. MICROPROPAGAÇÃO DA CAMOMILA (Anthemis nobilis L): PROTOCOLOS INICIAIS PARA A CULTURA IN VITRO. Maycon Cardoso de Souza,Gilmar Pezzopane Plá e Eulinor Pereira da Silva ( PUIC Individual). Curso de Agronomia – Campus Tubarão. Introdução Resultados A camomila, representante da família Asteraceae, é uma planta originária da flora européia e do ocidente asiático, sendo muito cultivada na Europa Oriental e Egito (SOUZA, 2004) foi introduzida pelos imigrantes europeus há mais de 100 anos. Atualmente, é a planta medicinal com a maior área de cultivo e com o maior envolvimento de pequenos produtores rurais. Apesar disso, é considerada cultura secundária, na qual se utilizam técnicas inadequadas de produção e de beneficiamento, que resultam em produtos de baixa qualidade. A camomila pertence à família Asteraceae. Em cosmética é utilizada em xampus clareadores e possui propriedades medicinais sendo utilizada como antiespasmódico, carminativo, antiinflamatório e sedativo. A regeneração de plântulas in vitro é uma técnica especialmente vantajosa para a obtenção de genótipos produtores de compostos medicinais. A aplicação da micropropagação destaca-se na recuperação de substâncias farmacêuticas, na multiplicação segura de cultivares desejáveis, na propagação rápida com alto coeficiente de multiplicação, e como auxiliar na salvaguarda do patrimônio genético de plantas ameaçadas pela exploração humana (SIMÕES, 1988). Este método vem sendo amplamente aplicado na recuperação de plantas livres de vírus e de outros causadores de doenças, na conservação e no intercâmbio de germoplasma in vitro, micropropagação rápida de genótipos de elite, produção de haplóides, transformação genética de plantas e propagação comercial de plantas com potencial econômico. Atualmente e sob expectativas futuras, a micropropagação é direcionada a atividades comerciais, objetivando a limpeza clonal e multiplicação de espécies ornamentais, florestais, agronômicas e medicinais. A micropropagação de espécies medicinais justifica-se pela crescente demanda da indústria farmacêutica por plantas indexadas, livres de vírus, com alta qualidade fitossanitária e fisiológica e com a capacidade de síntese de metabólicos secundários potencializada, através do melhoramento genético (TORRES, et al 2001). Os resultados mostraram que a concentração de BAP a qual melhor respondeu em relação a formação da parte aérea das de camomila cultivadas in vitro foi a de 0,5 mg/l. Já em relação ao enraizamento os melhores resultados apareceram na concentração de 0,5 mg/l de AIA. Nas concentrações de 1,0 e 1,5 mg/l de BAP, observou-se uma grande contaminação nos meios de cultura. Testou-se também o desenvolvimento destas plantas com giberelinas e a concentração de 0,5 mg/l foi a que melhor resultado apresentou, no que diz respeito a formação de brotos no meio de cultura. A B A Objetivo C Desenvolver protocolos iniciais para obtenção de plantas monoclonais de Anthemis nobilis através da cultura in vitro de sementes e segmentos nodais. Metodologia Desinfecção Foram utilizadas gemas axilares e sementes de origem comercial de camomila, submetidas à limpeza prévia com detergente neutro. Água corrente e álcool 70°GL, e posteriormente desinfecção em câmara de fluxo utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% de cloro ativo durante 20 minutos. Para concluir a fase de desinfecção o material foi lavado com água destilada, fazendo sucessivos enxágües. Isolamento Após a desinfecção, as gemas e sementes foram inoculadas individualmente em tubos de ensaio (20 x 150mm), contendo meio basal de Murashige & Skoog (1962) (MS), acrescido de 3% de sacarose e solidificado com 0,2 % de àgar. Todos os meios de cultura tiveram seu pH ajustado para 5,8 e foram auto-clavados por 30 minutos a 1,1kgf/cm2 e temperatura de 25°C. Cada tratamento teve 30 repetições. Ambiente de cultivo As culturas foram mantidas em sala de crescimento apropriada, à temperatura de 25°C+/- 2°C, sob fotoperíodo de 16 horas, providos por lâmpadas fluorescentes Phillips TDL com intensidade luminosa de 23µmol.m-1.s-1, e umidade relativa em torno de 70%. Multiplicação in vitro Segmentos nodais isolados das plântulas foram subculturados no meio de cultura descrito anteriormente, acrescido de diferentes quantidades de BAP (6-Benzil Amino Purina) e AIA (Ácido Indol Acético) variando as concentrações de 0.0 mg/L-1 a 1.5 mg/L-1. D A) Plantas de camomila cultivadas in vitro com 0,5 mg/l de BAP B) Plantas de camomila cultivadas in vitro com 0,5 mg/l de AIA C) Raízes de camomila cultivadas in vitro com 0,5 mg/l de AIA D) Plantas de camomila cultivadas in vitro com 0,5 mg/l de Ácido giberélico Conclusões Em função dos resultados é possível observar que altas concentrações de BAP em meio de cultura não estimulam o desenvolvimento de plantas de melissa, sendo que isto pode estar associada a uma ação tóxica deste regulador de crescimento. Assim, mais estudos precisam ser desenvolvidos, principalmente, em relação as concentrações de BAP em intervalos entre 0,2 e 0,7 mg/l, no sentido de encontrar com mais exatidão qual a concentração que realmente provoca o melhor desenvolvimento das plantas de camomila in vitro. Bibliografia SOUZA, J.A. Cultivo in vitro e caracterização isoenzimática de espécies de camomila. Pelotas. 48f. Dissertação de Mestrado (Fisiologia Vegetal), IB,UFPel, 2004. SIMÕES, M.O.M. Ontogênese de gemas e raízes adventícias de Citrus sinensis (Linn.) Osbeck cv Pêra cultivadas in vitro. Viçosa: UFV, 1988. 56p. (DissertaçãoMestrado em Fisiologia Vegetal). TORRES, A.C.; et al. Meios e condições de incubação para a cultura de tecidos de plantas: Formulações de meios para a cultura de tecidos de plantas. Circular Técnica, Embrapa, Brasília, 2001. n.24, p.1-20. Apoio Financeiro: UNISUL