Resumo Aula-tema 07: Crescimento Econômico dos países do BRICS

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 Resumo
Aula-tema 07: Crescimento Econômico dos países do BRICS - Rússia
Nesta aula vamos discutir o crescimento econômico da Rússia, destacando
alguns dos determinantes de seu desempenho. A Rússia é uma nação antiga,
formada ao longo do tempo pela incorporação de várias nações pelos exércitos dos
Czares, os reis russos. É conhecia por Império do Sol, pois seu território vai da
Europa até o extremo oriente, fazendo fronteira com o Japão. Assim, sempre é dia
em alguma parte do território russo.
Em 1917, a Rússia foi palco da primeira grande revolução socialista do
mundo, sendo criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a URSS, que
estatizou as terras, as fábricas, as casas e acabou com a monarquia czarista.
A URSS teve papel importante na Segunda Guerra Mundial lutando ao lado
dos Estados Unidos e demais países europeus contra a Alemanha, Itália e Japão. A
URSS se tornou uma potência militar e tecnológica, concorrendo com os Estados
Unidos no desenvolvimento da tecnologia atômica e na corrida espacial.
O primeiro homem a entrar em órbita foi o russo Yuri Gagarin, assim como o
primeiro animal, a cadela Laika. Eles também construíram a primeira estação
espacial para abrigar pessoas por longo tempo, a MIR. Mas a URSS não conseguiu
transpor essa tecnologia para o campo civil, produzindo tecnologia para ser usada
em bens de consumo duráveis e não duráveis. A indústria ficou dependente da
Guerra Fria.
Com o estabelecimento da economia de mercado após o colapso da URSS
nos anos 1980 (Perestroika e Glasnost), a Rússia buscou a modernização da
indústria e dos serviços, passando por anos difíceis em que a economia teve taxas
negativas de crescimento. No governo Putin, a economia passou a crescer rápido, a
uma taxa média em torno de 6,73% (1999-2006), apresentou uma taxa de inflação
declinante, conta fiscal e corrente superavitárias e alto volume de reservas
internacionais por conta da exportação de petróleo.
Este crescimento foi, em parte, puxado pela Formação Bruta de Capital Fixo
em torno de 19,7% entre 1990 e 2005, sendo que em alguns anos esta taxa foi de
apenas 14%.
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Como mencionado acima, esse quadro foi alicerçado pelos preços mais altos
do petróleo e na moeda desvalorizada que incentivam as exportações. Por outro
lado, houve aumento da atividade no setor de serviços e da produção industrial,
assim como o fortalecimento do mercado interno com a geração de emprego e
renda.
O Governo russo se esforçou para fazer reformas estruturais e montar uma
estratégia de desenvolvimento econômico e social com a diversificação da economia
para além dos produtos baseados em recursos naturais (principalmente o petróleo) e
buscando dobrar o PIB em 10 anos. Essas medidas aumentaram a credibilidade do
país, favorecendo os investimentos estrangeiros diretos.
No entanto, há críticas quanto a esse crescimento, que, para muitos analistas,
ocorre em função da existência de capacidade produtiva subutilizada, depreciação
da taxa de câmbio, declínio dos salários reais e aumento dos preços dos principais
produtos exportáveis, como petróleo e produtos agrícolas.
Em contraste com a maior importância dada à elevação dos preços do
petróleo, outros fatores não estruturais foram determinantes para o crescimento dos
últimos anos, como a substituição de importações e o aumento do consumo por
conta da estruturação do mercado interno livre, sem as cotas de consumo da época
socialista. As taxas de juros declinaram dos níveis exorbitantes, ocorreram
superávits orçamentários que reduziram a dívida interna e melhoraram a
administração da taxa de câmbio. Além disso, a capacidade produtiva subutilizada
permitiu que pequenos impulsos fossem convertidos em grande crescimento e
retorno dos investimentos efetuados.
De Paula e Ferrari Filho (2006) afirmam que a melhoria nos indicadores de
vulnerabilidade externa da Rússia foram reflexo do desempenho da balança
comercial e da elevação das reservas cambiais. Os fluxos de capitais tornaram-se
positivos em 2003. Os fluxos de IED permaneceram pequenos devido à dificuldade
de fazer negócios no país, por conta da existência de corrupção e grupos
organizados oriundos das ex-estatais que ainda controlam alguns mercados e
indústrias.
O Banco Mundial afirma a importância de mudanças estruturais além dos
fatores não estruturais ditos anteriormente:
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1. Necessidade de realocação espacial devido ao legado de industrialização e
urbanização sob planejamento central;
2. Realocação do emprego entre os setores da economia, especialmente da
indústria para o setor de serviços;
3. Reestruturação intrassetorial, especialmente na indústria, gerando maiores
ganhos de produtividade;
4. Redução do tamanho das antigas unidades e criação de novas empresas
(pequenas e médias) para melhorar a produtividade;
5. Desconcentração da propriedade, pois a propriedade na indústria é dominada
por grandes proprietários privados e é concentrada nos setores de petróleo,
matérias-primas, automóveis e químicos, herança da fase socialista.
Em 2012, a economia russa tem sido afetada pela crise econômica na zona
do euro. A crise tem provocado o afastamento dos bancos ocidentais de programas
de investimento na Rússia.
Ainda, os desafios da Rússia estão ainda no campo institucional e de
reformas políticas. No campo social, o país não parece ter muito o que fazer, pois o
regime socialista implementou políticas sociais e educacionais importantes que
reduziram a desigualdade.
Conceitos Fundamentais
Planejamento Central - Usado nos países ex-socialistas, em que a maior parte ou a
totalidade das decisões de natureza econômica eram tomadas por um órgão estatal.
Pressupõe a elaboração de planos de produção rigorosos e com objetivos precisos
para todos os setores econômicos. O órgão encarregado do planejamento determina
os objetivos globais de cada unidade de produção (fábrica, usina, fazenda etc.) e
fixa as cotas de produção de cada uma, levando em conta a disponibilidade de
recursos, a capacidade produtiva e as relações entre os diversos setores da
economia. Com base nas variações na produção e na produtividade, são calculados
os preços dos bens de consumo e as variações salariais. A aplicação integral da
planificação implica a socialização dos meios de produção, mas mesmo em alguns
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países socialistas existiram certos setores - especialmente a agricultura - em que
prevaleceram formas de organização típicas da economia privada.
Reestruturação Intrassetorial - Processo de mudança que ocorre em um setor
econômico, com fechamento e abertura de empresas, mudanças tecnológicas,
lançamento de novos produtos, entre outros fatores que visam aumentar a
competitividade setorial e a produção.
Vulnerabilidade Externa - Expressão usada pelos economistas para denominar o
conjunto de problemas enfrentados por uma economia nacional e que são derivados
do exterior, tais como crises econômicas, problemas de oferta de matérias-primas,
escassez de recursos financeiros, entre outros fatores.
Referências
DAMASCENO, Aderbal O. D. et al. Desenvolvimento econômico. 1ª ed.
Campinas: Alínea, 2010.
SOUSA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento econômico. 5ª ed. São Paulo: Atlas,
2007.
VIAN, Carlos E. F.; PELLEGRINO, Anderson C.; PAIVA, Claudio C.. Economia:
fundamentos e práticas aplicados à realidade brasileira. 1ª ed. Campinas:
Alínea, 2005.
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