5 Resumo Aula-tema 03: Comece com um fim em mente A

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 Resumo
Aula-tema 03: Comece com um fim em mente
A aprendizagem baseada em projetos é um excelente e desafiador método de
ensino. Isso porque todo o percurso pressupõe planejamento (escrito e previsto),
traçado claro, cronograma, percurso previsto e acompanhamento sistemático por
meio de estratégias de gerenciamento. Veja como é importante iniciar qualquer
projeto com o fim em mente.
Ter o fim em mente significa que você é capaz de planejar e executar um bom
projeto, desde a concepção até a finalização e fechamento do projeto. Para isso,
seis passos são fundamentais, segundo o Buck Institute for Education (2008):
a)
desenvolva uma ideia de projeto;
b)
decida o escopo do projeto;
c)
selecione padrões;
d)
incorpore resultados simultâneos;
e)
trabalhe com base em critérios de formulação de projetos;
f) crie um ambiente de aprendizagem ideal.
O desdobramento de cada um desses passos pode apontar na direção de
caminhos seguros dentro do trabalho por projetos. Vamos analisar como se dedicar
a cada um deles.
Desenvolva uma ideia de projeto
Nem sempre os projetos partem da curiosidade e das perguntas dos seus
alunos. Muitas vezes será você, professor, que trará uma ideia, uma proposta que
será apresentada como uma inquietante questão para a turma. Você poderá buscar
essas idéias na observação atenta e cuidadosa da realidade, inclusive envolvendo
seus alunos no mapeamento da comunidade, por exemplo. Observe o que está no
noticiário, o que mobiliza a comunidade educativa, o que provoca a cidade. Busque
também sugestões de projetos na internet. É muito importante que uma ideia seja
amplamente trabalhada para que venha de encontro aos resultados que você almeja
atingir e ao conteúdo da sua disciplina, ou mesmo das várias disciplinas envolvidas.
Decida o escopo do projeto
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Segundo o Buck Institute for Education (2008), a aprendizagem baseada em
projetos é muito proveitosa ao trabalhar com questões autênticas, inovadoras,
únicas. Isso não deve intimidar o professor, pelo contrário, deve servir como
combustível para lançá-lo na investigação aprofundada de questões pertinentes,
juntamente com seus alunos. Tais investigações possibilitam inúmeras soluções
diferentes para os problemas. Por isso, é tão importante decidir, a partir de uma
questão, qual o escopo do projeto. Nessa fase do projeto, é o momento de clarear: a
duração, a amplitude, a tecnologia, o alcance, a parceria e o público. Esses seis
tópicos serão ajustados no projeto, considerando tanto um projeto menor, como um
mais amplo e ambicioso. De qualquer modo, os seis tópicos precisam ser definidos
independentemente da amplitude que será dada ao projeto.
Selecione padrões
Todo o processo de selecionar padrões, que podem ser traduzidos por objetivos,
começa bem antes de iniciado qualquer projeto. Isso porque é preciso considerar os
objetivos já traçados pela escola na qual o projeto será desenvolvido. É necessário,
inclusive, levar em conta os objetivos determinados para o ano em questão com
base em aspectos mais amplos, tais como, por exemplo, os Parâmetros Curriculares
Nacionais. O projeto político-pedagógico da sua escola é uma excelente fonte e
ponto de partida para que você determine os objetivos a que um projeto buscará
atender e os desenvolva com os alunos. O mais importante, com certeza, é que se
tenha clareza dos objetivos principais, de como eles serão ensinados e trabalhados
ao longo do processo, quais produtos você terá em mãos e como serão
apresentados e compartilhados.
Incorpore resultados simultâneos
O Buck Institute for Education (2008) apresenta a aprendizagem baseada em
projetos não apenas como um modo de aprender, mas uma forma de trabalhar e
produzir em grupo, reunir informações e compartilhá-las com os demais. Ela
possibilita, portanto, que sejam incorporados aos alunos mais do que aprendizagens
acadêmicas – que já são bem relevantes – como também habilidades específicas e
hábitos mentais. De posse dessas habilidades, o aluno se diferencia nas
competências, atuando de modo intenso e eficaz na busca pela solução de
problemas. Aqui, o professor também tem um importante papel: é ele quem
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determinará as principais habilidades e hábitos mentais que serão explorados e
aprofundados no projeto. Lembre-se de que a avaliação deverá medir os resultados
obtidos em cada etapa, mapeando como coletar informações, como medir e como
prosseguir na busca pela otimização dos resultados esperados.
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Trabalhe com base em critérios de formulação de projetos
A partir de questões pertinentes, o professor que trabalha por meio de projetos
pode verificar se os critérios determinados estão dando sustentação e trazendo
êxito. Acompanhe as perguntas essenciais que guiam a avaliação dos critérios de
formulação de projetos, conforme apresentado pelo Buck Institute for Education
(2008): o projeto satisfaz objetivos?; envolve os alunos?; concentra-se na
compreensão do essencial?; incentiva pensamentos de nível superior?; ensina a ler
e escrever e reforça habilidades básicas?; permite que todos os alunos sejam bemsucedidos?; utiliza avaliações claras e precisas?; requer uso sensato da tecnologia?;
aborda questões autênticas?
