” na resposta desejada. Para a avaliação de cada questão, segue legenda: DT-Discordo Totalmente D- Discordo ND / NC – Não discordo, Não concordo C – Concordo CT – Concordo Totalmente 1 – A loja é: a-( )Matriz b-( )Filial PRODUTO 2- A loja proporciona uma diversificação de produtos adequada para seus clientes. DT D ND / NC C CT DT D ND / NC C CT 3- A loja oferece produtos de qualidade para seus clientes. 4- Na definição de que produtos serão oferecidos, o cliente é consultado. 5- A marca dos produtos tem influência sobre as vendas. 6- Existe variedade de marcas por cada item comercializado na loja. 7- Após a venda, muitos produtos retornam a loja com necessidade de assistência técnica. 8- Os produtos de lançamento recebem tratamento especial (preço, promoção). 9- Existe acompanhamento pós-venda. A empresa procura saber a satisfação do cliente com a compra realizada. 10- Os vendedores orientam os clientes sobre o uso correto de produto. 11- Os vendedores conhecem as especificações técnicas dos produtos. 12- A loja tem clareza do seu público-alvo. 13- A empresa possui um cadastro de clientes e procura saber suas necessidades e desejos. 14- Tentamos, por meio de pesquisas de opinião avaliar nossos produtos, a fim de atualizá-los para que não percam valor. 15 - O gerente participa das decisões em relação a definição das linhas e marcas de produtos a serem comercializadas na loja. 16 - Quando o produto procurado pelo cliente não está disponível imediatamente na loja, procura-se colocá-lo. 17 – Quanto ao produto, existe a possibilidade de troca ou devolução do mesmo por parte do cliente. 18 - A empresa mantém um relacionamento estreito com o cliente com a finalidade de melhorar seus produtos. PREÇO 19 - Os preços praticados são compatíveis com a concorrência. 20 - A empresa pratica descontos promocionais mensalmente. 21 - Os preços são uniformes para matriz e filial. 22 - Os preços são definidos com base da concorrência. 23 - Os preços já são definidos com base nas compras da matriz. 24 - A empresa pratica diversas formas de pagamento. 25 - Os preços praticados pela loja funcionam como um atrativo no mercado. 26 - O cliente é consultado com relação à satisfação dos preços praticados pela loja. 27 - Existe parceria com os fornecedores para a fixação de preços na loja. 80 28- O preço mínimo e o preço máximo que define é a matriz. 29- A empresa utiliza o preço de penetração – é utilizado para promover o aceleramento das empresas. É usado de forma intencional num patamar mais baixo do possível para estimular o mercado. 30- A loja faz uso do preço psicológico (aquele que termina R$9,99 por exemplo), usando em bens de compra comparada. 31- A empresa utiliza o price leader, oferecendo o preço mais baixo praticado no mercado. 32- A loja aplica o premium price, praticando-o quando se trata de produtos altamente diferenciados (tecnologia avançada, estilo, design, qualidade, etc.). PROMOÇÃO 33 - A loja pratica técnicas de promoções na loja? 34 - As técnicas de promoção são utilizadas mensalmente. 35 - As técnicas de promoção utilizadas na loja seguem as tendências do mercado atual. 36 - A loja possui assessoria de imprensa e/ou de relações públicas. 37 – A empresa divulga informações sobre atividades da loja e seus produtos por intermédio da imprensa. 38 – A empresa utiliza catálogos, sites, palestras e/ou patrocínio de eventos de interesse da comunidade para divulgar as iniciativas da empresa. 39- A venda pessoal é uma das formas mais eficazes para gerar satisfação nos clientes. 40- A empresa utiliza a venda pessoal para buscar informações sobre os clientes com perspectiva de negócios futuros. 41- A empresa possui suporte de uma agência de propaganda. 42-A propaganda da empresa concentra-se na divulgação e criação de imagem para um produto ou uma marca. DT D ND / NC C CT DT D ND / NC C CT GERENCIAL 57 - A empresa faz um planejamento de marketing para o composto de marketing estabelecido na loja. 58 - A empresa utiliza de técnicas para conhecer as ações de marketing dos concorrentes. 