Red Econolatin - PUC-SP

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Red Econolatin
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Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas
BRASIL
Abril 2012
Profa. Anita Kon
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO
PAULO - PROGRAMA DE ESTUDOS PÓSGRADUADOS EM ECONOMIA POLÍTICA.
1. SITUACIÓN ECONÓMICA
ACTIVIDAD ECONÓMICA
A atividade econômica na atualidade mostra que a indústria continua “andando de
lado”, desde que o desempenho de janeiro da indústria foi ruim, marcado por fatores
pontuais (férias coletivas no segmento de veículos automotores e paralisação parcial das
atividades no segmento da extrativa mineral), e em fevereiro a indústria voltou ao seu
ritmo de produção anterior, o qual, no entanto, não pode ser considerado de recuperação
ante o mês anterior e em março, a indústria brasileira prosseguiu produzindo em níveis
muito baixos, No acumulado do bimestre com relação a igual período de 2011, a
produção industrial é 3,4% menor.
A situação dos bancos e de outras instituições financeiras vem exigindo
cautela e dados do Banco Central mostram aumento nas provisões para
empréstimos de recebimento duvidoso feitas pelo sistema financeiro como
um todo. Os bancos salientam que devem se preparar para uma
continuação no aumento dos calotes de consumidores e empresas nos
próximos meses. A inadimplência, particularmente de consumidores,
começou a subir no início de 2011, como efeito da desaceleração da
economia e continua no primeiro trimestre de 2012.
N9o entanto as previsões são de que o consumo das famílias continuará o
principal motor da economia e deve continuar puxando o desempenho do
PIB em 2012.
SECTOR EXTERIOR
Apesar da continuação do crescimento do consumo interno, desde o final de
2011, embora em taxas menores, a demanda por manufaturas continua
sendo suprida em grande parte pela importação, tendo em vista os
produtos estrangeiros mais baratos e, muitas vezes, de melhor qualidade.
houve aumento da demanda por roupas, veículos, máquinas e insumos
importados. O comportamento reflete a valorização do real, que tornou os
importados mais baratos,
O governo federal vem realizando estudos para isentar da cobrança de
tributos os exportadores prejudicados pelas recentes medidas que
aumentaram o custo de tomar dinheiro emprestado no exterior. A cobrança
do Imposto sobre Operações Financeiras que inviabilizou a busca de
recursos financeiros pelos exportadores deverá ter a alíquota diminuída.
Outra opção em estudo é baratear o custo tributário de contratos de
adiantamento de câmbio (ACC), pelos quais os exportadores recebem
antecipadamente o valor de vendas ao exterior.
SECTOR PÚBLICO Y POLÍTICA FISCAL
O governo anunciou que nos dois primeiros meses do ano, foi alcançada um
quarto da meta de economia para o pagamento dos juros da dívida pública
estabelecida para 2012, principalmente pelo resultado de fevereiro, que foi
o melhor para o mês o início da série em 2011. Isto foi atribuído ao
aumento da arrecadação, e ao comedimento nas despesas. Por outro lado o
governo federal aumentou suas receitas em fevereiro ao recolher das
estatais R$ 4,9 bilhões em dividendos, do lucro distribuídas a acionistas.
Esta melhora dos números das contas públicas é fundamental na estratégia
governamental para reduzir a taxa de juros e estimular a economia do país.
E o Banco Central mostrou em março a expectativa de cumprimento da
meta fiscal como um dos pressupostos para uma inflação controlada neste
ano. A equipe econômica já discutem a necessidade de flexibilizar a política
fiscal para estimular o crescimento, o que forçaria o governo a desistir de
alcançar em 2012 a meta cheia de superávit primário. Documentos
mostram que nos dois primeiros meses de 2012, o Governo Central
(Previdência Social, Banco Central e Tesouro Nacional), apresentou um
superavit de R$ 25,6 bilhões, o que representa 91,2% da meta para o
primeiro quadrimestre.
