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PROBLEMAS NA MORFOGÊNESE EM GUACO (Mikania glomerata) CULTIVADO IN
VITRO.
Allan Macali Werner; Dr. Gilmar Pezzopane Plá (Orientador).
Introdução:
Dentre as plantas medicinais mais utilizadas no Brasil, destaca-se o Guaco (Mikania
Glomerata) que contém em suas folhas cumarina (Silva Junior et al., 1994). Esta substância
tem ação broncodilatadora e anti-inflamatória e é eficiente no tratamento de crise de asma,
tosse e bronquite (Matos, 2000). A técnica de cultivo in vitro de tecidos e células vegetais
constitui uma alternativa para o suprimento constante e homogêneo de material vegetal
(Conceição, 2000). Contudo, o guaco registra um problema de morfogênese na emissão de
suas folhas.
Assim, este projeto visou solucionar os problemas relacionados com anomalias
morfológicas de plantas de guaco cultivadas in vitro. Objetivos: a) Desenvolver protocolos
para multiplicação in vitro, enraizamento de segmentos nodais e obtenção de plantas
completas de guaco, a partir da utilização de diferentes concentrações do agente gelificante
Phytagel e do regulador de crescimento BAP.
Palavras-chave: micropropagação, benziladenina, Phytagel.
Métodos
Para testar o efeito de benziladenina (BAP) inoculou-se explantes nodulares medindo
aproximadamente 1,5cm de comprimento, oriundos das plantas regeneradas a partir de
ápices meristemáticos, os quais foram transferidos para meio básico MS acrescido de BAP
em seis concentrações: 0,0; 0,1; 0,3; 0,5; 1,0 e 2,0 mg/L e de carvão ativado com 3g/L. O
experimento foi inteiramente casualizado, tendo 20 repetições por tratamento. As variáveis
analisadas foram o número e comprimento de brotações adventícias por explante e a
frequência da vitrificação.
Explantes nodulares medindo aproximadamente 1,5cm de comprimento e oriundos
das plantas regeneradas a partir de ápices meristemáticos foram inoculados em cinco
concentrações do agente gelificante "Phytagel": 2,3; 2,7; 3,2; 3,8 e 4,5 g/L em meio básico
de MS. O critério de avaliação foi o mesmo adotado para o efeito de BAP.
Resultados e discussão
Com 40 dias de inoculação foi feita avaliação do desenvolvimento e registrou-se
maior comprimento médio de plantas na concentração de BAP de 0,5 mg/L (2,68cm)
seguido por 0,3 mg/L (2,5cm). Relatou-se também maior número gemas emitidas por
explante na concentração de 0,5 mg/L (1,28) seguido novamente da concentração de 0,3
mg/L (1,25). As concentrações de 0,1; 1,0 e 2,0 mg/L apresentaram número de brotos médio
inferior a 1,21 por planta. Com a adição de carvão ativado ao meio foi possível reduzir o
problema da morfogênese nas plantas, ficando restrito o acontecimento aos explantes
menores que 0,5cm e os quais não foram mantidos os primórdios foliares.
Para o Phytagel, a concentração de 2,7 g/L apresentou maior número de brotos por
explante (1,4) assim como maior média de comprimento de plantas (2,61cm). O menor
desenvolvimento apical foi registrado na concentração de 4,5 g/L (1,72cm). Apresentaram
casos de vitrificação a concentração de 3,8 g/L (5,55%) e 4,5 g/L (11%) e nas demais
concentrações não foi constatado.
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A variação do agente gelificante proporcionou uma resposta ao crescimento
vegetativo acelerada, resultando em plantas com maior vigor e sem problemas na
morfogênese.
Conclusões:
Para a multiplicação In vitro de guaco (Mikania glomerata) em meio de Murashige e
Skoog, 1962, a adição de carvão ativado na concentração de 0,3% reduz os problemas na
morfogênese. Para estimular a emissão de gemas por explante, a concentração de 0,5 mg/L
de BAP é suficiente, e também a concentração de 2,7 g/L de Phytagel proporciona um
desenvolvimento apical acelerado.
Referências
MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em
fitoterapia no Nordeste do Brasil, 2. ed. Fortaleza: 2000. 346p.
CONCEIÇÃO, H. E. O. Cultivo in vitro, nutrição mineral e quantificação de rotenóides em
timbós (Derris sp.) 2000. 191f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Universidade de
Lavras, Lavras, 2000.
SILVA JÚNIOR, A.; VIZZOTTO, V. J.; GIORGI, E.; MACEDO, J. G.; MARQUES, L. F.
Plantas Medicinais, caracterização e cultivo. Florianópolis: EPAGRI, 1994. Hp. (Boletim
técnico, 68).
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