Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Cultivo in vitro de explantes de Dipteryx alata Talita Cristina Mamedes¹; Saulo Araújo da Silva² 1 Graduanda do curso de Engenharia Florestal, da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri (UEG UnU de Ipameri), CEP 75780-000, Brasil. Email: [email protected] ² Orientador, professor dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal da UEG UnU de Ipameri. E-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: baru; micropropagação; cultura de tecidos vegetais; espécie nativa; espécie arbórea. 1 INTRODUÇÃO Com o aumento da compreensão da função ecológica das florestas para a sustentabilidade da vida no planeta e as consequências causadas pela exploração indiscriminada, florestamentos e reflorestamentos encontram-se nas agendas de diversas nações (Muralidharan; Kallarackal, 2004). No Brasil, muitos são os produtos explorados de forma extrativista como borrachas, gomas não elásticas, ceras, fibras, oleaginosas, tanantes, corantes, alimentícias, aromáticas, medicinais, madeira, caça e pesca, entre outras. Para alguns destes produtos, evidencia-se o esgotamento das reservas naturais existentes (HOMMA, 1993). O Dipteryx alata Vogel, conhecido como baru, barujo, coco feijão, cumaru, cumarurana, cumbaru, emburena brava, feijão coco, pau cumaru (Lorenzi, 1992 ; Laca-Buendia, 1992), é de ocorrência no Cerrado e na floresta estacional semidecídua, nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo (Lorenzi, 1992). O barueiro é uma leguminosa arbórea (Papilionoideae) que ocorre em áreas férteis. Esta espécie apresenta uma pluralidade de usos e, em muitas propriedades tradicionais da região, essas árvores são mantidas nas pastagens. Nestas, na época da seca, a polpa do fruto é consumida pelo gado (Almeida et al., 1990). A árvore pode ser usada no paisagismo e a sua madeira, na construção naval, civil (LORENZI, 1992) e para a confecção de papéis para rápida impressão, papéis de embrulho e de embalagens (Andrade & Carvalho, 1996). A polpa e a semente do baru são altamente energéticas, nutritivas e ricas em minerais, principalmente em potássio. Cruas ou torradas, as amêndoas (sementes), com sabor semelhante ao do amendoim, são bastante apreciadas pela população regional (Carvalho, 1994) e também utilizadas, como anti reumáticas (Brandão, 1993). A propagação vegetativa está entre os principais métodos de multiplicação de espécies florestais. É vantajosa quando comparada à reprodução sexuada, pois permite reproduzir o elemento genético total, levando a maiores ganhos em uma mesma geração (Assis & Teixeira, 1998). Ao relacionar qualidade de propagação e tempo recorde, encontram-se as técnicas de cultura de tecidos vegetais, as quais oferecem potencial para a rápida multiplicação de linhagens elite em larga escala. Para espécies florestais, estas tecnologias são essenciais frente aos longos períodos necessários à multiplicação e à maturação das plantas (Jain, 1997). Entre as aplicações da cultura de tecidos vegetais, a micropropagação é a técnica de maior impacto e de resultados mais sólidos (Grattapaglia & Machado, 1990). É definida como um sistema de propagação vegetativa in vitro no qual, sob condições ambientais controladas, que se cultivam geralmente ápices caulinares e gemas axilares para obtenção de indivíduos selecionados geneticamente idênticos ao original. A organogênese ou cultura de orgãos ,são formas de organizadas de crescimento organizadas que podem ser mantidas continuamente in vitro. Inclui o isolamento asséptico de estruturas definidas como primórdios e segmentos foliares. Para os propósitos da micropropagação, os mais importantes tipos são: Cultura de meristemas, Cultura de ápices caulinares, Culturas de segmentos nodais Cultura (ou resgate) de embriões, Cultura de raízes isoladas. (Guerra & Nodari, 2006). Existem poucas informações a respeito da produção de mudas via propagação vegetativa para Dipteryx alata Vogel . Como fonte de explantes pode-se coletar ramos sadios de matrizes no campo, ou utilizar plântulas provenientes de sementes germinadas in vitro. A utilização de plântulas oriundas de sementes tem a vantagem de permitir um maior controle