Resumo Aula-tema 06: O Setor Externo da Economia Brasileira Esta

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 9 Resumo
Aula-tema 06: O Setor Externo da Economia Brasileira
Esta aula-tema busca um maior entendimento da história do desenvolvimento
do setor externo da economia brasileira a partir do ano de 1968, quando o Brasil
decide adotar como estratégia a abertura de seus mercados, ampliando suas
negociações com o resto do mundo.
De acordo com o livro-texto desta disciplina e com a história do crescimento
do Brasil, antes de 1968 o regime de câmbio adotado por nosso país sofria grandes
desvalorizações em grandes intervalos de tempo, provocando incertezas nas trocas
comerciais com o resto do mundo. Para exportadores e importadores, isso
representava grande instabilidade com relação aos preços do nosso produto no
exterior, inibindo as transações comerciais internacionais e representando um
grande obstáculo ao desenvolvimento do País.
Entre o período de 1968 a 1973, o governo brasileiro inicia sua abertura
comercial incentivando as exportações através de medidas fiscais facilitadoras,
como subsídios, isenções e créditos fiscais. Ainda, adota um novo sistema de
câmbio, que se baseava em minidesvalorizações em períodos mais curtos entre
elas. Segundo Lanzana (2010, p. 126), houve, nesse período, um crescimento das
exportações a uma taxa média de 27% ao ano.
Nos anos de 1974 e 1979, o mundo passou por duas crises do petróleo, que
trouxeram consequências negativas aos países dependentes dessa matéria-prima,
entre eles o Brasil, provocando um aumento de preços generalizado na economia
(LANZANA, 2010).
Nos anos seguintes, até 1983, o Brasil passou por grandes problemas em sua
economia, ocasionados pelo aumento da dívida externa adquirida nos anos
anteriores, recorrendo ao FMI – Fundo Monetário Internacional – em busca de
recursos para financiar suas transações de troca. Contudo, segundo Lanzana
(2010), “a liberação dos recursos fica condicionada à adoção de uma política
econômica negociada com o Fundo, que leve à superação das restrições de ordem
externa”. Isso quer dizer que o FMI financia recursos emprestando dinheiro ao país,
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Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação sem o prévio consentimento, por escrito, da Anhanguera Educacional. mas, em contrapartida, exige a adoção de políticas que garantam a quitação dessa
dívida, provocando um “desvio” de dinheiro que poderia ser usado para investimento
interno, mas que passa a ser usado para o pagamento da dívida ao Fundo.
Em virtude da recessão sofrida em sua economia para pagamento do FMI,
em
1984
o
País
retoma
seu
equilíbrio
em
suas
contas
externas
e,
consequentemente, seu crescimento, com superávit comercial, aumento das
exportações, crescimento das reservas internacionais, expansão de empregos e
salários.
Em 1985, com o fim da ocupação do poder pelos militares, vence a eleição
pelo voto indireto Tancredo Neves, candidato da oposição que demonstrava
interesse em combater a inflação, com destaque para o equilíbrio fiscal. Ainda nesse
ano, com a morte do então presidente Tancredo Neves, toma posse José Sarney,
oriundo do grupo político que havia servido à ditadura. O combate ao déficit público
continuou sendo encarado como fator essencial de seu governo, bem como o
combate à inflação.
A partir daí, vários “planos” são implantados pelos governos em busca do
equilíbrio da inflação e do desenvolvimento econômico, dentre os quais: o Plano
Cruzado I e II, o Plano Bresser, o Plano Verão, o Plano Collor e, por fim, o Plano
Real e suas fases até o governo Lula. Serão analisadas então as características e
estratégias de cada um deles.
No Plano Cruzado I, há troca de moeda com o corte de
3 zeros na moeda antiga (de CRUZEIRO para CRUZADO), e a
meta passa a ser a “Inflação Zero”, com o congelamento de
preços, salários e aluguéis. Mas como a inflação provoca uma
desvalorização da moeda, a dívida externa aumenta ainda
mais. O grande fracasso do Plano Cruzado I se dá devido à explosão do consumo
com o congelamento de preços, provocando um desabastecimento dos produtos na
economia e a cobrança de ágio por parte dos empresários, provocando uma
“inflação disfarçada”.
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Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação sem o prévio consentimento, por escrito, da Anhanguera Educacional. O Plano Cruzado II teve como objetivos conter o consumo, estimular a
poupança, atenuar o déficit público, recompor capacidade de investimento do setor
público e reduzir pressões inflacionárias. Para alcançar esses objetivos, foi
necessário o aumento nos preços de automóveis, bebidas, cigarros, energia, açúcar,
gasolina, álcool, medicamentos, entre outros.
