Insônia - De caso com a medicina, por Cristina Almeida

Propaganda
o sintoma | Para decifrar os sinais que o corpo manda
n
por Cristina Almeida
Insônia
Provocada por fatores ambientais
Maus hábitos para dormir incluem ter horários desregulados, praticar
atividades estimulantes pouco antes de ir se deitar, trabalhar na cama
ou assistir à televisão. Ambientes ruidosos, úmidos, com temperaturas
inadequadas também desregulam o relógio interno e provocam insônia.
Dormir mal, acordar cansado ou ter dificuldade
de iniciar e/ou manter o sono podem estar
relacionados a dores crônicas, estresse, estilo
de vida, além de desajuste do relógio biológico
Culpa do
sedentarismo
Atividade física regular está
associada a boa qualidade
do sono e de vida, desde que
seja praticada em horário
apropriado, nunca no período
próximo à hora de dormir.
A falta dessa prática não só
afasta a possibilidade de o
organismo identificar períodos
de atividade (dia) e quietude
(noite), mas pode levar à
obesidade, uma das causas
da apneia, que também
atrapalha o sono.
Mulheres são o grupo mais afetado
pelo problema, especialmente na
menopausa, mas idosos e pessoas
das classes sociais menos favorecidas
também têm alta incidência da
doença. Para saber quais são as
suas causas, o médico analisará a
história do paciente e ainda utilizará
um actígrafo, aparelho que capta
movimentos e registra os períodos de
sono e vigília durante 24 horas. Um
diário do sono poderá ser requisitado.
A polissonografia também auxilia
no diagnóstico, pois detecta outros
distúrbios relacionados à insônia.
O tratamento dependerá da causa
identificada, mas geralmente
associam-se mudanças de hábitos,
terapia cognitivo-comportamental,
técnicas como ioga e meditação,
prática de atividade física, além de
medicamentos. A resposta a essas
medidas quase sempre leva ao
desaparecimento do sintoma.
álcool, cafeína e nicotina
Estimulantes estão associados à má qualidade do sono.
Segundo os médicos, tudo dependerá da sensibilidade
de cada um. Para algumas pessoas, essas substâncias
podem até ter efeito relaxante e levam à sensação de
que se dormirá de forma mais fácil. E isso pode realmente
acontecer. O problema é que despertarão poucas horas
depois e ainda poderão ter dor de cabeça e mal-estar pela
manhã. Para aqueles que têm maior dificuldade em conciliar
o sono, a recomendação é não ingerir café, refrigerantes do
tipo cola, chocolate ou chá-verde nas horas que antecedem
o repouso ou limitar seu consumo durante o dia.
Agravada pelos medicamentos
Alguns remédios podem conter em suas fórmulas estimulantes capazes de prejudicar o sono: antigripais,
analgésicos, descongestionantes, remédios para emagrecer, antialérgicos, antidepressivos, além de
medicamentos para tratamento de pressão alta, ansiedade e esquizofrenia. O uso crônico de hipnóticos,
utilizados como indutores do sono, também pode torná-los sem efeito e causar insônia.
46 | viva saúde
www.revistavivasaude.com.br
Consultoria: Marcia Pradella-Hallinan, neurologista, neuropediatra, especialista em Medicina do Sono, professora convidada
da disciplina de Medicina e Biologia do Sono do departamento de Psicobiologia da Unifesp, e Stela Tavares, responsável pelo
setor de Polissonografia e Neurofisiologia Clínica do Hospital Albert Einstein (SP) / Ilustração: Bruno Moura
Quem sofre mais?
Estresse ou depressão
Quando a regra é remoer ou se
preocupar excessivamente com os
problemas do trabalho, da família,
e até mesmo da saúde, o organismo
permanece em estado de alerta
permanente. Essa condição provoca a
liberação de corticoide e adrenalina, o
corpo não consegue relaxar, e o resultado
é o prejuízo da qualidade do sono.
Algumas pessoas ficam estressadas
até com o fato de não dormirem bem,
e acabam não conseguindo dormir.
Já a depressão, é um sintoma da
patologia dormir demais ou de
menos. Isso ocorre em razão de algum
desequilíbrio químico cerebral ou pelo
estado de temor característico da doença.
www.revistavivasaude.com.br
viva saúde | 47
Download