Caracterização de haplótipos específicos de macaco-prego

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54º Congresso Brasileiro de Genética
189
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Caracterização de haplótipos específicos
de macaco-prego-do-peito-amarelo,
Cebus xanthosternos Wied-Neuwied, 1826
(Platyrrhini:Cebidae) via
marcadores moleculares
Nink, RA; Oliveira, CG; Gaiotto, FA; Martinez, RA
Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Santa Cruz
[email protected]
Palavras-chave: Cebus xanthosternos, mtDNA, D-loop, haplótipos específicos, marcadores moleculares
Cebus xanthosternos é um primata platirrino endêmico da Mata Atlântica que se encontra criticamente ameaçado de
extinção (Rylands et al., 2005). Pertence a um gênero com alta plasticidade fenotípica, tornando a sua classificação confusa
e difícil (Silva Jr., 2001). A utilização da informação genética é muito requisitada para espécies ameaçadas e que apresentam
grande variação fenotípica, como é típico em Cebus. A análise do mtDNA têm sido bastante utilizada em estudos voltados
à biologia da conservação, pois o genoma mitocondrial não sofre recombinação, tem herança exclusivamente materna e
é altamente susceptível a mutações (Ballard & Kreitman, 1994). A região do mtDNA conhecida como D-loop é alvo de
vários estudos evolutivos e filogeográficos por ser a mais variável do genoma mitocondrial, sendo flanqueada por dois genes
altamente conservados (tRNAphe e tRNApro), podendo ser amplificada com a utilização de primers universais (Avise,
1994; Kocher et al., 1989). A caracterizaçãode haplótipos específicos de C. xanthosternos pode ajudar na identificação de
indivíduos com fenótipo confuso, bem como esclarecer os padrões de variabilidade genética dentro de populações naturais,
habitantes de áreas isoladas de vegetação e com poucas possibilidades de fluxo gênico na atualidade. Utilizando-se uma
variação do protocolo CTAB (Oliveira et al., 2007) e o método fenol-clorofórmio (Sambrook et al., 1989), extraiu-se
DNA a partir de amostras de bulbos pilosos e/ou sangue de 30 exemplares, dos quais 20 foram positivamente identificados
como C. xanthosternos pela análise de caracteres morfológicos e devido ao conhecimento exato da sua origem geográfica; e
10 foram classificados como potenciais “híbridos”. Dessas amostras, amplificou-se a região D-loop utilizando os primers
universais L15996 (5’-CTCCACCATTAGCACCCAAAGC-3’) e H00651 (5’-ATCTTAACATCTTCAGTG -3’).
Posteriormente, fez-se uma PCR aninhada com os primers L16209 (5’-CCCCATGCTTACAAGCAAGT-3’) e HD2 (5’CCTGAAAAAAGAACCAGATG-3’) amplificando-se uma região de aproximadamente 420 pares de bases. Selecionou-se,
então, amostras de DNA de 6 exemplares (3 C. xanthosternos e 3 “híbridos”) para sequenciamento. As seqüências obtidas
foram alinhadas com a ferramenta ClustalW (Thompson et. al, 1994) e analisadas com o programa MEGA 3.1 (Kumar et
al., 2004), evidenciando a existência de 4 haplótipos bastante diversos dentro de cada grupo. Foram encontrados 48 sítios
polimórficos, sendo 14 de transversões e 12 de transições. Denotou-se a presença de dois grandes blocos de seqüências
conservadas e três palíndromos ATGTA, que fazem parte do elemento regulatório TAS (Saccone et al., 1991). Dois
haplótipos específicos foram caracterizados para C. xanthosternos. Contudo, é preciso aprofundar as análises de seqüências
do mtDNA para estabelecer a sua utilidade para os planos de manejo e conservação.
Apoio: CEPF, Margot Marsh e CNPq.
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