EMPLEO
Os empregos formais no mês de fevereiro registraram queda de quase pela
metade se comparado com o mesmo mês de 2011, embora este dado
revele leve melhora em relação a janeiro. As maiores quedas foram
observadas nos serviços e na indústria de transformação.
Por outro lado, o recuo da inflação e a retomada da economia, ainda que
modesta, deram novo fôlego aos aumentos de salários nos últimos meses. o
reajuste de 14% do salário mínimo em fevereiro, levou ao recorde de
renda. As empresas concederam aumentos reais de 4% em média em
janeiro e fevereiro, patamar bem acima dos observados nos dois anos
anteriores.
Já o desemprego tem se mantido estável em relação ao apurado desde o
início do ano. Analistas consideram que este ano deve ser mais favorável
aos trabalhadores, com a esperada retomada mais forte da economia a
partir do segundo semestre, quando manterão os ganhos de renda acima da
inflação. As pesquisas apontam também para uma recuperação da
confiança do empresariado neste ano e este otimismo do setor privado com
o futuro da economia torna mais fáceis as negociações, desde que a alta da
renda dos trabalhadores vai estimular a recuperação econômica, que será
puxada principalmente pelo consumo doméstico, estimulado também a
medidas de estímulo do governo como redução da taxa básica de juros.
POLÍTICA MONETARIA E INFLACIÓN
Com a perda da atividade econômica no final de 2011, a crise mundial e a
valorização do real em relação ao dólar, o Banco Central decidiu acelerar a
redução dos juros para estimular a retomada da atividade econômica,
O Comitê de Política Monetária decidiu diminuir em 0,75% as taxas de
juros oficiais (Selic) diante da série de notícias desaminadores sobre a
conjuntura econômica divulgadas em março, reduzindo a taxa básica de
juros da economia de 10,5% para 9,75% ao ano. Foi o quinto corte
consecutivo desde agosto, quando o BC começou a diminuir os juros para
reerguer a economia. O BC acredita que o cenário internacional permite
manter a inflação sob controle mesmo com os estímulos ao mercado
doméstico, que devem ser combinados com reduções de tributos e outras
medidas prometidas pelo governo para o setor produtivo.
A inflação, que atingiu em 2011 a taxa de 6,5%, limite superior da meta
oficial deverá ser objeto de política específica para reaproximá-la em 2012
do centro da meta, de 4,5%, mas a maioria dos analistas do mercado
financeiro acha que ela deve chegar ao fim do ano mais perto de 5%.
O BC, considera que se for preciso ajustar mais adiante o ritmo de
crescimento para evitar pressões inflacionárias, haverá a possibilidade del
serem utilizados instrumentos alternativos como medidas de caráter
regulatório para restringir a oferta de crédito nos bancos, o que permitiria a
contenção da inflação sem precisar interromper a redução dos juros e
abrindo caminho para que as taxas continuem caindo.
MERCADOS FINANCIEROS
Em março, quando a mês em que a taxa de juros Selic caiu para 9,75% ao
ano, os investidores mudaram de foco sobre a situação, o que resultou em
forte alta do dólar e do euro, além de perda na Bolsa brasileira por conta da
pressão no preço de commodities compradas pela China. O dólar comercial
subiu 6,16% voltando ao topo do ranking das aplicações no mês, enquanto
no ano, a moeda ainda teve baixa de 2,3%.
No Brasil, o euro teve em março o maior valor desde novembro, em
seguimento ao movimento do dólar e subiu 6,4% e encerrou o mês a R$
2,4318 após a materialização do calote na Grécia e com a redução da
tensão na Europa.