sobre a assepsia do explante, em comparação a explantes obtidos no campo. Segundo Hartmann et al., (1990) a propagação de plantas in vitro é constituída de quatro fases: estabelecimento dos explantes em ambiente asséptico; multiplicação dos explantes;enraizamento das brotações e aclimatação de plantas. A fase de estabelecimento dos explantes tem como objetivo a obtenção de uma cultura isenta de patógenos. O explante para o estabelecimento in vitro deve ser preferencialmente coletado a partir de brotações jovens durante a fase crescimento ativa da planta, ou seja, após o final do período de dormência, durante os meses mais quentes do ano. A fase de multiplicação visa estimular a produção do maior número possível de brotações. Para isso são utilizados reguladores de crescimento, geralmente auxinas, citocininas e giberelinas (Martins et al., 2007). O enraizamento é uma etapa que define o resultado final da micropropagação, é a etapa onde ocorre a formação de raízes adventícias nas partes aéreas. Pode ser dividido em indução, iniciação e alongamento das raízes (Torres, 1998). Auxinas como o ácido indolbutírico (AIB), ácido indolacético (AIA) e ácido naftalenoacético (ANA) são os principais reguladores envolvidos no processo de enraizamento in vitro. Em alguns casos, a concentração de auxina que promove bom enraizamento não é a mesma que promove uma alta sobrevivência ex vitro. As concentrações mais utilizadas para induzir rizogênese normalmente estão entre 1,0 mg.L-1 a 10,0 mg.L-1 para AIA, 0,05 mg.L-1 a 1,0 mg.L-1 para ANA e 0,5 mg.L-1 a 3,0 mg.L-1 para AIB (Soares et. al., 2001). Dentro deste contexto este trabalho tem com objetivo estabelecer um protocolo de micropropagação para D. alata a partir de seguimentos de plântulas com acréscimo de reguladores de crescimento. 2 MATERIAL E METODOS Para a realização deste trabalho foram utilizadas sementes de Baru (D.alata ) coletados na região de Cocalzinho de Goiás-GO. O experimento foi conduzido no laboratório de cultura de tecidos no Instituto de Ciências Biológicas da UFG. Houve uma primeira etapa do experimento realizou se a gerrminação in vitro. As sementes, após serem lavadas abundantemente com água corrente, foram desinfectadas em condições assépticas. A desinfestação das embriões/sementes utilizando-se uma solução comercial de hipoclorito de sódio com 2% (v/v) de cloro ativo por 20 minutos, acrescida de algumas gotas de tensoativo, e álcool 70% por 5 minutos. (O meio de cultura utilizado no experimento foi o de Murashige & Skoog, 1962) MS completo até formação de uma plântula normal, seguindo um procedimento padrão de assepsia álcool 70% por dois minutos e hipoclorito a +2,0% por 5 minutos. Na segunda etapa do experimento com utilizou-se como explantes todas as partes da planta, tendo como meio nutritivo MS completo e MS modificado, sendo este ¼ dos macronutrientes. Todos os meios de cultura foram acrescidos 2,0 mg.L -1 de auxina ANA (ácido naftalenoacetico) e 2,0 mg.L -1 de carvão ativado. O pH do meio foi ajustado para 5,8, antes da autoclavagem. Os meios de cultura foram distribuídos em frascos de vidros e fechados com tampas de polipropileno, sendo 20 mL por frasco. A autoclavagem foi realizada por 20 minutos a 1.1 kgf.cm -2, em temperatura de 120ºC. Os explantes foram seccionados em seis partes: meristema apical, meristema secundário, folhas, caule, colo e raiz, e inoculados nos frascos. Logo apos foram inoculados nos frascos e ao final de todo o procedimento foram levados para a sala de crescimento à temperatura de +16ºC com fotoperíodo de 16/8 horas. O delineamento experimental foi 2 x 6 fatorial (o fator A se refere a meios de cultura, fator B partes da planta). Para análise dos dados foi utilizada, a correlação linear simples, que significa associação entre duas variáveis aleatórias. Foram sete repetições totalizando 84 unidades amostrais. As avaliações foram efetuadas computando-se desenvolvimento de calo, emissão de raiz e parte aérea, mortalidade do explante e contaminação. