FITOTERAPIA A planta da semana é o Guaco, velho conhecido da maioria de nós. É uma das plantas medicinais nativas mais conhecidas e está entre as de maior potencial terapêutico, principalmente em se tratando de doenças respiratórias como asma, bronquite e gripe. Não devemos nos esquecer que estas doenças, quase sempre estão associadas a fatores desencadeantes ou agravantes (poeira, mofo, fungo, ácaro, fumaça, cheiro forte, pólen, produtos químicos, etc), que devem ser afastados do doente através de cuidados ambientais adequados. O aumento na ingesta hídrica (água, chás, sucos), a nutrição adequada, e alguns cuidados caseiros (ambientes limpos e ventilados) também são de grande utilidade para a prevenção e para o tratamento destas doenças. GUACO - Mikania glomerata Spreng. Aspectos agronômicos: Planta da família das compostas - Asteraceae, nativa das Américas, desde o sul da Flórida até o Paraguai. Nativa de matas, bosques e matas ciliares. Erva trepadeira volúvel, perene, de clima subtropical a tropical, e que não tolera geadas. É uma espécie de meia sombra, mas que pode ser cultivada sob sol pleno (CPQBA – UNICAMP, 1990). Prefere os solos de fertilidade mediana a alta (aluviões), com bom teor de matéria orgânica e boa drenagem. Propaga-se por estacas das partes maduras da planta, com duas ou mais gemas. Plantio em saquinhos no período de setembro a janeiro. O espaçamento deve ser de 1 a 2 m. entre plantas e 2 a 2,5 m. entre linhas, Necessita ser tutorada em cercas ou caramanchões. Pode-se utilizar árvores secas como tutores, podendo chegar a vários metros de comprimento. Início da colheita após 06 meses do plantio no campo, restrito a 50% da planta, com rendimento médio de 1 a 2 t/ha/ano, podendo chegar a 1,7 a 2,8 t/ha/ano (CPQBA – UNICAMP, 1990). A temperatura máxima de secagem não deve exceder os 40 a 45 oC; Nomes populares: Guaco, guaco-de-cheiro, guaco-liso, guaco-trepador, uaco, cipó cabeludo, cipó catinga, coração-de-jesus, erva-das-serpentes, erva-de-cobra, erva-de-sapo, etc.; Histórico: Originário da América do Sul, se desenvolve como trepadeira arbustiva, lenhosa, sem gavinhas, adaptando-se muito bem ao cultivo doméstico; recebe também o nome de erva-das-serpentes, por ser utilizado como "contra- veneno" em certas regiões. Princípios ativos: Óleos essenciais (di e sesquiterpenos); Taninos; Saponinas; Resinas; Guasina (substância amarga); Cumarinas; Guacosídeo; Usos terapêuticos: Tosses rebeldes, bronquites, asma, resfriados, gripes, rouquidão, estados febris, pruridos, eczemas; Partes utilizadas: Folhas frescas ou secas; Formas de uso e dosagem: Uso interno: Xarope a 10%: 10 a 40 ml/dia. Chá por infusão a 2% (04 g por 200 ml de: água a aprox. 80 graus Celsius, durante 10 min.) – 50 a 200 ml por dia, de preferência morno; Tempo de uso: Evitar o uso prolongado pelo risco de hemorragia (até 100 dias); Interações medicamentosas: Evitar seu uso associado a anticoagulantes; Efeitos colaterais: Sem efeitos colaterais relatados, nas doses recomendadas. Altas doses podem levar a hemorragias, náuseas e vômitos; Contra-indicações: Evitar o uso em crianças menores de um ano. Uso não recomendado durante a gestação, pelo risco de hemorragia. Evitar o uso de xaropes com açúcar em diabéticos. Lembramos que as informações aqui contidas terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados. Fontes principais de consulta: “Tratado de fitomedicina – bases clínicas e farmacológicas”. Dr. Jorge R. Alonso – editora Isis. 1.998 – Buenos Aires – Argentina. “Plantas aromáticas e medicinais – cultivo e utilização” – Paulo Guilherme Ferreira Ribeiro e Rui Cépil Diniz . Londrina: IAPAR, 2008. Imagem: “Fitoterapia – conceitos clínicos” 2008 (livro com cd-rom) – Degmar ferro – Editora Atheneu, São Paulo.