59 - O marketing desempenha um papel essencial para a empresa. 60 - A loja possui um departamento de marketing ativo e estruturado desde a sua fundação. DT D ND / NC C CT GERENCIAL DT D ND / NC C CT 43- Quando um novo produto é lançado, a empresa leva rapidamente o conhecimento ao consumidor, através da propaganda. Acelerando assim o crescimento das vendas do produto. 44- A empresa utiliza a propaganda institucional, promovendo o nome, a imagem e as iniciativas da empresa. 45- A loja utiliza a propaganda promocional, visando comunicar a promoção de vendas para o público-alvo do produto. 46- A empresa utiliza a propaganda de categoria, procurando fazer uma associação com fabricantes visando estimular a demanda de uma categoria de produto. 47- A empresa utiliza merchandising. 48 – A empresa utiliza da comunicação no ponto-de-venda por meio de folhetos, cartazes e pôsteres. 49- Como estratégia de comunicação e comercialização a empresa utiliza o marketing direto, chegando ao cliente por meio de correios, contato telefônico e/ou internet. CANAL DE DISTRIBUIÇÃO 50 - O transporte é próprio. 51 - A empresa negocia com atacadistas e distribuidores. 52 - A empresa negocia exclusivamente com fabricantes. 53 - A loja trabalha com estoque. 54 - A loja trabalha apenas com pedidos. 55- A empresa oferece serviço de entrega a domicílio. 56 - A loja recebe os produtos semanalmente. 61- Na loja, a equipe realiza cursos anualmente de aperfeiçoamento e aprimoramento específico para a área do marketing. 62- A empresa possui representantes internos responsáveis pelo marketing. 63 - A loja tem um programa de marketing. 64 - A loja dispõe de funcionários treinados, qualificados e comprometidos com o atendimento do cliente. 65 - A empresa esta localizada em uma área de grande fluxo de pessoas. 66 - É realizada semestralmente pesquisa de satisfação dos clientes (iluminação, sinalização, decoração, localização, entrada, aparência, estacionamento, fachada, preço, produto, forma de pagamento), buscando identificar os seus desejos. 67 - A empresa pratica ações relacionadas à sustentabilidade. 68 - A empresa possui planejamento estratégico para curto, médio e longo prazo. 81 69- Ao definir seu plano estratégico a empresa passa por uma análise de cenário considerando o macro ambiente (política, variáveis tecnológicas, políticas institucionais). 70 - A empresa tem consciência de que lugar ocupa no mercado atual. 71 - A loja possui um departamento ou divisão de pesquisa de mercado. 72 - A empresa realiza estudos de mercado para definir seu público-alvo. 73 – A empresa realiza pesquisas para saber as intenções de compra do cliente. 74 - O faturamento da empresa vem crescendo nos últimos anos. 75 - A empresa possui loja virtual (venda na web). 76 - Para a empresa, o foco da inovação é a-( )no produto b-( )num processo c-( )no modelo de negócio d-( )no método de gestão 77- A empresa é: a-( ) é centralizada no produto b-( ) é voltada no consumidor c-( ) é voltada para os valores/ser humano/sentimentos PERFIL DO GESTOR 78- Gênero: a-( )masculino b-( )feminino 79- Faixa etária: a-( )menos de 20 anos b-( )de 21 a 40 anos c-( )de 41 a 60 anos d-( )mais de 60 anos 80- Escolaridade: a-( )1º grau incompleto b-( )1º grau completo c-( )2º grau incompleto d-( )2º grau completo e-( )3º grau incompleto f-( )3º grau completo g-( )Pós graduação 81- Renda: a-( )inferior a R$1.000,00 b-( )R$1.001,00 a R$3.000,00 c-( )R$3.001,00 a R$5.000,00 d-( )superior a R$5.001,00 82- Tempo que atua na função: a-( ) 0 a 4 anos e 11 meses b-( ) 5 a 7 anos e 11 meses c-( ) 8 a 11 anos e 11 meses d-( ) Mais de 12 anos Fonte: Cappellari, Gabriela: Análise do Marketing e do nível de Competitividade das Empresas de Eletrodomésticos da Região Fronteira Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul: Um Estudo Exploratório