INVERSAMENTE PROPORCIONAL, POR ENQUANTO Por Luis Henrique Stockler* O final do ano já se aproxima e, com ele, as expectativas sobre o consumo dos brasileiros. O mundo atravessa um momento econômico delicado e, embora o cenário internacional não pareça promissor, a perspectiva para o mercado interno é que o consumo se mantenha aquecido por alguns fatores. Em primeira instância está a alta do dólar. Com a valorização da moeda americana, o número de viagens internacionais diminuem, e, por consequência, o dinheiro brasileiro gasto no exterior também. Essa dinâmica faz com que cresçam os gastos no mercado interno, embora a expectativa de aumento não seja, neste momento, significativa. Por outro lado, a crise mundial se avizinha, embora os juros tenham caído, a inadimplência sobe e o crédito para bens duráveis, como os itens de linha branca, automóveis e imóveis, deve se restringir. O Banco Central acaba de fazer um anúncio sobre a previsão de crescimento da economia brasileira para os próximos meses. A projeção do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 4% para 3,5% e, provavelmente, haverá aumento da inflação. Outro aspecto que vai refletir nas compras do final de ano, no setor automobilístico, está relacionado ao aumento do IPI dos automóveis importados. A medida protecionista adotada pelo governo brasileiro pretende conter a importação dos produtos e, incentivar a instalação de fábricas no país. A briga entre governo e importadoras promete ainda muita discussão, mas nada que reverterá a previsão de queda nas vendas dos importados. A expectativa aqui, então, recai sobre o crescimento no varejo, em especial para as vendas dos bens não duráveis, como roupas, presentes, acessórios e produtos eletrônicos, itens de baixo valor. E, nesse contexto, as regiões que devem contribuir para a elevação dos índices varejistas são: o nordeste, o centro-oeste e o interior do sudeste, principalmente pelo ao aumento da renda dos habitantes locais. De olho nesse filão, estão os shoppings centers. Até 2013, haverá um recorde em inaugurações de novos empreendimentos, estimados em cerca de 77 novos centros de compras, em todo o Brasil, tudo por conta do aquecimento das classes B e C. Isso significa que, mesmo que as projeções não sejam as melhores possíveis, o mercado interno brasileiro deve se manter estabilizado ou ter um ligeiro aumento, independente de possíveis novas turbulências econômicas internacionais que se aproximam. *Luis Henrique Stockler é graduado em administração de empresas pela FGV, especializado em marketing pela ESPM e MBA’s de Gestão pelo ITA/ESPM e pela FIA/USP. Possui 18 anos de experiência nas áreas varejo, franquia e distribuição e é sócio-diretor da ba}Stockler consultoria especializada em varejo.