15 Panorama de Mercado Abril 2011 Patrocinado por: Resumo de Mercado O Ministro da Fazenda Guido Mantega admitiu, em viagem aos Estados Unidos nesta quinta-feira (14), que será difícil combinar combate à inflação e à valorização do real. Segundo o Ministro: "Não é fácil conseguir conter a inflação, o que significa aumentar os juros, e ao mesmo tempo tomar medidas para conter a valorização do real". A declaração vem num momento em que a inflação está próxima do teto da meta fixada para 2011, 6,5%. Mantega acredita que sem as medidas macroprudencias tomadas pelo governo, o dólar estaria entre R$1,35 e R$1,40. Na semana passada, o governo elevou para 3% a alíquota do IOF, na tentativa de taxar a entrada de dólares no país e, assim, evitar uma sobrevalorização do real. Principais Notícias Reforma da ONU é necessária, dizem Brics em declaração conjunta Brasil Saiba Mais Current Yield - O termo Current Yield pode ser traduzido como rendimento corrente de um título de renda fixa, ou seja, o rendimento não levando em consideração o prazo do título em questão. É calculado dividindo a taxa de juros do cupom pelo preço do título. BC ainda não pôs todas cartas na mesa contra inflação (Estadão) Itaú compra 49% do Banco Carrefour (Estadão) Petrobrás negocia novo empréstimo bilionário na China (Estadão) Preços do governo pressionam a inflação (Estadão) Infomoney Petrobrás deve reajustar gás em 12% (Estadão) Mundo China Economy Grows More-Than-Forecast 9.7% (Bloomberg) Google Declines After Biggest Increase in Costs Since 2008 (Bloomberg) China Vows to Punish Those Responsible for Leaking Economy, Inflation Data (Bloomberg) Singapore's Policy Tightening May Prompt Asia to Step Up Inflation Fight (Bloomberg) Gold Surges to Record as Global Inflation Concern Stokes Demand (Bloomberg) Indicadores Financeiros Gráfico Ibovespa Gráfico Dólar Gráfico Maior Baixa Gráfico Maior Alta Ibovespa Dia 30 Dias -0,31% -1,08% Semana Ano -3,55% -4,37% 7 Dias 365 Dias Maiores Altas TMAR5 MRFG3 BRTO4 AMBV4 R$ 59,8 R$ 17 R$ 16,05 R$ 46,5 -4,19% -6,69% Mês -3,36% Maiores Baixas 5,3% 3,98% 3,35% 3,29% GFSA3 RDCD3 PDGR3 MRVE3 R$ 10,04 R$ 22,46 R$ 9,19 R$ 13,15 -3,09% -2,52% -2,23% -2,23% Mais Negociadas PETR4 VALE5 R$ 718,15M R$ 677,55M -0,65% 1,1% GGBR4 OGXP3 R$ 304,97M R$ 358,18M 0,37% -0,52% Mercados Ibovespa DAX -0,31% 0,27% Merval FTSE -0,75% 0,41% Dow Jones Nikkei 0,12% -0,65% S&P Shangai 0,01% 0,26% Economia IPCA 12M Desemprego 0,79% IGPM 6,4% Risco BR 0,62% Selic 173 Poupança 11,75 CDI 11,64% 0,501% Petróleo Crú US$122 Câmbio Dólar Comercial Iene por Dólar R$1,578 Real por Euro R$2,286 Dólar por Euro R$1,449 Dólar por Libra R$1,635 R$83,47 Franco por Dól. R$0,892 Dólar PTAX800 R$1,54 Dólar Turismo R$1,583 Futuros Açúcar Milho Boi -0,81% 0% 0,17% Café Soja 0,36% -2,06% Outros CDS Brasil 5Y 107.6 CBR 360.6 MSCI 1 VIX 16.2 Agenda da Semana 15/04/2011 Brasil - IGP(10) Real: Mercado: EUA - NY Empire State Index Real: Mercado: EUA - CPI Real: Mercado: EUA - Core CPI Real: Mercado: EUA - Treasury International Capital Real: Mercado: EUA - Industrial Production Real: Mercado: EUA - Capacity Utilization Real: Mercado: EUA - Michigan Sentiment (Pré) Real: Mercado: Brasil - PIB Mensal/Serasa Experian Real: Mercado: - Anterior: 0,0084 - Anterior: 17,5 pontos - Anterior: 0,005 - Anterior: 0,002 - Anterior: US$ 51,5 bi - Anterior: -0,001 - Anterior: 0,763 - Anterior: 67,5 pontos - Anterior: 0,006 18/04/2011 Brasil - IPC(S) Real: Brasil - Relatório Focus Real: Brasil - Balança Comercial Real: - Mercado: - Anterior: - Mercado: - Anterior: - Mercado: - Anterior: - Espaço do Núcleo Econômico Brasil sob nova direção: Expectativas e Credibilidade Quando estudamos Economia, aprendemos que um dos principais fatores influentes no mercado são as expectativas. Diversos pesquisadores já discutiram a respeito do tema, e muitas teorias, modelos e métodos foram construídos para lidar com elas. O ponto é que o curso da economia depende do alinhamento das expectativas de seus agentes, e as instituições do país devem visar reduzir custos de transação para as operações no mercado, mas acima disso, elas devem ser moldadas a fim de garantir a transparência das operações e o cumprimento de regras, reduzindo a incerteza que limita o crescimento sustentável. Porém, o que historicamente se observa, é que cumprir tal tarefa com eficiência é um grande desafio enfrentado pelos governos. Eles precisam estabelecer metas razoáveis e agir de forma a torná-las críveis, porém há sempre um trade-off entre as prioridades do país. E para conseguir uma boa performance, é necessário criar incentivos que levem os agentes a um determinado comportamento que seja favorável, o que é uma tarefa difícil, tendo em vista que muitas das variáveis envolvidas são intangíveis, imensuráveis. Neste caso, mesmo considerando os indivíduos como seres racionais, que maximizam seu bem-estar, é preciso levar em conta que a informação não é perfeita, ou seja, nem sempre os indivíduos tem todo o conhecimento necessário para tomar suas decisões e, além disso, o raciocínio entre eles não é homogêneo. No Brasil, sempre tivemos pela frente desafios como este. Em janeiro deste ano, a economista e ex-ministra Dilma Rousseff assumiu a Presidência do país, com o discurso de “seguir mudando”, sugerindo