Lembre-se de que projetos bem planejados, apoiados em critérios pertinentes,
são bem diferentes dos meros “projetos” tão comumente usados em sala de aula.
Eles também são distintos da simples execução de atividades, mesmo se essas
apresentarem sintonia entre as várias disciplinas.
Crie um ambiente de aprendizagem ideal
Mudar ou criar um novo ambiente para a aprendizagem é uma das várias
estratégias que os professores empenhados no trabalho da aprendizagem baseada
em projetos usam para envolver os alunos e, principalmente, fundamentar a
aprendizagem por meio do interesse e da aprendizagem significativa. Portanto, o
ambiente favorável para a aprendizagem é tão impactante sobre os alunos e sobre o
professor. Mudar o desenho e o visual da sala de aula, estabelecer conexões do
projeto com a comunidade são fortes componentes para otimizar o ambiente ideal
de aprendizagem.
Na história da pedagogia, desde Comenius (1592-1670), incluindo os mais
recentes teóricos e pensadores da educação, filósofos e sociólogos, muitos já
apontaram e refletiram sobre o abismo que se estabelece entre a escola e a vida. A
pergunta crucial, aqui, é se os alunos aprendem aquilo que queremos ensinar e,
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inclusive, se o próprio professor também aprendeu algo. Como consequência dessa
pergunta primordial, o professor deve ter sempre em mente o incômodo provocado
pela pergunta: o que mais posso fazer para aumentar a aprendizagem dos meus
alunos?
Claro que a prática de projetos não é a única solução para a aprendizagem ou
para tentar minimizar a imensa distância entre a escola e a vida. Mas a
aprendizagem baseada em projetos indica caminhos possíveis, realizáveis e
palpáveis, ao alcance do professor em qualquer cenário. É por meio dos projetos
que o professor pode inovar e promover práticas que intensifiquem a aprendizagem
dos alunos, com muito mais envolvimento, gosto, ânimo e disposição, tornando-os
verdadeiros pesquisadores e produtores de conhecimento. Agora, professor e aluno
criam a intensa parceria no processo de ensino e aprendizagem.
 Conceitos Fundamentais
Buck Institute for Education (BIE) – fundada em 1987, é uma organização de
pesquisa e desenvolvimento que atua com professores e educadores do mundo
todo, para tornar escolas e salas de aula mais eficazes, utilizando a aprendizagem
baseada em projetos. Para saber mais a respeito, consulte: <http://www.bie.org>
(conteúdo em inglês).
Comenius (1592-1670) – cientista, professor e escritor considerado o fundador da
didática moderna. Foi o maior pedagogo do século XVII, com diversas obras, cuja
principal é a Didática Magna. Dentre as propostas de Comenius, estão: a educação
realista e permanente, o ensino baseado em experiências cotidianas, o ensino
unificado e o conhecimento de todas as ciências e de todas as artes. Para obter
mais informações, acesse: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2411715 >.
Critérios – permitem diferenciar, distinguir um critério dentre muitos. Por meio do
discernimento crítico, estabelece-se aquilo que se busca conseguir. O critério
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estabelece uma medida que pode ser usada para distinguir o que fará ou não parte
de um projeto.
Escopo – é tudo aquilo que contempla um projeto, o que está abarcado nele de
forma mais ampla. Dentro de um escopo, está definido aquilo que faz parte do
projeto e, inclusive, o que não faz parte do mesmo.
Estratégias de gerenciamento – em qualquer processo, organizar, planejar e
executar atividades que facilitem o acompanhamento do trabalho são fundamentais.
Geralmente, tais atividades estão relacionadas a gerentes, administradores ou
líderes. E, no caso da aprendizagem baseada em projetos, o líder que irá gerenciar
todo o processo e também as pessoas é o professor. Cabe a ele tomar decisões,
registrá-las, organizar o ambiente de trabalho, direcionar e acompanhar as
atividades dos membros de um grupo e avaliá-las de modo sistemático.
Padrões – em especial, nesse caso, padrões significam os objetivos; podem ser
entendidos como as regras para a execução de um projeto. São os parâmetros e
objetivos que se deseja atingir.
 Referências
ANTUNES, Celso. Que é o projeto 12 dias/12 minutos. Na sala de aula. Rio de
Janeiro: Vozes, 2001.
BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION. Aprendizagem baseada em projetos: guia
para professores de ensino fundamental e médio. 2 a ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Pedagogia dos projetos: uma jornada interdisciplinar
rumo ao desenvolvimento das múltiplas inteligências. 7 a ed. São Paulo: Érica, 2010.
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