O Imposto sobre Operações Financeiras para empréstimos no exterior com
vencimento em até cinco anos, foi estendido pelo Ministério da Fazenda
para a cobrança de 6% do IOF, desde que antes, eram taxadas operações
de até três anos. Esta ampliação pelo governo da taxação de recursos que
entram no país ajuda o governo a conter a valorização da moeda brasileira,
mas também provoca incertezas no mercado financeiro, para investidores e
empresas que se financiam para estas operações de capital de giro e
produção. Porém os analistas tem a perspectiva de que o governo
continuará atuando deve manter o dólar num patamar mais elevado nos
próximos dias, repercutindo novamente no mercado financeiro.
TIPO DE CAMBIO
O governo em março tomou a segunda medida em menos de dez dias para
tentar conter a entrada de dólares no Brasil e, assim, evitar a valorização
excessiva do real, o que tem prejudicado a indústria. Esta política de contagotas foi pré anunciada pelo ministro da Fazenda que prometeu anúncios
semanais para segurar o dólar e reanimar a economia. Este esforço está
ligado a preocupação crescente do governo com o elevado montante de
recursos que têm sido colocado nas grandes economias pelos governos para
fazer frente à crise, pois parte desses recursos são direcionados para o
Brasil, onde as taxas de juros ainda são elevadas e há um mercado
consumidor forte.
Com o anúncio em março de mais uma intervenção do governo para frear a
valorização do real o dólar subiu novamente voltando para o valor do início
de janeiro, que havia decrescido. Desde o início de março, o dólar subiu
quase 5%, com o objetivo explícito de defender a indústria doméstica, que
teve queda de 2,1% na produção em janeiro e passou 2011 estagnada e os
analistas, acreditam que o governo continuará atuando deve manter o dólar
num patamar mais elevado nos próximos dias. A perspectiva é de que com
a insegurança que gera contração, entrarão menos dólares no país.
2. PERSPECTIVAS ECONÓMICAS
Planalto estuda mais medidas para elevar crescimento do PIB, pois avalia
que apenas redução da taxa de juros não será suficiente para estimular a
atividade econômica. A presidente, diante da preocupação com o
desempenho da economia brasileira em 2012, determinou ao Ministério da
Fazenda que encontre uma solução para dinamizar o crescimento. São
esperadas reduções de impostos do investimento e em desoneração da
folha de pagamento de alguns setores, a exemplo do que ocorreu com
calçados e software.
Com relação ao crédito, o governo pretende criar novas linhas de
financiamento através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) para ajudar nichos que vêm perdendo competitividade por
conta da crise externa e do avanço da China. Paralelamente, espera-se a
aceleração do investimento público no primeiro semestre, ao contrário do
que historicamente é feito.
O Banco Central prevê inflação abaixo de 4,5% até o fim do ano, refletindo
a desaceleração da economia doméstica no segundo semestre de 2011 e
um cenário de baixo crescimento global, porem para 2013 a expectativa é
que a inflação ganhe ritmo e supere os 5%
3. SITUACIÓN POLÍTICA
A presidente Dilma Rousseff declarou que o governo estuda novas medidas
para proteger a economia brasileira da "guerra cambial", que tem
provocado entrada excessiva de dólares no país e em sua visita à
Alemanha, a "desvalorização artificial" das moedas de países ricos gerada
pela injeção de capital nos mercados. Recebeu como resposta da premiê
alemã, a reclamação de "medidas protecionistas unilaterais", não citando
exemplos.
A presidente negou que seja favorável a uma quarentena para o capital
externo, embora um integrante da comitiva tenha dito que essa é uma das
ações em discussão, com a idéia que consiste em impor um tempo mínimo
de permanência do capital estrangeiro no país, que seria sujeito a
sobretaxas caso retirado antes do prazo.
O Fundo Monetário Internacional deu seu aval para a estratégia adotada
pelo governo brasileiro de fazer intervenções no mercado de câmbio para
tentar frear a apreciação do real recebeu, ao incluírem em seu relatório
divulgado em março que países emergentes podem perseguir uma meta de
inflação e, ao mesmo tempo, tentar controlar os movimentos da moeda.
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