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos com o acido naftalenoacético demonstraram diferença significativa nos meios MS e ¼ MS. No entanto, de maneira geral, o meio ¼ MS foi melhor que o MS para os explantes testados, provocando grande produção de calos. Os resultados demostraram que o MS completo proporcionou 90% de indução a morfogense direta (emissão de raiz e parte aerea) para o segmento folhas. Já o processo de diferenciação e formação de novos orgãos chegou proximo a 74% quando utilizou-se ¼ MS.(figura 1) Villa et al. (2009) em seu trabalho entitulado Cloreto de sódio e ácido naftalenoacético no enraizamento de microestacas de amoreira-preta cv. Brazos in vitro,e os melhores resultados para a micropropagação da cv. Brazos foram obtidos com o meio MS acrescido de 50 a 75 mg L-1 de NaCl e 1,0 a 1,5 mg L-1 de ANA. Para os segmentos meristema secundário, folhas, caule, colo e raiz submetidos a MS completo e ¼ MS, todos apresentaram maiores valores para ¼ MS, demosntrando que restrição de macronutrientes aliado ao uso de ANA e carvão ativado favoreceram o processo de organogenese. O meio MS completo e ¼ MS apresentaram resultados semelhantes na organogenese para o segmento raiz. Os hormônios ou reguladores de crescimento vegetal atuam não apenas por meio da alteração de suas concentrações endógenas, como também por mudanças na sensibilidade das células receptoras a estes compostos (Trewavas & Cleland 1983). Figura 1: Médias da percentagem de indução de morfogênese direta em meio MS e ¼ MS, acrescido de 2,0 mg.L¹ de acido naftalenoacetico (ANA) e 2,0 mg.L¹ de carvão ativado. A formação de calos nos explantes aconteceu 78% para o segmento colo, 19% para gemas secundárias e 14% para gema e raiz. (figura 2) Santos et al, (2005) observaram em explantes de salix, a utilização de concentração individual de ácido naftalenoacético , além de induzir a calogênese também foi capaz de promover rizogênese. O colo apresentou maior formação de calos em relação aos demais explantes, demonstrando uma área com grande concentração de células totipotentes e resposta ao uso da auxina ANA. Grattapaglia & Machado (1990) salientam que quantidades excessivas de auxina estimulam a produção de calo. Embora o ácido naftalenoacético (ANA) possa induzir a formação de raízes, em algumas espécies por vezes até melhor que o AIB, pode também provocar efeitos indesejáveis por ser mais tóxico aos tecidos vegetais (Weaver, 1976). A concentração adequada depende da espécie e do teor da auxina existente nela. Figura 2: Médias da percentagem de indução de calo nos explantes em MS e 1/4MS,acrescidos 2,0 mg.L¹ de ácido naftalenoacético (ANA) e 2,0 mg.L¹ de carvão ativado. O uso de MS e ¼MS acrescidos de ANA e carvão ativado favoreceu o desenvolvimento in vitro de partes vegetativas do barueiro. Os meios das formulações básicas diluídas para 25% têm possibilitado melhor indução a morfogênese direta exceto para o explante folha com 73,81 % de indução (Tabela 1). Por levar em consideração a totalidade dos valores da variável em estudo, o desvio padrão é a medida de dispersão mais empregada, obtendo-se para este estudo valores para MS completo e ¼MS 9,25 e 7,78, com variância de 85,60 e 60,46. Tabela1: Valores médios de percentagem de morfogênese direta para explantes submetidos ao meio MS com 2,0 mg.L¹ de ácido naftalenoacético (ANA) e 2,0 mg.L¹ de carvão ativado e ¼ MS com 2,0 mg.L¹ de ácido naftalenoacético (ANA) e 2,0 mg.L¹ de carvão ativado. EXPLANTES MS com ANA ¼ MS com ANA Folha Ápice Gema secundaria Caule Colo Raiz MEDIA DESVPAD CV% 90.48 64,29 71.43 66.67 71.43 71.43 72,62 9,25 12,74056 73.81 90.48 90.48 90.48 88.10 76.19 84.92 7,78 9,156971 Na análise de correlação (Tabela 2) verificou-se que esta foi uma correlação negativa (-1 < rXY < 0). O t. calculado foi menor que o t. tabelado, então não se rejeita a hipótese H0. A análise demonstrou que a correlação foi alta negativa (r = - 0.77218), comprovada por uma dispersão inversa. Sendo que os maiores valores de morfogênese em meio1/4MS correspondem a valores inferiores de morfogênese em meio MS completo com adição de ANA. A correlação é considerada negativa quando os valores crescentes da variável X estiverem associados a valores decrescentes da variável Y, ou valores decrescentes de X associados a valores crescentes de Y. Tabela 2 . Coeficiente de correlação, t. calculado e t. tabelado