O Plano Bresser, implantado no ano de 1987, foi um plano emergencial para
conter a inflação e o déficit público. Teve como principal objetivo a desvalorização
cambial. O grande problema enfrentado por este plano foi a queda na produção
industrial.
O Plano Verão, também chamado de “Política do Feijão com Arroz”, vigorou
no ano de 1988 e tinha como principal objetivo a redução da inflação, a contenção
da demanda, o aumento das taxas de juros, o congelamento com aumento do preço
de vários produtos.
Em 1990, entra em vigor o Plano Collor, com o então presidente Fernando
Collor de Melo. A moeda passa a ser chamada de CRUZEIRO, e todos os
investimentos financeiros aplicados em caderneta de poupança ou contas correntes
seriam declarados “indisponíveis”, com a promessa de que o capital confiscado seria
devolvido após 18 meses, parcelado em 12 vezes. Neste plano, os preços e salários
foram congelados, determinou-se o aumento de impostos, a criação de outros
tributos e a redução das tarifas de importação de automóveis.
O grande objetivo desse governo com as estratégias de abertura comercial às
importações era modernizar o país através do estímulo à concorrência. Contudo,
mais um plano fracassou, e as consequências deixadas por ele foram: a falência de
pequenas e médias empresas, o aumento do desemprego, e a inflação que não
cedeu.
A partir de 1993, entra em vigor o Plano Real, com o então presidente Itamar
Franco (e como ministro da economia Fernando Henrique Cardoso, que futuramente
seria eleito presidente do País). O Plano Real tinha como pressuposto combater a
inflação e não cometer os erros dos governos anteriores. Para isso, o governo optou
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Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação sem o prévio consentimento, por escrito, da Anhanguera Educacional. não pelo congelamento de variáveis, mas pela substituição natural da moeda, que
aconteceria gradualmente e acabaria com a inércia inflacionária.
O Plano Real passou por três fases, segundo Gremaud (2007), conforme
segue:
Primeira Fase: Ajuste fiscal prévio, PAI (Programa de Ação Imediata),
com o corte de despesas públicas, aumento de impostos (CPMF) e a
criação do FSE (Fundo Social de Emergência), que fazia que 15% da
arrecadação de todos os impostos fosse retida pelo governo para esse
fundo emergencial.
Segunda Fase: Indexação completa da economia com a URV (Unidade
de conta com paridade fixa com o dólar, cujo valor seria a própria taxa
de câmbio), criação de uma moeda com reserva de valor e a conversão
dos preços e rendimentos para o Real através de um sistema
bimonetário.
Terceira Fase: Reforma monetária, entrando em vigor o Real em 1º de
julho de 1994.
Com a vitória do presidente Lula, em 2003, não houve mudanças na
condução da política econômica praticada pelo governo anterior. O governo renova
o acordo com o FMI e quita sua dívida com esse Fundo, ocasionando em aumento
da credibilidade internacional e da participação do Brasil na OMC (LANZANA, 2010,
p. 144).
O Plano Real foi responsável pela maior mudança no setor externo da
economia brasileira, trazendo estabilidade financeira, provocando maior interesse do
capital externo e aumento da competitividade do País (LANZANA, 2010).
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Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação sem o prévio consentimento, por escrito, da Anhanguera Educacional. 9 Conceitos Fundamentais
Ágio – em Economia, ágio é o lucro resultante de uma operação ou transação.
Inércia inflacionária – é o processo de reajuste automático dos preços, baseado
em inflações anteriores. Também chamado de memória inflacionária.
Minidesvalorização – regime cambial em que a taxa de câmbio é, a princípio, fixa,
porém é desvalorizada periodicamente para conter a inflação.
9 Referências
CARVALHO, M. A.; SILVA, C. R. L. Economia internacional. 4. ed. São Paulo:
Saraiva, 2007.
CAVES, R. E.; FRANKEL, J. A.; JONES, R. W. Economia internacional. São
Paulo: Saraiva, 2001.
ECONOMIA
NET.
Dicionário
de
Economia.
Disponível
em:
<http://www.economiabr.net/dicionario/>. Acesso em: 09 out. 2011.
GREMAUD, A. P. [et al.]. Economia brasileira contemporânea. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
LANZANA, A. E.T. [et al.]; VASCONCELLOS, Marco A. S.; LIMA, M.; SILBER, S.
(Orgs.). Gestão de negócios internacionais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
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