FilogeograFia molecular de Psychotria ipecacuanha (Rubiaceae

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51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
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Palavras-chave: ipeca, Psychotria ipecacuanha, filogeografia
Rossi, AAB1, 2, 3; Oliveira, LO2
1
Programa de pós graduação em Genética e Melhoramento, pós-graduanda; 2Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular
- BIOAGRO, Universidade Federal de Viçosa, MG. 3Departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso
- Alta Floresta, MT.
FilogeograFia molecular de Psychotria
ipecacuanha (Rubiaceae), nos biomas
Amazônia e Mata Atlântica
Psychotria ipecacuanha (ipeca, poaia) é espécie medicinal cujas propriedades já eram conhecidas e
utilizadas pelas populações nativas brasileiras, conhecimentos estes que logo foram repassados aos
colonizadores europeus. A utilidade de Ipeca reside em suas propriedades expectorantes, amebicida e
vomitiva. Estas atividades farmacológicas foram confirmadas e alcalóides isoquinolinicos identificados
como seus principais compostos bioativos. No passado, P. ipecacuanha sofreu um intenso processo
extrativista, devido, suas raízes serem a fonte botânica dos compostos químicos e de ter grande
demanda do mercado externo. Em conseqüência a este intenso extrativismo e à negligência de
replantio após a coleta das raízes, populações nativas de ipeca no Brasil sofreram um severo declínio.
P. ipecacuanha é uma erva perene restrita a áreas úmidas e sombrias de Florestas Tropicais. A espécie
ocorre atualmente em três regiões geográficas bem definidas: 1 - a América central e partes do norte
da América do Sul; 2 - parte do sudeste da Amazônia brasileira; e 3 - Floresta Tropical Atlântica ao
longo da costa brasileira. Este estudo mostra uma análise filogeográfica molecular de P. ipecacuanha,
utilizando dados da região do trnT-trnL do genoma cloroplastídico, para populações localizadas em
dois biomas brasileiros, Amazônia e Mata Atlântica. Foram sequenciados 22 indivíduos provenientes
de 10 localidades da Amazônia e 38 indivíduos provenientes de 11 localidades da Mata Atlântica.
Alinhamento das sequencias obtidas revelou 8 haplótipos, que puderam ser diferenciados entre si por
9 substituições de nucleotídeos e 5 indels. Diversidade de haplótipos é muito baixa na Amazônia, onde
somente um haplótipo foi encontrado. Sete haplótipos foram encontrados em populações localizadas
na Mata Atlântica. Os dois biomas não compartilham haplótipos. Uma única rede de haplótipos
foi obtida, contendo dois ramos connectados por seis intermediários ausentes. Cada ramo da rede
corresponde a um dos biomas, e por isto a distribuição dos haplótipos está claramente relacionado a
geografia. A hipótese nula de que não há associação entre estrutura da rede e distribuição geográfica
dos haplótipos foi rejeitada. “Nested clade analyses” sugere que fragmentação alopátrica é a causa
mais provável em moldar a presente diversidade genética de P. ipecacuanha no Brasil. Populações da
Mata Atlântica merecem atenção imediata visando conservação, pois estão sob maior risco de erosão
genética e apresentam maior diversidade.
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