de morfogênese direta em explantes em meio MS e ¼ MS com adição de ácido naftalenoacético (ANA). Variáveis Morfogênese direta em explantes em r -0.77218 t. calculado -2.430582268 t. tabelado 2.776445* meio MS e ¼ MS com ANA * significativo a 5% de probabilidade 4 CONCLUSÃO A redução dos macronutrientes é indicada associada ao uso de auxina e carvão ativado induzindo a morfogênese e a diferenciação celular. Dentre os segmentos utilizados para propagação vegetativa observou-se que o uso do colo de plântulas de baru é o segmento que mais apresentou morfogênese indireta. Todos os segmentos apresentaram competência para morfogênese direta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, S.P.; SILVA, J.A.; RIBEIRO, J.F. Aproveitamento alimentar de espécies nativas dos Cerrados: araticum, baru, cagaita e jatobá. 2.ed. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, 1990. 83p. (Embrapa-CPAC. Documentos, 26). ANDRADE, A.M. de; CARVALHO, C.J. de. Produção de celulose e papel Kraft da madeira de baru (Dipteryx alata Vog.). Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, n. 3, p. 28-35, 1996. ASSIS, T.F.; TEIXEIRA, S.L. Enraizamento de plantas lenhosas. In: TORRES, A. C; CALDAS, L. S.; BUSO, J. A. Cultura de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília: Embrapa-CNPH, 1998. p. 261 - 296. BRANDÃO, M. Plantas medicamentosas de uso popular dos cerrados mineiros. Daphne, Belo Horizonte, v.3, n. 4, p. 11-20, out. 1993. CARVALHO, P. E. R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: EMBRAPA-CNPF. Brasília, DF: EMBRAPA-SPI, 1994. 639 p. GRATTAPAGLIA, D. & MACHADO, M. A. Micropropagação. In: TORRES, A. C. & CALDAS,L. S. Eds. Técnicas e Aplicações da Cultura de Tecidos de Plantas. Brasília.ABCTP/EMBRAPA-CNPH. 1990. 99-169 p. GUERRA, M.P.; NODARI, R.O. Apostila de biotecnologia - CCA\UFSC. Florianopolis:edição da steinmacher, 2006. 15 p. Disponivel em: www.cca.ufsc.br/lfdgv. Data de acesso 24/maio/2010. HARTMANN, T.H.; KESTER, D.E.; DAVIES, F.T. 1990. Plant Propagation, Principles and practices. Prentice Hall. New Jersey. 647 p. JAIN, S. M. Biotechnology of industrially important tree species in developing countries. In: WATANABE, K. N.; PEHU, E. Plant biotechnology and plant genetic resources for sustainability and productivity. Austin, Texas, U.S.A.: Academic Press, 1997. p. 227 - 238. LACA-BUENDIA, J.P. Plantas produtoras de fibras no cerrado. Informe Agropecuário Belo Horizonte, v. 16, n. 173, p. 12-17, mar./abr. 1992. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 352p MARTINS.M. V. de ;LIMA. W. D;PAULA. K.D.. Estabelecimento in vitro da mama-cadela (brosimum gaudichaudii tréc.),uma planta medicinal do cerrado: uma alternativa viável para a produção de compostos de interesse farmacêutico.2007 artigo de final de curso MARTINS, M.V. de M. Micropropagação da Mama-Cadela (Brosimum gaudichaudii Tréc.), uma espécie medicinal do Cerrado. Universidade de Brasília.Dissertação de Mestrado 1998. MURALIDHARAN, E.M.; KALLARACKAL, J. Current trends in Forest tree biotechnology. In: SRIVASTAVA, P.S.; NARULA, A.; SRIVASTAVA, S. (Eds.). Plant Biotechnology and Molecular Markers. New Delhi: Anamaya publishers, 2004. p. 169 - 182. MURASHIGE, T. & SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bio assays with tobacco tissue culture. Physiol. Plant. 15:473-497. 1962. SOARES, A. S.; PAIVA, R.; PAIVA, P. D. O.; SANTANA, J. R. F.; PAIVA, L V. 2001; Enraizamento, In: Cultura de tecidos. Paiva e Paiva, UFLA, Lavras, M.G. 6:58-63. 2001 SANTOS, B. R; PAIVA, R; MARTINOTTO, C; NOGUEIRA;R. C; PAIVA, P, D, Indução de calos friáveis em explantes foliares de Salix (Salyx humboldtiana Willd).Rural vol.35 n.3 Santa Maria p. 510-514. 2005. TEIXEIRA, J.B. Limitações ao processo de cultivo in vitro de espécies lenhosas. Brasilia: Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia. Brasília, 1998 TREWAVAS, A. J. & CLELAND, R. E. 1983. Is plant development regulated by changes in the concentration of growth substances or by changes in the sensitivity to growth substances? Trends in Biochemical Sciences, 8: 354-357. WEAVER, R.J. Reguladores del crecimiento de las plantas en la agricultura. 5. ed. Mexico: Trillas. 1987, 622p. ... .