uma continuidade do governo anterior que trouxe avanços para o país, e ampliou sua base estrutural para o desenvolvimento socioeconômico. A promessa de um governo sólido e comprometido com o desenvolvimento sustentável no longo prazo gerou expectativas nos agentes econômicos, que dia-a-dia têm avaliado as ações da nova equipe econômica e política que está no poder, revisando suas apostas para o futuro e agindo conforme tais. E o que se pôde observar nos primeiros meses de governo foi uma mudança no sistema de regulação econômica. O regime de metas de inflação que até então era seguido através de intervenções na taxa de juros do país, a fim de assegurar um nível de preços com crescimento estável, mostrou-se distorcido. Com um conjunto de medidas macroprudenciais do Banco Central, aliado com intervenções no mercado de Câmbio, a meta de 4,5% continua longe de ser atingida. Só em março, o IPCA registrou inflação de 0,79%, surpreendendo o governo e o mercado, que em média apontava para uma variação de 0,65%, segundo o relatório Focus. Segundo o IBGE, a inflação acumulada nos últimos 12 meses já atingiu a marca de 6,3% no último mês, e analistas do mercado estimam que o índice atinja o teto de 6,5% ainda em abril. Isso mostra que a postura adotada pelo governo ainda não se mostrou eficaz para conter o ritmo acelerado de alta nos preços. Mesmo com a elevação da Selic em 100 pontos-base neste ano, elevação do IOF e uma contração monetária de cerca de 80 bilhões de reais através da elevação do compulsório dos bancos, as expectativas inflacionárias continuam em deterioração. Como lidar com esse descompasso? O Banco Central já desistiu de atingir sua meta neste ano, e afirma que o IPCA deve registrar variação de 5,6%, chegando à marca de 4,5% só em 2012; no entanto, o mercado espera um índice bem mais alto, acima de 6% em 2011 e 5% no próximo ano. No último sábado, os especialistas Eduardo Giannetti e Carlos Melo, professores do Insper, discutiram a respeito do tema, no programa Painel, transmitido pelo canal Globo News. Entre os pontos tratados por eles, o principal questionamento é justamente acerca da eficiência do novo modelo adotado pelo governo. Até agora, não se observou uma definição consistente da política econômica que vem sendo e será adotada durante o mandato. Não estão claros os mecanismos que serão utilizados para intervenção econômica. E, ainda mais preocupante: o discurso mantido pelo governo, de manter o crescimento econômico nas proporções vigentes, nos traz certa incerteza em relação ao verdadeiro objetivo do governo – metas de inflação ou de crescimento? Além disso, as sucessivas intervenções no câmbio mostram que essa variável tem sido fator de grande preocupação do governo nos últimos tempos, tendo em vista que a crescente apreciação do Real frente ao Dólar pode ser prejudicial aos agentes internos. O problema reside no fato de que não é possível, na realidade, atingir todos esses objetivos ao mesmo tempo. O ajuste econômico será feito em alguma das três variáveis, pois há limites para suas trajetórias. Até agora, o ajuste mais preocupante é o que vem ocorrendo pela inflação. E, ao se perseguir uma meta para o câmbio, sua situação tende a piorar, pois o nível de preços não contará com a influência negativa de uma moeda mais depreciada. Além disso, a austeridade fiscal praticada pelo governo ainda gera algumas dúvidas, já que, conforme citado por Giannetti, o corte de cerca de 50 bilhões nos gastos públicos, não necessariamente refletirá em uma contração fiscal real, tendo em vista que parte significante deste número é proveniente da adoção de um método contábil que favorece tal redução. O professor ainda afirma que na realidade é possível que tenhamos uma expansão fiscal em proporção ainda maior que este valor. As políticas pontuais do governo tem gerado incerteza no mercado, e um dos maiores temores é de que o ajuste econômico por meio do nível de preços gere consequências que limitem, atrasem o crescimento. Esses efeitos poderão ser sentidos em um segundo momento, quando a perda da âncora inflacionária provocaria a necessidade de ações mais fortes para a contenção de seus efeitos, gerando um ambiente em que o crescimento potencial da atividade é prejudicado, e a credibilidade do governo, reduzida. Por enquanto, o que nos resta é esperar pelos próximos passos da nova gestão, para que se possa avaliar com mais rigor e embasamento os projetos e ações do governo, que está no começo, e ainda pode nos surpreender e reverter algumas tendências negativas observadas até agora. Fontes: | www.valoronline.com.br | www.estadao.com.br | www.folha.uol.com.br | | www.infomoney.com.br | economia.uol.com.br | Bloomberg | www.bmfbovespa.com.br | | www.economist.com | www.guardian.co.uk | oglobo.globo.com | www.diariosp.com.br | | www.cvm.gov.br | www.sidra.ibge.gov.br | www.nytimes.com | www.thetimes.co.uk | Contato: 11 4504-2490 [email protected] www.insperjr.com.br Rua Quatá, 300 | Vila Olímpia São Paulo | SP Caso não deseje mais receber esse Newsletter, clique aqui. A Insper Jr Consulting não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por sua publicação Panorama de Mercado. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. 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