Slide 1 - RExLab

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Insetos associados às plantas medicinais.
(PUIC) Ciências Agrárias
Daniel Pazini Pezente, Ana Lúcia de Paula Ribeiro
PUIC – Curso Agronomia - Campus Tubarão
Resultados
Introdução
O valor intrínseco de uma planta medicinal está no seu efeito terapêutico. A Organização
Das amostras coletadas foram obtidos artrópodes pertencentes a sete ordens, sendo estas Acari,
Mundial de saúde diz que plantas bioativas é qualquer planta que possua em um ou em vários de
Coleoptera, Diptera. Hemiptera, Neuroptera e Hymenoptera, Thysanoptera (Tabela 1). A partir destes
seus órgãos, substâncias usadas com finalidade terapêutica, ou que estas substâncias sejam
resultados foi possível avaliar o comportamento de duas espécies de plantas com cultivo comercial
ponto de partida para a síntese de produtos químicos e farmacêuticos. A estas substâncias é
para plantas medicinais.
dado o nome de princípios ativos. São eles os responsáveis pelo efeito terapêutico que a planta
bioativa possui (Montanari Jr., 2002).
A trombeteira (Datura suaviolens), solanácea cultivada em áreas sucessivas de fumo apresentaram
comportamento fitossanitário similar a essa cultura em relação as pragas. Entre as principais pragas
No Brasil uma pequena parcela de plantas tem sido pesquisada quanto ao seu potencial
se destacaram as vaquinhas entre elas Diabrotica speciosa e Diabrotica sp., insetos polífagos com
bioativo, sendo a pesquisa, a cadeia produtiva e a política econômica dissociadas das reais
grande capacidade desfolhadora. O dano provocado não atingiu o nível de dano na cultura, pois a
necessidades do setor (Embrapa, 2008).
trombeteira é um arbusto que produz boa massa foliar capaz de suportar os danos provocados. O
No Estado de Santa Catarina trabalhos realizados pela Epagri desde 1996 vêm
trips Thryps tabaci com grande capacidade de adaptação em solanáceas provocaram danos diretos
demonstrando a adaptação e a viabilidade do cultivo comercial e industrial de várias espécies de
sugando a seiva das plantas de trombeteira e transmitiram virose do vira-cabeça prejudicando a
plantas medicinais (Datura suaviolens, Valeriana officinalis, Pachyrrhizus bulbosos, Brugmansia
produção. As medidas de controle foram tomadas retirando-se as plantas infectadas da área de
suaveolens, Tagetes minuta, Melaleuca alternifoli, Mellissa oficinalis, Trichillia catigua, Lavandula
cultivo, porém em algumas áreas foi necessária a poda drástica das plantas.
officinalis, Salvia sclarea, Pogostemon clabil, Cymbopogon citratus, C. martinii, Maytenus ilicifolia,
Em relação às plantas de guaco (Mikania glomerata) o comportamento em associar várias espécies
Mykania glomerata). O cultivo destas plantas é uma das atividades recomendadas ao Estado,
de inimigos naturais ficou bastante evidente. Foram encontrados várias posturas de ovos de
pois a região caracteriza-se por pequenas propriedades, com organização tipicamente familiar e
crisopídeos nas folhas. Até o momento das coletas não se verificou danos evidentes provocados por
uso do sistema de cultivo agroecológico. A inserção da produção de plantas medicinais na cadeia
artrópodes, evidenciando uma planta com características favoráveis ao cultivo comercial.
produtiva do Estado poderá resultar no desenvolvimento agroindustrial de fornecedores de
A correlação positiva também se fez presente em relação aos inimigos naturais. Foi possível
equipamentos específicos, insumos agroecológicos, viveiristas, produtores de sementes,
encontrar várias espécies de insetos importantes controladores biológicos como Chrysoperla externa
herbanários, laboratórios, farmácias, indústrias de alimentos, bebidas, cosmecêuticos e
altamente eficaz no controle de insetos de corpo mole como pulgões, ácaros, tripes e pequenas
medicamentos.
lagartas e insetos da Família Coccinellidae que em conjunto são capazes de manter um equilíbrio
Desta forma há a necessidade de se conhecer as relações biodinâmicas do ecossistema
natural dos insetos considerados pragas.
para entender a estrutura e o fundamento de sistemas dinâmicos naturais e capturar o segredo
Tabela 1: Arthópodes associados a ordens de importância agrícola em Datura suaviolens e
Mikania glomerata, coletados nos municípios de Braço-do-Norte e Tubarão, SC. Brasil,
2008.
da regulação natural.
Objetivo
ORDEM
SUB-ORDEM
FAMÍLIA
GÊNERO
ESPÉCIE
Identificar as espécies de artrópodes associados à Datura suaviolens (Humboldt & Bonpland)
(trombeteira) e à Mikania glomerata Spreng., (guaco),
Metodologia
Datura
Mikania
suaviolens
glomerata
(Trombeteira)
(Guaco)
Acari
Tetranychidae
Panonychus
ulmi
Coleoptera
Coccinellidae
Cycloneda
sanguinea
X
Hippodamia
convergens
X
Diabrotica
speciosa
X
Epitrix
sp.
Chrysomelidae
O trabalho foi realizado em áreas de produtores rurais assistidos pelo programa da Epagri,
que cultivam as espécies bioativas Datura suaviolens (Humboldt & Bonpland) (trombeteira) e
X
X
X
Mikania glomerata Spreng., (guaco) . As avaliações dos artrópodes herbívoros, inimigos naturais,
protocooperantes e polinizadores foram realizados a cada quinzena, durante o período de
Diptera
setembro de 2007 a maio de 2008 analisando três folhas/planta ao longo do dossel da planta. Os
insetos coletados foram conservados e armazenados em álcool 70%, para posterior identificação
no Laboratório de Fitossanidade da Unisul.
Hemiptera
Syrphidae
X
Cecidomyiidae
X
Heteroptera
Pentatomidae
Edessa
meditabunda
Stenorrhyncha
Coccoidea
Coccus
sp.
X
Aphididae
Myzus
persicae
X
Aphidius
sp.
X
Neuroptera
Chrysopidae
Crysoperla
externa
Hymenoptera
Mymaridae
Polynema
sp.
Thysanoptera
Thripidae
Thrips
tabaci
X
X
X
X
X
Conclusões
No cultivo da trombeteira as espécies mais frequentes foram Trips tabaci e Diabrotica speciosa,
enquanto que no cultivo de guaco espécies de inimigos naturais como Chrysoperla externa e
Cycloneda sanguinea presentes em grande quantidade evidenciam o cultivo do guaco como uma
planta promissora ao complexo agroindustrial.
Bibliografia
Embrapa (2008). Disponível em http://www.embrapa.br acesso 22 de agosto de 2008. Pesquisa
define sistema de produção para plantas medicinais.
Cultivo de Datura suaviolens
Braço-do-Norte
Cultivo de Mikania glomerata
Tubarão
MONTANARI JUNIOR, I. . Exploração econômica de plantas medicinais da Mata Atlântica.. In:
Luciana Lopes Simôes; Clayton Ferreira Lino. (Org.). Sustentável Mata Atlântica. São Paulo-SP:
Editora Senac, 2002, v. , p. 35-54.
Apoio Financeiro: Unisul
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